Crise climática deve impedir nova safra recorde de grãos no Brasil em 2024, diz IBGE


Produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023

Por Daniela Amorim

A instabilidade climática que afeta atualmente o plantio de culturas de verão no País deve impedir uma nova safra recorde de grãos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023, um recuo de 2,8%, segundo o primeiro prognóstico para a safra agrícola de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.

“O excesso de chuvas na região Sul, ao mesmo tempo em que atrapalha a colheita do trigo, atrapalha as lavouras de soja e milho que estão sendo plantadas, atrapalha o plantio”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no IBGE. “O atraso nas chuvas no Centro-Oeste também está atrasando o plantio de soja”, acrescentou.

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O atraso no plantio da safra de soja e da primeira safra de milho pode afetar o desempenho das culturas de segunda safra.

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no ano que vem, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023 Foto: João Paulo Santos/ESTADAO

“O atraso do plantio de primeira safra pode influenciar lá na frente a segunda safra, principalmente o milho”, disse Guedes. “Em algumas áreas (no Centro-Oeste), a gente está ouvindo o pessoal comentando que está tendo que fazer replantio de novo da soja, porque não germinou direito.”

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O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro apontou que o Brasil colherá um recorde de 317 milhões de toneladas de grãos neste ano, 20,6% maior que a produção de 2022, o equivalente a 54,1 milhões de toneladas a mais. O resultado, porém, é 803,2 mil toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma queda de 0,3%.

“O clima está mais instável do que no ano passado”, resumiu Guedes.

O País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano ao atingir o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.

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“Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha”, disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora desse tipo de cultura, como trigo, cevada e aveia.

A estimativa da produção do trigo foi de 9,2 milhões de toneladas para 2023, queda de 8,7% em relação a 2022. A produção do arroz foi de 10,2 milhões de toneladas, 4,0% a menos que no ano passado.

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Por outro lado, a soja deve somar 151,8 milhões de toneladas, uma elevação de 27,0% em relação ao produzido em 2022. O milho foi estimado em 131,7 milhões de toneladas, crescimento de 19,5%: o milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, aumento de 10,1%, e o milho 2ª safra, 103,7 milhões de toneladas, alta de 22,4%. O algodão herbáceo deve alcançar 7,6 milhões de toneladas, avanço de 12,5%, e o sorgo foi previsto em 4,2 milhões de toneladas, alta de 47,2%.

Para 2024, o Brasil deve colher 149,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País. Se confirmada, a produção do grão será a segunda maior já obtida, perdendo apenas para o recorde esperado agora em 2023. A primeira estimativa indica que a produção nacional de soja deve cair 1,3% em relação a este ano, embora a safra esperada para o Rio Grande do Sul aponte uma recuperação, com crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas.

A produção nacional de milho somará 124,3 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 5,6% em relação a 2023. A produção do milho 2ª safra cairia 8,2% no ano que vem, devido a um declínio de 7,5% na produtividade ante o obtido neste ano.

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O pesquisador do IBGE lembrou ainda que a queda nos preços de produtos agrícolas em 2023 em função da maior oferta (como soja, milho e trigo) pode reduzir também os investimentos dos produtores nas culturas em 2024.

“Isso vai diminuindo as margens do produtor. O produtor vai diminuindo investimentos na cultura”, contou. “Até porque ele estaria menos capitalizado.”

No entanto, Guedes não vê nova onda de elevação de preços de alimentos ao consumidor, uma vez que a projeção para a produção agrícola de 2024 ainda é relevante, a segunda maior já vista na série histórica do IBGE.

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“Ainda é uma safra muito boa para esse primeiro prognóstico, então não deve ter pressão de preço ainda”, concluiu.

A instabilidade climática que afeta atualmente o plantio de culturas de verão no País deve impedir uma nova safra recorde de grãos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023, um recuo de 2,8%, segundo o primeiro prognóstico para a safra agrícola de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.

“O excesso de chuvas na região Sul, ao mesmo tempo em que atrapalha a colheita do trigo, atrapalha as lavouras de soja e milho que estão sendo plantadas, atrapalha o plantio”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no IBGE. “O atraso nas chuvas no Centro-Oeste também está atrasando o plantio de soja”, acrescentou.

O atraso no plantio da safra de soja e da primeira safra de milho pode afetar o desempenho das culturas de segunda safra.

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no ano que vem, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023 Foto: João Paulo Santos/ESTADAO

“O atraso do plantio de primeira safra pode influenciar lá na frente a segunda safra, principalmente o milho”, disse Guedes. “Em algumas áreas (no Centro-Oeste), a gente está ouvindo o pessoal comentando que está tendo que fazer replantio de novo da soja, porque não germinou direito.”

