Bastidores do mundo dos negócios

Ancar Ivanhoe aposta em ‘espaços de descompressão’ dentro dos shoppings


Após investimento de R$ 11 milhões, Botafogo Praia Shopping ganhou mirante com vista para o Pão de Açúcar onde antes havia aparelhos de ar condicionado

Por Circe Bonatelli
Atualização:

A Ancar Ivanhoe, maior empresa de capital privado do setor de shoppings do País, está investindo na revitalização dos empreendimentos, com adaptações para acompanhar as mudanças de hábitos dos consumidores, e assim aumentar as visitas e as vendas. A aposta do grupo tem sido a criação de “espaços de descompressão” nos shoppings, isto é, áreas ao ar livre que reúnem gastronomia, entretenimento, lazer e bem-estar - uma tendência que tem atraído mais empresas nesse setor.

A ideia é que esses locais funcionem como uma “extensão da casa das pessoas”, segundo o presidente da Ancar, Marcelo Carvalho. “O shopping era um lugar de varejo apenas, depois passou a receber alimentação e lazer. Mais recentemente, veio o bem-estar”, diz.

Neste caso, o ‘bem-estar’ tem um conceito amplo, que abrange desde lojas de estética, spa, tratamentos de saúde e clínicas médicas, chegando até áreas abertas, com vista para a cidade e/ou jardins para realização de eventos, ou simples parada e contemplação. “O pilar do bem-estar ganhou muita relevância. Ele não ocupa muita área, mas é fundamental para a composição do mix de atrações”.

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Do total de 25 shoppings da Ancar Ivanhoe, 14 já ganharam “espaços de descompressão” e há mais três projetos do gênero a serem inaugurados até o ano que vem.

O resultado até aqui nesses shoppings foi um crescimento no fluxo de visitantes 3 pontos porcentuais acima da média e 7 pontos mais em termos de vendas. “O consumidor ganhou mais um motivo para ir ao shopping além das compras. Mesmo que ele não esteja pensando em comprar algo, vai pelo lazer e acaba comprando por impulso”, diz.

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Terraço do Botafogo Praia Shopping, no Rio. A Ancar, administradora do local, transformou área onde ficavam aparelhos de ar condicionado em uma das principais atrações da cidade Foto: Divulgação

O “espaço de descompressão” de maior destaque fica no Botafogo Praia Shopping, onde a companhia investiu R$ 11 milhões para remodelar um espaço no alto do edifício que, até então, guardava aparelhos de ar-condicionado. Após a mudança, recebeu um terraço, uma cervejaria e virou um dos principais mirantes do Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar.

O mesmo aconteceu no Pantanal Shopping, em Cuiabá, com investimento de R$ 8 milhões para criação de um terraço com vista, restaurantes e área para eventos. Outro exemplo é o Shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP), que destinou um trecho de estacionamento para a criação de um quintal com parquinho infantil, um outro para animais de estimação e quatro restaurantes.

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Área ao ar livre para lazer das crianças no shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP) Foto: Divulgação

Mercado ocupado e juros altos impulsionam movimento

Os investimentos também têm como pano de fundo a dificuldade das empresas para construção de novos empreendimento, já que a maioria das cidades e bairros com poder de compra já têm um shopping center. “Há tendência de desaceleração de novos projetos porque a indústria cresceu muito nos últimos anos e atingiu um patamar mais maduro”, diz Carvalho.

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Além disso, os juros altos inibem grandes investimentos. “Ainda tem muitas incertezas sobre o futuro das taxas de juros”. O presidente da Ancar diz não haver pressão para a empresa crescer. “Investimos dentro da cadência que nos faz sentido”, afirma.

A Ancar foi fundada pela família Carvalho e tem como sócia, desde 2006, a gestora canadense de investimentos imobiliários Ivanhoe Cambridge. A relação é muito boa, segundo o empresário.

Setor passa por consolidação

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Há pouco tempo, a Ancar discutiu uma potencial fusão com a BrMalls, que acabou se associando à Aliansce. De lá para cá, ficou uma dúvida no mercado sobre quais seriam as alavancas de crescimento para a companhia a partir daí. Perguntado sobre apetite por outras fusões e aquisições, Carvalho diz que a companhia “está no jogo”. “Somos grandes, relevantes e temos a obrigação fiduciária de olhar oportunidades. Mas sem pressão”.

