Bastidores do mundo dos negócios

De olho na diversificação, CBA expande produção de alumínio reciclado


Companhia Brasileira de Alumínio vai investir na subsidiária Metalatex

Por Jorge Barbosa
Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata Foto: ROBSON FERNANDJES / AE

Em busca de maior diversificação na linha de negócios, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve concluir neste semestre um investimento na expansão da Metalex, subsidiária comprada em 2010. A unidade, situada no município de Araçariguama (SP), possui forte atuação na produção de tarugos de alumínio, vendidos aos setores automotivo e de infraestrutura.

Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata. Com o investimento, a Metalex contará com uma participação maior da reciclagem na produção. Atualmente, os tarugos fabricados pela empresa possuem aproximadamente 65% de conteúdo reciclado. O porcentual poderá avançar para até 80%. A conclusão do projeto vai transformar a planta na maior da América Latina em relação ao processamento de sucata em extrusão.

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Além do aumento da capacidade em reciclagem, a nova linha de processamento vai separar diversos outros materiais da sucata, como ferro, borracha e plástico. Em 2022, a produção de alumínio secundário (reciclado a partir de sucata) foi de 179 mil toneladas. Já o volume total de fabricação de alumínio ficou em 483 mil toneladas.

Expansão vai trazer mais flexibilidade à empresa

A expansão vai trazer maior flexibilidade para a Metalex, uma vez que a tecnologia possibilita o acesso a sucata de menor preço e a diferentes níveis de obsolescência. Ou seja, a empresa terá liberdade para comprar o material com maior ou menor nível de pureza, aumentando a margem de diferença entre os preços da matéria-prima e do produto vendido.

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O presidente da CBA, Luciano Alves, disse ao Broadcast que a companhia tem como estratégia elevar cada vez mais a produção de alumínio secundário com o objetivo de diversificar os negócios da companhia. O executivo prevê resultados mais estáveis no balanço da empresa após a maior exposição à fabricação de produtos a partir da reciclagem. “A rentabilidade da reciclagem normalmente é menor na comparação com o alumínio primário [não reciclado], mas é mais estável porque você está comprando metal a uma referência da LME [London Metal Exchange], processando e revendendo o mesmo produto. Então, geralmente, alcançamos um Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] mais seguro”, afirmou Alves.

O presidente da CBA disse que a produção de alumínio primário funciona a partir da lógica de flutuação das commodities, enfrentando ciclos de altas e quedas. Os negócios voltados para a reciclagem, por sua vez, têm mais estabilidade e acompanham as oscilações de preços. Isso significa que se o preço do alumínio cair, a cotação da sucata adquirida para a produção do metal também deverá apresentar um valor menor. “Continuamos tendo o benefício no alumínio primário e passamos a ter maiores benefícios também na reciclagem. Ficamos com um portfólio mais rico e otimizado”, afirmou Alves. Além do projeto da Metalex, a CBA fechou no fim de 2022 a aquisição da Alux, uma das principais no mercado de alumínio secundário do País, localizada em Nova Odessa (SP). Nessa operação, foi destinado um total de R$ 208 milhões.

Investimento vai ajudar a reduzir emissão de carbono

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A iniciativa vai auxiliar a CBA a atingir o objetivo de reduzir a pegada de carbono. A meta da companhia é, até 2030, atingir a média de 1,4 tonelada de CO2e (dióxido de carbono equivalente) por tonelada de alumínio produzido, considerando toda a cadeia da CBA, desde a mineração, refinaria, eletrólise, fundição e reciclagem do alumínio. Atualmente, a empresa emite 3,03 toneladas de CO2e por tonelada do metal líquido primário produzido. A média global é de 12,6 toneladas de CO2e por tonelada de alumínio líquido, segundo o International Aluminium Institute (IAI).

“A sucata entra junto com o alumínio líquido no processo produtivo, durante a fundição, então não é preciso um novo processo para o processamento [do material reciclado]. Adicionamos uma quantidade maior ou menor de sucata dependendo do produto em fabricação e conseguimos ter uma pegada média menor a partir desta estratégia”, disse Alves.

