Bastidores do mundo dos negócios

Brainvest cria área de crédito privado e chama ex-Santander para liderar equipe


Empresa é uma das maiores casas de gestão de fortunas e administra R$ 23 bilhões

Por Bruna Camargo e Karla Spotorno
Enquanto há animação da gestora por investimentos alternativos, não há por renda variável Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A Brainvest Wealth Management, uma das maiores casas independentes de gestão de fortunas, com R$ 23 bilhões sob gestão, acaba de estruturar uma área de crédito privado. A decisão atende à demanda crescente dessa classe de investimentos pelos clientes da empresa. Além do Brasil, o grupo tem operações nos Estados Unidos e na Suíça.

A estratégia de crédito privado representa algo entre 40% a 45% dos portfólios dos investidores de perfil moderado mais antigos da casa. A renda fixa responde por mais da metade, cerca de 60%, dos investimentos dos clientes da Wealth. Para ficar à frente dessa nova área, a Brainvest contratou Luis Maluf, ex-Santander Private Banking.

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A ideia é oferecer fundos próprios de crédito privado - um de high grade e outro de debêntures incentivadas - com taxa de administração zero para os grupos econômicos, geralmente famílias com alto patrimônio. Por terem taxa zero, o diretor de investimentos (CIO, na sigla em inglês) no Brasil da Brainvest, Dennis Kac, diz que a gestora não será remunerada pela gestão desses veículos.

Fundos devem dar maior poder de negociação de preços de ativos

Os fundos irão proporcionar, segundo Kac, escalabilidade operacional e maior poder de negociação de preços de ativos, além de manter uma inteligência interna sobre o tema para seleção e análise de emissões e produtos. A originação de crédito também está no radar, mas deve acontecer num segundo momento, de acordo com o diretor e sócio da Brainvest. “Sempre tratamos crédito com muita seriedade, pois é uma classe de ativo que historicamente tem pouco para ganhar, mas quando dá errado, o erro é grande”, afirma Kac.

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O diretor de investimentos afirmou que a gestora considerou importante ter uma estrutura própria e robusta de crédito para atender aos novos clientes - que atualmente vêm em boa parte tanto da fusão, em março, com a KPC Consultoria, quanto da chegada, no ano passado, de executivos do Julius Baer Family Office, incluindo Jan Gunnar Karsten, presidente executivo da Brainvest no Brasil. Kac conta que muitos clientes que chegam a partir dessas duas operações já têm crédito privado em seus portfólios. A área de Luis Maluf será essencial, segundo o CIO, para analisar a composição dessas carteiras e oportunidades de negócios, inclusive no mercado secundário.

No atual cenário macroeconômico global - de juros altos e inflação resistente -, o sócio da Brainvest entende que investir em ativos alternativos é “contraintuitivo” mas interessante, sobretudo para os clientes que fazem questão de ter um “pé na economia real”. Como alternativos, a gestora oferece produtos em cinco segmentos: ativos imobiliários, de infraestrutura, “special situations” ou créditos inadimplidos, venture capital e private equity. Segundo Kac, a estratégia de investimentos alternativos busca descorrelação e expectativas de retornos superiores em relação aos ativos tradicionais.

Com Selic a 13,75%, diretor diz vale a pena olhar para o que está no mercado

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O diretor de investimentos brinca que, quando a taxa básica de juros estava em 2% ao ano, “todo mundo queria colocar dinheiro em investimentos alternativos”. No entanto, ele avalia que as oportunidades estavam mais escassas e os preços dos ativos, inflados, devido à abundância de capital. Agora, com a Selic a 13,75% ao ano, Kac afirma que “contraintuitivamente” vale mais a pena olhar para o que está no mercado, uma vez que o dinheiro de longo prazo secou.

Mas enquanto há animação da gestora por investimentos alternativos, não há por renda variável. A divulgação de dados que indicam desaceleração da inflação e melhora do crescimento do PIB brasileiro, além do novo arcabouço fiscal melhor que o esperado pelo mercado, não se sobrepõem aos sinais de um “governo fiscalmente não muito responsável” e alterações em “marcos que foram importantes no ambiente empresarial”, como o do saneamento, segundo o diretor de investimentos da Brainvest. “Nossa postura é defensiva”, afirma.

