Bastidores do mundo dos negócios

Apenas 2% da captação de ‘private equity’ e ‘venture capital’ vem de fundos de pensão


Levantamento da Pebay.info mostra recuo significativo nesta participação desde 2010

Por Bruna Camargo
Investigações da década passada 'assustaram' e 'retraíram' investimentos de fundos de pensão em participações Foto: Divulgação/DPF - 05/09/2016

A captação que fundos de private equity (PE), que investem em empresas, e venture capital (VC), que apostam em negócios iniciantes, conseguem fazer junto aos fundos de pensão vem diminuindo desde 2010. Se há 14 anos era cerca de 45% do total captado por “safra”, atualmente está mais perto de 2%. Os dados são da plataforma Pebay.info, que acompanha e analisa a performance de mais de 1.500 fundos de private equity, de 550 gestores, e foram obtidos com exclusividade pelo Broadcast.

Em relatório, a Pebay.info descreve que os fundos de pensão brasileiros passaram a investir em PE e VC na segunda metade dos anos 1990. No entanto, foi somente após a regulamentação dos fundos de investimento em participação (FIPs), em 2003, e a abertura do mercado de IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês), em 2004, que os fundos de pensão passaram a realizar investimentos de forma consistente nessa classe de ativos, e viram “retornos expressivos” nos anos seguintes. Isso encorajou o aumento de alocações no segmento.

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Porém, em 2015, a Pebay.info aponta que o mercado financeiro brasileiro viveu uma crise econômico-política, com a deflagração de investigações de suspeita de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de FIPs para tal fim. “Tais operações acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão. Alguns, em particular os maiores, removeram a classe de FIPs de suas políticas de investimento. Tais investidores também buscaram vender suas carteiras de FIPs no mercado secundário”, descreve o relatório.

Então, se até 2010 os fundos de pensão representavam em torno de 45% do valor de VC e PE captado por “safra”, o número caiu para menos de 11% do volume captado anualmente. Em 2022, chegou a cerca de 2%, onde está atualmente.

Instituições estão mais seletivas

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Segundo a Pegaby.info, as entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) que seguiram investindo nesse segmento tornaram-se mais seletivas na escolha de fundos, ou passaram a delegar a gestão para fundos de fundos (FoFs) especializados. Já os fundos de pensão maiores, como Previ, Petros e Funcef, que somam juntos R$ 494 bilhões de patrimônio total, cessaram seus investimentos em PE e VC a partir de 2015, diz a plataforma.

As EFPCs têm aproximadamente R$ 17 bilhões alocados em VC e PE. Em 2019, os regimes próprios de previdência social (RPPSs) também começaram a investir no segmento, e hoje investem R$ 3 bilhões nele. Então, os dois tipos de fundos de pensão têm juntos cerca de R$ 20 bilhões em VC e PE.

Com a redução da taxa básica de juros em 2020, os fundos de pensão voltaram a demonstrar interesse e necessidade por esta classe de ativos, de acordo com a Pegaby.info. Porém, a escalada da Selic após a pandemia colocou novamente um freio nos investimentos alternativos, especialmente porque as taxas superavam as metas atuariais dos fundos de pensão, destaca a plataforma.

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O levantamento mostra uma redução da proporção dos investimentos estruturados - que incluem tanto FIPs quanto fundos multimercados - na carteira dos fundos de pensão. No caso das EFPCs, o total em investimentos estruturados avançou de 2% em 2010 para 3,3% em 2014, mas despencou a partir de 2015 e hoje está em 1,3%, em contraste com o aumento da alocação em renda fixa, que representa mais de 80% da carteira.

Metodologia

A Pebay.info entende por fundos de pensão as 115 EFPCs e os 250 RPPSs que já realizaram algum investimento em fundo de private equity ou venture capital, conforme evidenciado por seus balanços e carteiras publicadas. Foram desconsiderados fundos de PE/VC com capital comprometido inferior a R$ 4 milhões e os FoFs de PE/VC.

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Dos 1.500 fundos acompanhados pela Pebay.info, foram identificados 168 fundos, lançados de 2002 a 2021, que receberam recursos de fundos de pensão. Foram considerados apenas fundos lançados até a safra de 2021 para que se pudesse ter ao menos dois exercícios completos para avaliação de desempenho.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 11/11/2024, às 10:59.

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Investigações da década passada 'assustaram' e 'retraíram' investimentos de fundos de pensão em participações Foto: Divulgação/DPF - 05/09/2016

A captação que fundos de private equity (PE), que investem em empresas, e venture capital (VC), que apostam em negócios iniciantes, conseguem fazer junto aos fundos de pensão vem diminuindo desde 2010. Se há 14 anos era cerca de 45% do total captado por “safra”, atualmente está mais perto de 2%. Os dados são da plataforma Pebay.info, que acompanha e analisa a performance de mais de 1.500 fundos de private equity, de 550 gestores, e foram obtidos com exclusividade pelo Broadcast.