Pertencente à holding Votorantim S.A, a CBA possui R$ 2,84 bilhões em valor de mercado atualmente. O número é 65,9% menor em relação ao terceiro trimestre de 2021, período em que a produtora de alumínio foi listada na Bolsa brasileira. No acumulado de 2023, as ações da empresa registram queda de 55,8%.

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Cenário atual é de redução de demanda

Com R$ 215 milhões em Ebitda apurado nos seis primeiros meses de 2023 - valor 84% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior - a empresa enfrenta um cenário desafiador por conta da redução de demanda do alumínio. O nível de preços do metal no índice de referência da LME também registrou queda de 13,5% no acumulado do ano, cotado atualmente em US$ 2150,31.

Para Alves, a possibilidade de uma retomada da demanda de alumínio no segundo semestre do ano não está descartada, mas o executivo prefere manter uma postura de cautela em meio ao momento atual. “Temos visto muitos leilões de transmissão no Brasil e poderemos ter mais no futuro. São projetos que consomem muito alumínio. Há essa possibilidade [de melhoria no mercado] e é algo interessante para monitorarmos, mas quando olhamos para a CBA, temos uma cautela natural com os ciclos da commodity. Por termos experimentado muitas vezes momentos como o de agora, tomamos ações para passar [por essa fase atual] com segurança”, afirmou Alves.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 19/09/23, às 10h30.

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Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata Foto: ROBSON FERNANDJES / AE

Em busca de maior diversificação na linha de negócios, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve concluir neste semestre um investimento na expansão da Metalex, subsidiária comprada em 2010. A unidade, situada no município de Araçariguama (SP), possui forte atuação na produção de tarugos de alumínio, vendidos aos setores automotivo e de infraestrutura.

Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata. Com o investimento, a Metalex contará com uma participação maior da reciclagem na produção. Atualmente, os tarugos fabricados pela empresa possuem aproximadamente 65% de conteúdo reciclado. O porcentual poderá avançar para até 80%. A conclusão do projeto vai transformar a planta na maior da América Latina em relação ao processamento de sucata em extrusão.

Além do aumento da capacidade em reciclagem, a nova linha de processamento vai separar diversos outros materiais da sucata, como ferro, borracha e plástico. Em 2022, a produção de alumínio secundário (reciclado a partir de sucata) foi de 179 mil toneladas. Já o volume total de fabricação de alumínio ficou em 483 mil toneladas.

Expansão vai trazer mais flexibilidade à empresa

A expansão vai trazer maior flexibilidade para a Metalex, uma vez que a tecnologia possibilita o acesso a sucata de menor preço e a diferentes níveis de obsolescência. Ou seja, a empresa terá liberdade para comprar o material com maior ou menor nível de pureza, aumentando a margem de diferença entre os preços da matéria-prima e do produto vendido.

O presidente da CBA, Luciano Alves, disse ao Broadcast que a companhia tem como estratégia elevar cada vez mais a produção de alumínio secundário com o objetivo de diversificar os negócios da companhia. O executivo prevê resultados mais estáveis no balanço da empresa após a maior exposição à fabricação de produtos a partir da reciclagem. “A rentabilidade da reciclagem normalmente é menor na comparação com o alumínio primário [não reciclado], mas é mais estável porque você está comprando metal a uma referência da LME [London Metal Exchange], processando e revendendo o mesmo produto. Então, geralmente, alcançamos um Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] mais seguro”, afirmou Alves.

O presidente da CBA disse que a produção de alumínio primário funciona a partir da lógica de flutuação das commodities, enfrentando ciclos de altas e quedas. Os negócios voltados para a reciclagem, por sua vez, têm mais estabilidade e acompanham as oscilações de preços. Isso significa que se o preço do alumínio cair, a cotação da sucata adquirida para a produção do metal também deverá apresentar um valor menor. “Continuamos tendo o benefício no alumínio primário e passamos a ter maiores benefícios também na reciclagem. Ficamos com um portfólio mais rico e otimizado”, afirmou Alves. Além do projeto da Metalex, a CBA fechou no fim de 2022 a aquisição da Alux, uma das principais no mercado de alumínio secundário do País, localizada em Nova Odessa (SP). Nessa operação, foi destinado um total de R$ 208 milhões.

