Bastidores do mundo dos negócios

Bitz será absorvido pelo Digio, em guinada na estratégia digital do Bradesco


Banco diz que decisão visa a melhorar oferta de serviços e produtos e aumentar escala

Por Matheus Piovesana
Atualização:
Com encerramento do Bitz, mercado vê "arrumação" na estratégia digital do Bradesco Foto: Nilton Fukuda/Estadao

Cerca de três anos após o lançamento, a carteira digital Bitz será encerrada pelo Bradesco. A mudança foi comunicada aos clientes, que foram informados que os serviços do Bitz deixarão de funcionar no fim de abril, com a absorção da marca pelo Digio. Na visão do mercado, a mudança é uma “arrumação” na estratégia digital do conglomerado.

À reportagem, o Bradesco afirmou que a medida é uma otimização na oferta de contas de pagamento. “O Bitz oferece principalmente conta de pagamentos e o Digio, além de conta de pagamentos, oferece cartões de crédito, crédito pessoal, consignado, entre outros serviços”, disse o banco, em nota. “Entendemos também que conseguimos, dessa forma, melhorar a oferta de serviços e produtos aos clientes e com mais escala que o Bitz em seu conjunto. Por isso resolvemos convidar os clientes do Bitz para o Digio”, prossegue a instituição.

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Os clientes do Bitz poderão transferir saldos para outras contas até o dia 20 do mês que vem. Ao Broadcast, o Bradesco informou que os clientes da carteira digital estão sendo convidados a migrar para o Digio com ofertas específicas, mas que a mudança não será automática.

Em seu site, o Digio afirma que os clientes da “irmã” terão de fazer cadastro e submeter-se a análise. Ao contrário de outros neobancos, o Digio só abre contas para os clientes após aprová-los para um cartão de crédito. À reportagem, o banco digital não se pronunciou sobre a incorporação do Bitz.

“Iremos manter a marca Bitz para distribuição no Bradesco Expresso, por meio de White Label do Digio. Portanto, aqueles clientes que ainda permanecerem com saldos, poderão acessá-los a qualquer tempo por meio do App do próprio Bitz, que estará hospedado no Digio”, disse o Bradesco.

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Concorrência no segmento avançou e Bitz perdeu espaço

O Bitz oferecia uma conta de pagamento, que remunerava o saldo a 100% do CDI, permitia pagamentos e a emissão de cartões físicos e virtuais. A carteira digital foi lançada em 2020, durante a pandemia da covid-19, e concorria com nomes como PicPay e Mercado Pago. Até dezembro do ano passado, 10,7 milhões de contas haviam sido criadas.

O quadro mudou desde então. Em um cenário de aperto monetário mundo afora, fintechs líderes, como Nubank, C6, Inter, Mercado Pago e PicPay ganharam espaço nos downloads de aplicativos do segmento, com 56% do total em janeiro deste ano ante 45% um ano antes, segundo dados da consultoria Sensor Tower compilados pelo Bank of America.

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O número de usuários ativos também tem ido melhor nos grandes nomes do que nos de menor porte. No caso do Bitz, houve queda de 30% em um ano, segundo o mesmo levantamento, para 1,710 milhão.

Ao mesmo tempo, empresas que nasceram como carteiras digitais têm ampliado o leque. O PicPay, por exemplo, tem um shopping virtual (marketplace) de crédito, em que parceiros oferecem empréstimos. O Digio é um deles. “É uma questão estratégica. Veremos mais e mais players que começaram como carteiras ampliando a musculatura” diz o sócio da consultoria de inovação Spiralem, Bruno Diniz.

Banco já sinalizava que marcas poderiam ser unidas

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Diniz afirma que uma das explicações para o fim do Bitz pode ser uma coincidência de públicos. Tanto a carteira digital quanto o Digio eram voltadas à baixa renda, segundo o especialista, enquanto o foco do Next, o outro banco digital do Bradesco, são os jovens, não necessariamente da base da pirâmide.

“Quando o Bradesco colocou o Bitz no ar, não detinha a totalidade do Digio”, ressalta. O banco da Cidade de Deus fechou a compra da fatia do Banco do Brasil no Digio em 2021, e o negócio foi concluído em fevereiro do ano passado.

Entre 2021 e 2022, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que o banco poderia, no futuro, unir as marcas em uma empresa só. No início deste ano, em uma mudança de organograma, o banco colocou as três sob a responsabilidade de um mesmo executivo - Curt Zimmermann, que segue à frente do Next.

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O Digio tem licença de banco múltiplo, assim como o Bradesco, o que significa que pode utilizar depósitos à vista para conceder crédito. O Bitz, por sua vez, tem licença de instituição de pagamento, a mesma detida por Nubank, Mercado Pago e PicPay para algumas de suas operações.

