Bastidores do mundo dos negócios

Alta de 150% nas ações do Nubank faz da empresa a 5ª mais valiosa do País


Fintech tocou valor do IPO pela primeira vez em dois anos nesta quarta-feira

Por Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior
Atualização:
Entre as empresas brasileiras mais valiosas, o Nubank teve a maior valorização no último ano. Foto: Brendan McDermid/Reuters

Após uma alta de 150% ao longo do último ano, o Nubank só perde para quatro empresas brasileiras listadas em bolsa em termos de valor de mercado. Avaliado em US$ 42 bilhões na Bolsa de Nova York, o equivalente a R$ 206 bilhões, o grupo fica atrás somente de Ambev (R$ 217,7 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 302,4 bilhões), Vale (R$ 327,9 bilhões) e da campeã Petrobras (R$ 500,7 bilhões).

As ações da fintech tiveram de longe o melhor desempenho neste grupo de titãs. A alta mais próxima foi a da Petrobras, que disparou quase 100% nos últimos 12 meses graças à alta do petróleo e à dissipação de algumas das incertezas criadas com a troca de governo.

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Nesta quarta-feira, pela primeira vez em quase dois anos, as ações do Nubank atingiram cotação acima dos US$ 9 a que foram vendidas na entrada na Bolsa, em 2021, na última oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que teve listagem na B3, feita em conjunto com Nova York. A última vez em que o preço voltou ao nível do IPO foi em 19 de fevereiro de 2022.

Dali em diante, a alta dos juros no Brasil e nos Estados Unidos fez com que as ações despencassem, em movimento semelhante ao de outras empresas de tecnologia. Na mínima, fecharam negociadas a US$ 3,31 em 16 de junho daquele mesmo ano.

Recuperação em 2023 veio de expectativas com juros e alta no resultado

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A recuperação ao longo de 2023 teve um fator de expectativa, mas também de realidade. No lado da perspectiva, o fator é a esperada queda da Selic, que na visão dos investidores globais, beneficia o Nubank. Boa parte da base de clientes do banco digital é de classes mais baixas, que sentem mais no bolso o efeito dos juros altos.

O componente de realidade veio do balanço. Questionado ao longo de 2022 pelos resultados ainda negativos ou muito baixos, o Nubank viu o lucro da operação saltar no ano passado, diante do crescimento da base de clientes e da venda de mais produtos a cada um deles. No terceiro trimestre do ano passado, a fintech teve ganho ajustado de US$ 355,6 milhões, contra US$ 63,1 milhões um ano antes.

O banco digital também fez ajustes na estrutura de custos, com redução do quadro de funcionários em algumas áreas e novas regras de remuneração dos depósitos dos clientes, que derrubaram o custo de captação. Ao todo, o banco digital chegou a 90 milhões de clientes, a quinta maior instituição financeira da América Latina.

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Analistas acreditam que a ação pode subir ainda mais, na medida em que os lucros cresçam evoluam. O Morgan Stanley tem preço-alvo de US$ 16 para o papel da fintech, com o valor de mercado podendo chegar a US$ 100 bilhões em 2026. No Itaú BBA, a previsão é de lucro de R$ 11,8 bilhões este ano para o banco digital, mais do que o dobro do esperado para 2023 (R$ 5,1 bilhões), de acordo com um relatório de final de novembro.

Por conta da melhora dos resultados e da forte alta das ações em 2023, o CEO e cofundador, David Vélez, foi eleito pela revista inglesa The Economist como um dos cinco melhores CEOs do mundo em 2023, junto com nomes como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Jensen Huang, CEO da Nvidia, a fabricante de chips que no ano passado passou a valer US$ 1 trilhão. Poucos bancos digitais no mundo estão conseguindo ameaçar os grandes bancos tradicionais, como o Nubank está fazendo na América Latina, destacou a revista.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 10/01/24, às 17h26

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Entre as empresas brasileiras mais valiosas, o Nubank teve a maior valorização no último ano. Foto: Brendan McDermid/Reuters

Após uma alta de 150% ao longo do último ano, o Nubank só perde para quatro empresas brasileiras listadas em bolsa em termos de valor de mercado. Avaliado em US$ 42 bilhões na Bolsa de Nova York, o equivalente a R$ 206 bilhões, o grupo fica atrás somente de Ambev (R$ 217,7 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 302,4 bilhões), Vale (R$ 327,9 bilhões) e da campeã Petrobras (R$ 500,7 bilhões).

As ações da fintech tiveram de longe o melhor desempenho neste grupo de titãs. A alta mais próxima foi a da Petrobras, que disparou quase 100% nos últimos 12 meses graças à alta do petróleo e à dissipação de algumas das incertezas criadas com a troca de governo.

Nesta quarta-feira, pela primeira vez em quase dois anos, as ações do Nubank atingiram cotação acima dos US$ 9 a que foram vendidas na entrada na Bolsa, em 2021, na última oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que teve listagem na B3, feita em conjunto com Nova York. A última vez em que o preço voltou ao nível do IPO foi em 19 de fevereiro de 2022.

Dali em diante, a alta dos juros no Brasil e nos Estados Unidos fez com que as ações despencassem, em movimento semelhante ao de outras empresas de tecnologia. Na mínima, fecharam negociadas a US$ 3,31 em 16 de junho daquele mesmo ano.

Recuperação em 2023 veio de expectativas com juros e alta no resultado

A recuperação ao longo de 2023 teve um fator de expectativa, mas também de realidade. No lado da perspectiva, o fator é a esperada queda da Selic, que na visão dos investidores globais, beneficia o Nubank. Boa parte da base de clientes do banco digital é de classes mais baixas, que sentem mais no bolso o efeito dos juros altos.

