Bastidores do mundo dos negócios

CAF financia pesquisa sobre empreendedorismo negro coordenado por PretaHub


Levantamento será feito no Brasil, Colômbia, Panamá, Peru e Argentina

Por Cristiane Barbieri
Adriana Barbosa, da PretaHub: pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países Foto: Taba Benedicto/Estadão - 20/02/2024

O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) está patrocinando uma pesquisa sobre o perfil dos empreendimentos comandados por negros no Brasil, Colômbia, Panamá, Peru e Argentina, coordenada pelo centro de afroempreendedorismo PretaHub e realizada pela Plano CDE. O objetivo é compreender experiências, desafios e necessidades dos empreendedores negros e fornecer dados, historicamente escassos, sobre a participação dessa parcela da população nas economias em cada um desses países.

A partir daí, a expectativa é influenciar políticas públicas, bem como o mercado consumidor e financeiro, segundo Adriana Barbosa, diretora da PretaHub.

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Na primeira fase, estão sendo coletados dados de empreendedores negros de vários segmentos e com empresas em diferentes níveis de maturidade. A expectativa é fazer 2 mil entrevistas, com o primeiro relatório sendo publicado no início de outubro. O CAF está investindo US$ 150 mil no trabalho.

Versão anterior

Ampliada para cinco países da América Latina, a pesquisa replica uma edição anterior, feita exclusivamente no Brasil, em 2019, a pedido do JPMorgan. A partir dela, foi criado o primeiro mapa sistêmico do empreendedorismo negro no País, que ia além de informações meramente financeiras.

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De acordo com Adriana, a partir da pesquisa de 2019 foram lançadas várias iniciativas de estímulo a esse mercado. Como, por exemplo, o projeto de lei do Senado que incentiva o empreendedorismo negro, bem como o lançamento do Black Founder Fund, fundo de investimento do Google para startups fundadas e lideradas por pessoas negras.

“O CAF entendeu o resultado e pediu que replicássemos o modelo nos países com maior população negra da América Latina”, diz ela. “Outros países da região ainda estão muito distantes do fortalecimento identitário que existe no Brasil e permite gerar um mercado forte.”

Mudanças de mentalidade

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Adriana cita como exemplo das mudanças de mentalidade em torno desse público no País os xampus para “cabelos rebeldes” ou para “domar cachos” que existiam há pouco mais de 20 anos, quando o PretaHub criou a Feira Preta, um dos primeiros movimentos de afroempreendedorismo

“Hoje em dia, não só não existe mais essa linguagem na comunicação, como há muitos produtos específicos para pessoas pretas, criados por empreendedores negros, numa clara evidência do poder desse mercado consumidor e produtor”, diz ela.

Para Adriana, a pesquisa latino-americana mostrará um Brasil diferente do da primeira pesquisa, no sentido de amadurecimento dos empreendedores. Hoje há fintechs, hubs criativos e organizações dinamizadoras dando apoio a esse tipo de empreendedorismo.

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Problemas para crescer

“O que não mudou é o teto de vidro, que impede os empreendedores de crescer de verdade”, diz ela. “Precisamos ir além do nanocrédito, mas o mercado financeiro não percebeu o tamanho nem a oportunidade de fazer empréstimos para que pessoas pretas tenham acesso aos meios de produção industrial.”

Entre outros dados, a primeira pesquisa mostrou que clientes e fornecedores de empreendedores negros não confiam no negócio e que muitos deles têm medo de sofrer discriminação no atendimento bancário, ao solicitarem acesso ao crédito. Além disso, a primeira pesquisa constatou que a falta de confiança dos empreendedores gera um problema de autoestima perverso, já que muitos sabem que têm um bom produto/serviço, mas não se sentem preparados para crescer com seus negócios.

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“Apesar de o Brasil ser mais progressista que os países latino-americanos, o racismo estrutural é muito grande”, diz ela. “A pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países.”

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 23/08/2024, às 09h52.

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Adriana Barbosa, da PretaHub: pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países Foto: Taba Benedicto/Estadão - 20/02/2024

O Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) está patrocinando uma pesquisa sobre o perfil dos empreendimentos comandados por negros no Brasil, Colômbia, Panamá, Peru e Argentina, coordenada pelo centro de afroempreendedorismo PretaHub e realizada pela Plano CDE. O objetivo é compreender experiências, desafios e necessidades dos empreendedores negros e fornecer dados, historicamente escassos, sobre a participação dessa parcela da população nas economias em cada um desses países.

A partir daí, a expectativa é influenciar políticas públicas, bem como o mercado consumidor e financeiro, segundo Adriana Barbosa, diretora da PretaHub.

