Bastidores do mundo dos negócios

Banco Clássico fica fora da oferta da Eletrobras, mas segue no conselho


Por Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt
Fachada do prédio da Eletrobrás no centro do Rio de Janeiro. Foto: FABIO MOTTA /ESTADÃO

O Banco Clássico, pouco conhecido entre o grande público, tem só um escritório no Rio e apenas um correntista, seu dono José João Abdalla Filho. Por vários anos, ele foi construindo uma posição na Eletrobras, onde passou a ser o maior acionista minoritário. Agora, deve perder esse posto, pois o banco optou por não exercer seu direito de preferência na oferta de ações que privatizou a empresa de energia. Ao preço que saiu a oferta, teria que gastar por volta de R$ 1 bilhão.

"O grupo não exerceu o direito de preferência, reduzindo a sua participação pela diluição ocorrida", afirmou o advogado de Abdalla, Leonardo Antonelli. Com isso, a fatia do Banco Clássico na empresa deve cair de 4,2% para perto de 3%, embora ainda siga como investidor relevante. O banco manterá assento no conselho de administração, tendo como representante o advogado Daniel Ferreira, indicado pelo empresário.

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Fundo de Cingapura e canadense CPP também ficaram de fora

Considerando que o papel despencou após a oferta e ontem recuou 2,6%, Antonelli vê a decisão de Abdalla como acertada. O preço do papel na oferta, fixado em R$ 42, acabou por afastar outros grandes investidores. Um dos mais relevantes que ficaram de fora foi o GIC, o fundo soberano de Cingapura. O fundo deu uma ordem alta, de R$ 4 bilhões, mas com o preço da ação na casa dos R$ 38,50 e não aceitou pagar mais. Também ficou de fora o canadense CPP, investidor tradicional do mercado de energia no Brasil.

"A modelagem da oferta, por meio do qual o TCU (Tribunal de Contas da União) acabou criando um preço mínimo, engessou as negociações e dificultou as análises especialmente porque o processo atrasou e muitos grandes investidores trabalhavam com outra margem de preço", comentou uma fonte. Pelas regras do TCU, o BNDES só poderia vender as ações a uma preço mínimo, não conhecido pelo mercado.

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Banqueiro Juca Abdalla tem perfil ativista

No Banco Clássico, Juca Abdalla, como é chamado no mercado, tem perfil ativista, semelhante ao dos grandes investidores americanos. Gosta de estar por dentro do que acontece nas empresas em que investe. Discreto, é raro ver uma foto dele em buscas pela internet, não aparece em colunas sociais e não dá entrevistas. Graças a sua participação na Petrobras, foi parar no conselho da empresa em abril, onde conseguiu duas vagas dos acionistas minoritários. Agora está sendo reconduzido ao conselho da petroleira em razão da troca de seu comando, ao lado de Marcelo Gasparino, que é do conselho de administração da Vale pelo Banco Clássico.

O dono do Banco Clássico é filho do empresário e político paulista JJ Abdalla, que apostou nos setores têxtil, metalúrgico e imobiliário, além da indústria de cimento. Fontes contam que foi com o dinheiro da herança do pai que o banqueiro, hoje com 77 anos, resolveu abrir o próprio banco. No fim da década de 1980, fundou o Clássico, que usa como principal veículo para os aportes na Eletrobras e na Petrobras.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 13/06/22, às 15h51

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Fachada do prédio da Eletrobrás no centro do Rio de Janeiro. Foto: FABIO MOTTA /ESTADÃO

O Banco Clássico, pouco conhecido entre o grande público, tem só um escritório no Rio e apenas um correntista, seu dono José João Abdalla Filho. Por vários anos, ele foi construindo uma posição na Eletrobras, onde passou a ser o maior acionista minoritário. Agora, deve perder esse posto, pois o banco optou por não exercer seu direito de preferência na oferta de ações que privatizou a empresa de energia. Ao preço que saiu a oferta, teria que gastar por volta de R$ 1 bilhão.

