Bastidores do mundo dos negócios

Allonda vive corrida contra o tempo para dragagem do Solimões


Rio enfrenta a pior seca em 42 anos; operação precisa começar ainda em novembro

Por Cristiane Barbieri
Atualização:
A baixa do nível das águas do Rio Solimões fez surgir as ruínas do Forte de São Francisco Xavier, em Tabatinga (AM) Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

Os eventos climáticos extremos têm tornado a vida mais difícil, inclusive a de quem trabalha para tentar minimizar o impacto das tragédias. O Grupo Allonda, que deve faturar cerca de R$ 550 milhões este ano com soluções de engenharia ambiental para indústria e infraestrutura, está montando uma operação de guerra para fazer a dragagem do Rio Solimões, que enfrenta a pior seca em 42 anos.

Da modelagem de engenharia à operação logística, que desloca grandes equipamentos e pessoal numa região remota, é uma corrida contra o tempo para colocar a operação rodando ainda em novembro. “Estamos vivendo situações extremas e os quase 800 mil habitantes da região, que se locomovem pelo rio, estão sem suprimento e sem conseguir sair de suas casas ou ir às escolas”, afirma Leo César Melo, presidente do grupo.

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Ao contrário de outros programas emergenciais de dragagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o edital do projeto, que é mais estruturante, com duração de cinco anos. A Allonda venceu dois dos quatro lotes, sendo um no valor de R$ 90 milhões e outro de R$ 105 milhões, para todo o período.

Além da emergência atual, o fato de o rio ter temporadas de vazantes e inundações faz com que a operação tenha mais desafios. Na época das fortes cheias, por exemplo, as máquinas precisam ser recolhidas para evitar acidentes. “É uma obra bem complexa porque é feita toda em água”, diz Daniel Barreto, diretor de operações da Allonda. “As manutenções são feitas em balsas.”

Equipamentos têm sensores para afastar animais

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No momento, as equipes estão dedicadas a modelagens da engenharia do projeto que, entre outros itens, considera o fluxo hidrodinâmico do rio para evitar o acúmulo de sedimentos ao longo do tempo. Além de afundar a calha o mais próximo possível ao curso natural do rio, os equipamentos também têm sensores que tentam afastar animais presentes próximos à dragagem.

Com a base montada na região, o grupo acredita que terá uma frente de novos negócios de longo prazo, já que a busca de soluções para as crises climáticas está apenas começando.

Com cerca de 500 clientes, principalmente no setor industrial, o grupo Allonda atuou na remediação dos acidentes da Vale e da Samarco. Também tem operações no exterior. Na Argentina, por exemplo, fez a dragagem do Rio Salado, na província de Buenos Aires, do qual retirou quase 11 milhões de m³ de areia em cinco anos.

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Com largura original de 20 metros, o rio passou a ter de 150 a 200 metros entre as margens. Foram montados diques para os resíduos, que impediam que escoassem e prejudicassem os pastos da região. “Isso evitou que houvesse inundações na região”, afirma Melo. Para ele, o Brasil tem uma cultura de ser mais reativo a tragédias, mas pode se posicionar com prevenção de maneira mais efetiva.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/11/2024, às 16:30.

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A baixa do nível das águas do Rio Solimões fez surgir as ruínas do Forte de São Francisco Xavier, em Tabatinga (AM) Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

Os eventos climáticos extremos têm tornado a vida mais difícil, inclusive a de quem trabalha para tentar minimizar o impacto das tragédias. O Grupo Allonda, que deve faturar cerca de R$ 550 milhões este ano com soluções de engenharia ambiental para indústria e infraestrutura, está montando uma operação de guerra para fazer a dragagem do Rio Solimões, que enfrenta a pior seca em 42 anos.

Da modelagem de engenharia à operação logística, que desloca grandes equipamentos e pessoal numa região remota, é uma corrida contra o tempo para colocar a operação rodando ainda em novembro. “Estamos vivendo situações extremas e os quase 800 mil habitantes da região, que se locomovem pelo rio, estão sem suprimento e sem conseguir sair de suas casas ou ir às escolas”, afirma Leo César Melo, presidente do grupo.