Com essa avaliação, Kac diz que “ainda não há conforto para aumentar o risco” na renda variável. Já em títulos públicos e privados atrelados à inflação, a gestora aumentou o peso em alguns papéis, com mais posições em NTN-Bs com vencimento em 2026, assim como em debêntures incentivadas.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 05/06/23, às 19h05.

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Enquanto há animação da gestora por investimentos alternativos, não há por renda variável Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

A Brainvest Wealth Management, uma das maiores casas independentes de gestão de fortunas, com R$ 23 bilhões sob gestão, acaba de estruturar uma área de crédito privado. A decisão atende à demanda crescente dessa classe de investimentos pelos clientes da empresa. Além do Brasil, o grupo tem operações nos Estados Unidos e na Suíça.

A estratégia de crédito privado representa algo entre 40% a 45% dos portfólios dos investidores de perfil moderado mais antigos da casa. A renda fixa responde por mais da metade, cerca de 60%, dos investimentos dos clientes da Wealth. Para ficar à frente dessa nova área, a Brainvest contratou Luis Maluf, ex-Santander Private Banking.

A ideia é oferecer fundos próprios de crédito privado - um de high grade e outro de debêntures incentivadas - com taxa de administração zero para os grupos econômicos, geralmente famílias com alto patrimônio. Por terem taxa zero, o diretor de investimentos (CIO, na sigla em inglês) no Brasil da Brainvest, Dennis Kac, diz que a gestora não será remunerada pela gestão desses veículos.

Fundos devem dar maior poder de negociação de preços de ativos

Os fundos irão proporcionar, segundo Kac, escalabilidade operacional e maior poder de negociação de preços de ativos, além de manter uma inteligência interna sobre o tema para seleção e análise de emissões e produtos. A originação de crédito também está no radar, mas deve acontecer num segundo momento, de acordo com o diretor e sócio da Brainvest. “Sempre tratamos crédito com muita seriedade, pois é uma classe de ativo que historicamente tem pouco para ganhar, mas quando dá errado, o erro é grande”, afirma Kac.

O diretor de investimentos afirmou que a gestora considerou importante ter uma estrutura própria e robusta de crédito para atender aos novos clientes - que atualmente vêm em boa parte tanto da fusão, em março, com a KPC Consultoria, quanto da chegada, no ano passado, de executivos do Julius Baer Family Office, incluindo Jan Gunnar Karsten, presidente executivo da Brainvest no Brasil. Kac conta que muitos clientes que chegam a partir dessas duas operações já têm crédito privado em seus portfólios. A área de Luis Maluf será essencial, segundo o CIO, para analisar a composição dessas carteiras e oportunidades de negócios, inclusive no mercado secundário.

No atual cenário macroeconômico global - de juros altos e inflação resistente -, o sócio da Brainvest entende que investir em ativos alternativos é “contraintuitivo” mas interessante, sobretudo para os clientes que fazem questão de ter um “pé na economia real”. Como alternativos, a gestora oferece produtos em cinco segmentos: ativos imobiliários, de infraestrutura, “special situations” ou créditos inadimplidos, venture capital e private equity. Segundo Kac, a estratégia de investimentos alternativos busca descorrelação e expectativas de retornos superiores em relação aos ativos tradicionais.

Com Selic a 13,75%, diretor diz vale a pena olhar para o que está no mercado

O diretor de investimentos brinca que, quando a taxa básica de juros estava em 2% ao ano, “todo mundo queria colocar dinheiro em investimentos alternativos”. No entanto, ele avalia que as oportunidades estavam mais escassas e os preços dos ativos, inflados, devido à abundância de capital. Agora, com a Selic a 13,75% ao ano, Kac afirma que “contraintuitivamente” vale mais a pena olhar para o que está no mercado, uma vez que o dinheiro de longo prazo secou.

Mas enquanto há animação da gestora por investimentos alternativos, não há por renda variável. A divulgação de dados que indicam desaceleração da inflação e melhora do crescimento do PIB brasileiro, além do novo arcabouço fiscal melhor que o esperado pelo mercado, não se sobrepõem aos sinais de um “governo fiscalmente não muito responsável” e alterações em “marcos que foram importantes no ambiente empresarial”, como o do saneamento, segundo o diretor de investimentos da Brainvest. “Nossa postura é defensiva”, afirma.

Com essa avaliação, Kac diz que “ainda não há conforto para aumentar o risco” na renda variável. Já em títulos públicos e privados atrelados à inflação, a gestora aumentou o peso em alguns papéis, com mais posições em NTN-Bs com vencimento em 2026, assim como em debêntures incentivadas.

