Bastidores do mundo dos negócios

Com 740 transações em quatro anos, UBS BB se prepara para nova fila de emissões


Frutos da parceria entre bancos suíço e brasileiro surpreenderam os sócios

Por Aline Bronzati
Segundo estimativa de Anderson Brito, do UBS BB, de 40 a 50 empresas podem emitir ações no Brasil Foto: Gustavo Scatena/B3 - 21/10/2020

O UBS BB já intermediou 740 transações entre fusões e aquisições, emissões de dívida e ações no Brasil e no exterior desde que o casamento entre os conglomerados suíço e brasileiro foi selado, há quatro anos, para explorar oportunidades na área de banco de investimento. Estruturada em plena pandemia, a parceria rendeu frutos que surpreenderam até mesmo os sócios, fora a contribuição da compra forçada da operação global do Credit Suisse pelo UBS. À frente, o foco é acelerar os negócios, e um novo impulso deve vir com a queda de juros nos Estados Unidos, e que pode cimentar o ambiente para a retomada das aberturas de capital a partir de 2025, de Wall Street à Faria Lima.

“Os dois sócios estão muito felizes com a parceria. Foi um ganha-ganha e nos permitiu estar na liderança de negócios de M&As (fusões e aquisições), dívida local e internacional”, disse o diretor de Global Banking para Brasil do UBS, Anderson Brito, em entrevista ao Broadcast, a primeira desde que foi nomeado ao cargo, durante evento do banco, em Nova York. “O UBS está no seu melhor momento dos últimos 15, 20 anos”, avalia.

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Do lado do Banco do Brasil, a parceria com o suíço trouxe uma dimensão internacional aos negócios, ajudando não só na atração de novas operações bem como na distribuição delas nos mercados externos, fora o empurrão na área de fusões e aquisições. Já para o UBS, o BB é a noiva dos sonhos, tem tamanho, balcão e diversidade de negócios, incluindo toda a ‘cadeia elo’. A cereja do bolo foi a aquisição global do Credit Suisse, que também injetou mais negócios a despeito de o braço de banco de investimento no Brasil ter se reduzido nos últimos anos.

Na pandemia

Passados quatro anos, a diretora comercial (CCO, na sigla em inglês) do UBS BB, Fernanda Arraes, diz que os números da joint venture surpreenderam até mesmo os sócios. Ela lembra que a parceria foi estruturada em plena pandemia, quando todos estavam trancados em suas casas como uma forma de combater o vírus mundo afora. “Não tinha nem horizonte para enxergar isso, né?”, afirma.

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Parte da potência da parceria pode ser vista em evento realizado pelo UBS BB, em Nova York, na semana passada. Durante dois dias, o luxuoso Park Lane Hotel New York foi palco para mais de 550 reuniões entre a alta direção de 75 companhias, a maioria brasileiras, e mais de 200 investidores institucionais - todos estrangeiros, um ponto elogiado pelos emissores. No total, foram mais de 800 pontos de contato entre um cafezinho americano e outro.

“O evento traduziu a capacidade do banco de gerar negócios com clientes no Brasil e a capacidade global do UBS em atrair interessados em fomentar a nossa economia”, afirma o diretor do Corporate Investment Bank (CIB) do Banco do Brasil, João Fruet. “Agora, o papel de cada um de nós é acelerar esses negócios”, acrescenta o vice-presidente de Controles Internos e de Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.

Expectativa com o Fed

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No mercado de ações, os negócios não voltaram no primeiro semestre, conforme o diretor de Global Banking para Brasil do UBS. Mas a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortar juros nos Estados Unidos, esta semana, renova os ânimos dos banqueiros de investimento em Wall Street e também na Faria Lima, reduto financeiro do Brasil.

Segundo Brito, o UBS BB tem mandato para três ofertas de ações, dos tipos “re-IPO” e “follow-on”, para a janela de emissões que deve se abrir entre outubro e novembro deste ano. O executivo não dá detalhes, mas diz que essas operações miram tanto o mercado brasileiro quanto o americano.