Em relatório, a Pebay.info descreve que os fundos de pensão brasileiros passaram a investir em PE e VC na segunda metade dos anos 1990. No entanto, foi somente após a regulamentação dos fundos de investimento em participação (FIPs), em 2003, e a abertura do mercado de IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês), em 2004, que os fundos de pensão passaram a realizar investimentos de forma consistente nessa classe de ativos, e viram “retornos expressivos” nos anos seguintes. Isso encorajou o aumento de alocações no segmento.

Porém, em 2015, a Pebay.info aponta que o mercado financeiro brasileiro viveu uma crise econômico-política, com a deflagração de investigações de suspeita de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de FIPs para tal fim. “Tais operações acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão. Alguns, em particular os maiores, removeram a classe de FIPs de suas políticas de investimento. Tais investidores também buscaram vender suas carteiras de FIPs no mercado secundário”, descreve o relatório.

Então, se até 2010 os fundos de pensão representavam em torno de 45% do valor de VC e PE captado por “safra”, o número caiu para menos de 11% do volume captado anualmente. Em 2022, chegou a cerca de 2%, onde está atualmente.

Instituições estão mais seletivas

Segundo a Pegaby.info, as entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) que seguiram investindo nesse segmento tornaram-se mais seletivas na escolha de fundos, ou passaram a delegar a gestão para fundos de fundos (FoFs) especializados. Já os fundos de pensão maiores, como Previ, Petros e Funcef, que somam juntos R$ 494 bilhões de patrimônio total, cessaram seus investimentos em PE e VC a partir de 2015, diz a plataforma.

As EFPCs têm aproximadamente R$ 17 bilhões alocados em VC e PE. Em 2019, os regimes próprios de previdência social (RPPSs) também começaram a investir no segmento, e hoje investem R$ 3 bilhões nele. Então, os dois tipos de fundos de pensão têm juntos cerca de R$ 20 bilhões em VC e PE.

Com a redução da taxa básica de juros em 2020, os fundos de pensão voltaram a demonstrar interesse e necessidade por esta classe de ativos, de acordo com a Pegaby.info. Porém, a escalada da Selic após a pandemia colocou novamente um freio nos investimentos alternativos, especialmente porque as taxas superavam as metas atuariais dos fundos de pensão, destaca a plataforma.

O levantamento mostra uma redução da proporção dos investimentos estruturados - que incluem tanto FIPs quanto fundos multimercados - na carteira dos fundos de pensão. No caso das EFPCs, o total em investimentos estruturados avançou de 2% em 2010 para 3,3% em 2014, mas despencou a partir de 2015 e hoje está em 1,3%, em contraste com o aumento da alocação em renda fixa, que representa mais de 80% da carteira.

Metodologia

A Pebay.info entende por fundos de pensão as 115 EFPCs e os 250 RPPSs que já realizaram algum investimento em fundo de private equity ou venture capital, conforme evidenciado por seus balanços e carteiras publicadas. Foram desconsiderados fundos de PE/VC com capital comprometido inferior a R$ 4 milhões e os FoFs de PE/VC.

Dos 1.500 fundos acompanhados pela Pebay.info, foram identificados 168 fundos, lançados de 2002 a 2021, que receberam recursos de fundos de pensão. Foram considerados apenas fundos lançados até a safra de 2021 para que se pudesse ter ao menos dois exercícios completos para avaliação de desempenho.

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A captação que fundos de private equity (PE), que investem em empresas, e venture capital (VC), que apostam em negócios iniciantes, conseguem fazer junto aos fundos de pensão vem diminuindo desde 2010. Se há 14 anos era cerca de 45% do total captado por “safra”, atualmente está mais perto de 2%. Os dados são da plataforma Pebay.info, que acompanha e analisa a performance de mais de 1.500 fundos de private equity, de 550 gestores, e foram obtidos com exclusividade pelo Broadcast.

Em relatório, a Pebay.info descreve que os fundos de pensão brasileiros passaram a investir em PE e VC na segunda metade dos anos 1990. No entanto, foi somente após a regulamentação dos fundos de investimento em participação (FIPs), em 2003, e a abertura do mercado de IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês), em 2004, que os fundos de pensão passaram a realizar investimentos de forma consistente nessa classe de ativos, e viram “retornos expressivos” nos anos seguintes. Isso encorajou o aumento de alocações no segmento.

