Bastidores do mundo dos negócios

Credores da InterCement acusam Bradesco de fraude na justiça dos EUA


Procurado, banco não comentou. Cimenteira busca recuperação extrajudicial

Por Cynthia Decloedt
Fábrica da InterCement em Ijaci, Minas Gerais Foto: Divulgação/InterCement - 21/04/2015

Um grupo de credores da InterCement protocolou na Justiça norte-americana uma ação alegando fraude e concorrência desleal contra o Bradesco, também credor e visto como beneficiário no processo de recuperação extrajudicial da companhia. O grupo é detentor de mais de R$ 3 bilhões em títulos de dívida (bonds) emitidos pela InterCement no exterior. O Bradesco foi um dos bancos que assessorou a InterCement nesta captação, feita em 2014.

A ação diz que o Bradesco, embora tenha informado na ocasião da captação ser detentor de ações preferenciais da InterCement, ocultou a informação de que tais ações têm uma cláusula que o deixa em posição privilegiada em relação aos bondholders na recuperação dos créditos. “Se o Bradesco tivesse revelado a cláusula, os investidores não teriam comprado os bonds ou teriam comprado a um preço e termos significativamente mais favoráveis a eles”, diz o documento entregue à corte de Nova York. Procurado, o Bradesco não comentou.

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No pano de fundo de tal movimentação está um alegado isolamento dos bondholders nas negociações de mais de um ano para reestruturação da dívida da companhia, o qual teria permitido que o desenho do plano de recuperação extrajudicial beneficiasse especialmente o Bradesco, que tem créditos a receber da Mover (ex-Camargo Corrêa), controladora da empresa.

Dívidas são de R$ 22 bilhões

A InterCement tem R$ 22 bilhões em dívidas, das quais R$ 12 bilhões são mútuos entre as empresas do grupo. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil têm R$ 5,9 bilhões a receber da companhia em debêntures, parte delas com garantia das ações da subsidiária argentina Loma Negra. A dívida da Mover com o Bradesco já supera R$ 3 bilhões.

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Fontes próximas aos bondholders afirmam ainda que para obter os 30% de quórum necessário para protocolar o pedido de recuperação extrajudicial na Justiça, houve manipulação no peso das dívidas de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Os bancos não comentaram.

Isso aconteceu, de acordo com tal grupo, a partir de uma subavaliação do preço das ações da subsidiária argentina Loma Negra, que foram dadas em garantia aos empréstimos concedidos pelos bancos. O resultado dessa suposta estratégia teria sido o aumento do peso das dívidas sem garantia dos bancos, também chamadas de quirografárias, e que são as computadas para efeito de quórum.

Pedido tem mais de 30% de adesão

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O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado com mais de 30% de adesão. Mas para ser efetivamente homologado, a InterCement precisa alcançar 50% mais um de adesão em até 90 dias após o pedido, o que, no caso, é 16 de dezembro.

No dia do pedido, as ações da Loma Negra eram negociadas a US$ 6,80. Agora estão acima de US$ 10,00. Os bondholders acreditam que se fosse considerado o valor atual das ações, não haveria quórum para aprovação do plano.

Procurados, a InterCement e a Mover reiteram que o plano de recuperação extrajudicial proposto oferece tratamento equilibrado e adequado para cada categoria de credores - uma evidência disso foi a aprovação por credores que respondem por mais de um terço da dívida da empresa. Todos os credores - bancos e bondholders - recebem tratamento isonômico, de acordo com as características de seus respectivos créditos.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 13/11/2024, às 17:21.

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Fábrica da InterCement em Ijaci, Minas Gerais Foto: Divulgação/InterCement - 21/04/2015

Um grupo de credores da InterCement protocolou na Justiça norte-americana uma ação alegando fraude e concorrência desleal contra o Bradesco, também credor e visto como beneficiário no processo de recuperação extrajudicial da companhia. O grupo é detentor de mais de R$ 3 bilhões em títulos de dívida (bonds) emitidos pela InterCement no exterior. O Bradesco foi um dos bancos que assessorou a InterCement nesta captação, feita em 2014.

A ação diz que o Bradesco, embora tenha informado na ocasião da captação ser detentor de ações preferenciais da InterCement, ocultou a informação de que tais ações têm uma cláusula que o deixa em posição privilegiada em relação aos bondholders na recuperação dos créditos. “Se o Bradesco tivesse revelado a cláusula, os investidores não teriam comprado os bonds ou teriam comprado a um preço e termos significativamente mais favoráveis a eles”, diz o documento entregue à corte de Nova York. Procurado, o Bradesco não comentou.