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro apontou que o Brasil colherá um recorde de 317 milhões de toneladas de grãos neste ano, 20,6% maior que a produção de 2022, o equivalente a 54,1 milhões de toneladas a mais. O resultado, porém, é 803,2 mil toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma queda de 0,3%.

“O clima está mais instável do que no ano passado”, resumiu Guedes.

O País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano ao atingir o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.

“Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha”, disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora desse tipo de cultura, como trigo, cevada e aveia.

A estimativa da produção do trigo foi de 9,2 milhões de toneladas para 2023, queda de 8,7% em relação a 2022. A produção do arroz foi de 10,2 milhões de toneladas, 4,0% a menos que no ano passado.

Por outro lado, a soja deve somar 151,8 milhões de toneladas, uma elevação de 27,0% em relação ao produzido em 2022. O milho foi estimado em 131,7 milhões de toneladas, crescimento de 19,5%: o milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, aumento de 10,1%, e o milho 2ª safra, 103,7 milhões de toneladas, alta de 22,4%. O algodão herbáceo deve alcançar 7,6 milhões de toneladas, avanço de 12,5%, e o sorgo foi previsto em 4,2 milhões de toneladas, alta de 47,2%.

Para 2024, o Brasil deve colher 149,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País. Se confirmada, a produção do grão será a segunda maior já obtida, perdendo apenas para o recorde esperado agora em 2023. A primeira estimativa indica que a produção nacional de soja deve cair 1,3% em relação a este ano, embora a safra esperada para o Rio Grande do Sul aponte uma recuperação, com crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas.

A produção nacional de milho somará 124,3 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 5,6% em relação a 2023. A produção do milho 2ª safra cairia 8,2% no ano que vem, devido a um declínio de 7,5% na produtividade ante o obtido neste ano.

O pesquisador do IBGE lembrou ainda que a queda nos preços de produtos agrícolas em 2023 em função da maior oferta (como soja, milho e trigo) pode reduzir também os investimentos dos produtores nas culturas em 2024.

“Isso vai diminuindo as margens do produtor. O produtor vai diminuindo investimentos na cultura”, contou. “Até porque ele estaria menos capitalizado.”

No entanto, Guedes não vê nova onda de elevação de preços de alimentos ao consumidor, uma vez que a projeção para a produção agrícola de 2024 ainda é relevante, a segunda maior já vista na série histórica do IBGE.

“Ainda é uma safra muito boa para esse primeiro prognóstico, então não deve ter pressão de preço ainda”, concluiu.

A instabilidade climática que afeta atualmente o plantio de culturas de verão no País deve impedir uma nova safra recorde de grãos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023, um recuo de 2,8%, segundo o primeiro prognóstico para a safra agrícola de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.

“O excesso de chuvas na região Sul, ao mesmo tempo em que atrapalha a colheita do trigo, atrapalha as lavouras de soja e milho que estão sendo plantadas, atrapalha o plantio”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no IBGE. “O atraso nas chuvas no Centro-Oeste também está atrasando o plantio de soja”, acrescentou.

O atraso no plantio da safra de soja e da primeira safra de milho pode afetar o desempenho das culturas de segunda safra.

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no ano que vem, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023 Foto: João Paulo Santos/ESTADAO

“O atraso do plantio de primeira safra pode influenciar lá na frente a segunda safra, principalmente o milho”, disse Guedes. “Em algumas áreas (no Centro-Oeste), a gente está ouvindo o pessoal comentando que está tendo que fazer replantio de novo da soja, porque não germinou direito.”

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro apontou que o Brasil colherá um recorde de 317 milhões de toneladas de grãos neste ano, 20,6% maior que a produção de 2022, o equivalente a 54,1 milhões de toneladas a mais. O resultado, porém, é 803,2 mil toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma queda de 0,3%.

“O clima está mais instável do que no ano passado”, resumiu Guedes.

O País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano ao atingir o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.

“Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha”, disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora desse tipo de cultura, como trigo, cevada e aveia.

A estimativa da produção do trigo foi de 9,2 milhões de toneladas para 2023, queda de 8,7% em relação a 2022. A produção do arroz foi de 10,2 milhões de toneladas, 4,0% a menos que no ano passado.

