Bastidores do mundo dos negócios

Com discurso de transformação, Via atrai investidores estrangeiros em oferta de ações


Endividado, grupo dono das Casas Bahia e da Ponto quer captar R$ 1 bilhão com venda de ações

Por Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Talita Nascimento
Desde que a Via anunciou os resultados do segundo trimestre de 2023, seus executivos começaram uma rodada de conversas com investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa Foto: ALEX SILVA /ESTADAO

Transformação tanto na administração quanto na estrutura de endividamento. Foi a mensagem passada pela Via nas conversas com investidores locais e estrangeiros para tentar emplacar uma oferta de ações de R$ 1 bilhão. O preço de venda deve ser definido nesta quarta-feira. Com essa agenda, a companhia estaria em busca de investidores de longo prazo e, conforme relatos de fontes próximas à operação, as reações têm sido positivas até agora.

Desde que a Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, anunciou os resultados do segundo trimestre, seus executivos começaram uma rodada de conversas com investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa. O objetivo era mostrar a transformação operacional e financeira pela qual o grupo tem passado. O grupo Via foi afetado pela expressiva elevação dos juros no País e pela crise da varejista Americanas.

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Nessas conversas, a empresa conseguiu atrair o interesse de alguns fundos, de olho para o longo prazo da companhia. Portanto, a operação já vai chegar ao mercado com um grupo de grandes investidores que sinalizaram a compra do papel na oferta subsequente, as chamadas “soft orders” no jargão do mercado financeiro. Entre eles, estão casas com visão de mais longo prazo e até algumas que antes tinham viés crítico à companhia e que agora deram sinais mais positivos para a oferta.

Acionistas vão comprar parte da oferta para evitar diluição

Além desses fundos, os acionistas de referência declaram no prospecto que vão comprar as ações que têm direito na oferta prioritária de modo a não ter sua participação diluída, ajudando a oferta de ações a parar em pé. Esse grupo de acionistas representa 20% do capital da Via, o equivalente a R$ 200 milhões de ordens para oferta.

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Há a expectativa também de que a Via se beneficie de um fluxo recente para algumas ações do setor de varejo na bolsa, que ficaram com seus preços muito atrativos após quedas fortes nos últimos meses. Há cálculos de que o setor se beneficie ainda do impacto positivo da queda de juros no mercado de consumo doméstico. “A depreciação das ações criou um ponto de entrada interessante”, diz uma fonte.

A oferta de ações faz parte de uma reestruturação financeira trabalhada desde o ano passado por meio da qual rolou mais de R$ 1 bilhão em debêntures. A Via pretende liberar ainda R$ 5 bilhões de limite de crédito com os bancos, alterando a forma como financia as vendas parceladas aos clientes.

Nova direção tem foco em corte de despesas e de custos operacionais

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Desde a entrada de Renato Carvalho à presidência do Conselho de Administração da Via, em dezembro, a companhia tem feito uma virada de crescimento para rentabilidade. Agora, com uma diretoria renovada e a chegada do novo CEO, Renato Franklin, o caminho está mais claro. O foco está em cortes de despesas e vendas com lucro em detrimento de itens que tinham custo operacional muito alto.

A companhia apresentou ao mercado um plano de reestruturação que deve fechar de 50 a cem lojas sem bons resultados, além de migrar para o shopping virtual da companhia categorias de produtos que não geram vendas rentáveis.

Nesse caso, a empresa só fica com uma porcentagem da venda sem ter o custo de arcar com o estoque. Com essas mudanças, a empresa deve acrescentar ao lucro antes do imposto de renda mais de R$ 1 bilhão. A redução de estoques tem ainda o potencial de liberar R$ 1 bilhão em caixa à empresa.

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Dívida causou rebaixamento de classificação pela Standard & Poor’s

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s vê como positivo o plano de transformação, mas rebaixou a nota de crédito da empresa, para brA-, citando que a relação de sua dívida com o resultado operacional está bastante elevado e pode levar pelo menos um ano para se enquadrar em parâmetros mais sustentáveis. A S&P disse ainda que a perspectiva para o rating da Via é negativo, ou seja, há uma chance em três de novo rebaixamento de sua nota, por conta dos riscos presentes na indústria de varejo.

