Após reorientar a atuação para um banco voltado a empresas, o BS2 (antigo Bonsucesso) chegou ao agronegócio. Na virada do mês, a instituição abriu as contratações de uma linha para financiar revendedoras e distribuidoras de insumos agrícolas. Além disso, abriu uma representação comercial no Centro-Oeste, em Goiânia, e até o começo do ano que vem, deve ter 30 pessoas atuando na região.
O CEO do BS2, Marcos Magalhães, afirma que o agro abre um novo horizonte para que o banco chegue a empresas de menor porte, que estão no cerne da estratégia. “Uma parte dessas empresas se relaciona com empresas menores, em especial no agro”, disse ele ao Broadcast.
“Temos clientes no setor, mas a ideia é intensificar a base com famílias de produtos, e processos específicos.”
A primeira linha oferecida tem prazos entre 180 e 360 dias, que variam a depender do ciclo da safra agrícola envolvida. O banco espera chegar a R$ 150 milhões em desembolsos na nova linha neste ano. Em dezembro do ano passado, data do balanço mais recente, a carteira total do BS2 somava R$ 1,4 bilhão. À frente, o objetivo é avançar em outros elos da cadeia do agronegócio, e oferecer produtos como as linhas de financiamento a exportações e câmbio.
O movimento do BS2 é condizente com a expectativa dos agentes econômicos de que o agronegócio puxará o PIB do País neste ano, e que continuará com dinamismo nos próximos. Entre os bancos, isso eleva a aposta no setor, que deve apresentar volumes de crédito mais elevados e com risco menor, após um 2022 marcado por bons preços de commodities, mas também pela seca.
“Não podemos deixar de reconhecer a força do campo, o agronegócio responde por quase 10% do nosso PIB”, diz o diretor executivo Comercial do BS2, Rodrigo Pentagna Guimarães. “A entrada vem alinhada com a estratégia do banco de expandir seus horizontes de atuação.”
Nos demais segmentos, o BS2 tem focado em empresas de médio porte, com faturamento a partir de R$ 50 milhões anuais, mas também em companhias com vendas abaixo desse patamar. Para avançar, o banco de origem mineira tem apostado em uma plataforma digital, mas com escritórios regionais. A chegada ao Centro-Oeste, neste sentido, complementa a entrada no agronegócio.
Banco pode comprar papéis emitidos por empresas de maior porte
Segundo o executivo responsável pela área de produtos (CPO), Rodrigo Moreira, o BS2 chega ao segmento com alguns produtos novos além dos que já ofertava. Isso inclui as Cédulas de Produto Rural (CPRs), além de Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs), para empresas de maior porte, estruturados através de acordo com a securitizadora Virgo.
Moreira afirma que em alguns casos, o banco pode encarteirar parte das operações, ou seja, comprar os papéis emitidos pelas empresas e incorporá-los ao próprio balanço. “Estamos alinhando uma visão convencional de banco, de usar o próprio capital, com a visão de empresas de tecnologia, de trazer soluções para acessar outros canais”, diz ele.
Enquanto evolui a carteira no agro, o BS2 pretende chegar a novas regiões do País no ano que vem. Dois focos de expansão serão o interior de São Paulo e também a região Nordeste.
O BS2 tem hoje representações na capital paulista, em Belo Horizonte, em Curitiba e em Caxias do Sul (RS). “Nessa jornada de focar o BS2 como um banco para PJ, o lançamento das regionais é a principal diferença. Para nós, digital não é só o canal, mas também uma jornada digitalizada na gestão do produto”, disse o CEO do banco.