Bastidores do mundo dos negócios

Bancos estrangeiros ampliam investimentos no Brasil para atrair empresas


Canadense Scotiabank segue outras instituições e amplia atuação na área de atacado

Por Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt
Atualização:
O espanhol BBVA está contratando para aumentar a unidade brasileira Foto: Nacho Doce/Reuters

O banco canadense Scotiabank está ampliando sua atuação no Brasil, para crescer nos negócios de atacado, que inclui operações e serviços para grandes empresas. Está criando uma área para coordenar captações de títulos de dívida locais, como debêntures, e também vai ampliar serviços como gestão de caixa e a operação de corretora.

A estratégia ocorre em um momento que bancos estrangeiros estão reforçando negócios no Brasil, sempre de olho no mercado de grandes empresas, como o espanhol BBVA, que está contratando para ampliar a unidade local, e o HSBC, que no final de abril anunciou seu primeiro cartão corporativo no mercado brasileiro.

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O canadense está no Brasil há 13 anos e tem US$ 13 bilhões de ativos no País. Nos últimos anos, investiu no banco de investimento, que tem uma área de fusões e aquisições e outra de operações com ações (ECM, na sigla em inglês). O Scotiabank participou na coordenação, por exemplo, da abertura de capital da Raízen, em agosto de 2021, que levantou R$ 6,9 bilhões, a última que ocorreu no Brasil antes de a janela se fechar.

Instituição quer atuar com parcerias

É dentro do banco de investimento que está sendo criada a área do mercado de dívida (DCM). Para atuar no segmento, dominado por grandes bancos brasileiros, como Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, o Scotiabank quer atuar em conjunto com outras casas para tocar operações e alocar os papéis no mercado para grandes investidores. “É importante para a gente estar no mercado local de dívida, tem espaço para estrangeiros”, disse o CEO do banco, Paulo Bernardo.

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Banco de investimento, derivativos e serviços, como a gestão de caixa de empresas, são as áreas em que o banco enxerga oportunidades de crescimento no País, segundo Bernardo. Ao todo, o Scotiabank tem 175 clientes corporativos no Brasil. O objetivo da instituição é ter cerca de 300 clientes nos próximos três anos. O canadense tem uma corretora no Brasil há dois anos, que está ampliando negócios.

Sem planos para o varejo

Forte no varejo no Canadá e em países da América Latina como o Peru, o Scotiabank não tem planos para esse segmento no Brasil, área difícil para instituições financeiras de fora. Só o Santander se mostrou bem sucedido até agora. BBVA e HSBC, bancos estrangeiros que já operaram no varejo brasileiro e desistiram – os dois venderam os negócios para o Bradesco – resolveram reforçar atuação no atacado, uma área em que o Citi, banco que vendeu seu negócio de varejo para o Itaú, também vem ganhando terreno.

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O BBVA deve fazer um aumento de capital na filial brasileira e, em março, anunciou várias contratações. Tiago Bento será o novo diretor financeiro do BBVA Brasil. O executivo ficou mais de 12 anos no HSBC e também tem passagem pelo Citi. Já o HSBC, com US$ 3 bilhões em ativos no Brasil, tem foco em empresas multinacionais e desde 2019 passou a oferecer uma série de serviços, iniciando com conta corrente, e operações como TED, Pix e agora o cartão corporativo.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 03/05/24, às 15h43

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O espanhol BBVA está contratando para aumentar a unidade brasileira Foto: Nacho Doce/Reuters

O banco canadense Scotiabank está ampliando sua atuação no Brasil, para crescer nos negócios de atacado, que inclui operações e serviços para grandes empresas. Está criando uma área para coordenar captações de títulos de dívida locais, como debêntures, e também vai ampliar serviços como gestão de caixa e a operação de corretora.

A estratégia ocorre em um momento que bancos estrangeiros estão reforçando negócios no Brasil, sempre de olho no mercado de grandes empresas, como o espanhol BBVA, que está contratando para ampliar a unidade local, e o HSBC, que no final de abril anunciou seu primeiro cartão corporativo no mercado brasileiro.

O canadense está no Brasil há 13 anos e tem US$ 13 bilhões de ativos no País. Nos últimos anos, investiu no banco de investimento, que tem uma área de fusões e aquisições e outra de operações com ações (ECM, na sigla em inglês). O Scotiabank participou na coordenação, por exemplo, da abertura de capital da Raízen, em agosto de 2021, que levantou R$ 6,9 bilhões, a última que ocorreu no Brasil antes de a janela se fechar.