Há três anos, a Ancar acertou a venda de participações em quatro empreendimentos para o fundo de investimentos imobiliários Vinci Shopping Centers, por R$ 660 milhões. Segundo apurou a Coluna, a venda faz parte da estratégia de reciclagem de ativos e libera capital como retorno aos controladores da empresa e para novos investimentos.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 02/08/2024 16:07:46.

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A Ancar Ivanhoe, maior empresa de capital privado do setor de shoppings do País, está investindo na revitalização dos empreendimentos, com adaptações para acompanhar as mudanças de hábitos dos consumidores, e assim aumentar as visitas e as vendas. A aposta do grupo tem sido a criação de “espaços de descompressão” nos shoppings, isto é, áreas ao ar livre que reúnem gastronomia, entretenimento, lazer e bem-estar - uma tendência que tem atraído mais empresas nesse setor.

A ideia é que esses locais funcionem como uma “extensão da casa das pessoas”, segundo o presidente da Ancar, Marcelo Carvalho. “O shopping era um lugar de varejo apenas, depois passou a receber alimentação e lazer. Mais recentemente, veio o bem-estar”, diz.

Neste caso, o ‘bem-estar’ tem um conceito amplo, que abrange desde lojas de estética, spa, tratamentos de saúde e clínicas médicas, chegando até áreas abertas, com vista para a cidade e/ou jardins para realização de eventos, ou simples parada e contemplação. “O pilar do bem-estar ganhou muita relevância. Ele não ocupa muita área, mas é fundamental para a composição do mix de atrações”.

Do total de 25 shoppings da Ancar Ivanhoe, 14 já ganharam “espaços de descompressão” e há mais três projetos do gênero a serem inaugurados até o ano que vem.

O resultado até aqui nesses shoppings foi um crescimento no fluxo de visitantes 3 pontos porcentuais acima da média e 7 pontos mais em termos de vendas. “O consumidor ganhou mais um motivo para ir ao shopping além das compras. Mesmo que ele não esteja pensando em comprar algo, vai pelo lazer e acaba comprando por impulso”, diz.

Terraço do Botafogo Praia Shopping, no Rio. A Ancar, administradora do local, transformou área onde ficavam aparelhos de ar condicionado em uma das principais atrações da cidade Foto: Divulgação

O “espaço de descompressão” de maior destaque fica no Botafogo Praia Shopping, onde a companhia investiu R$ 11 milhões para remodelar um espaço no alto do edifício que, até então, guardava aparelhos de ar-condicionado. Após a mudança, recebeu um terraço, uma cervejaria e virou um dos principais mirantes do Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar.

O mesmo aconteceu no Pantanal Shopping, em Cuiabá, com investimento de R$ 8 milhões para criação de um terraço com vista, restaurantes e área para eventos. Outro exemplo é o Shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP), que destinou um trecho de estacionamento para a criação de um quintal com parquinho infantil, um outro para animais de estimação e quatro restaurantes.

Área ao ar livre para lazer das crianças no shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP) Foto: Divulgação

Mercado ocupado e juros altos impulsionam movimento

Os investimentos também têm como pano de fundo a dificuldade das empresas para construção de novos empreendimento, já que a maioria das cidades e bairros com poder de compra já têm um shopping center. “Há tendência de desaceleração de novos projetos porque a indústria cresceu muito nos últimos anos e atingiu um patamar mais maduro”, diz Carvalho.

Além disso, os juros altos inibem grandes investimentos. “Ainda tem muitas incertezas sobre o futuro das taxas de juros”. O presidente da Ancar diz não haver pressão para a empresa crescer. “Investimos dentro da cadência que nos faz sentido”, afirma.

A Ancar foi fundada pela família Carvalho e tem como sócia, desde 2006, a gestora canadense de investimentos imobiliários Ivanhoe Cambridge. A relação é muito boa, segundo o empresário.

Setor passa por consolidação

Há pouco tempo, a Ancar discutiu uma potencial fusão com a BrMalls, que acabou se associando à Aliansce. De lá para cá, ficou uma dúvida no mercado sobre quais seriam as alavancas de crescimento para a companhia a partir daí. Perguntado sobre apetite por outras fusões e aquisições, Carvalho diz que a companhia “está no jogo”. “Somos grandes, relevantes e temos a obrigação fiduciária de olhar oportunidades. Mas sem pressão”.