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A Brainvest Wealth Management, uma das maiores casas independentes de gestão de fortunas, com R$ 23 bilhões sob gestão, acaba de estruturar uma área de crédito privado. A decisão atende à demanda crescente dessa classe de investimentos pelos clientes da empresa. Além do Brasil, o grupo tem operações nos Estados Unidos e na Suíça.

A estratégia de crédito privado representa algo entre 40% a 45% dos portfólios dos investidores de perfil moderado mais antigos da casa. A renda fixa responde por mais da metade, cerca de 60%, dos investimentos dos clientes da Wealth. Para ficar à frente dessa nova área, a Brainvest contratou Luis Maluf, ex-Santander Private Banking.

A ideia é oferecer fundos próprios de crédito privado - um de high grade e outro de debêntures incentivadas - com taxa de administração zero para os grupos econômicos, geralmente famílias com alto patrimônio. Por terem taxa zero, o diretor de investimentos (CIO, na sigla em inglês) no Brasil da Brainvest, Dennis Kac, diz que a gestora não será remunerada pela gestão desses veículos.

Fundos devem dar maior poder de negociação de preços de ativos

Os fundos irão proporcionar, segundo Kac, escalabilidade operacional e maior poder de negociação de preços de ativos, além de manter uma inteligência interna sobre o tema para seleção e análise de emissões e produtos. A originação de crédito também está no radar, mas deve acontecer num segundo momento, de acordo com o diretor e sócio da Brainvest. “Sempre tratamos crédito com muita seriedade, pois é uma classe de ativo que historicamente tem pouco para ganhar, mas quando dá errado, o erro é grande”, afirma Kac.

O diretor de investimentos afirmou que a gestora considerou importante ter uma estrutura própria e robusta de crédito para atender aos novos clientes - que atualmente vêm em boa parte tanto da fusão, em março, com a KPC Consultoria, quanto da chegada, no ano passado, de executivos do Julius Baer Family Office, incluindo Jan Gunnar Karsten, presidente executivo da Brainvest no Brasil. Kac conta que muitos clientes que chegam a partir dessas duas operações já têm crédito privado em seus portfólios. A área de Luis Maluf será essencial, segundo o CIO, para analisar a composição dessas carteiras e oportunidades de negócios, inclusive no mercado secundário.

No atual cenário macroeconômico global - de juros altos e inflação resistente -, o sócio da Brainvest entende que investir em ativos alternativos é “contraintuitivo” mas interessante, sobretudo para os clientes que fazem questão de ter um “pé na economia real”. Como alternativos, a gestora oferece produtos em cinco segmentos: ativos imobiliários, de infraestrutura, “special situations” ou créditos inadimplidos, venture capital e private equity. Segundo Kac, a estratégia de investimentos alternativos busca descorrelação e expectativas de retornos superiores em relação aos ativos tradicionais.

Com Selic a 13,75%, diretor diz vale a pena olhar para o que está no mercado

O diretor de investimentos brinca que, quando a taxa básica de juros estava em 2% ao ano, “todo mundo queria colocar dinheiro em investimentos alternativos”. No entanto, ele avalia que as oportunidades estavam mais escassas e os preços dos ativos, inflados, devido à abundância de capital. Agora, com a Selic a 13,75% ao ano, Kac afirma que “contraintuitivamente” vale mais a pena olhar para o que está no mercado, uma vez que o dinheiro de longo prazo secou.

Mas enquanto há animação da gestora por investimentos alternativos, não há por renda variável. A divulgação de dados que indicam desaceleração da inflação e melhora do crescimento do PIB brasileiro, além do novo arcabouço fiscal melhor que o esperado pelo mercado, não se sobrepõem aos sinais de um “governo fiscalmente não muito responsável” e alterações em “marcos que foram importantes no ambiente empresarial”, como o do saneamento, segundo o diretor de investimentos da Brainvest. “Nossa postura é defensiva”, afirma.

Com essa avaliação, Kac diz que “ainda não há conforto para aumentar o risco” na renda variável. Já em títulos públicos e privados atrelados à inflação, a gestora aumentou o peso em alguns papéis, com mais posições em NTN-Bs com vencimento em 2026, assim como em debêntures incentivadas.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 05/06/23, às 19h05.

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