Por outro lado, a soja deve somar 151,8 milhões de toneladas, uma elevação de 27,0% em relação ao produzido em 2022. O milho foi estimado em 131,7 milhões de toneladas, crescimento de 19,5%: o milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, aumento de 10,1%, e o milho 2ª safra, 103,7 milhões de toneladas, alta de 22,4%. O algodão herbáceo deve alcançar 7,6 milhões de toneladas, avanço de 12,5%, e o sorgo foi previsto em 4,2 milhões de toneladas, alta de 47,2%.

Para 2024, o Brasil deve colher 149,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País. Se confirmada, a produção do grão será a segunda maior já obtida, perdendo apenas para o recorde esperado agora em 2023. A primeira estimativa indica que a produção nacional de soja deve cair 1,3% em relação a este ano, embora a safra esperada para o Rio Grande do Sul aponte uma recuperação, com crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas.

A produção nacional de milho somará 124,3 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 5,6% em relação a 2023. A produção do milho 2ª safra cairia 8,2% no ano que vem, devido a um declínio de 7,5% na produtividade ante o obtido neste ano.

O pesquisador do IBGE lembrou ainda que a queda nos preços de produtos agrícolas em 2023 em função da maior oferta (como soja, milho e trigo) pode reduzir também os investimentos dos produtores nas culturas em 2024.

“Isso vai diminuindo as margens do produtor. O produtor vai diminuindo investimentos na cultura”, contou. “Até porque ele estaria menos capitalizado.”

No entanto, Guedes não vê nova onda de elevação de preços de alimentos ao consumidor, uma vez que a projeção para a produção agrícola de 2024 ainda é relevante, a segunda maior já vista na série histórica do IBGE.

“Ainda é uma safra muito boa para esse primeiro prognóstico, então não deve ter pressão de preço ainda”, concluiu.

A instabilidade climática que afeta atualmente o plantio de culturas de verão no País deve impedir uma nova safra recorde de grãos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023, um recuo de 2,8%, segundo o primeiro prognóstico para a safra agrícola de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.

“O excesso de chuvas na região Sul, ao mesmo tempo em que atrapalha a colheita do trigo, atrapalha as lavouras de soja e milho que estão sendo plantadas, atrapalha o plantio”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no IBGE. “O atraso nas chuvas no Centro-Oeste também está atrasando o plantio de soja”, acrescentou.

O atraso no plantio da safra de soja e da primeira safra de milho pode afetar o desempenho das culturas de segunda safra.

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no ano que vem, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023 Foto: João Paulo Santos/ESTADAO

“O atraso do plantio de primeira safra pode influenciar lá na frente a segunda safra, principalmente o milho”, disse Guedes. “Em algumas áreas (no Centro-Oeste), a gente está ouvindo o pessoal comentando que está tendo que fazer replantio de novo da soja, porque não germinou direito.”

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro apontou que o Brasil colherá um recorde de 317 milhões de toneladas de grãos neste ano, 20,6% maior que a produção de 2022, o equivalente a 54,1 milhões de toneladas a mais. O resultado, porém, é 803,2 mil toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma queda de 0,3%.

“O clima está mais instável do que no ano passado”, resumiu Guedes.

O País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano ao atingir o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.

“Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha”, disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora desse tipo de cultura, como trigo, cevada e aveia.

A estimativa da produção do trigo foi de 9,2 milhões de toneladas para 2023, queda de 8,7% em relação a 2022. A produção do arroz foi de 10,2 milhões de toneladas, 4,0% a menos que no ano passado.

Por outro lado, a soja deve somar 151,8 milhões de toneladas, uma elevação de 27,0% em relação ao produzido em 2022. O milho foi estimado em 131,7 milhões de toneladas, crescimento de 19,5%: o milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, aumento de 10,1%, e o milho 2ª safra, 103,7 milhões de toneladas, alta de 22,4%. O algodão herbáceo deve alcançar 7,6 milhões de toneladas, avanço de 12,5%, e o sorgo foi previsto em 4,2 milhões de toneladas, alta de 47,2%.

Para 2024, o Brasil deve colher 149,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País. Se confirmada, a produção do grão será a segunda maior já obtida, perdendo apenas para o recorde esperado agora em 2023. A primeira estimativa indica que a produção nacional de soja deve cair 1,3% em relação a este ano, embora a safra esperada para o Rio Grande do Sul aponte uma recuperação, com crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas.

A produção nacional de milho somará 124,3 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 5,6% em relação a 2023. A produção do milho 2ª safra cairia 8,2% no ano que vem, devido a um declínio de 7,5% na produtividade ante o obtido neste ano.

