Bastidores do mundo dos negócios

CSD entra na reta final em busca de licenças para criar nova Bolsa no Brasil


Registradora espera autorizações para operar como depositária e agente de liquidação

Por Matheus Piovesana
Edivar Queiroz diz que seu projeto não deve depender da infraestrutura da B3 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

A registradora CSD BR espera receber nos próximos meses licenças para operar como depositária de ativos e também como agente de liquidação de operações. Serão dois passos importantes para que a empresa viabilize o projeto de criar uma nova Bolsa de Valores no País, o que abriria concorrência com a B3 neste mercado.

Não é o único projeto: o Americas Trading Group (ATG), controlado pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, também espera colocar de pé uma nova Bolsa ano Brasil até o ano que vem. A CSD espera obter as licenças junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central ainda este ano, e depois deve entrar com o pedido para atuar como contraparte central, na última peça necessária para criar o novo ambiente de negociação.

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O CEO da CSD, Edivar Queiroz, afirma que a grande barreira no momento é a chamada interoperabilidade, ou seja, a capacidade de um cliente da futura Bolsa da CSD negociar ativos listados na B3 e vice-versa. A operadora da Bolsa de São Paulo estaria criando obstáculos para o cumprimento dessa condição, que é prevista em normativos da CVM. De acordo com ele, essa ponte seria similar à que a B3 mantém com a Caja de Valores argentina.

Outros projetos fracassaram

Outros projetos de criar uma segunda Bolsa no País fracassaram ao longo da última década. Queiroz afirma que a CSD conseguirá colocar o seu plano de pé porque não deve depender do uso de infraestrutura da B3. As outras empresas focaram na estrutura de negociação e tentaram utilizar os ambientes de pós-negociação da B3, que segundo ele, respondem pela maior parte do custo operacional.

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A CSD tem como investidores a Santander Corretora, o BTG Pactual e a bolsa de Chicago (CBOE). Queiroz afirma que o foco, neste primeiro momento, é o de criar um novo ambiente de negociação, não apenas de listagem de novas empresas. A visão dele é que a entrada no ar de mais um ambiente de liquidez tende a ampliar o mercado brasileiro e beneficiar a própria B3, ao permitir a chamada arbitragem de preço, negociação em que o investidor tenta ganhar dinheiro ao arbitrar os preços de um mesmo ativo em duas bolsas diferentes. Isso já acontece, por exemplo, com ações listadas no Brasil e em Nova York.

Procurada, a B3 afirmou que mantém o compromisso de seguir as melhores práticas em todos os mercados, inclusive na frente concorrencial, e que atua em parceria com outras registradoras e depositárias ao desenvolver acordos de interoperabilidade de ativos financeiros e valores mobiliários. “A Bolsa também reforça seus investimentos e compromissos com a robustez e a segurança do mercado de capitais brasileiro, investindo continuamente para criar um ambiente tecnologicamente avançado e em conformidade com os aprimoramentos regulatórios.”

A CSD e a B3 concorrem em outro serviço: o de registro de produtos de captação bancária, como certificados de depósito bancário (CDBs). Nestes produtos, a CSD bateu R$ 1 trilhão em estoque de operações registradas e registrou um crescimento de mais de seis vezes no ano passado. Com as novas licenças, o escopo de produtos que a empresa poderá registrar vai ser ampliado, chegando inclusive a derivativos.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/03/24, às 17h18

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Edivar Queiroz diz que seu projeto não deve depender da infraestrutura da B3 Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

A registradora CSD BR espera receber nos próximos meses licenças para operar como depositária de ativos e também como agente de liquidação de operações. Serão dois passos importantes para que a empresa viabilize o projeto de criar uma nova Bolsa de Valores no País, o que abriria concorrência com a B3 neste mercado.

Não é o único projeto: o Americas Trading Group (ATG), controlado pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, também espera colocar de pé uma nova Bolsa ano Brasil até o ano que vem. A CSD espera obter as licenças junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central ainda este ano, e depois deve entrar com o pedido para atuar como contraparte central, na última peça necessária para criar o novo ambiente de negociação.

O CEO da CSD, Edivar Queiroz, afirma que a grande barreira no momento é a chamada interoperabilidade, ou seja, a capacidade de um cliente da futura Bolsa da CSD negociar ativos listados na B3 e vice-versa. A operadora da Bolsa de São Paulo estaria criando obstáculos para o cumprimento dessa condição, que é prevista em normativos da CVM. De acordo com ele, essa ponte seria similar à que a B3 mantém com a Caja de Valores argentina.

Outros projetos fracassaram

Outros projetos de criar uma segunda Bolsa no País fracassaram ao longo da última década. Queiroz afirma que a CSD conseguirá colocar o seu plano de pé porque não deve depender do uso de infraestrutura da B3. As outras empresas focaram na estrutura de negociação e tentaram utilizar os ambientes de pós-negociação da B3, que segundo ele, respondem pela maior parte do custo operacional.