No primeiro trimestre de 2023, a Via reportou dívida ajustada sobre o Ebitda (resultado operacional) de 10,5 vezes em 12 meses. A S&P diz que projetava para 2023 uma alavancagem de 4,5 vezes. A margem Ebitda de 4,5% também decepcionou, disse a agência, citando sua projeção de 9% para este ano. A oferta é coordenada pelo UBS-BB, Banco Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Banco Santander Brasil.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 11/09/23, às 15h53.

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Desde que a Via anunciou os resultados do segundo trimestre de 2023, seus executivos começaram uma rodada de conversas com investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa Foto: ALEX SILVA /ESTADAO

Transformação tanto na administração quanto na estrutura de endividamento. Foi a mensagem passada pela Via nas conversas com investidores locais e estrangeiros para tentar emplacar uma oferta de ações de R$ 1 bilhão. O preço de venda deve ser definido nesta quarta-feira. Com essa agenda, a companhia estaria em busca de investidores de longo prazo e, conforme relatos de fontes próximas à operação, as reações têm sido positivas até agora.

Desde que a Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, anunciou os resultados do segundo trimestre, seus executivos começaram uma rodada de conversas com investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa. O objetivo era mostrar a transformação operacional e financeira pela qual o grupo tem passado. O grupo Via foi afetado pela expressiva elevação dos juros no País e pela crise da varejista Americanas.

Nessas conversas, a empresa conseguiu atrair o interesse de alguns fundos, de olho para o longo prazo da companhia. Portanto, a operação já vai chegar ao mercado com um grupo de grandes investidores que sinalizaram a compra do papel na oferta subsequente, as chamadas “soft orders” no jargão do mercado financeiro. Entre eles, estão casas com visão de mais longo prazo e até algumas que antes tinham viés crítico à companhia e que agora deram sinais mais positivos para a oferta.

Acionistas vão comprar parte da oferta para evitar diluição

Além desses fundos, os acionistas de referência declaram no prospecto que vão comprar as ações que têm direito na oferta prioritária de modo a não ter sua participação diluída, ajudando a oferta de ações a parar em pé. Esse grupo de acionistas representa 20% do capital da Via, o equivalente a R$ 200 milhões de ordens para oferta.

Há a expectativa também de que a Via se beneficie de um fluxo recente para algumas ações do setor de varejo na bolsa, que ficaram com seus preços muito atrativos após quedas fortes nos últimos meses. Há cálculos de que o setor se beneficie ainda do impacto positivo da queda de juros no mercado de consumo doméstico. “A depreciação das ações criou um ponto de entrada interessante”, diz uma fonte.

A oferta de ações faz parte de uma reestruturação financeira trabalhada desde o ano passado por meio da qual rolou mais de R$ 1 bilhão em debêntures. A Via pretende liberar ainda R$ 5 bilhões de limite de crédito com os bancos, alterando a forma como financia as vendas parceladas aos clientes.

Nova direção tem foco em corte de despesas e de custos operacionais

Desde a entrada de Renato Carvalho à presidência do Conselho de Administração da Via, em dezembro, a companhia tem feito uma virada de crescimento para rentabilidade. Agora, com uma diretoria renovada e a chegada do novo CEO, Renato Franklin, o caminho está mais claro. O foco está em cortes de despesas e vendas com lucro em detrimento de itens que tinham custo operacional muito alto.

A companhia apresentou ao mercado um plano de reestruturação que deve fechar de 50 a cem lojas sem bons resultados, além de migrar para o shopping virtual da companhia categorias de produtos que não geram vendas rentáveis.

Nesse caso, a empresa só fica com uma porcentagem da venda sem ter o custo de arcar com o estoque. Com essas mudanças, a empresa deve acrescentar ao lucro antes do imposto de renda mais de R$ 1 bilhão. A redução de estoques tem ainda o potencial de liberar R$ 1 bilhão em caixa à empresa.

Dívida causou rebaixamento de classificação pela Standard & Poor’s

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s vê como positivo o plano de transformação, mas rebaixou a nota de crédito da empresa, para brA-, citando que a relação de sua dívida com o resultado operacional está bastante elevado e pode levar pelo menos um ano para se enquadrar em parâmetros mais sustentáveis. A S&P disse ainda que a perspectiva para o rating da Via é negativo, ou seja, há uma chance em três de novo rebaixamento de sua nota, por conta dos riscos presentes na indústria de varejo.