No pano de fundo de tal movimentação está um alegado isolamento dos bondholders nas negociações de mais de um ano para reestruturação da dívida da companhia, o qual teria permitido que o desenho do plano de recuperação extrajudicial beneficiasse especialmente o Bradesco, que tem créditos a receber da Mover (ex-Camargo Corrêa), controladora da empresa.

Dívidas são de R$ 22 bilhões

A InterCement tem R$ 22 bilhões em dívidas, das quais R$ 12 bilhões são mútuos entre as empresas do grupo. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil têm R$ 5,9 bilhões a receber da companhia em debêntures, parte delas com garantia das ações da subsidiária argentina Loma Negra. A dívida da Mover com o Bradesco já supera R$ 3 bilhões.

Fontes próximas aos bondholders afirmam ainda que para obter os 30% de quórum necessário para protocolar o pedido de recuperação extrajudicial na Justiça, houve manipulação no peso das dívidas de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Os bancos não comentaram.

Isso aconteceu, de acordo com tal grupo, a partir de uma subavaliação do preço das ações da subsidiária argentina Loma Negra, que foram dadas em garantia aos empréstimos concedidos pelos bancos. O resultado dessa suposta estratégia teria sido o aumento do peso das dívidas sem garantia dos bancos, também chamadas de quirografárias, e que são as computadas para efeito de quórum.

Pedido tem mais de 30% de adesão

O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado com mais de 30% de adesão. Mas para ser efetivamente homologado, a InterCement precisa alcançar 50% mais um de adesão em até 90 dias após o pedido, o que, no caso, é 16 de dezembro.

No dia do pedido, as ações da Loma Negra eram negociadas a US$ 6,80. Agora estão acima de US$ 10,00. Os bondholders acreditam que se fosse considerado o valor atual das ações, não haveria quórum para aprovação do plano.

Procurados, a InterCement e a Mover reiteram que o plano de recuperação extrajudicial proposto oferece tratamento equilibrado e adequado para cada categoria de credores - uma evidência disso foi a aprovação por credores que respondem por mais de um terço da dívida da empresa. Todos os credores - bancos e bondholders - recebem tratamento isonômico, de acordo com as características de seus respectivos créditos.

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A ação diz que o Bradesco, embora tenha informado na ocasião da captação ser detentor de ações preferenciais da InterCement, ocultou a informação de que tais ações têm uma cláusula que o deixa em posição privilegiada em relação aos bondholders na recuperação dos créditos. “Se o Bradesco tivesse revelado a cláusula, os investidores não teriam comprado os bonds ou teriam comprado a um preço e termos significativamente mais favoráveis a eles”, diz o documento entregue à corte de Nova York. Procurado, o Bradesco não comentou.

No pano de fundo de tal movimentação está um alegado isolamento dos bondholders nas negociações de mais de um ano para reestruturação da dívida da companhia, o qual teria permitido que o desenho do plano de recuperação extrajudicial beneficiasse especialmente o Bradesco, que tem créditos a receber da Mover (ex-Camargo Corrêa), controladora da empresa.

Dívidas são de R$ 22 bilhões

A InterCement tem R$ 22 bilhões em dívidas, das quais R$ 12 bilhões são mútuos entre as empresas do grupo. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil têm R$ 5,9 bilhões a receber da companhia em debêntures, parte delas com garantia das ações da subsidiária argentina Loma Negra. A dívida da Mover com o Bradesco já supera R$ 3 bilhões.

Fontes próximas aos bondholders afirmam ainda que para obter os 30% de quórum necessário para protocolar o pedido de recuperação extrajudicial na Justiça, houve manipulação no peso das dívidas de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Os bancos não comentaram.

Isso aconteceu, de acordo com tal grupo, a partir de uma subavaliação do preço das ações da subsidiária argentina Loma Negra, que foram dadas em garantia aos empréstimos concedidos pelos bancos. O resultado dessa suposta estratégia teria sido o aumento do peso das dívidas sem garantia dos bancos, também chamadas de quirografárias, e que são as computadas para efeito de quórum.

Pedido tem mais de 30% de adesão

O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado com mais de 30% de adesão. Mas para ser efetivamente homologado, a InterCement precisa alcançar 50% mais um de adesão em até 90 dias após o pedido, o que, no caso, é 16 de dezembro.

No dia do pedido, as ações da Loma Negra eram negociadas a US$ 6,80. Agora estão acima de US$ 10,00. Os bondholders acreditam que se fosse considerado o valor atual das ações, não haveria quórum para aprovação do plano.