Investimento vai ajudar a reduzir emissão de carbono

A iniciativa vai auxiliar a CBA a atingir o objetivo de reduzir a pegada de carbono. A meta da companhia é, até 2030, atingir a média de 1,4 tonelada de CO2e (dióxido de carbono equivalente) por tonelada de alumínio produzido, considerando toda a cadeia da CBA, desde a mineração, refinaria, eletrólise, fundição e reciclagem do alumínio. Atualmente, a empresa emite 3,03 toneladas de CO2e por tonelada do metal líquido primário produzido. A média global é de 12,6 toneladas de CO2e por tonelada de alumínio líquido, segundo o International Aluminium Institute (IAI).

“A sucata entra junto com o alumínio líquido no processo produtivo, durante a fundição, então não é preciso um novo processo para o processamento [do material reciclado]. Adicionamos uma quantidade maior ou menor de sucata dependendo do produto em fabricação e conseguimos ter uma pegada média menor a partir desta estratégia”, disse Alves.

Pertencente à holding Votorantim S.A, a CBA possui R$ 2,84 bilhões em valor de mercado atualmente. O número é 65,9% menor em relação ao terceiro trimestre de 2021, período em que a produtora de alumínio foi listada na Bolsa brasileira. No acumulado de 2023, as ações da empresa registram queda de 55,8%.

Cenário atual é de redução de demanda

Com R$ 215 milhões em Ebitda apurado nos seis primeiros meses de 2023 - valor 84% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior - a empresa enfrenta um cenário desafiador por conta da redução de demanda do alumínio. O nível de preços do metal no índice de referência da LME também registrou queda de 13,5% no acumulado do ano, cotado atualmente em US$ 2150,31.

Para Alves, a possibilidade de uma retomada da demanda de alumínio no segundo semestre do ano não está descartada, mas o executivo prefere manter uma postura de cautela em meio ao momento atual. “Temos visto muitos leilões de transmissão no Brasil e poderemos ter mais no futuro. São projetos que consomem muito alumínio. Há essa possibilidade [de melhoria no mercado] e é algo interessante para monitorarmos, mas quando olhamos para a CBA, temos uma cautela natural com os ciclos da commodity. Por termos experimentado muitas vezes momentos como o de agora, tomamos ações para passar [por essa fase atual] com segurança”, afirmou Alves.

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Em busca de maior diversificação na linha de negócios, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve concluir neste semestre um investimento na expansão da Metalex, subsidiária comprada em 2010. A unidade, situada no município de Araçariguama (SP), possui forte atuação na produção de tarugos de alumínio, vendidos aos setores automotivo e de infraestrutura.

Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata. Com o investimento, a Metalex contará com uma participação maior da reciclagem na produção. Atualmente, os tarugos fabricados pela empresa possuem aproximadamente 65% de conteúdo reciclado. O porcentual poderá avançar para até 80%. A conclusão do projeto vai transformar a planta na maior da América Latina em relação ao processamento de sucata em extrusão.

Além do aumento da capacidade em reciclagem, a nova linha de processamento vai separar diversos outros materiais da sucata, como ferro, borracha e plástico. Em 2022, a produção de alumínio secundário (reciclado a partir de sucata) foi de 179 mil toneladas. Já o volume total de fabricação de alumínio ficou em 483 mil toneladas.

Expansão vai trazer mais flexibilidade à empresa

A expansão vai trazer maior flexibilidade para a Metalex, uma vez que a tecnologia possibilita o acesso a sucata de menor preço e a diferentes níveis de obsolescência. Ou seja, a empresa terá liberdade para comprar o material com maior ou menor nível de pureza, aumentando a margem de diferença entre os preços da matéria-prima e do produto vendido.

O presidente da CBA, Luciano Alves, disse ao Broadcast que a companhia tem como estratégia elevar cada vez mais a produção de alumínio secundário com o objetivo de diversificar os negócios da companhia. O executivo prevê resultados mais estáveis no balanço da empresa após a maior exposição à fabricação de produtos a partir da reciclagem. “A rentabilidade da reciclagem normalmente é menor na comparação com o alumínio primário [não reciclado], mas é mais estável porque você está comprando metal a uma referência da LME [London Metal Exchange], processando e revendendo o mesmo produto. Então, geralmente, alcançamos um Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] mais seguro”, afirmou Alves.