"O grupo não exerceu o direito de preferência, reduzindo a sua participação pela diluição ocorrida", afirmou o advogado de Abdalla, Leonardo Antonelli. Com isso, a fatia do Banco Clássico na empresa deve cair de 4,2% para perto de 3%, embora ainda siga como investidor relevante. O banco manterá assento no conselho de administração, tendo como representante o advogado Daniel Ferreira, indicado pelo empresário.

Fundo de Cingapura e canadense CPP também ficaram de fora

Considerando que o papel despencou após a oferta e ontem recuou 2,6%, Antonelli vê a decisão de Abdalla como acertada. O preço do papel na oferta, fixado em R$ 42, acabou por afastar outros grandes investidores. Um dos mais relevantes que ficaram de fora foi o GIC, o fundo soberano de Cingapura. O fundo deu uma ordem alta, de R$ 4 bilhões, mas com o preço da ação na casa dos R$ 38,50 e não aceitou pagar mais. Também ficou de fora o canadense CPP, investidor tradicional do mercado de energia no Brasil.

"A modelagem da oferta, por meio do qual o TCU (Tribunal de Contas da União) acabou criando um preço mínimo, engessou as negociações e dificultou as análises especialmente porque o processo atrasou e muitos grandes investidores trabalhavam com outra margem de preço", comentou uma fonte. Pelas regras do TCU, o BNDES só poderia vender as ações a uma preço mínimo, não conhecido pelo mercado.

Banqueiro Juca Abdalla tem perfil ativista

No Banco Clássico, Juca Abdalla, como é chamado no mercado, tem perfil ativista, semelhante ao dos grandes investidores americanos. Gosta de estar por dentro do que acontece nas empresas em que investe. Discreto, é raro ver uma foto dele em buscas pela internet, não aparece em colunas sociais e não dá entrevistas. Graças a sua participação na Petrobras, foi parar no conselho da empresa em abril, onde conseguiu duas vagas dos acionistas minoritários. Agora está sendo reconduzido ao conselho da petroleira em razão da troca de seu comando, ao lado de Marcelo Gasparino, que é do conselho de administração da Vale pelo Banco Clássico.

O dono do Banco Clássico é filho do empresário e político paulista JJ Abdalla, que apostou nos setores têxtil, metalúrgico e imobiliário, além da indústria de cimento. Fontes contam que foi com o dinheiro da herança do pai que o banqueiro, hoje com 77 anos, resolveu abrir o próprio banco. No fim da década de 1980, fundou o Clássico, que usa como principal veículo para os aportes na Eletrobras e na Petrobras.

 

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"O grupo não exerceu o direito de preferência, reduzindo a sua participação pela diluição ocorrida", afirmou o advogado de Abdalla, Leonardo Antonelli. Com isso, a fatia do Banco Clássico na empresa deve cair de 4,2% para perto de 3%, embora ainda siga como investidor relevante. O banco manterá assento no conselho de administração, tendo como representante o advogado Daniel Ferreira, indicado pelo empresário.

Fundo de Cingapura e canadense CPP também ficaram de fora

Considerando que o papel despencou após a oferta e ontem recuou 2,6%, Antonelli vê a decisão de Abdalla como acertada. O preço do papel na oferta, fixado em R$ 42, acabou por afastar outros grandes investidores. Um dos mais relevantes que ficaram de fora foi o GIC, o fundo soberano de Cingapura. O fundo deu uma ordem alta, de R$ 4 bilhões, mas com o preço da ação na casa dos R$ 38,50 e não aceitou pagar mais. Também ficou de fora o canadense CPP, investidor tradicional do mercado de energia no Brasil.