Procurados, a InterCement e a Mover reiteram que o plano de recuperação extrajudicial proposto oferece tratamento equilibrado e adequado para cada categoria de credores - uma evidência disso foi a aprovação por credores que respondem por mais de um terço da dívida da empresa. Todos os credores - bancos e bondholders - recebem tratamento isonômico, de acordo com as características de seus respectivos créditos.

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A ação diz que o Bradesco, embora tenha informado na ocasião da captação ser detentor de ações preferenciais da InterCement, ocultou a informação de que tais ações têm uma cláusula que o deixa em posição privilegiada em relação aos bondholders na recuperação dos créditos. “Se o Bradesco tivesse revelado a cláusula, os investidores não teriam comprado os bonds ou teriam comprado a um preço e termos significativamente mais favoráveis a eles”, diz o documento entregue à corte de Nova York. Procurado, o Bradesco não comentou.

No pano de fundo de tal movimentação está um alegado isolamento dos bondholders nas negociações de mais de um ano para reestruturação da dívida da companhia, o qual teria permitido que o desenho do plano de recuperação extrajudicial beneficiasse especialmente o Bradesco, que tem créditos a receber da Mover (ex-Camargo Corrêa), controladora da empresa.

Dívidas são de R$ 22 bilhões

A InterCement tem R$ 22 bilhões em dívidas, das quais R$ 12 bilhões são mútuos entre as empresas do grupo. Bradesco, Itaú e Banco do Brasil têm R$ 5,9 bilhões a receber da companhia em debêntures, parte delas com garantia das ações da subsidiária argentina Loma Negra. A dívida da Mover com o Bradesco já supera R$ 3 bilhões.

Fontes próximas aos bondholders afirmam ainda que para obter os 30% de quórum necessário para protocolar o pedido de recuperação extrajudicial na Justiça, houve manipulação no peso das dívidas de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Os bancos não comentaram.

Isso aconteceu, de acordo com tal grupo, a partir de uma subavaliação do preço das ações da subsidiária argentina Loma Negra, que foram dadas em garantia aos empréstimos concedidos pelos bancos. O resultado dessa suposta estratégia teria sido o aumento do peso das dívidas sem garantia dos bancos, também chamadas de quirografárias, e que são as computadas para efeito de quórum.

Pedido tem mais de 30% de adesão

O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado com mais de 30% de adesão. Mas para ser efetivamente homologado, a InterCement precisa alcançar 50% mais um de adesão em até 90 dias após o pedido, o que, no caso, é 16 de dezembro.

No dia do pedido, as ações da Loma Negra eram negociadas a US$ 6,80. Agora estão acima de US$ 10,00. Os bondholders acreditam que se fosse considerado o valor atual das ações, não haveria quórum para aprovação do plano.

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A ação diz que o Bradesco, embora tenha informado na ocasião da captação ser detentor de ações preferenciais da InterCement, ocultou a informação de que tais ações têm uma cláusula que o deixa em posição privilegiada em relação aos bondholders na recuperação dos créditos. “Se o Bradesco tivesse revelado a cláusula, os investidores não teriam comprado os bonds ou teriam comprado a um preço e termos significativamente mais favoráveis a eles”, diz o documento entregue à corte de Nova York. Procurado, o Bradesco não comentou.

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Isso aconteceu, de acordo com tal grupo, a partir de uma subavaliação do preço das ações da subsidiária argentina Loma Negra, que foram dadas em garantia aos empréstimos concedidos pelos bancos. O resultado dessa suposta estratégia teria sido o aumento do peso das dívidas sem garantia dos bancos, também chamadas de quirografárias, e que são as computadas para efeito de quórum.

Pedido tem mais de 30% de adesão

O pedido de recuperação extrajudicial foi protocolado com mais de 30% de adesão. Mas para ser efetivamente homologado, a InterCement precisa alcançar 50% mais um de adesão em até 90 dias após o pedido, o que, no caso, é 16 de dezembro.

No dia do pedido, as ações da Loma Negra eram negociadas a US$ 6,80. Agora estão acima de US$ 10,00. Os bondholders acreditam que se fosse considerado o valor atual das ações, não haveria quórum para aprovação do plano.

Procurados, a InterCement e a Mover reiteram que o plano de recuperação extrajudicial proposto oferece tratamento equilibrado e adequado para cada categoria de credores - uma evidência disso foi a aprovação por credores que respondem por mais de um terço da dívida da empresa. Todos os credores - bancos e bondholders - recebem tratamento isonômico, de acordo com as características de seus respectivos créditos.

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