Bastidores do mundo dos negócios

Acordo sobre depósitos tira BV de nova lista de acionistas da Americanas


Empresa reconhecerá compensações de dívidas feitas por bancos que não forem à Justiça

Por Matheus Piovesana
Compensações de empréstimos foram fonte das primeiras disputas judiciais entre a empresa e os bancos, no início de 2023 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A base acionária da Americanas após a capitalização de R$ 24 bilhões que a empresa deve receber não terá todos os bancos credores. Ao menos um deles, o BV (ex-Votorantim), não precisará converter dívidas em ações, porque terá reconhecida pela rede uma compensação de créditos que realizou em janeiro do ano passado, entre a divulgação do rombo contábil que levou a empresa à recuperação e a tutela de emergência, anterior ao processo, que evitou execuções de dívida. Outros bancos, BTG Pactual e Bradesco entre eles, terão o montante de créditos reduzido pelo mesmo motivo.

O BTG fez compensações de R$ 1,2 bilhão, e o BV, do valor total que tinha a receber da rede, à época estimado em R$ 206 milhões. De acordo com fontes, o banco controlado pelo Banco do Brasil e a Votorantim é o único, entre os credores, que compensou todo o crédito. Na prática, isto significa que a Americanas não deve mais nada ao BV, e que deve ao BTG R$ 1,2 bilhão a menos do que informou ao mercado na recuperação judicial.

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Compensações levaram à primeira disputa judicial entre bancos e a rede

Essas compensações foram fonte da primeira disputa judicial entre os bancos e a companhia, no início do ano passado. A Americanas informou o rombo ao mercado no dia 11 de janeiro de 2023, e obteve a tutela no dia 13. Entre as duas datas, o BTG, o BV e outros bancos decretaram o vencimento antecipado de dívidas da companhia, com base no rombo de R$ 20 bilhões que, após as apurações da rede, subiria para mais de R$ 25 bilhões.

Para quitar os créditos, as instituições recorreram a depósitos que a Americanas tinha em cada uma delas. A empresa foi à Justiça, após obter a tutela, para retomar os recursos, alegando que as execuções antecipadas fizeram o caixa minguar, acelerando a crise que a levaria à recuperação judicial.

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Bancos terão de conceder crédito à companhia

Os termos do plano aprovado em dezembro afirmam que todas as compensações serão reconhecidas no caso de credores que aderirem ao compromisso de não acionar a empresa judicialmente. Além disso, para cada R$ 1 compensado, os bancos terão de fornecer R$ 1 em linhas de crédito para que a Americanas antecipe recebíveis de cartão ou contrate créditos de fiança.

Após uma negociação difícil com a empresa ao longo do ano passado, as instituições obtiveram outras vitórias. Uma delas foi a própria capitalização de R$ 12 bilhões pelo trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Outra foi a restrição à venda das ações que passarão a deter: os bancos poderão vender 50% do total no dia seguinte à capitalização, enquanto o trio terá de manter integralmente as posições pelos três anos seguintes.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 09/01/24, às 17h49

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Compensações de empréstimos foram fonte das primeiras disputas judiciais entre a empresa e os bancos, no início de 2023 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A base acionária da Americanas após a capitalização de R$ 24 bilhões que a empresa deve receber não terá todos os bancos credores. Ao menos um deles, o BV (ex-Votorantim), não precisará converter dívidas em ações, porque terá reconhecida pela rede uma compensação de créditos que realizou em janeiro do ano passado, entre a divulgação do rombo contábil que levou a empresa à recuperação e a tutela de emergência, anterior ao processo, que evitou execuções de dívida. Outros bancos, BTG Pactual e Bradesco entre eles, terão o montante de créditos reduzido pelo mesmo motivo.

O BTG fez compensações de R$ 1,2 bilhão, e o BV, do valor total que tinha a receber da rede, à época estimado em R$ 206 milhões. De acordo com fontes, o banco controlado pelo Banco do Brasil e a Votorantim é o único, entre os credores, que compensou todo o crédito. Na prática, isto significa que a Americanas não deve mais nada ao BV, e que deve ao BTG R$ 1,2 bilhão a menos do que informou ao mercado na recuperação judicial.

Compensações levaram à primeira disputa judicial entre bancos e a rede

Essas compensações foram fonte da primeira disputa judicial entre os bancos e a companhia, no início do ano passado. A Americanas informou o rombo ao mercado no dia 11 de janeiro de 2023, e obteve a tutela no dia 13. Entre as duas datas, o BTG, o BV e outros bancos decretaram o vencimento antecipado de dívidas da companhia, com base no rombo de R$ 20 bilhões que, após as apurações da rede, subiria para mais de R$ 25 bilhões.

Para quitar os créditos, as instituições recorreram a depósitos que a Americanas tinha em cada uma delas. A empresa foi à Justiça, após obter a tutela, para retomar os recursos, alegando que as execuções antecipadas fizeram o caixa minguar, acelerando a crise que a levaria à recuperação judicial.