A CSD tem como investidores a Santander Corretora, o BTG Pactual e a bolsa de Chicago (CBOE). Queiroz afirma que o foco, neste primeiro momento, é o de criar um novo ambiente de negociação, não apenas de listagem de novas empresas. A visão dele é que a entrada no ar de mais um ambiente de liquidez tende a ampliar o mercado brasileiro e beneficiar a própria B3, ao permitir a chamada arbitragem de preço, negociação em que o investidor tenta ganhar dinheiro ao arbitrar os preços de um mesmo ativo em duas bolsas diferentes. Isso já acontece, por exemplo, com ações listadas no Brasil e em Nova York.

Procurada, a B3 afirmou que mantém o compromisso de seguir as melhores práticas em todos os mercados, inclusive na frente concorrencial, e que atua em parceria com outras registradoras e depositárias ao desenvolver acordos de interoperabilidade de ativos financeiros e valores mobiliários. “A Bolsa também reforça seus investimentos e compromissos com a robustez e a segurança do mercado de capitais brasileiro, investindo continuamente para criar um ambiente tecnologicamente avançado e em conformidade com os aprimoramentos regulatórios.”

A CSD e a B3 concorrem em outro serviço: o de registro de produtos de captação bancária, como certificados de depósito bancário (CDBs). Nestes produtos, a CSD bateu R$ 1 trilhão em estoque de operações registradas e registrou um crescimento de mais de seis vezes no ano passado. Com as novas licenças, o escopo de produtos que a empresa poderá registrar vai ser ampliado, chegando inclusive a derivativos.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/03/24, às 17h18

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A registradora CSD BR espera receber nos próximos meses licenças para operar como depositária de ativos e também como agente de liquidação de operações. Serão dois passos importantes para que a empresa viabilize o projeto de criar uma nova Bolsa de Valores no País, o que abriria concorrência com a B3 neste mercado.

Não é o único projeto: o Americas Trading Group (ATG), controlado pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, também espera colocar de pé uma nova Bolsa ano Brasil até o ano que vem. A CSD espera obter as licenças junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central ainda este ano, e depois deve entrar com o pedido para atuar como contraparte central, na última peça necessária para criar o novo ambiente de negociação.

O CEO da CSD, Edivar Queiroz, afirma que a grande barreira no momento é a chamada interoperabilidade, ou seja, a capacidade de um cliente da futura Bolsa da CSD negociar ativos listados na B3 e vice-versa. A operadora da Bolsa de São Paulo estaria criando obstáculos para o cumprimento dessa condição, que é prevista em normativos da CVM. De acordo com ele, essa ponte seria similar à que a B3 mantém com a Caja de Valores argentina.

Outros projetos fracassaram

Outros projetos de criar uma segunda Bolsa no País fracassaram ao longo da última década. Queiroz afirma que a CSD conseguirá colocar o seu plano de pé porque não deve depender do uso de infraestrutura da B3. As outras empresas focaram na estrutura de negociação e tentaram utilizar os ambientes de pós-negociação da B3, que segundo ele, respondem pela maior parte do custo operacional.

A CSD tem como investidores a Santander Corretora, o BTG Pactual e a bolsa de Chicago (CBOE). Queiroz afirma que o foco, neste primeiro momento, é o de criar um novo ambiente de negociação, não apenas de listagem de novas empresas. A visão dele é que a entrada no ar de mais um ambiente de liquidez tende a ampliar o mercado brasileiro e beneficiar a própria B3, ao permitir a chamada arbitragem de preço, negociação em que o investidor tenta ganhar dinheiro ao arbitrar os preços de um mesmo ativo em duas bolsas diferentes. Isso já acontece, por exemplo, com ações listadas no Brasil e em Nova York.

Procurada, a B3 afirmou que mantém o compromisso de seguir as melhores práticas em todos os mercados, inclusive na frente concorrencial, e que atua em parceria com outras registradoras e depositárias ao desenvolver acordos de interoperabilidade de ativos financeiros e valores mobiliários. “A Bolsa também reforça seus investimentos e compromissos com a robustez e a segurança do mercado de capitais brasileiro, investindo continuamente para criar um ambiente tecnologicamente avançado e em conformidade com os aprimoramentos regulatórios.”

A CSD e a B3 concorrem em outro serviço: o de registro de produtos de captação bancária, como certificados de depósito bancário (CDBs). Nestes produtos, a CSD bateu R$ 1 trilhão em estoque de operações registradas e registrou um crescimento de mais de seis vezes no ano passado. Com as novas licenças, o escopo de produtos que a empresa poderá registrar vai ser ampliado, chegando inclusive a derivativos.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/03/24, às 17h18

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