“Estamos vendo o mercado mais construtivo para o Brasil. A subida de juros no Brasil [na próxima semana] deve aumentar a credibilidade [do País] e reduzir a taxa de juros projetada para o longo prazo”, prevê Brito. Ele lembra que o período de seca de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) do Brasil - a última foi a do Nubank em 2021 - criou uma extensa fila de potenciais emissores. “Há uma lista de 10 a 20 nomes que podem emitir [ações] nos EUA e de 40 a 50 no Brasil”, projeta.

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Fluxo deve beneficiar o Brasil

Além disso, a queda de juros nos EUA deve obrigar os investidores americanos e de mercados emergentes a procurar retorno em outras praças. E o Brasil deve se beneficiar deste movimento. “A gente já viu o fluxo saindo do México e vindo para nós”, diz o CEO do UBS BB, Daniel Barros.

O mercado também está ‘construtivo’ na Argentina, com várias gestoras interessadas em olhar ativos do país, conforme Brito. O momento tem sido aproveitado por empresas locais que têm acessado o mercado externo para emitir dívida. O mesmo acontece com emissores brasileiros, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, que captaram recursos por meio de bonds (títulos no exterior) na última semana. “Tem mais 20 bonds de empresas da América Latina nessas próximas semanas no mercado. A janela pré-eleição está aquecida”, conclui Brito.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 13/09/2024, às 16h21.

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Segundo estimativa de Anderson Brito, do UBS BB, de 40 a 50 empresas podem emitir ações no Brasil Foto: Gustavo Scatena/B3 - 21/10/2020

O UBS BB já intermediou 740 transações entre fusões e aquisições, emissões de dívida e ações no Brasil e no exterior desde que o casamento entre os conglomerados suíço e brasileiro foi selado, há quatro anos, para explorar oportunidades na área de banco de investimento. Estruturada em plena pandemia, a parceria rendeu frutos que surpreenderam até mesmo os sócios, fora a contribuição da compra forçada da operação global do Credit Suisse pelo UBS. À frente, o foco é acelerar os negócios, e um novo impulso deve vir com a queda de juros nos Estados Unidos, e que pode cimentar o ambiente para a retomada das aberturas de capital a partir de 2025, de Wall Street à Faria Lima.

“Os dois sócios estão muito felizes com a parceria. Foi um ganha-ganha e nos permitiu estar na liderança de negócios de M&As (fusões e aquisições), dívida local e internacional”, disse o diretor de Global Banking para Brasil do UBS, Anderson Brito, em entrevista ao Broadcast, a primeira desde que foi nomeado ao cargo, durante evento do banco, em Nova York. “O UBS está no seu melhor momento dos últimos 15, 20 anos”, avalia.

Do lado do Banco do Brasil, a parceria com o suíço trouxe uma dimensão internacional aos negócios, ajudando não só na atração de novas operações bem como na distribuição delas nos mercados externos, fora o empurrão na área de fusões e aquisições. Já para o UBS, o BB é a noiva dos sonhos, tem tamanho, balcão e diversidade de negócios, incluindo toda a ‘cadeia elo’. A cereja do bolo foi a aquisição global do Credit Suisse, que também injetou mais negócios a despeito de o braço de banco de investimento no Brasil ter se reduzido nos últimos anos.

Na pandemia

Passados quatro anos, a diretora comercial (CCO, na sigla em inglês) do UBS BB, Fernanda Arraes, diz que os números da joint venture surpreenderam até mesmo os sócios. Ela lembra que a parceria foi estruturada em plena pandemia, quando todos estavam trancados em suas casas como uma forma de combater o vírus mundo afora. “Não tinha nem horizonte para enxergar isso, né?”, afirma.

Parte da potência da parceria pode ser vista em evento realizado pelo UBS BB, em Nova York, na semana passada. Durante dois dias, o luxuoso Park Lane Hotel New York foi palco para mais de 550 reuniões entre a alta direção de 75 companhias, a maioria brasileiras, e mais de 200 investidores institucionais - todos estrangeiros, um ponto elogiado pelos emissores. No total, foram mais de 800 pontos de contato entre um cafezinho americano e outro.