Na primeira fase, estão sendo coletados dados de empreendedores negros de vários segmentos e com empresas em diferentes níveis de maturidade. A expectativa é fazer 2 mil entrevistas, com o primeiro relatório sendo publicado no início de outubro. O CAF está investindo US$ 150 mil no trabalho.

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Ampliada para cinco países da América Latina, a pesquisa replica uma edição anterior, feita exclusivamente no Brasil, em 2019, a pedido do JPMorgan. A partir dela, foi criado o primeiro mapa sistêmico do empreendedorismo negro no País, que ia além de informações meramente financeiras.

De acordo com Adriana, a partir da pesquisa de 2019 foram lançadas várias iniciativas de estímulo a esse mercado. Como, por exemplo, o projeto de lei do Senado que incentiva o empreendedorismo negro, bem como o lançamento do Black Founder Fund, fundo de investimento do Google para startups fundadas e lideradas por pessoas negras.

“O CAF entendeu o resultado e pediu que replicássemos o modelo nos países com maior população negra da América Latina”, diz ela. “Outros países da região ainda estão muito distantes do fortalecimento identitário que existe no Brasil e permite gerar um mercado forte.”

Mudanças de mentalidade

Adriana cita como exemplo das mudanças de mentalidade em torno desse público no País os xampus para “cabelos rebeldes” ou para “domar cachos” que existiam há pouco mais de 20 anos, quando o PretaHub criou a Feira Preta, um dos primeiros movimentos de afroempreendedorismo

“Hoje em dia, não só não existe mais essa linguagem na comunicação, como há muitos produtos específicos para pessoas pretas, criados por empreendedores negros, numa clara evidência do poder desse mercado consumidor e produtor”, diz ela.

Para Adriana, a pesquisa latino-americana mostrará um Brasil diferente do da primeira pesquisa, no sentido de amadurecimento dos empreendedores. Hoje há fintechs, hubs criativos e organizações dinamizadoras dando apoio a esse tipo de empreendedorismo.

Problemas para crescer

“O que não mudou é o teto de vidro, que impede os empreendedores de crescer de verdade”, diz ela. “Precisamos ir além do nanocrédito, mas o mercado financeiro não percebeu o tamanho nem a oportunidade de fazer empréstimos para que pessoas pretas tenham acesso aos meios de produção industrial.”

Entre outros dados, a primeira pesquisa mostrou que clientes e fornecedores de empreendedores negros não confiam no negócio e que muitos deles têm medo de sofrer discriminação no atendimento bancário, ao solicitarem acesso ao crédito. Além disso, a primeira pesquisa constatou que a falta de confiança dos empreendedores gera um problema de autoestima perverso, já que muitos sabem que têm um bom produto/serviço, mas não se sentem preparados para crescer com seus negócios.

“Apesar de o Brasil ser mais progressista que os países latino-americanos, o racismo estrutural é muito grande”, diz ela. “A pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países.”

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A partir daí, a expectativa é influenciar políticas públicas, bem como o mercado consumidor e financeiro, segundo Adriana Barbosa, diretora da PretaHub.

Na primeira fase, estão sendo coletados dados de empreendedores negros de vários segmentos e com empresas em diferentes níveis de maturidade. A expectativa é fazer 2 mil entrevistas, com o primeiro relatório sendo publicado no início de outubro. O CAF está investindo US$ 150 mil no trabalho.

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Ampliada para cinco países da América Latina, a pesquisa replica uma edição anterior, feita exclusivamente no Brasil, em 2019, a pedido do JPMorgan. A partir dela, foi criado o primeiro mapa sistêmico do empreendedorismo negro no País, que ia além de informações meramente financeiras.

De acordo com Adriana, a partir da pesquisa de 2019 foram lançadas várias iniciativas de estímulo a esse mercado. Como, por exemplo, o projeto de lei do Senado que incentiva o empreendedorismo negro, bem como o lançamento do Black Founder Fund, fundo de investimento do Google para startups fundadas e lideradas por pessoas negras.

“O CAF entendeu o resultado e pediu que replicássemos o modelo nos países com maior população negra da América Latina”, diz ela. “Outros países da região ainda estão muito distantes do fortalecimento identitário que existe no Brasil e permite gerar um mercado forte.”

Mudanças de mentalidade

Adriana cita como exemplo das mudanças de mentalidade em torno desse público no País os xampus para “cabelos rebeldes” ou para “domar cachos” que existiam há pouco mais de 20 anos, quando o PretaHub criou a Feira Preta, um dos primeiros movimentos de afroempreendedorismo

“Hoje em dia, não só não existe mais essa linguagem na comunicação, como há muitos produtos específicos para pessoas pretas, criados por empreendedores negros, numa clara evidência do poder desse mercado consumidor e produtor”, diz ela.