O Next é correspondente bancário do Bradesco. Segundo apurou o Broadcast, a estratégia para o Next continua em análise dentro do conglomerado, e o banco digital continua a existir, em paralelo com o Digio.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 20/03/2023, às 17h25

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Com encerramento do Bitz, mercado vê "arrumação" na estratégia digital do Bradesco Foto: Nilton Fukuda/Estadao

Cerca de três anos após o lançamento, a carteira digital Bitz será encerrada pelo Bradesco. A mudança foi comunicada aos clientes, que foram informados que os serviços do Bitz deixarão de funcionar no fim de abril, com a absorção da marca pelo Digio. Na visão do mercado, a mudança é uma “arrumação” na estratégia digital do conglomerado.

À reportagem, o Bradesco afirmou que a medida é uma otimização na oferta de contas de pagamento. “O Bitz oferece principalmente conta de pagamentos e o Digio, além de conta de pagamentos, oferece cartões de crédito, crédito pessoal, consignado, entre outros serviços”, disse o banco, em nota. “Entendemos também que conseguimos, dessa forma, melhorar a oferta de serviços e produtos aos clientes e com mais escala que o Bitz em seu conjunto. Por isso resolvemos convidar os clientes do Bitz para o Digio”, prossegue a instituição.

Os clientes do Bitz poderão transferir saldos para outras contas até o dia 20 do mês que vem. Ao Broadcast, o Bradesco informou que os clientes da carteira digital estão sendo convidados a migrar para o Digio com ofertas específicas, mas que a mudança não será automática.

Em seu site, o Digio afirma que os clientes da “irmã” terão de fazer cadastro e submeter-se a análise. Ao contrário de outros neobancos, o Digio só abre contas para os clientes após aprová-los para um cartão de crédito. À reportagem, o banco digital não se pronunciou sobre a incorporação do Bitz.

“Iremos manter a marca Bitz para distribuição no Bradesco Expresso, por meio de White Label do Digio. Portanto, aqueles clientes que ainda permanecerem com saldos, poderão acessá-los a qualquer tempo por meio do App do próprio Bitz, que estará hospedado no Digio”, disse o Bradesco.

Concorrência no segmento avançou e Bitz perdeu espaço

O Bitz oferecia uma conta de pagamento, que remunerava o saldo a 100% do CDI, permitia pagamentos e a emissão de cartões físicos e virtuais. A carteira digital foi lançada em 2020, durante a pandemia da covid-19, e concorria com nomes como PicPay e Mercado Pago. Até dezembro do ano passado, 10,7 milhões de contas haviam sido criadas.

O quadro mudou desde então. Em um cenário de aperto monetário mundo afora, fintechs líderes, como Nubank, C6, Inter, Mercado Pago e PicPay ganharam espaço nos downloads de aplicativos do segmento, com 56% do total em janeiro deste ano ante 45% um ano antes, segundo dados da consultoria Sensor Tower compilados pelo Bank of America.

O número de usuários ativos também tem ido melhor nos grandes nomes do que nos de menor porte. No caso do Bitz, houve queda de 30% em um ano, segundo o mesmo levantamento, para 1,710 milhão.

Ao mesmo tempo, empresas que nasceram como carteiras digitais têm ampliado o leque. O PicPay, por exemplo, tem um shopping virtual (marketplace) de crédito, em que parceiros oferecem empréstimos. O Digio é um deles. “É uma questão estratégica. Veremos mais e mais players que começaram como carteiras ampliando a musculatura” diz o sócio da consultoria de inovação Spiralem, Bruno Diniz.

Banco já sinalizava que marcas poderiam ser unidas

Diniz afirma que uma das explicações para o fim do Bitz pode ser uma coincidência de públicos. Tanto a carteira digital quanto o Digio eram voltadas à baixa renda, segundo o especialista, enquanto o foco do Next, o outro banco digital do Bradesco, são os jovens, não necessariamente da base da pirâmide.

“Quando o Bradesco colocou o Bitz no ar, não detinha a totalidade do Digio”, ressalta. O banco da Cidade de Deus fechou a compra da fatia do Banco do Brasil no Digio em 2021, e o negócio foi concluído em fevereiro do ano passado.

Entre 2021 e 2022, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que o banco poderia, no futuro, unir as marcas em uma empresa só. No início deste ano, em uma mudança de organograma, o banco colocou as três sob a responsabilidade de um mesmo executivo - Curt Zimmermann, que segue à frente do Next.

O Digio tem licença de banco múltiplo, assim como o Bradesco, o que significa que pode utilizar depósitos à vista para conceder crédito. O Bitz, por sua vez, tem licença de instituição de pagamento, a mesma detida por Nubank, Mercado Pago e PicPay para algumas de suas operações.