O presidente da CBA disse que a produção de alumínio primário funciona a partir da lógica de flutuação das commodities, enfrentando ciclos de altas e quedas. Os negócios voltados para a reciclagem, por sua vez, têm mais estabilidade e acompanham as oscilações de preços. Isso significa que se o preço do alumínio cair, a cotação da sucata adquirida para a produção do metal também deverá apresentar um valor menor. “Continuamos tendo o benefício no alumínio primário e passamos a ter maiores benefícios também na reciclagem. Ficamos com um portfólio mais rico e otimizado”, afirmou Alves. Além do projeto da Metalex, a CBA fechou no fim de 2022 a aquisição da Alux, uma das principais no mercado de alumínio secundário do País, localizada em Nova Odessa (SP). Nessa operação, foi destinado um total de R$ 208 milhões.

Investimento vai ajudar a reduzir emissão de carbono

A iniciativa vai auxiliar a CBA a atingir o objetivo de reduzir a pegada de carbono. A meta da companhia é, até 2030, atingir a média de 1,4 tonelada de CO2e (dióxido de carbono equivalente) por tonelada de alumínio produzido, considerando toda a cadeia da CBA, desde a mineração, refinaria, eletrólise, fundição e reciclagem do alumínio. Atualmente, a empresa emite 3,03 toneladas de CO2e por tonelada do metal líquido primário produzido. A média global é de 12,6 toneladas de CO2e por tonelada de alumínio líquido, segundo o International Aluminium Institute (IAI).

“A sucata entra junto com o alumínio líquido no processo produtivo, durante a fundição, então não é preciso um novo processo para o processamento [do material reciclado]. Adicionamos uma quantidade maior ou menor de sucata dependendo do produto em fabricação e conseguimos ter uma pegada média menor a partir desta estratégia”, disse Alves.

Pertencente à holding Votorantim S.A, a CBA possui R$ 2,84 bilhões em valor de mercado atualmente. O número é 65,9% menor em relação ao terceiro trimestre de 2021, período em que a produtora de alumínio foi listada na Bolsa brasileira. No acumulado de 2023, as ações da empresa registram queda de 55,8%.

Cenário atual é de redução de demanda

Com R$ 215 milhões em Ebitda apurado nos seis primeiros meses de 2023 - valor 84% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior - a empresa enfrenta um cenário desafiador por conta da redução de demanda do alumínio. O nível de preços do metal no índice de referência da LME também registrou queda de 13,5% no acumulado do ano, cotado atualmente em US$ 2150,31.

Para Alves, a possibilidade de uma retomada da demanda de alumínio no segundo semestre do ano não está descartada, mas o executivo prefere manter uma postura de cautela em meio ao momento atual. “Temos visto muitos leilões de transmissão no Brasil e poderemos ter mais no futuro. São projetos que consomem muito alumínio. Há essa possibilidade [de melhoria no mercado] e é algo interessante para monitorarmos, mas quando olhamos para a CBA, temos uma cautela natural com os ciclos da commodity. Por termos experimentado muitas vezes momentos como o de agora, tomamos ações para passar [por essa fase atual] com segurança”, afirmou Alves.

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Em busca de maior diversificação na linha de negócios, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve concluir neste semestre um investimento na expansão da Metalex, subsidiária comprada em 2010. A unidade, situada no município de Araçariguama (SP), possui forte atuação na produção de tarugos de alumínio, vendidos aos setores automotivo e de infraestrutura.

Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata. Com o investimento, a Metalex contará com uma participação maior da reciclagem na produção. Atualmente, os tarugos fabricados pela empresa possuem aproximadamente 65% de conteúdo reciclado. O porcentual poderá avançar para até 80%. A conclusão do projeto vai transformar a planta na maior da América Latina em relação ao processamento de sucata em extrusão.

Além do aumento da capacidade em reciclagem, a nova linha de processamento vai separar diversos outros materiais da sucata, como ferro, borracha e plástico. Em 2022, a produção de alumínio secundário (reciclado a partir de sucata) foi de 179 mil toneladas. Já o volume total de fabricação de alumínio ficou em 483 mil toneladas.

