Rio - Hidrogênio verde e carros elétricos foram os principais focos da primeira missão da Invest RS, agência de desenvolvimento criada pelo estado do Rio Grande do Sul, que teve como destino a Ásia. Após 14 dias entre a China e Japão, o presidente da nova agência, Rafael Prikladinicki, avalia que existe um mercado imenso para negócios com o Brasil, e já estuda a abertura de dois escritórios nesses países para trazer investimentos para o Estado.
A agência é parte do esforço do Estado para recuperar a economia depois da tragédia provocada pelas enchentes em abril deste ano. A sua criação faz parte do Plano de Desenvolvimento Econômico lançado pelo governo do Estado em outubro. A viagem à Ásia foi a primeira atividade da Invest RS, criada há menos de um mês.
Como resultado, a agência tem expectativa de atrair uma planta de hidrogênio verde da Mitsubishi Powers ao Estado, além de explorar a vocação local para atrair centros de pesquisa e desenvolvimento de outras energias limpas.
“Foi uma missão muito boa para começar a explorar oportunidades de mercado na Ásia. Tivemos visitas em montadoras de carros elétricos, visitas a plantas e projetos de energia limpa, principalmente o hidrogênio verde. Esses foram os pontos principais de atração de projetos, mas a gente foi com olhar amplo para conhecer um pouco mais Japão e China”, afirmou.
Ideia é abrir escritórios
A ideia é abrir escritórios nos dois países para aumentar o relacionamento e a divulgação das oportunidades que o Rio Grande do Sul tem a oferecer, com ajuda da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
“Ter um escritório local, para que as próprias empresas e os investidores possam acessar para entender as oportunidades é um caminho natural”, disse Prikladinicki, citando exemplo de outras agências estaduais de investimento, como as do Estado de São Paulo e do Piauí, que têm escritórios fora do Brasil.
No Japão, a Invest RS visitou a planta de testes de hidrogênio verde da Mitsubishi Powers, e assinou com uma consultoria japonesa contrato para que represente os interesses do Rio Grande do Sul perante o governo japonês.
Aproximação com Sul Global
“Existe no Japão o interesse de se aproximar de países do que eles chamam de ‘Global South’ (Sul Global), para exploração de produção de plantas de hidrogênio. Ou seja, ir próximo de onde teria um mercado consumidor, o que é bem característico do Rio Grande do Sul. O desafio é o transporte, que é caro, mas deve se resolver com o tempo”, avaliou o executivo.
Segundo Prikladinicki , o Japão tem no radar três países para desenvolver o hidrogênio verde: Brasil, México e Índia. “E eles estão dispostos a investir financeiramente, inclusive pra desenvolver os primeiro estudos de viabilidade e depois projetos de plantas de hidrogênio. Então, isso foi um resultado concreto no Japão”, afirmou.
Já na China, a missão visitou uma fábrica da GWM, uma das principais montadoras de carros elétricos e híbridos. A empresa produz o Haval, carro que vai ser produzido na primeira fábrica da GWM no Brasil, em Iracemápolis, São Paulo. Para o Rio Grande do Sul, Prikladinicki vê oportunidade de instalação de um centro de pesquisa e formação de pessoas na área de atuação da empresa.
“Eles manifestaram o desejo de ampliar a relação que eles têm com o Brasil, ou seja, eles começam com uma fábrica e nós temos no Rio Grande do Sul um potencial muito grande para atração de centros de pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas. Temos reuniões que vão ser agendadas já na próxima semana com representantes tanto na China quanto do Brasil, para avaliar os próximos passos”, explicou.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 28/11/2024, às 16:18.
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