Instituição quer atuar com parcerias

É dentro do banco de investimento que está sendo criada a área do mercado de dívida (DCM). Para atuar no segmento, dominado por grandes bancos brasileiros, como Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, o Scotiabank quer atuar em conjunto com outras casas para tocar operações e alocar os papéis no mercado para grandes investidores. “É importante para a gente estar no mercado local de dívida, tem espaço para estrangeiros”, disse o CEO do banco, Paulo Bernardo.

Banco de investimento, derivativos e serviços, como a gestão de caixa de empresas, são as áreas em que o banco enxerga oportunidades de crescimento no País, segundo Bernardo. Ao todo, o Scotiabank tem 175 clientes corporativos no Brasil. O objetivo da instituição é ter cerca de 300 clientes nos próximos três anos. O canadense tem uma corretora no Brasil há dois anos, que está ampliando negócios.

Sem planos para o varejo

Forte no varejo no Canadá e em países da América Latina como o Peru, o Scotiabank não tem planos para esse segmento no Brasil, área difícil para instituições financeiras de fora. Só o Santander se mostrou bem sucedido até agora. BBVA e HSBC, bancos estrangeiros que já operaram no varejo brasileiro e desistiram – os dois venderam os negócios para o Bradesco – resolveram reforçar atuação no atacado, uma área em que o Citi, banco que vendeu seu negócio de varejo para o Itaú, também vem ganhando terreno.

O BBVA deve fazer um aumento de capital na filial brasileira e, em março, anunciou várias contratações. Tiago Bento será o novo diretor financeiro do BBVA Brasil. O executivo ficou mais de 12 anos no HSBC e também tem passagem pelo Citi. Já o HSBC, com US$ 3 bilhões em ativos no Brasil, tem foco em empresas multinacionais e desde 2019 passou a oferecer uma série de serviços, iniciando com conta corrente, e operações como TED, Pix e agora o cartão corporativo.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 03/05/24, às 15h43

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O canadense está no Brasil há 13 anos e tem US$ 13 bilhões de ativos no País. Nos últimos anos, investiu no banco de investimento, que tem uma área de fusões e aquisições e outra de operações com ações (ECM, na sigla em inglês). O Scotiabank participou na coordenação, por exemplo, da abertura de capital da Raízen, em agosto de 2021, que levantou R$ 6,9 bilhões, a última que ocorreu no Brasil antes de a janela se fechar.

Instituição quer atuar com parcerias

É dentro do banco de investimento que está sendo criada a área do mercado de dívida (DCM). Para atuar no segmento, dominado por grandes bancos brasileiros, como Itaú BBA, Bradesco BBI e BTG Pactual, o Scotiabank quer atuar em conjunto com outras casas para tocar operações e alocar os papéis no mercado para grandes investidores. “É importante para a gente estar no mercado local de dívida, tem espaço para estrangeiros”, disse o CEO do banco, Paulo Bernardo.

Banco de investimento, derivativos e serviços, como a gestão de caixa de empresas, são as áreas em que o banco enxerga oportunidades de crescimento no País, segundo Bernardo. Ao todo, o Scotiabank tem 175 clientes corporativos no Brasil. O objetivo da instituição é ter cerca de 300 clientes nos próximos três anos. O canadense tem uma corretora no Brasil há dois anos, que está ampliando negócios.

Sem planos para o varejo

Forte no varejo no Canadá e em países da América Latina como o Peru, o Scotiabank não tem planos para esse segmento no Brasil, área difícil para instituições financeiras de fora. Só o Santander se mostrou bem sucedido até agora. BBVA e HSBC, bancos estrangeiros que já operaram no varejo brasileiro e desistiram – os dois venderam os negócios para o Bradesco – resolveram reforçar atuação no atacado, uma área em que o Citi, banco que vendeu seu negócio de varejo para o Itaú, também vem ganhando terreno.

O BBVA deve fazer um aumento de capital na filial brasileira e, em março, anunciou várias contratações. Tiago Bento será o novo diretor financeiro do BBVA Brasil. O executivo ficou mais de 12 anos no HSBC e também tem passagem pelo Citi. Já o HSBC, com US$ 3 bilhões em ativos no Brasil, tem foco em empresas multinacionais e desde 2019 passou a oferecer uma série de serviços, iniciando com conta corrente, e operações como TED, Pix e agora o cartão corporativo.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 03/05/24, às 15h43

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