Bancos terão de conceder crédito à companhia

Os termos do plano aprovado em dezembro afirmam que todas as compensações serão reconhecidas no caso de credores que aderirem ao compromisso de não acionar a empresa judicialmente. Além disso, para cada R$ 1 compensado, os bancos terão de fornecer R$ 1 em linhas de crédito para que a Americanas antecipe recebíveis de cartão ou contrate créditos de fiança.

Após uma negociação difícil com a empresa ao longo do ano passado, as instituições obtiveram outras vitórias. Uma delas foi a própria capitalização de R$ 12 bilhões pelo trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Outra foi a restrição à venda das ações que passarão a deter: os bancos poderão vender 50% do total no dia seguinte à capitalização, enquanto o trio terá de manter integralmente as posições pelos três anos seguintes.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 09/01/24, às 17h49

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A base acionária da Americanas após a capitalização de R$ 24 bilhões que a empresa deve receber não terá todos os bancos credores. Ao menos um deles, o BV (ex-Votorantim), não precisará converter dívidas em ações, porque terá reconhecida pela rede uma compensação de créditos que realizou em janeiro do ano passado, entre a divulgação do rombo contábil que levou a empresa à recuperação e a tutela de emergência, anterior ao processo, que evitou execuções de dívida. Outros bancos, BTG Pactual e Bradesco entre eles, terão o montante de créditos reduzido pelo mesmo motivo.

O BTG fez compensações de R$ 1,2 bilhão, e o BV, do valor total que tinha a receber da rede, à época estimado em R$ 206 milhões. De acordo com fontes, o banco controlado pelo Banco do Brasil e a Votorantim é o único, entre os credores, que compensou todo o crédito. Na prática, isto significa que a Americanas não deve mais nada ao BV, e que deve ao BTG R$ 1,2 bilhão a menos do que informou ao mercado na recuperação judicial.

Compensações levaram à primeira disputa judicial entre bancos e a rede

Essas compensações foram fonte da primeira disputa judicial entre os bancos e a companhia, no início do ano passado. A Americanas informou o rombo ao mercado no dia 11 de janeiro de 2023, e obteve a tutela no dia 13. Entre as duas datas, o BTG, o BV e outros bancos decretaram o vencimento antecipado de dívidas da companhia, com base no rombo de R$ 20 bilhões que, após as apurações da rede, subiria para mais de R$ 25 bilhões.

Para quitar os créditos, as instituições recorreram a depósitos que a Americanas tinha em cada uma delas. A empresa foi à Justiça, após obter a tutela, para retomar os recursos, alegando que as execuções antecipadas fizeram o caixa minguar, acelerando a crise que a levaria à recuperação judicial.

Bancos terão de conceder crédito à companhia

Os termos do plano aprovado em dezembro afirmam que todas as compensações serão reconhecidas no caso de credores que aderirem ao compromisso de não acionar a empresa judicialmente. Além disso, para cada R$ 1 compensado, os bancos terão de fornecer R$ 1 em linhas de crédito para que a Americanas antecipe recebíveis de cartão ou contrate créditos de fiança.

Após uma negociação difícil com a empresa ao longo do ano passado, as instituições obtiveram outras vitórias. Uma delas foi a própria capitalização de R$ 12 bilhões pelo trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Outra foi a restrição à venda das ações que passarão a deter: os bancos poderão vender 50% do total no dia seguinte à capitalização, enquanto o trio terá de manter integralmente as posições pelos três anos seguintes.

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O BTG fez compensações de R$ 1,2 bilhão, e o BV, do valor total que tinha a receber da rede, à época estimado em R$ 206 milhões. De acordo com fontes, o banco controlado pelo Banco do Brasil e a Votorantim é o único, entre os credores, que compensou todo o crédito. Na prática, isto significa que a Americanas não deve mais nada ao BV, e que deve ao BTG R$ 1,2 bilhão a menos do que informou ao mercado na recuperação judicial.

Compensações levaram à primeira disputa judicial entre bancos e a rede

Essas compensações foram fonte da primeira disputa judicial entre os bancos e a companhia, no início do ano passado. A Americanas informou o rombo ao mercado no dia 11 de janeiro de 2023, e obteve a tutela no dia 13. Entre as duas datas, o BTG, o BV e outros bancos decretaram o vencimento antecipado de dívidas da companhia, com base no rombo de R$ 20 bilhões que, após as apurações da rede, subiria para mais de R$ 25 bilhões.

Para quitar os créditos, as instituições recorreram a depósitos que a Americanas tinha em cada uma delas. A empresa foi à Justiça, após obter a tutela, para retomar os recursos, alegando que as execuções antecipadas fizeram o caixa minguar, acelerando a crise que a levaria à recuperação judicial.

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Após uma negociação difícil com a empresa ao longo do ano passado, as instituições obtiveram outras vitórias. Uma delas foi a própria capitalização de R$ 12 bilhões pelo trio de acionistas de referência, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Outra foi a restrição à venda das ações que passarão a deter: os bancos poderão vender 50% do total no dia seguinte à capitalização, enquanto o trio terá de manter integralmente as posições pelos três anos seguintes.

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