Após ser notificada pela família fundadora da Tok&Stok, a Mobly pediu para entrar na disputa judicial entre os Dubrule e a controladora da varejista, a gestora SPX. Há uma semana, a Mobly anunciou a aquisição da participação da SPX na empresa por meio de troca de ações, que resultaria na criação da maior empresa de móveis e decorações da América Latina, com faturamento de R$ 1,6 bilhão.
Em seu pedido à Justiça, a Mobly pede para ter acesso aos autos tanto para defender seus interesses quanto para contribuir com a decisão a ser tomada em juízo. Também pede para participar do processo como parte interessada e esclarece os termos da venda, que incluem a recuperação extrajudicial da Tok&Stok e o fechamento da renegociação do endividamento bancário, com extensão do prazo de pagamento por dois anos. Segundo a Mobly, esses termos permitirão que a companhia tenha fôlego para conseguir as sinergias anuais de R$ 80 milhões a R$ 135 milhões e reerguer a Tok&Stok.
Os Dubrule, porém, questionaram na Justiça o negócio. Isso porque teriam conseguido a aprovação de um aumento de capital de R$ 220 milhões na empresa, em reunião do conselho de administração, em 31 de julho e registrada em junta comercial. Seria uma aposta de retomada orgânica dos negócios da Tok&Stok, a ser seguida de renegociação das dívidas de R$ 445 milhões junto a bancos. A proposta, portanto, teria sido aprovada antes do negócio anunciado com a Mobly.
Na frente da sede
Segundo fontes, porém, a assembleia teria sido realizada em frente à empresa, sem a presença da direção, do presidente do conselho e sem obedecer aos ritos legais. Portanto, não poderia ser considerada válida. Para a fonte, os movimentos dos Dubrule seriam apenas protelatórios.
No negócio fechado entre Mobly e SPX, os Dubrule e outros acionistas podem fazer parte da nova empresa. A família, porém, acredita que o modelo de negócios da Mobly não se provou e a companhia é queimadora de caixa.
Também diz que a recuperação extrajudicial da Tok&Stok é um “ato simulado”, uma vez que não haveria vencimento de dívidas próximo. Porém, a própria família, que comprou as dívidas da empresa junto ao Itaú, ameaçava executá-las antecipadamente, segundo fontes.
Prerrogativa legítima
Procurada, a SPX diz que os fundos que gere e são controladores da Tok&Stok “têm convicção de que a fusão com a Mobly é a melhor alternativa para garantir a operação e a perenidade da companhia. A venda da participação de 60% na Tok&Stok é uma prerrogativa absolutamente legítima dos controladores, realizada por meio de uma negociação privada entre as partes e tem o apoio da maioria dos credores.”
A Mobly e a Tok&Stok não comentaram.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 16/08/2024, às 13h32.
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