“O evento traduziu a capacidade do banco de gerar negócios com clientes no Brasil e a capacidade global do UBS em atrair interessados em fomentar a nossa economia”, afirma o diretor do Corporate Investment Bank (CIB) do Banco do Brasil, João Fruet. “Agora, o papel de cada um de nós é acelerar esses negócios”, acrescenta o vice-presidente de Controles Internos e de Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.

Expectativa com o Fed

No mercado de ações, os negócios não voltaram no primeiro semestre, conforme o diretor de Global Banking para Brasil do UBS. Mas a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortar juros nos Estados Unidos, esta semana, renova os ânimos dos banqueiros de investimento em Wall Street e também na Faria Lima, reduto financeiro do Brasil.

Segundo Brito, o UBS BB tem mandato para três ofertas de ações, dos tipos “re-IPO” e “follow-on”, para a janela de emissões que deve se abrir entre outubro e novembro deste ano. O executivo não dá detalhes, mas diz que essas operações miram tanto o mercado brasileiro quanto o americano.

“Estamos vendo o mercado mais construtivo para o Brasil. A subida de juros no Brasil [na próxima semana] deve aumentar a credibilidade [do País] e reduzir a taxa de juros projetada para o longo prazo”, prevê Brito. Ele lembra que o período de seca de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) do Brasil - a última foi a do Nubank em 2021 - criou uma extensa fila de potenciais emissores. “Há uma lista de 10 a 20 nomes que podem emitir [ações] nos EUA e de 40 a 50 no Brasil”, projeta.

Fluxo deve beneficiar o Brasil

Além disso, a queda de juros nos EUA deve obrigar os investidores americanos e de mercados emergentes a procurar retorno em outras praças. E o Brasil deve se beneficiar deste movimento. “A gente já viu o fluxo saindo do México e vindo para nós”, diz o CEO do UBS BB, Daniel Barros.

O mercado também está ‘construtivo’ na Argentina, com várias gestoras interessadas em olhar ativos do país, conforme Brito. O momento tem sido aproveitado por empresas locais que têm acessado o mercado externo para emitir dívida. O mesmo acontece com emissores brasileiros, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, que captaram recursos por meio de bonds (títulos no exterior) na última semana. “Tem mais 20 bonds de empresas da América Latina nessas próximas semanas no mercado. A janela pré-eleição está aquecida”, conclui Brito.

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O UBS BB já intermediou 740 transações entre fusões e aquisições, emissões de dívida e ações no Brasil e no exterior desde que o casamento entre os conglomerados suíço e brasileiro foi selado, há quatro anos, para explorar oportunidades na área de banco de investimento. Estruturada em plena pandemia, a parceria rendeu frutos que surpreenderam até mesmo os sócios, fora a contribuição da compra forçada da operação global do Credit Suisse pelo UBS. À frente, o foco é acelerar os negócios, e um novo impulso deve vir com a queda de juros nos Estados Unidos, e que pode cimentar o ambiente para a retomada das aberturas de capital a partir de 2025, de Wall Street à Faria Lima.

“Os dois sócios estão muito felizes com a parceria. Foi um ganha-ganha e nos permitiu estar na liderança de negócios de M&As (fusões e aquisições), dívida local e internacional”, disse o diretor de Global Banking para Brasil do UBS, Anderson Brito, em entrevista ao Broadcast, a primeira desde que foi nomeado ao cargo, durante evento do banco, em Nova York. “O UBS está no seu melhor momento dos últimos 15, 20 anos”, avalia.

Do lado do Banco do Brasil, a parceria com o suíço trouxe uma dimensão internacional aos negócios, ajudando não só na atração de novas operações bem como na distribuição delas nos mercados externos, fora o empurrão na área de fusões e aquisições. Já para o UBS, o BB é a noiva dos sonhos, tem tamanho, balcão e diversidade de negócios, incluindo toda a ‘cadeia elo’. A cereja do bolo foi a aquisição global do Credit Suisse, que também injetou mais negócios a despeito de o braço de banco de investimento no Brasil ter se reduzido nos últimos anos.