Porém, em 2015, a Pebay.info aponta que o mercado financeiro brasileiro viveu uma crise econômico-política, com a deflagração de investigações de suspeita de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de FIPs para tal fim. “Tais operações acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão. Alguns, em particular os maiores, removeram a classe de FIPs de suas políticas de investimento. Tais investidores também buscaram vender suas carteiras de FIPs no mercado secundário”, descreve o relatório.

Então, se até 2010 os fundos de pensão representavam em torno de 45% do valor de VC e PE captado por “safra”, o número caiu para menos de 11% do volume captado anualmente. Em 2022, chegou a cerca de 2%, onde está atualmente.

Instituições estão mais seletivas

Segundo a Pegaby.info, as entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) que seguiram investindo nesse segmento tornaram-se mais seletivas na escolha de fundos, ou passaram a delegar a gestão para fundos de fundos (FoFs) especializados. Já os fundos de pensão maiores, como Previ, Petros e Funcef, que somam juntos R$ 494 bilhões de patrimônio total, cessaram seus investimentos em PE e VC a partir de 2015, diz a plataforma.

As EFPCs têm aproximadamente R$ 17 bilhões alocados em VC e PE. Em 2019, os regimes próprios de previdência social (RPPSs) também começaram a investir no segmento, e hoje investem R$ 3 bilhões nele. Então, os dois tipos de fundos de pensão têm juntos cerca de R$ 20 bilhões em VC e PE.

Com a redução da taxa básica de juros em 2020, os fundos de pensão voltaram a demonstrar interesse e necessidade por esta classe de ativos, de acordo com a Pegaby.info. Porém, a escalada da Selic após a pandemia colocou novamente um freio nos investimentos alternativos, especialmente porque as taxas superavam as metas atuariais dos fundos de pensão, destaca a plataforma.

O levantamento mostra uma redução da proporção dos investimentos estruturados - que incluem tanto FIPs quanto fundos multimercados - na carteira dos fundos de pensão. No caso das EFPCs, o total em investimentos estruturados avançou de 2% em 2010 para 3,3% em 2014, mas despencou a partir de 2015 e hoje está em 1,3%, em contraste com o aumento da alocação em renda fixa, que representa mais de 80% da carteira.

Metodologia

A Pebay.info entende por fundos de pensão as 115 EFPCs e os 250 RPPSs que já realizaram algum investimento em fundo de private equity ou venture capital, conforme evidenciado por seus balanços e carteiras publicadas. Foram desconsiderados fundos de PE/VC com capital comprometido inferior a R$ 4 milhões e os FoFs de PE/VC.

Dos 1.500 fundos acompanhados pela Pebay.info, foram identificados 168 fundos, lançados de 2002 a 2021, que receberam recursos de fundos de pensão. Foram considerados apenas fundos lançados até a safra de 2021 para que se pudesse ter ao menos dois exercícios completos para avaliação de desempenho.

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A captação que fundos de private equity (PE), que investem em empresas, e venture capital (VC), que apostam em negócios iniciantes, conseguem fazer junto aos fundos de pensão vem diminuindo desde 2010. Se há 14 anos era cerca de 45% do total captado por “safra”, atualmente está mais perto de 2%. Os dados são da plataforma Pebay.info, que acompanha e analisa a performance de mais de 1.500 fundos de private equity, de 550 gestores, e foram obtidos com exclusividade pelo Broadcast.

Em relatório, a Pebay.info descreve que os fundos de pensão brasileiros passaram a investir em PE e VC na segunda metade dos anos 1990. No entanto, foi somente após a regulamentação dos fundos de investimento em participação (FIPs), em 2003, e a abertura do mercado de IPOs (ofertas públicas iniciais, na sigla em inglês), em 2004, que os fundos de pensão passaram a realizar investimentos de forma consistente nessa classe de ativos, e viram “retornos expressivos” nos anos seguintes. Isso encorajou o aumento de alocações no segmento.

Porém, em 2015, a Pebay.info aponta que o mercado financeiro brasileiro viveu uma crise econômico-política, com a deflagração de investigações de suspeita de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de FIPs para tal fim. “Tais operações acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão. Alguns, em particular os maiores, removeram a classe de FIPs de suas políticas de investimento. Tais investidores também buscaram vender suas carteiras de FIPs no mercado secundário”, descreve o relatório.

Então, se até 2010 os fundos de pensão representavam em torno de 45% do valor de VC e PE captado por “safra”, o número caiu para menos de 11% do volume captado anualmente. Em 2022, chegou a cerca de 2%, onde está atualmente.

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Segundo a Pegaby.info, as entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) que seguiram investindo nesse segmento tornaram-se mais seletivas na escolha de fundos, ou passaram a delegar a gestão para fundos de fundos (FoFs) especializados. Já os fundos de pensão maiores, como Previ, Petros e Funcef, que somam juntos R$ 494 bilhões de patrimônio total, cessaram seus investimentos em PE e VC a partir de 2015, diz a plataforma.