Há três anos, a Ancar acertou a venda de participações em quatro empreendimentos para o fundo de investimentos imobiliários Vinci Shopping Centers, por R$ 660 milhões. Segundo apurou a Coluna, a venda faz parte da estratégia de reciclagem de ativos e libera capital como retorno aos controladores da empresa e para novos investimentos.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 02/08/2024 16:07:46.

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A ideia é que esses locais funcionem como uma “extensão da casa das pessoas”, segundo o presidente da Ancar, Marcelo Carvalho. “O shopping era um lugar de varejo apenas, depois passou a receber alimentação e lazer. Mais recentemente, veio o bem-estar”, diz.

Neste caso, o ‘bem-estar’ tem um conceito amplo, que abrange desde lojas de estética, spa, tratamentos de saúde e clínicas médicas, chegando até áreas abertas, com vista para a cidade e/ou jardins para realização de eventos, ou simples parada e contemplação. “O pilar do bem-estar ganhou muita relevância. Ele não ocupa muita área, mas é fundamental para a composição do mix de atrações”.

Do total de 25 shoppings da Ancar Ivanhoe, 14 já ganharam “espaços de descompressão” e há mais três projetos do gênero a serem inaugurados até o ano que vem.

O resultado até aqui nesses shoppings foi um crescimento no fluxo de visitantes 3 pontos porcentuais acima da média e 7 pontos mais em termos de vendas. “O consumidor ganhou mais um motivo para ir ao shopping além das compras. Mesmo que ele não esteja pensando em comprar algo, vai pelo lazer e acaba comprando por impulso”, diz.

Terraço do Botafogo Praia Shopping, no Rio. A Ancar, administradora do local, transformou área onde ficavam aparelhos de ar condicionado em uma das principais atrações da cidade Foto: Divulgação

O “espaço de descompressão” de maior destaque fica no Botafogo Praia Shopping, onde a companhia investiu R$ 11 milhões para remodelar um espaço no alto do edifício que, até então, guardava aparelhos de ar-condicionado. Após a mudança, recebeu um terraço, uma cervejaria e virou um dos principais mirantes do Rio de Janeiro, com vista para o Pão de Açúcar.

O mesmo aconteceu no Pantanal Shopping, em Cuiabá, com investimento de R$ 8 milhões para criação de um terraço com vista, restaurantes e área para eventos. Outro exemplo é o Shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP), que destinou um trecho de estacionamento para a criação de um quintal com parquinho infantil, um outro para animais de estimação e quatro restaurantes.

Área ao ar livre para lazer das crianças no shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP) Foto: Divulgação

Mercado ocupado e juros altos impulsionam movimento

Os investimentos também têm como pano de fundo a dificuldade das empresas para construção de novos empreendimento, já que a maioria das cidades e bairros com poder de compra já têm um shopping center. “Há tendência de desaceleração de novos projetos porque a indústria cresceu muito nos últimos anos e atingiu um patamar mais maduro”, diz Carvalho.

Além disso, os juros altos inibem grandes investimentos. “Ainda tem muitas incertezas sobre o futuro das taxas de juros”. O presidente da Ancar diz não haver pressão para a empresa crescer. “Investimos dentro da cadência que nos faz sentido”, afirma.

A Ancar foi fundada pela família Carvalho e tem como sócia, desde 2006, a gestora canadense de investimentos imobiliários Ivanhoe Cambridge. A relação é muito boa, segundo o empresário.

Setor passa por consolidação

Há pouco tempo, a Ancar discutiu uma potencial fusão com a BrMalls, que acabou se associando à Aliansce. De lá para cá, ficou uma dúvida no mercado sobre quais seriam as alavancas de crescimento para a companhia a partir daí. Perguntado sobre apetite por outras fusões e aquisições, Carvalho diz que a companhia “está no jogo”. “Somos grandes, relevantes e temos a obrigação fiduciária de olhar oportunidades. Mas sem pressão”.

Há três anos, a Ancar acertou a venda de participações em quatro empreendimentos para o fundo de investimentos imobiliários Vinci Shopping Centers, por R$ 660 milhões. Segundo apurou a Coluna, a venda faz parte da estratégia de reciclagem de ativos e libera capital como retorno aos controladores da empresa e para novos investimentos.

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