O componente de realidade veio do balanço. Questionado ao longo de 2022 pelos resultados ainda negativos ou muito baixos, o Nubank viu o lucro da operação saltar no ano passado, diante do crescimento da base de clientes e da venda de mais produtos a cada um deles. No terceiro trimestre do ano passado, a fintech teve ganho ajustado de US$ 355,6 milhões, contra US$ 63,1 milhões um ano antes.

O banco digital também fez ajustes na estrutura de custos, com redução do quadro de funcionários em algumas áreas e novas regras de remuneração dos depósitos dos clientes, que derrubaram o custo de captação. Ao todo, o banco digital chegou a 90 milhões de clientes, a quinta maior instituição financeira da América Latina.

Analistas acreditam que a ação pode subir ainda mais, na medida em que os lucros cresçam evoluam. O Morgan Stanley tem preço-alvo de US$ 16 para o papel da fintech, com o valor de mercado podendo chegar a US$ 100 bilhões em 2026. No Itaú BBA, a previsão é de lucro de R$ 11,8 bilhões este ano para o banco digital, mais do que o dobro do esperado para 2023 (R$ 5,1 bilhões), de acordo com um relatório de final de novembro.

Por conta da melhora dos resultados e da forte alta das ações em 2023, o CEO e cofundador, David Vélez, foi eleito pela revista inglesa The Economist como um dos cinco melhores CEOs do mundo em 2023, junto com nomes como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Jensen Huang, CEO da Nvidia, a fabricante de chips que no ano passado passou a valer US$ 1 trilhão. Poucos bancos digitais no mundo estão conseguindo ameaçar os grandes bancos tradicionais, como o Nubank está fazendo na América Latina, destacou a revista.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 10/01/24, às 17h26

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Entre as empresas brasileiras mais valiosas, o Nubank teve a maior valorização no último ano. Foto: Brendan McDermid/Reuters

Após uma alta de 150% ao longo do último ano, o Nubank só perde para quatro empresas brasileiras listadas em bolsa em termos de valor de mercado. Avaliado em US$ 42 bilhões na Bolsa de Nova York, o equivalente a R$ 206 bilhões, o grupo fica atrás somente de Ambev (R$ 217,7 bilhões), Itaú Unibanco (R$ 302,4 bilhões), Vale (R$ 327,9 bilhões) e da campeã Petrobras (R$ 500,7 bilhões).

As ações da fintech tiveram de longe o melhor desempenho neste grupo de titãs. A alta mais próxima foi a da Petrobras, que disparou quase 100% nos últimos 12 meses graças à alta do petróleo e à dissipação de algumas das incertezas criadas com a troca de governo.

Nesta quarta-feira, pela primeira vez em quase dois anos, as ações do Nubank atingiram cotação acima dos US$ 9 a que foram vendidas na entrada na Bolsa, em 2021, na última oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) que teve listagem na B3, feita em conjunto com Nova York. A última vez em que o preço voltou ao nível do IPO foi em 19 de fevereiro de 2022.

Dali em diante, a alta dos juros no Brasil e nos Estados Unidos fez com que as ações despencassem, em movimento semelhante ao de outras empresas de tecnologia. Na mínima, fecharam negociadas a US$ 3,31 em 16 de junho daquele mesmo ano.

Recuperação em 2023 veio de expectativas com juros e alta no resultado

A recuperação ao longo de 2023 teve um fator de expectativa, mas também de realidade. No lado da perspectiva, o fator é a esperada queda da Selic, que na visão dos investidores globais, beneficia o Nubank. Boa parte da base de clientes do banco digital é de classes mais baixas, que sentem mais no bolso o efeito dos juros altos.

O componente de realidade veio do balanço. Questionado ao longo de 2022 pelos resultados ainda negativos ou muito baixos, o Nubank viu o lucro da operação saltar no ano passado, diante do crescimento da base de clientes e da venda de mais produtos a cada um deles. No terceiro trimestre do ano passado, a fintech teve ganho ajustado de US$ 355,6 milhões, contra US$ 63,1 milhões um ano antes.

O banco digital também fez ajustes na estrutura de custos, com redução do quadro de funcionários em algumas áreas e novas regras de remuneração dos depósitos dos clientes, que derrubaram o custo de captação. Ao todo, o banco digital chegou a 90 milhões de clientes, a quinta maior instituição financeira da América Latina.

Analistas acreditam que a ação pode subir ainda mais, na medida em que os lucros cresçam evoluam. O Morgan Stanley tem preço-alvo de US$ 16 para o papel da fintech, com o valor de mercado podendo chegar a US$ 100 bilhões em 2026. No Itaú BBA, a previsão é de lucro de R$ 11,8 bilhões este ano para o banco digital, mais do que o dobro do esperado para 2023 (R$ 5,1 bilhões), de acordo com um relatório de final de novembro.

Por conta da melhora dos resultados e da forte alta das ações em 2023, o CEO e cofundador, David Vélez, foi eleito pela revista inglesa The Economist como um dos cinco melhores CEOs do mundo em 2023, junto com nomes como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Jensen Huang, CEO da Nvidia, a fabricante de chips que no ano passado passou a valer US$ 1 trilhão. Poucos bancos digitais no mundo estão conseguindo ameaçar os grandes bancos tradicionais, como o Nubank está fazendo na América Latina, destacou a revista.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 10/01/24, às 17h26

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