Expansão vai trazer mais flexibilidade à empresa

A expansão vai trazer maior flexibilidade para a Metalex, uma vez que a tecnologia possibilita o acesso a sucata de menor preço e a diferentes níveis de obsolescência. Ou seja, a empresa terá liberdade para comprar o material com maior ou menor nível de pureza, aumentando a margem de diferença entre os preços da matéria-prima e do produto vendido.

O presidente da CBA, Luciano Alves, disse ao Broadcast que a companhia tem como estratégia elevar cada vez mais a produção de alumínio secundário com o objetivo de diversificar os negócios da companhia. O executivo prevê resultados mais estáveis no balanço da empresa após a maior exposição à fabricação de produtos a partir da reciclagem. “A rentabilidade da reciclagem normalmente é menor na comparação com o alumínio primário [não reciclado], mas é mais estável porque você está comprando metal a uma referência da LME [London Metal Exchange], processando e revendendo o mesmo produto. Então, geralmente, alcançamos um Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] mais seguro”, afirmou Alves.

O presidente da CBA disse que a produção de alumínio primário funciona a partir da lógica de flutuação das commodities, enfrentando ciclos de altas e quedas. Os negócios voltados para a reciclagem, por sua vez, têm mais estabilidade e acompanham as oscilações de preços. Isso significa que se o preço do alumínio cair, a cotação da sucata adquirida para a produção do metal também deverá apresentar um valor menor. “Continuamos tendo o benefício no alumínio primário e passamos a ter maiores benefícios também na reciclagem. Ficamos com um portfólio mais rico e otimizado”, afirmou Alves. Além do projeto da Metalex, a CBA fechou no fim de 2022 a aquisição da Alux, uma das principais no mercado de alumínio secundário do País, localizada em Nova Odessa (SP). Nessa operação, foi destinado um total de R$ 208 milhões.

Investimento vai ajudar a reduzir emissão de carbono

A iniciativa vai auxiliar a CBA a atingir o objetivo de reduzir a pegada de carbono. A meta da companhia é, até 2030, atingir a média de 1,4 tonelada de CO2e (dióxido de carbono equivalente) por tonelada de alumínio produzido, considerando toda a cadeia da CBA, desde a mineração, refinaria, eletrólise, fundição e reciclagem do alumínio. Atualmente, a empresa emite 3,03 toneladas de CO2e por tonelada do metal líquido primário produzido. A média global é de 12,6 toneladas de CO2e por tonelada de alumínio líquido, segundo o International Aluminium Institute (IAI).

“A sucata entra junto com o alumínio líquido no processo produtivo, durante a fundição, então não é preciso um novo processo para o processamento [do material reciclado]. Adicionamos uma quantidade maior ou menor de sucata dependendo do produto em fabricação e conseguimos ter uma pegada média menor a partir desta estratégia”, disse Alves.

Pertencente à holding Votorantim S.A, a CBA possui R$ 2,84 bilhões em valor de mercado atualmente. O número é 65,9% menor em relação ao terceiro trimestre de 2021, período em que a produtora de alumínio foi listada na Bolsa brasileira. No acumulado de 2023, as ações da empresa registram queda de 55,8%.

Cenário atual é de redução de demanda

Com R$ 215 milhões em Ebitda apurado nos seis primeiros meses de 2023 - valor 84% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior - a empresa enfrenta um cenário desafiador por conta da redução de demanda do alumínio. O nível de preços do metal no índice de referência da LME também registrou queda de 13,5% no acumulado do ano, cotado atualmente em US$ 2150,31.

Para Alves, a possibilidade de uma retomada da demanda de alumínio no segundo semestre do ano não está descartada, mas o executivo prefere manter uma postura de cautela em meio ao momento atual. “Temos visto muitos leilões de transmissão no Brasil e poderemos ter mais no futuro. São projetos que consomem muito alumínio. Há essa possibilidade [de melhoria no mercado] e é algo interessante para monitorarmos, mas quando olhamos para a CBA, temos uma cautela natural com os ciclos da commodity. Por termos experimentado muitas vezes momentos como o de agora, tomamos ações para passar [por essa fase atual] com segurança”, afirmou Alves.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 19/09/23, às 10h30.