No primeiro trimestre de 2023, a Via reportou dívida ajustada sobre o Ebitda (resultado operacional) de 10,5 vezes em 12 meses. A S&P diz que projetava para 2023 uma alavancagem de 4,5 vezes. A margem Ebitda de 4,5% também decepcionou, disse a agência, citando sua projeção de 9% para este ano. A oferta é coordenada pelo UBS-BB, Banco Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Banco Santander Brasil.

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Desde que a Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, anunciou os resultados do segundo trimestre, seus executivos começaram uma rodada de conversas com investidores do Brasil, Estados Unidos e Europa. O objetivo era mostrar a transformação operacional e financeira pela qual o grupo tem passado. O grupo Via foi afetado pela expressiva elevação dos juros no País e pela crise da varejista Americanas.

Nessas conversas, a empresa conseguiu atrair o interesse de alguns fundos, de olho para o longo prazo da companhia. Portanto, a operação já vai chegar ao mercado com um grupo de grandes investidores que sinalizaram a compra do papel na oferta subsequente, as chamadas “soft orders” no jargão do mercado financeiro. Entre eles, estão casas com visão de mais longo prazo e até algumas que antes tinham viés crítico à companhia e que agora deram sinais mais positivos para a oferta.

Acionistas vão comprar parte da oferta para evitar diluição

Além desses fundos, os acionistas de referência declaram no prospecto que vão comprar as ações que têm direito na oferta prioritária de modo a não ter sua participação diluída, ajudando a oferta de ações a parar em pé. Esse grupo de acionistas representa 20% do capital da Via, o equivalente a R$ 200 milhões de ordens para oferta.

Há a expectativa também de que a Via se beneficie de um fluxo recente para algumas ações do setor de varejo na bolsa, que ficaram com seus preços muito atrativos após quedas fortes nos últimos meses. Há cálculos de que o setor se beneficie ainda do impacto positivo da queda de juros no mercado de consumo doméstico. “A depreciação das ações criou um ponto de entrada interessante”, diz uma fonte.

A oferta de ações faz parte de uma reestruturação financeira trabalhada desde o ano passado por meio da qual rolou mais de R$ 1 bilhão em debêntures. A Via pretende liberar ainda R$ 5 bilhões de limite de crédito com os bancos, alterando a forma como financia as vendas parceladas aos clientes.

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Desde a entrada de Renato Carvalho à presidência do Conselho de Administração da Via, em dezembro, a companhia tem feito uma virada de crescimento para rentabilidade. Agora, com uma diretoria renovada e a chegada do novo CEO, Renato Franklin, o caminho está mais claro. O foco está em cortes de despesas e vendas com lucro em detrimento de itens que tinham custo operacional muito alto.

A companhia apresentou ao mercado um plano de reestruturação que deve fechar de 50 a cem lojas sem bons resultados, além de migrar para o shopping virtual da companhia categorias de produtos que não geram vendas rentáveis.

Nesse caso, a empresa só fica com uma porcentagem da venda sem ter o custo de arcar com o estoque. Com essas mudanças, a empresa deve acrescentar ao lucro antes do imposto de renda mais de R$ 1 bilhão. A redução de estoques tem ainda o potencial de liberar R$ 1 bilhão em caixa à empresa.

Dívida causou rebaixamento de classificação pela Standard & Poor’s

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s vê como positivo o plano de transformação, mas rebaixou a nota de crédito da empresa, para brA-, citando que a relação de sua dívida com o resultado operacional está bastante elevado e pode levar pelo menos um ano para se enquadrar em parâmetros mais sustentáveis. A S&P disse ainda que a perspectiva para o rating da Via é negativo, ou seja, há uma chance em três de novo rebaixamento de sua nota, por conta dos riscos presentes na indústria de varejo.

No primeiro trimestre de 2023, a Via reportou dívida ajustada sobre o Ebitda (resultado operacional) de 10,5 vezes em 12 meses. A S&P diz que projetava para 2023 uma alavancagem de 4,5 vezes. A margem Ebitda de 4,5% também decepcionou, disse a agência, citando sua projeção de 9% para este ano. A oferta é coordenada pelo UBS-BB, Banco Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA e Banco Santander Brasil.

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