Na pandemia

Passados quatro anos, a diretora comercial (CCO, na sigla em inglês) do UBS BB, Fernanda Arraes, diz que os números da joint venture surpreenderam até mesmo os sócios. Ela lembra que a parceria foi estruturada em plena pandemia, quando todos estavam trancados em suas casas como uma forma de combater o vírus mundo afora. “Não tinha nem horizonte para enxergar isso, né?”, afirma.

Parte da potência da parceria pode ser vista em evento realizado pelo UBS BB, em Nova York, na semana passada. Durante dois dias, o luxuoso Park Lane Hotel New York foi palco para mais de 550 reuniões entre a alta direção de 75 companhias, a maioria brasileiras, e mais de 200 investidores institucionais - todos estrangeiros, um ponto elogiado pelos emissores. No total, foram mais de 800 pontos de contato entre um cafezinho americano e outro.

“O evento traduziu a capacidade do banco de gerar negócios com clientes no Brasil e a capacidade global do UBS em atrair interessados em fomentar a nossa economia”, afirma o diretor do Corporate Investment Bank (CIB) do Banco do Brasil, João Fruet. “Agora, o papel de cada um de nós é acelerar esses negócios”, acrescenta o vice-presidente de Controles Internos e de Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.

Expectativa com o Fed

No mercado de ações, os negócios não voltaram no primeiro semestre, conforme o diretor de Global Banking para Brasil do UBS. Mas a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortar juros nos Estados Unidos, esta semana, renova os ânimos dos banqueiros de investimento em Wall Street e também na Faria Lima, reduto financeiro do Brasil.

Segundo Brito, o UBS BB tem mandato para três ofertas de ações, dos tipos “re-IPO” e “follow-on”, para a janela de emissões que deve se abrir entre outubro e novembro deste ano. O executivo não dá detalhes, mas diz que essas operações miram tanto o mercado brasileiro quanto o americano.

“Estamos vendo o mercado mais construtivo para o Brasil. A subida de juros no Brasil [na próxima semana] deve aumentar a credibilidade [do País] e reduzir a taxa de juros projetada para o longo prazo”, prevê Brito. Ele lembra que o período de seca de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) do Brasil - a última foi a do Nubank em 2021 - criou uma extensa fila de potenciais emissores. “Há uma lista de 10 a 20 nomes que podem emitir [ações] nos EUA e de 40 a 50 no Brasil”, projeta.

Fluxo deve beneficiar o Brasil

Além disso, a queda de juros nos EUA deve obrigar os investidores americanos e de mercados emergentes a procurar retorno em outras praças. E o Brasil deve se beneficiar deste movimento. “A gente já viu o fluxo saindo do México e vindo para nós”, diz o CEO do UBS BB, Daniel Barros.

O mercado também está ‘construtivo’ na Argentina, com várias gestoras interessadas em olhar ativos do país, conforme Brito. O momento tem sido aproveitado por empresas locais que têm acessado o mercado externo para emitir dívida. O mesmo acontece com emissores brasileiros, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, que captaram recursos por meio de bonds (títulos no exterior) na última semana. “Tem mais 20 bonds de empresas da América Latina nessas próximas semanas no mercado. A janela pré-eleição está aquecida”, conclui Brito.

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O UBS BB já intermediou 740 transações entre fusões e aquisições, emissões de dívida e ações no Brasil e no exterior desde que o casamento entre os conglomerados suíço e brasileiro foi selado, há quatro anos, para explorar oportunidades na área de banco de investimento. Estruturada em plena pandemia, a parceria rendeu frutos que surpreenderam até mesmo os sócios, fora a contribuição da compra forçada da operação global do Credit Suisse pelo UBS. À frente, o foco é acelerar os negócios, e um novo impulso deve vir com a queda de juros nos Estados Unidos, e que pode cimentar o ambiente para a retomada das aberturas de capital a partir de 2025, de Wall Street à Faria Lima.