O Next é correspondente bancário do Bradesco. Segundo apurou o Broadcast, a estratégia para o Next continua em análise dentro do conglomerado, e o banco digital continua a existir, em paralelo com o Digio.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 20/03/2023, às 17h25

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Cerca de três anos após o lançamento, a carteira digital Bitz será encerrada pelo Bradesco. A mudança foi comunicada aos clientes, que foram informados que os serviços do Bitz deixarão de funcionar no fim de abril, com a absorção da marca pelo Digio. Na visão do mercado, a mudança é uma “arrumação” na estratégia digital do conglomerado.

À reportagem, o Bradesco afirmou que a medida é uma otimização na oferta de contas de pagamento. “O Bitz oferece principalmente conta de pagamentos e o Digio, além de conta de pagamentos, oferece cartões de crédito, crédito pessoal, consignado, entre outros serviços”, disse o banco, em nota. “Entendemos também que conseguimos, dessa forma, melhorar a oferta de serviços e produtos aos clientes e com mais escala que o Bitz em seu conjunto. Por isso resolvemos convidar os clientes do Bitz para o Digio”, prossegue a instituição.

Os clientes do Bitz poderão transferir saldos para outras contas até o dia 20 do mês que vem. Ao Broadcast, o Bradesco informou que os clientes da carteira digital estão sendo convidados a migrar para o Digio com ofertas específicas, mas que a mudança não será automática.

Em seu site, o Digio afirma que os clientes da “irmã” terão de fazer cadastro e submeter-se a análise. Ao contrário de outros neobancos, o Digio só abre contas para os clientes após aprová-los para um cartão de crédito. À reportagem, o banco digital não se pronunciou sobre a incorporação do Bitz.

“Iremos manter a marca Bitz para distribuição no Bradesco Expresso, por meio de White Label do Digio. Portanto, aqueles clientes que ainda permanecerem com saldos, poderão acessá-los a qualquer tempo por meio do App do próprio Bitz, que estará hospedado no Digio”, disse o Bradesco.

Concorrência no segmento avançou e Bitz perdeu espaço

O Bitz oferecia uma conta de pagamento, que remunerava o saldo a 100% do CDI, permitia pagamentos e a emissão de cartões físicos e virtuais. A carteira digital foi lançada em 2020, durante a pandemia da covid-19, e concorria com nomes como PicPay e Mercado Pago. Até dezembro do ano passado, 10,7 milhões de contas haviam sido criadas.

O quadro mudou desde então. Em um cenário de aperto monetário mundo afora, fintechs líderes, como Nubank, C6, Inter, Mercado Pago e PicPay ganharam espaço nos downloads de aplicativos do segmento, com 56% do total em janeiro deste ano ante 45% um ano antes, segundo dados da consultoria Sensor Tower compilados pelo Bank of America.

O número de usuários ativos também tem ido melhor nos grandes nomes do que nos de menor porte. No caso do Bitz, houve queda de 30% em um ano, segundo o mesmo levantamento, para 1,710 milhão.

Ao mesmo tempo, empresas que nasceram como carteiras digitais têm ampliado o leque. O PicPay, por exemplo, tem um shopping virtual (marketplace) de crédito, em que parceiros oferecem empréstimos. O Digio é um deles. “É uma questão estratégica. Veremos mais e mais players que começaram como carteiras ampliando a musculatura” diz o sócio da consultoria de inovação Spiralem, Bruno Diniz.

Banco já sinalizava que marcas poderiam ser unidas

Diniz afirma que uma das explicações para o fim do Bitz pode ser uma coincidência de públicos. Tanto a carteira digital quanto o Digio eram voltadas à baixa renda, segundo o especialista, enquanto o foco do Next, o outro banco digital do Bradesco, são os jovens, não necessariamente da base da pirâmide.

“Quando o Bradesco colocou o Bitz no ar, não detinha a totalidade do Digio”, ressalta. O banco da Cidade de Deus fechou a compra da fatia do Banco do Brasil no Digio em 2021, e o negócio foi concluído em fevereiro do ano passado.

Entre 2021 e 2022, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que o banco poderia, no futuro, unir as marcas em uma empresa só. No início deste ano, em uma mudança de organograma, o banco colocou as três sob a responsabilidade de um mesmo executivo - Curt Zimmermann, que segue à frente do Next.

O Digio tem licença de banco múltiplo, assim como o Bradesco, o que significa que pode utilizar depósitos à vista para conceder crédito. O Bitz, por sua vez, tem licença de instituição de pagamento, a mesma detida por Nubank, Mercado Pago e PicPay para algumas de suas operações.

O Next é correspondente bancário do Bradesco. Segundo apurou o Broadcast, a estratégia para o Next continua em análise dentro do conglomerado, e o banco digital continua a existir, em paralelo com o Digio.

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