"A modelagem da oferta, por meio do qual o TCU (Tribunal de Contas da União) acabou criando um preço mínimo, engessou as negociações e dificultou as análises especialmente porque o processo atrasou e muitos grandes investidores trabalhavam com outra margem de preço", comentou uma fonte. Pelas regras do TCU, o BNDES só poderia vender as ações a uma preço mínimo, não conhecido pelo mercado.

Banqueiro Juca Abdalla tem perfil ativista

No Banco Clássico, Juca Abdalla, como é chamado no mercado, tem perfil ativista, semelhante ao dos grandes investidores americanos. Gosta de estar por dentro do que acontece nas empresas em que investe. Discreto, é raro ver uma foto dele em buscas pela internet, não aparece em colunas sociais e não dá entrevistas. Graças a sua participação na Petrobras, foi parar no conselho da empresa em abril, onde conseguiu duas vagas dos acionistas minoritários. Agora está sendo reconduzido ao conselho da petroleira em razão da troca de seu comando, ao lado de Marcelo Gasparino, que é do conselho de administração da Vale pelo Banco Clássico.

O dono do Banco Clássico é filho do empresário e político paulista JJ Abdalla, que apostou nos setores têxtil, metalúrgico e imobiliário, além da indústria de cimento. Fontes contam que foi com o dinheiro da herança do pai que o banqueiro, hoje com 77 anos, resolveu abrir o próprio banco. No fim da década de 1980, fundou o Clássico, que usa como principal veículo para os aportes na Eletrobras e na Petrobras.

 

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"O grupo não exerceu o direito de preferência, reduzindo a sua participação pela diluição ocorrida", afirmou o advogado de Abdalla, Leonardo Antonelli. Com isso, a fatia do Banco Clássico na empresa deve cair de 4,2% para perto de 3%, embora ainda siga como investidor relevante. O banco manterá assento no conselho de administração, tendo como representante o advogado Daniel Ferreira, indicado pelo empresário.

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Considerando que o papel despencou após a oferta e ontem recuou 2,6%, Antonelli vê a decisão de Abdalla como acertada. O preço do papel na oferta, fixado em R$ 42, acabou por afastar outros grandes investidores. Um dos mais relevantes que ficaram de fora foi o GIC, o fundo soberano de Cingapura. O fundo deu uma ordem alta, de R$ 4 bilhões, mas com o preço da ação na casa dos R$ 38,50 e não aceitou pagar mais. Também ficou de fora o canadense CPP, investidor tradicional do mercado de energia no Brasil.

"A modelagem da oferta, por meio do qual o TCU (Tribunal de Contas da União) acabou criando um preço mínimo, engessou as negociações e dificultou as análises especialmente porque o processo atrasou e muitos grandes investidores trabalhavam com outra margem de preço", comentou uma fonte. Pelas regras do TCU, o BNDES só poderia vender as ações a uma preço mínimo, não conhecido pelo mercado.

Banqueiro Juca Abdalla tem perfil ativista

No Banco Clássico, Juca Abdalla, como é chamado no mercado, tem perfil ativista, semelhante ao dos grandes investidores americanos. Gosta de estar por dentro do que acontece nas empresas em que investe. Discreto, é raro ver uma foto dele em buscas pela internet, não aparece em colunas sociais e não dá entrevistas. Graças a sua participação na Petrobras, foi parar no conselho da empresa em abril, onde conseguiu duas vagas dos acionistas minoritários. Agora está sendo reconduzido ao conselho da petroleira em razão da troca de seu comando, ao lado de Marcelo Gasparino, que é do conselho de administração da Vale pelo Banco Clássico.

O dono do Banco Clássico é filho do empresário e político paulista JJ Abdalla, que apostou nos setores têxtil, metalúrgico e imobiliário, além da indústria de cimento. Fontes contam que foi com o dinheiro da herança do pai que o banqueiro, hoje com 77 anos, resolveu abrir o próprio banco. No fim da década de 1980, fundou o Clássico, que usa como principal veículo para os aportes na Eletrobras e na Petrobras.

 

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