O pesquisador do IBGE lembrou ainda que a queda nos preços de produtos agrícolas em 2023 em função da maior oferta (como soja, milho e trigo) pode reduzir também os investimentos dos produtores nas culturas em 2024.

“Isso vai diminuindo as margens do produtor. O produtor vai diminuindo investimentos na cultura”, contou. “Até porque ele estaria menos capitalizado.”

No entanto, Guedes não vê nova onda de elevação de preços de alimentos ao consumidor, uma vez que a projeção para a produção agrícola de 2024 ainda é relevante, a segunda maior já vista na série histórica do IBGE.

“Ainda é uma safra muito boa para esse primeiro prognóstico, então não deve ter pressão de preço ainda”, concluiu.

A instabilidade climática que afeta atualmente o plantio de culturas de verão no País deve impedir uma nova safra recorde de grãos em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no próximo ano, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023, um recuo de 2,8%, segundo o primeiro prognóstico para a safra agrícola de 2024, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo IBGE.

“O excesso de chuvas na região Sul, ao mesmo tempo em que atrapalha a colheita do trigo, atrapalha as lavouras de soja e milho que estão sendo plantadas, atrapalha o plantio”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola no IBGE. “O atraso nas chuvas no Centro-Oeste também está atrasando o plantio de soja”, acrescentou.

O atraso no plantio da safra de soja e da primeira safra de milho pode afetar o desempenho das culturas de segunda safra.

A produção agrícola nacional deve totalizar 308,5 milhões de toneladas no ano que vem, 8,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho esperado para 2023 Foto: João Paulo Santos/ESTADAO

“O atraso do plantio de primeira safra pode influenciar lá na frente a segunda safra, principalmente o milho”, disse Guedes. “Em algumas áreas (no Centro-Oeste), a gente está ouvindo o pessoal comentando que está tendo que fazer replantio de novo da soja, porque não germinou direito.”

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro apontou que o Brasil colherá um recorde de 317 milhões de toneladas de grãos neste ano, 20,6% maior que a produção de 2022, o equivalente a 54,1 milhões de toneladas a mais. O resultado, porém, é 803,2 mil toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de setembro, uma queda de 0,3%.

“O clima está mais instável do que no ano passado”, resumiu Guedes.

O País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano ao atingir o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.

“Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha”, disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora desse tipo de cultura, como trigo, cevada e aveia.

A estimativa da produção do trigo foi de 9,2 milhões de toneladas para 2023, queda de 8,7% em relação a 2022. A produção do arroz foi de 10,2 milhões de toneladas, 4,0% a menos que no ano passado.

Por outro lado, a soja deve somar 151,8 milhões de toneladas, uma elevação de 27,0% em relação ao produzido em 2022. O milho foi estimado em 131,7 milhões de toneladas, crescimento de 19,5%: o milho 1ª safra deve somar 28,0 milhões de toneladas, aumento de 10,1%, e o milho 2ª safra, 103,7 milhões de toneladas, alta de 22,4%. O algodão herbáceo deve alcançar 7,6 milhões de toneladas, avanço de 12,5%, e o sorgo foi previsto em 4,2 milhões de toneladas, alta de 47,2%.

Para 2024, o Brasil deve colher 149,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País. Se confirmada, a produção do grão será a segunda maior já obtida, perdendo apenas para o recorde esperado agora em 2023. A primeira estimativa indica que a produção nacional de soja deve cair 1,3% em relação a este ano, embora a safra esperada para o Rio Grande do Sul aponte uma recuperação, com crescimento de 65,0%, para 20,9 milhões de toneladas.

A produção nacional de milho somará 124,3 milhões de toneladas em 2024, uma redução de 5,6% em relação a 2023. A produção do milho 2ª safra cairia 8,2% no ano que vem, devido a um declínio de 7,5% na produtividade ante o obtido neste ano.

O pesquisador do IBGE lembrou ainda que a queda nos preços de produtos agrícolas em 2023 em função da maior oferta (como soja, milho e trigo) pode reduzir também os investimentos dos produtores nas culturas em 2024.

“Isso vai diminuindo as margens do produtor. O produtor vai diminuindo investimentos na cultura”, contou. “Até porque ele estaria menos capitalizado.”

No entanto, Guedes não vê nova onda de elevação de preços de alimentos ao consumidor, uma vez que a projeção para a produção agrícola de 2024 ainda é relevante, a segunda maior já vista na série histórica do IBGE.

“Ainda é uma safra muito boa para esse primeiro prognóstico, então não deve ter pressão de preço ainda”, concluiu.

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