A Archx Capital, o banco de investimento que nasceu com sócios da Yards, projeto capitaneado pelo ex-diretor do Bradesco, Leandro Miranda, deve colocar no mercado em breve suas primeiras ofertas, uma debênture incentivada de R$ 110 milhões e um fundo de recebíveis de R$ 80 milhões. O último, para uma empresa que nunca acessou o mercado de capitais.
Para o começo de 2024, vai vender até 10% de seu capital, em uma tentativa de levantar R$ 50 milhões com um grupo de executivos da Faria Lima, o principal centro financeiro do Brasil.
O objetivo é usar este dinheiro para abrir escritórios nas capitais de todo o Brasil, além de fazer novas contratações de executivos, já em andamento. Parte do dinheiro vai ser usada para dar garantia firme em captações de empresas, conta Miranda. Além da venda da participação, a Archx vai entrar no negócio de gestão de fortunas, com a criação de escritório no mesmo modelo de sociedade - ou “partnership”, na expressão usada na Faria Lima - com assessores de investimento.
Ideia é atuar com empresas de menor porte
O objetivo da Archx, hoje com um time de 80 pessoas, é atuar em um nicho de empresas que os bancos de investimento tradicionais dispensam menores esforços, como empresas de menor porte que nunca acessaram o mercado de capitais. A proposta é dar aconselhamento, inclusive no campo ESG, estruturar operações de captações privadas com emissão de títulos ou de ações, e acessar investidores que buscam estratégias específicas, inclusive de M&A (fusões e aquisições).
A Archx vai inaugurar também uma frente em serviços bancários para estas empresas, mas sem abrir um banco. Nesse processo está próximo de fechar acordo com quatro bancos médios para oferecer crédito para empresas, em linhas como capital de giro. “Falta crédito para empresas brasileiras emergentes”, diz Miranda.
Por outro lado, espera capturar clientes destes bancos, que não têm áreas consolidadas de banco de investimento, para seus serviços. Para chegar a essas empresas, criou uma rede pelo país com mais de 70 ex-bancários, boa parte de pessoas aposentadas do Banco do Brasil.
Companhias vão ter que correr atrás de recursos em 2024
Miranda comenta que 2024 será um ano volátil, em que as empresas terão que ir a mercado tomar recursos, especialmente com os bancos mais cautelosos no crédito. Ele acredita que as aberturas de capital (IPOs, em inglês) voltam, mas não para todas as empresas. “Não vai ter espaço para todo mundo em IPO no ano que vem”, disse ele.
Após sair do Bradesco em janeiro, Miranda começou a criar a Yards com um grupo de sócios, incluindo Gueitiro Matsuo Genso, ex-vice-presidente do Banco do Brasil, Philip Season (ex-Bradesco) e Rogério Queiroz (ex-Bradesco BBI e Itaú BBA). Por uma divergência de caminhos a trilhar – alguns sócios achavam que a Yards deveria ser principalmente uma gestora de recursos –, um grupo resolveu seguir com o projeto da Archx, que é ter mais força no começo na operação de banco de investimento.
Nas últimas semanas, a empresa ganhou novos sócios. Entre eles, Sylvio Ribeiro, vindo do Credit Suisse, que vai encabeçar a área de renda variável, e Bernardo Costa, que fez carreira nas agências de rating Fitch e Moody’s e conta que vai usar essa experiência para avaliar empresas que nunca acessaram o mercado de capitais. Para coordenar ofertas públicas, a Archx entrou com pedido de autorização na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 30/11/23, às 17h51
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