A operadora de turismo CVC, que faturou R$ 17 bilhões em 2019, pouco antes da pandemia, conseguiu renegociar com credores para postergar o pagamento de R$ 665 milhões em títulos de dívida (debêntures), que venceriam entre abril e junho. Ainda falta o acordo sobre os termos definitivos da renegociação, mas o alongamento já está fechado, segundo quatro fontes a par do assunto.
Conforme antecipada pela Coluna do Broadcast na quinta-feira, 9, a CVC confirmou hoje que chegou a um acordo com os credores, mas falta ainda a aprovação dos documentos definitivos. Para isso, fará uma assembleia, que ainda será convocada.
Nas negociações, credores aceitaram alongar o prazo dos papéis para 3,6 anos. Ao todo, a CVC tem R$ 925 milhões em debêntures no mercado, dos quais R$ 101 milhões vencem no segundo trimestre de 2024 e outros R$ 101 milhões em 2025.
O banco americano Citi, a XP e a gestora JGP são as instituições com maior quantidade de debêntures da CVC que vencem agora. Para alongar a dívida, era necessário o acordo de ao menos 75% dos debenturistas, movimento alcançado nos últimos dias.
Com dívida de R$ 1,034 bilhão no fim do terceiro trimestre, a CVC contratou, em janeiro, o banco BR Partners para fazer a reestruturação de sua dívida. Com juros em dois dígitos, atividade econômica sem muito fôlego e necessidade alta de capital exigida pelo setor de turismo, falava-se no mercado da necessidade de a agência de viagens reestruturar seus passivos. A CVC foi uma das empresas mais afetadas pela pandemia. Em meados do ano passado, conseguiu captar R$ 403 milhões com uma oferta subsequente de ações.
Procurada antes de divulgar o fato relevante, a CVC e os credores não se pronunciaram.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 09/03/2023, às 15h49
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