A Cemig Distribuição encontrou demanda suficiente para levantar os R$ 2 bilhões que está buscando no mercado de debêntures. O processo de venda dos títulos com vencimento em três anos da distribuidora acontece na sexta-feira, mas já há no mercado interessados que somam o total de papéis que será ofertado, segundo fontes. As captações com emissões de títulos de dívida, como debêntures e outros instrumentos, passou por uma seca de pouco mais de quatro meses e começa a dar sinais de vitalidade.
Uma prova disso deve ser os papéis da Cemig, com potencial de ficar totalmente nas mãos de investidores, sem exigir subscrição dos bancos. A oferta tem como coordenadores o Bradesco BBI (lìder), Santander, Itaú BBA e XP.
Bancos aumentaram participação nas emissões
Até agora, além de serem pouquíssimas as emissões feitas, já que o custo para as empresas disparou depois de Americanas e Light, os bancos têm comprado a maior parte delas. Em 2022, as instituições ficaram com 40% das ofertas. Já neste ano, com 65% delas. No caso dos papéis que têm incentivo fiscal, como as debêntures de infraestrutura, os bancos subscreveram 80% das operações - contra 40% no ano passado.
O retorno oferecido pela Cemig está em 2,05% somado ao CDI, acima do que a empresa poderia captar antes da crise - um prêmio de cerca de 1,40%. Mas é abaixo do que os papéis da empresa estão marcados no mercado secundário, com retorno em torno de 2,70%. Os retornos dos títulos no mercado secundário, que representam o custo de captação, ainda estão distorcidos, mas com alguns fundos, como multimercado, já voltando a olhar esses papéis, a expectativa é de normalização.