“Os dois sócios estão muito felizes com a parceria. Foi um ganha-ganha e nos permitiu estar na liderança de negócios de M&As (fusões e aquisições), dívida local e internacional”, disse o diretor de Global Banking para Brasil do UBS, Anderson Brito, em entrevista ao Broadcast, a primeira desde que foi nomeado ao cargo, durante evento do banco, em Nova York. “O UBS está no seu melhor momento dos últimos 15, 20 anos”, avalia.

Do lado do Banco do Brasil, a parceria com o suíço trouxe uma dimensão internacional aos negócios, ajudando não só na atração de novas operações bem como na distribuição delas nos mercados externos, fora o empurrão na área de fusões e aquisições. Já para o UBS, o BB é a noiva dos sonhos, tem tamanho, balcão e diversidade de negócios, incluindo toda a ‘cadeia elo’. A cereja do bolo foi a aquisição global do Credit Suisse, que também injetou mais negócios a despeito de o braço de banco de investimento no Brasil ter se reduzido nos últimos anos.

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Passados quatro anos, a diretora comercial (CCO, na sigla em inglês) do UBS BB, Fernanda Arraes, diz que os números da joint venture surpreenderam até mesmo os sócios. Ela lembra que a parceria foi estruturada em plena pandemia, quando todos estavam trancados em suas casas como uma forma de combater o vírus mundo afora. “Não tinha nem horizonte para enxergar isso, né?”, afirma.

Parte da potência da parceria pode ser vista em evento realizado pelo UBS BB, em Nova York, na semana passada. Durante dois dias, o luxuoso Park Lane Hotel New York foi palco para mais de 550 reuniões entre a alta direção de 75 companhias, a maioria brasileiras, e mais de 200 investidores institucionais - todos estrangeiros, um ponto elogiado pelos emissores. No total, foram mais de 800 pontos de contato entre um cafezinho americano e outro.

“O evento traduziu a capacidade do banco de gerar negócios com clientes no Brasil e a capacidade global do UBS em atrair interessados em fomentar a nossa economia”, afirma o diretor do Corporate Investment Bank (CIB) do Banco do Brasil, João Fruet. “Agora, o papel de cada um de nós é acelerar esses negócios”, acrescenta o vice-presidente de Controles Internos e de Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince.

Expectativa com o Fed

No mercado de ações, os negócios não voltaram no primeiro semestre, conforme o diretor de Global Banking para Brasil do UBS. Mas a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) comece a cortar juros nos Estados Unidos, esta semana, renova os ânimos dos banqueiros de investimento em Wall Street e também na Faria Lima, reduto financeiro do Brasil.

Segundo Brito, o UBS BB tem mandato para três ofertas de ações, dos tipos “re-IPO” e “follow-on”, para a janela de emissões que deve se abrir entre outubro e novembro deste ano. O executivo não dá detalhes, mas diz que essas operações miram tanto o mercado brasileiro quanto o americano.

“Estamos vendo o mercado mais construtivo para o Brasil. A subida de juros no Brasil [na próxima semana] deve aumentar a credibilidade [do País] e reduzir a taxa de juros projetada para o longo prazo”, prevê Brito. Ele lembra que o período de seca de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) do Brasil - a última foi a do Nubank em 2021 - criou uma extensa fila de potenciais emissores. “Há uma lista de 10 a 20 nomes que podem emitir [ações] nos EUA e de 40 a 50 no Brasil”, projeta.

Fluxo deve beneficiar o Brasil

Além disso, a queda de juros nos EUA deve obrigar os investidores americanos e de mercados emergentes a procurar retorno em outras praças. E o Brasil deve se beneficiar deste movimento. “A gente já viu o fluxo saindo do México e vindo para nós”, diz o CEO do UBS BB, Daniel Barros.

O mercado também está ‘construtivo’ na Argentina, com várias gestoras interessadas em olhar ativos do país, conforme Brito. O momento tem sido aproveitado por empresas locais que têm acessado o mercado externo para emitir dívida. O mesmo acontece com emissores brasileiros, a exemplo de Petrobras e Eletrobras, que captaram recursos por meio de bonds (títulos no exterior) na última semana. “Tem mais 20 bonds de empresas da América Latina nessas próximas semanas no mercado. A janela pré-eleição está aquecida”, conclui Brito.

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