Para Adriana, a pesquisa latino-americana mostrará um Brasil diferente do da primeira pesquisa, no sentido de amadurecimento dos empreendedores. Hoje há fintechs, hubs criativos e organizações dinamizadoras dando apoio a esse tipo de empreendedorismo.

Problemas para crescer

“O que não mudou é o teto de vidro, que impede os empreendedores de crescer de verdade”, diz ela. “Precisamos ir além do nanocrédito, mas o mercado financeiro não percebeu o tamanho nem a oportunidade de fazer empréstimos para que pessoas pretas tenham acesso aos meios de produção industrial.”

Entre outros dados, a primeira pesquisa mostrou que clientes e fornecedores de empreendedores negros não confiam no negócio e que muitos deles têm medo de sofrer discriminação no atendimento bancário, ao solicitarem acesso ao crédito. Além disso, a primeira pesquisa constatou que a falta de confiança dos empreendedores gera um problema de autoestima perverso, já que muitos sabem que têm um bom produto/serviço, mas não se sentem preparados para crescer com seus negócios.

“Apesar de o Brasil ser mais progressista que os países latino-americanos, o racismo estrutural é muito grande”, diz ela. “A pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países.”

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A partir daí, a expectativa é influenciar políticas públicas, bem como o mercado consumidor e financeiro, segundo Adriana Barbosa, diretora da PretaHub.

Na primeira fase, estão sendo coletados dados de empreendedores negros de vários segmentos e com empresas em diferentes níveis de maturidade. A expectativa é fazer 2 mil entrevistas, com o primeiro relatório sendo publicado no início de outubro. O CAF está investindo US$ 150 mil no trabalho.

Versão anterior

Ampliada para cinco países da América Latina, a pesquisa replica uma edição anterior, feita exclusivamente no Brasil, em 2019, a pedido do JPMorgan. A partir dela, foi criado o primeiro mapa sistêmico do empreendedorismo negro no País, que ia além de informações meramente financeiras.

De acordo com Adriana, a partir da pesquisa de 2019 foram lançadas várias iniciativas de estímulo a esse mercado. Como, por exemplo, o projeto de lei do Senado que incentiva o empreendedorismo negro, bem como o lançamento do Black Founder Fund, fundo de investimento do Google para startups fundadas e lideradas por pessoas negras.

“O CAF entendeu o resultado e pediu que replicássemos o modelo nos países com maior população negra da América Latina”, diz ela. “Outros países da região ainda estão muito distantes do fortalecimento identitário que existe no Brasil e permite gerar um mercado forte.”

Mudanças de mentalidade

Adriana cita como exemplo das mudanças de mentalidade em torno desse público no País os xampus para “cabelos rebeldes” ou para “domar cachos” que existiam há pouco mais de 20 anos, quando o PretaHub criou a Feira Preta, um dos primeiros movimentos de afroempreendedorismo

“Hoje em dia, não só não existe mais essa linguagem na comunicação, como há muitos produtos específicos para pessoas pretas, criados por empreendedores negros, numa clara evidência do poder desse mercado consumidor e produtor”, diz ela.

Para Adriana, a pesquisa latino-americana mostrará um Brasil diferente do da primeira pesquisa, no sentido de amadurecimento dos empreendedores. Hoje há fintechs, hubs criativos e organizações dinamizadoras dando apoio a esse tipo de empreendedorismo.

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“O que não mudou é o teto de vidro, que impede os empreendedores de crescer de verdade”, diz ela. “Precisamos ir além do nanocrédito, mas o mercado financeiro não percebeu o tamanho nem a oportunidade de fazer empréstimos para que pessoas pretas tenham acesso aos meios de produção industrial.”

Entre outros dados, a primeira pesquisa mostrou que clientes e fornecedores de empreendedores negros não confiam no negócio e que muitos deles têm medo de sofrer discriminação no atendimento bancário, ao solicitarem acesso ao crédito. Além disso, a primeira pesquisa constatou que a falta de confiança dos empreendedores gera um problema de autoestima perverso, já que muitos sabem que têm um bom produto/serviço, mas não se sentem preparados para crescer com seus negócios.

“Apesar de o Brasil ser mais progressista que os países latino-americanos, o racismo estrutural é muito grande”, diz ela. “A pesquisa pode acelerar a agenda de transformação nos diferentes países.”

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