O Banco do Brasil avança na estratégia de ter mais presença internacional, ambição traçada pela gestão da presidente Tarciana Medeiros. Neste momento, o conglomerado estuda um conjunto de 14 países distribuídos em regiões como a América Latina, Europa e Ásia, como potenciais alvos para instalar futuras operações.
O mapeamento já está “bastante avançado” e o martelo quanto aos primeiros movimentos deve ser batido nos próximos meses, de acordo com o vice-presidente de Negócios de Atacado do Banco do Brasil, Francisco Lassalvia. “A conjuntura mudou. Então, temos de reavaliar algumas praças, além de reforçar onde já estamos presentes”, disse em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante passagem por Nova York. O banco está levantando em torno de R$ 5 bilhões em uma nova rodada de captações na Big Apple para financiar a agenda de sustentabilidade no Brasil.
De acordo com Lassalvia, o banco nunca teve um resultado tão forte na área internacional. No primeiro semestre, o lucro líquido foi de quase US$ 1,3 bilhão, um salto de mais de 87% ante os US$ 671 milhões registrados em igual intervalo de 2023. Os números não consideram os resultados do argentino Patagônia nem do BB Americas, que concentra a operação do banco nos Estados Unidos, e que também tiveram lucros recordes, conforme Lassalvia.
“O resultado da rede externa é complementar ao do Brasil. E esse resultado pode ser muito maior. Então, essa engrenagem que funcionou da rede externa, com as operações mais integradas, trouxe mais resultado e crescimento de ativos para o banco”, diz o vice-presidente do conglomerado.
Presença hoje vai dos EUA ao Japão
Atualmente, o BB está presente nos EUA, com filiais em Nova York e Miami, e também em países como Japão, China, Inglaterra, Portugal, Alemanha, Ilhas Cayman, Áustria, Paraguai e Argentina. Além disso, conta com o apoio de mais de 500 bancos parceiros em 91 países, atendendo a clientes de diferentes praças. O foco nesses países, afirma Lassalvia, é seguir consolidando e integrando as operações do BB como, por exemplo, o movimento feito nos EUA, com a unificação da estrutura do BB Miami com o BB Américas.
Segundo o executivo, a rede externa do banco é fundamental no suporte aos clientes brasileiros, em especial empresas exportadoras, um público de peso na carteira da instituição, que é líder no segmento. No último ano, o BB levantou R$ 44 bilhões para emprestar para clientes brasileiros no Brasil, elevando o montante de captações em 63%. Por sua vez, o saldo da carteira de comércio exterior do banco cresceu 28,7%, chegando a R$ 65 bilhões ao fim de junho último.
“Alguns países tiveram uma corrente comercial e as suas relações diplomáticas com o Brasil mais azeitadas e possuem um potencial de crescimento e sinergia com as médias e grandes empresas clientes do banco”, diz Lassalvia. “Além do que, isso as induz também a se internacionalizar para esses países”, acrescenta.
O vice-presidente do BB diz, porém, que a expansão internacional não será feita a qualquer custo, a exemplo de erros do passado. “A gente quer sair na vanguarda com operações que sejam eficientes e lucrativas, olhando fortemente para a questão dos custos, no sentido de preservar a eficiência do banco”, garante.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/09/2024, às 11h51.
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