As EFPCs têm aproximadamente R$ 17 bilhões alocados em VC e PE. Em 2019, os regimes próprios de previdência social (RPPSs) também começaram a investir no segmento, e hoje investem R$ 3 bilhões nele. Então, os dois tipos de fundos de pensão têm juntos cerca de R$ 20 bilhões em VC e PE.

Com a redução da taxa básica de juros em 2020, os fundos de pensão voltaram a demonstrar interesse e necessidade por esta classe de ativos, de acordo com a Pegaby.info. Porém, a escalada da Selic após a pandemia colocou novamente um freio nos investimentos alternativos, especialmente porque as taxas superavam as metas atuariais dos fundos de pensão, destaca a plataforma.

O levantamento mostra uma redução da proporção dos investimentos estruturados - que incluem tanto FIPs quanto fundos multimercados - na carteira dos fundos de pensão. No caso das EFPCs, o total em investimentos estruturados avançou de 2% em 2010 para 3,3% em 2014, mas despencou a partir de 2015 e hoje está em 1,3%, em contraste com o aumento da alocação em renda fixa, que representa mais de 80% da carteira.

Metodologia

A Pebay.info entende por fundos de pensão as 115 EFPCs e os 250 RPPSs que já realizaram algum investimento em fundo de private equity ou venture capital, conforme evidenciado por seus balanços e carteiras publicadas. Foram desconsiderados fundos de PE/VC com capital comprometido inferior a R$ 4 milhões e os FoFs de PE/VC.

Dos 1.500 fundos acompanhados pela Pebay.info, foram identificados 168 fundos, lançados de 2002 a 2021, que receberam recursos de fundos de pensão. Foram considerados apenas fundos lançados até a safra de 2021 para que se pudesse ter ao menos dois exercícios completos para avaliação de desempenho.

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Porém, em 2015, a Pebay.info aponta que o mercado financeiro brasileiro viveu uma crise econômico-política, com a deflagração de investigações de suspeita de corrupção envolvendo políticos e grandes empresas, bem como o uso de FIPs para tal fim. “Tais operações acabaram por responsabilizar executivos de fundos de pensão e prestadores de serviço de FIPs, o que assustou e retraiu a comunidade dos fundos de pensão. Alguns, em particular os maiores, removeram a classe de FIPs de suas políticas de investimento. Tais investidores também buscaram vender suas carteiras de FIPs no mercado secundário”, descreve o relatório.

Então, se até 2010 os fundos de pensão representavam em torno de 45% do valor de VC e PE captado por “safra”, o número caiu para menos de 11% do volume captado anualmente. Em 2022, chegou a cerca de 2%, onde está atualmente.

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Segundo a Pegaby.info, as entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) que seguiram investindo nesse segmento tornaram-se mais seletivas na escolha de fundos, ou passaram a delegar a gestão para fundos de fundos (FoFs) especializados. Já os fundos de pensão maiores, como Previ, Petros e Funcef, que somam juntos R$ 494 bilhões de patrimônio total, cessaram seus investimentos em PE e VC a partir de 2015, diz a plataforma.

As EFPCs têm aproximadamente R$ 17 bilhões alocados em VC e PE. Em 2019, os regimes próprios de previdência social (RPPSs) também começaram a investir no segmento, e hoje investem R$ 3 bilhões nele. Então, os dois tipos de fundos de pensão têm juntos cerca de R$ 20 bilhões em VC e PE.

Com a redução da taxa básica de juros em 2020, os fundos de pensão voltaram a demonstrar interesse e necessidade por esta classe de ativos, de acordo com a Pegaby.info. Porém, a escalada da Selic após a pandemia colocou novamente um freio nos investimentos alternativos, especialmente porque as taxas superavam as metas atuariais dos fundos de pensão, destaca a plataforma.

O levantamento mostra uma redução da proporção dos investimentos estruturados - que incluem tanto FIPs quanto fundos multimercados - na carteira dos fundos de pensão. No caso das EFPCs, o total em investimentos estruturados avançou de 2% em 2010 para 3,3% em 2014, mas despencou a partir de 2015 e hoje está em 1,3%, em contraste com o aumento da alocação em renda fixa, que representa mais de 80% da carteira.

Metodologia

A Pebay.info entende por fundos de pensão as 115 EFPCs e os 250 RPPSs que já realizaram algum investimento em fundo de private equity ou venture capital, conforme evidenciado por seus balanços e carteiras publicadas. Foram desconsiderados fundos de PE/VC com capital comprometido inferior a R$ 4 milhões e os FoFs de PE/VC.

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