Ao contrário de outros programas emergenciais de dragagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o edital do projeto, que é mais estruturante, com duração de cinco anos. A Allonda venceu dois dos quatro lotes, sendo um no valor de R$ 90 milhões e outro de R$ 105 milhões, para todo o período.

Além da emergência atual, o fato de o rio ter temporadas de vazantes e inundações faz com que a operação tenha mais desafios. Na época das fortes cheias, por exemplo, as máquinas precisam ser recolhidas para evitar acidentes. “É uma obra bem complexa porque é feita toda em água”, diz Daniel Barreto, diretor de operações da Allonda. “As manutenções são feitas em balsas.”

Equipamentos têm sensores para afastar animais

No momento, as equipes estão dedicadas a modelagens da engenharia do projeto que, entre outros itens, considera o fluxo hidrodinâmico do rio para evitar o acúmulo de sedimentos ao longo do tempo. Além de afundar a calha o mais próximo possível ao curso natural do rio, os equipamentos também têm sensores que tentam afastar animais presentes próximos à dragagem.

Com a base montada na região, o grupo acredita que terá uma frente de novos negócios de longo prazo, já que a busca de soluções para as crises climáticas está apenas começando.

Com cerca de 500 clientes, principalmente no setor industrial, o grupo Allonda atuou na remediação dos acidentes da Vale e da Samarco. Também tem operações no exterior. Na Argentina, por exemplo, fez a dragagem do Rio Salado, na província de Buenos Aires, do qual retirou quase 11 milhões de m³ de areia em cinco anos.

Com largura original de 20 metros, o rio passou a ter de 150 a 200 metros entre as margens. Foram montados diques para os resíduos, que impediam que escoassem e prejudicassem os pastos da região. “Isso evitou que houvesse inundações na região”, afirma Melo. Para ele, o Brasil tem uma cultura de ser mais reativo a tragédias, mas pode se posicionar com prevenção de maneira mais efetiva.

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Da modelagem de engenharia à operação logística, que desloca grandes equipamentos e pessoal numa região remota, é uma corrida contra o tempo para colocar a operação rodando ainda em novembro. “Estamos vivendo situações extremas e os quase 800 mil habitantes da região, que se locomovem pelo rio, estão sem suprimento e sem conseguir sair de suas casas ou ir às escolas”, afirma Leo César Melo, presidente do grupo.

Ao contrário de outros programas emergenciais de dragagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou o edital do projeto, que é mais estruturante, com duração de cinco anos. A Allonda venceu dois dos quatro lotes, sendo um no valor de R$ 90 milhões e outro de R$ 105 milhões, para todo o período.

Além da emergência atual, o fato de o rio ter temporadas de vazantes e inundações faz com que a operação tenha mais desafios. Na época das fortes cheias, por exemplo, as máquinas precisam ser recolhidas para evitar acidentes. “É uma obra bem complexa porque é feita toda em água”, diz Daniel Barreto, diretor de operações da Allonda. “As manutenções são feitas em balsas.”

Equipamentos têm sensores para afastar animais

No momento, as equipes estão dedicadas a modelagens da engenharia do projeto que, entre outros itens, considera o fluxo hidrodinâmico do rio para evitar o acúmulo de sedimentos ao longo do tempo. Além de afundar a calha o mais próximo possível ao curso natural do rio, os equipamentos também têm sensores que tentam afastar animais presentes próximos à dragagem.

Com a base montada na região, o grupo acredita que terá uma frente de novos negócios de longo prazo, já que a busca de soluções para as crises climáticas está apenas começando.

Com cerca de 500 clientes, principalmente no setor industrial, o grupo Allonda atuou na remediação dos acidentes da Vale e da Samarco. Também tem operações no exterior. Na Argentina, por exemplo, fez a dragagem do Rio Salado, na província de Buenos Aires, do qual retirou quase 11 milhões de m³ de areia em cinco anos.

Com largura original de 20 metros, o rio passou a ter de 150 a 200 metros entre as margens. Foram montados diques para os resíduos, que impediam que escoassem e prejudicassem os pastos da região. “Isso evitou que houvesse inundações na região”, afirma Melo. Para ele, o Brasil tem uma cultura de ser mais reativo a tragédias, mas pode se posicionar com prevenção de maneira mais efetiva.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/11/2024, às 16:30.

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