Bastidores do mundo dos negócios

Com demanda de R$ 1 bi, Orizon capta para bancar projeto de lixo com a Sabesp


Empresa levantou R$ 395 milhões com a emissão de debêntures verdes

Por Altamiro Silva Junior e Cynthia Decloedt
Atualização:
Usina de 'waste-to-energy' na Inglaterra. Há 519 instalações no gênero na Europa Foto: T Crowe/Wirestock/adobe.stock

Com demanda que chegou a R$ 1 bilhão, a Orizon conseguiu levantar R$ 395 milhões com a emissão de debêntures verdes para financiar um projeto que transforma lixo em energia elétrica em parceria com a Sabesp, o primeiro do tipo na América Latina.

A emissão atraiu 40 gestoras e também teve parte destinada a pessoas físicas. Os papéis têm prazo de 18 anos e nove meses e todos os recursos são para bancar a obra, chamada de waste-to-energy.

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Este tipo de projeto, em que o lixo é utilizado como biomassa para a geração de energia, é muito conhecido no Japão e na Europa, locais com pouco espaço para aterros sanitários, mas ainda não existem na América Latina. Só no Japão são mais de mil usinas; na Europa são 519 - três delas à beira do rio Senna, em Paris. No mundo, são 2.448 plantas, que tratam mais de 600 mil toneladas de resíduos por dia.

Empreendimento em Barueri

O projeto da Orizon e da Sabesp está em construção em Barueri, na grande São Paulo, com 21% concluído. O plano é começar a operar em 2027. A capacidade instalada é para gerar 20 MW de energia. O volume de processamento da planta pode chegar a 870 toneladas de resíduos por dia. O investimento total é de R$ 600 milhões. A energia a ser produzida já está vendida por 20 anos em leilão do governo federal.

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Esta não é a única parceria da Orizon, uma das raras empresas que abriu o capital na B3 nos últimos tempos a ter ação atualmente acima do que vendeu na época da listagem. Segundo levantamento do BTG, é a ação que mais se valoriza entre as várias empresas que abriram o capital desde 2021. O papel saiu a R$ 22 na oferta em fevereiro daquele ano e fechou cotado a R$ 44,05 nesta quinta-feira, 8.

Em 2023, Orizon anunciou uma joint venture com a Compass para investir em uma planta de produção de biometano, um combustível renovável produzido do lixo que pode substituir ou ser mesclado ao gás natural.

Nas debêntures, por conta da demanda alta, a taxa que a Orizon vai pagar aos investidores se reduziu. O papel foi a mercado com a proposta de pagar a variação da NTNB-35 mais 2,35% ao ano, e a última taxa caiu para 1,50%. BTG e XP foram os coordenadores da emissão.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/08/2024, às 17h13.

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Usina de 'waste-to-energy' na Inglaterra. Há 519 instalações no gênero na Europa Foto: T Crowe/Wirestock/adobe.stock

Com demanda que chegou a R$ 1 bilhão, a Orizon conseguiu levantar R$ 395 milhões com a emissão de debêntures verdes para financiar um projeto que transforma lixo em energia elétrica em parceria com a Sabesp, o primeiro do tipo na América Latina.

A emissão atraiu 40 gestoras e também teve parte destinada a pessoas físicas. Os papéis têm prazo de 18 anos e nove meses e todos os recursos são para bancar a obra, chamada de waste-to-energy.

Este tipo de projeto, em que o lixo é utilizado como biomassa para a geração de energia, é muito conhecido no Japão e na Europa, locais com pouco espaço para aterros sanitários, mas ainda não existem na América Latina. Só no Japão são mais de mil usinas; na Europa são 519 - três delas à beira do rio Senna, em Paris. No mundo, são 2.448 plantas, que tratam mais de 600 mil toneladas de resíduos por dia.

Empreendimento em Barueri

O projeto da Orizon e da Sabesp está em construção em Barueri, na grande São Paulo, com 21% concluído. O plano é começar a operar em 2027. A capacidade instalada é para gerar 20 MW de energia. O volume de processamento da planta pode chegar a 870 toneladas de resíduos por dia. O investimento total é de R$ 600 milhões. A energia a ser produzida já está vendida por 20 anos em leilão do governo federal.

Esta não é a única parceria da Orizon, uma das raras empresas que abriu o capital na B3 nos últimos tempos a ter ação atualmente acima do que vendeu na época da listagem. Segundo levantamento do BTG, é a ação que mais se valoriza entre as várias empresas que abriram o capital desde 2021. O papel saiu a R$ 22 na oferta em fevereiro daquele ano e fechou cotado a R$ 44,05 nesta quinta-feira, 8.

Em 2023, Orizon anunciou uma joint venture com a Compass para investir em uma planta de produção de biometano, um combustível renovável produzido do lixo que pode substituir ou ser mesclado ao gás natural.

Nas debêntures, por conta da demanda alta, a taxa que a Orizon vai pagar aos investidores se reduziu. O papel foi a mercado com a proposta de pagar a variação da NTNB-35 mais 2,35% ao ano, e a última taxa caiu para 1,50%. BTG e XP foram os coordenadores da emissão.

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Com demanda que chegou a R$ 1 bilhão, a Orizon conseguiu levantar R$ 395 milhões com a emissão de debêntures verdes para financiar um projeto que transforma lixo em energia elétrica em parceria com a Sabesp, o primeiro do tipo na América Latina.

A emissão atraiu 40 gestoras e também teve parte destinada a pessoas físicas. Os papéis têm prazo de 18 anos e nove meses e todos os recursos são para bancar a obra, chamada de waste-to-energy.

Este tipo de projeto, em que o lixo é utilizado como biomassa para a geração de energia, é muito conhecido no Japão e na Europa, locais com pouco espaço para aterros sanitários, mas ainda não existem na América Latina. Só no Japão são mais de mil usinas; na Europa são 519 - três delas à beira do rio Senna, em Paris. No mundo, são 2.448 plantas, que tratam mais de 600 mil toneladas de resíduos por dia.

Empreendimento em Barueri

O projeto da Orizon e da Sabesp está em construção em Barueri, na grande São Paulo, com 21% concluído. O plano é começar a operar em 2027. A capacidade instalada é para gerar 20 MW de energia. O volume de processamento da planta pode chegar a 870 toneladas de resíduos por dia. O investimento total é de R$ 600 milhões. A energia a ser produzida já está vendida por 20 anos em leilão do governo federal.

Esta não é a única parceria da Orizon, uma das raras empresas que abriu o capital na B3 nos últimos tempos a ter ação atualmente acima do que vendeu na época da listagem. Segundo levantamento do BTG, é a ação que mais se valoriza entre as várias empresas que abriram o capital desde 2021. O papel saiu a R$ 22 na oferta em fevereiro daquele ano e fechou cotado a R$ 44,05 nesta quinta-feira, 8.

Em 2023, Orizon anunciou uma joint venture com a Compass para investir em uma planta de produção de biometano, um combustível renovável produzido do lixo que pode substituir ou ser mesclado ao gás natural.

Nas debêntures, por conta da demanda alta, a taxa que a Orizon vai pagar aos investidores se reduziu. O papel foi a mercado com a proposta de pagar a variação da NTNB-35 mais 2,35% ao ano, e a última taxa caiu para 1,50%. BTG e XP foram os coordenadores da emissão.

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