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Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata Foto: ROBSON FERNANDJES / AE

Em busca de maior diversificação na linha de negócios, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) deve concluir neste semestre um investimento na expansão da Metalex, subsidiária comprada em 2010. A unidade, situada no município de Araçariguama (SP), possui forte atuação na produção de tarugos de alumínio, vendidos aos setores automotivo e de infraestrutura.

Serão adicionadas 50 mil toneladas por ano em capacidade de reciclagem de alumínio da CBA por meio da instalação de uma nova linha de tratamento de sucata. Com o investimento, a Metalex contará com uma participação maior da reciclagem na produção. Atualmente, os tarugos fabricados pela empresa possuem aproximadamente 65% de conteúdo reciclado. O porcentual poderá avançar para até 80%. A conclusão do projeto vai transformar a planta na maior da América Latina em relação ao processamento de sucata em extrusão.

Além do aumento da capacidade em reciclagem, a nova linha de processamento vai separar diversos outros materiais da sucata, como ferro, borracha e plástico. Em 2022, a produção de alumínio secundário (reciclado a partir de sucata) foi de 179 mil toneladas. Já o volume total de fabricação de alumínio ficou em 483 mil toneladas.

Expansão vai trazer mais flexibilidade à empresa

A expansão vai trazer maior flexibilidade para a Metalex, uma vez que a tecnologia possibilita o acesso a sucata de menor preço e a diferentes níveis de obsolescência. Ou seja, a empresa terá liberdade para comprar o material com maior ou menor nível de pureza, aumentando a margem de diferença entre os preços da matéria-prima e do produto vendido.

O presidente da CBA, Luciano Alves, disse ao Broadcast que a companhia tem como estratégia elevar cada vez mais a produção de alumínio secundário com o objetivo de diversificar os negócios da companhia. O executivo prevê resultados mais estáveis no balanço da empresa após a maior exposição à fabricação de produtos a partir da reciclagem. “A rentabilidade da reciclagem normalmente é menor na comparação com o alumínio primário [não reciclado], mas é mais estável porque você está comprando metal a uma referência da LME [London Metal Exchange], processando e revendendo o mesmo produto. Então, geralmente, alcançamos um Ebitda [lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização] mais seguro”, afirmou Alves.

O presidente da CBA disse que a produção de alumínio primário funciona a partir da lógica de flutuação das commodities, enfrentando ciclos de altas e quedas. Os negócios voltados para a reciclagem, por sua vez, têm mais estabilidade e acompanham as oscilações de preços. Isso significa que se o preço do alumínio cair, a cotação da sucata adquirida para a produção do metal também deverá apresentar um valor menor. “Continuamos tendo o benefício no alumínio primário e passamos a ter maiores benefícios também na reciclagem. Ficamos com um portfólio mais rico e otimizado”, afirmou Alves. Além do projeto da Metalex, a CBA fechou no fim de 2022 a aquisição da Alux, uma das principais no mercado de alumínio secundário do País, localizada em Nova Odessa (SP). Nessa operação, foi destinado um total de R$ 208 milhões.

Investimento vai ajudar a reduzir emissão de carbono

A iniciativa vai auxiliar a CBA a atingir o objetivo de reduzir a pegada de carbono. A meta da companhia é, até 2030, atingir a média de 1,4 tonelada de CO2e (dióxido de carbono equivalente) por tonelada de alumínio produzido, considerando toda a cadeia da CBA, desde a mineração, refinaria, eletrólise, fundição e reciclagem do alumínio. Atualmente, a empresa emite 3,03 toneladas de CO2e por tonelada do metal líquido primário produzido. A média global é de 12,6 toneladas de CO2e por tonelada de alumínio líquido, segundo o International Aluminium Institute (IAI).

“A sucata entra junto com o alumínio líquido no processo produtivo, durante a fundição, então não é preciso um novo processo para o processamento [do material reciclado]. Adicionamos uma quantidade maior ou menor de sucata dependendo do produto em fabricação e conseguimos ter uma pegada média menor a partir desta estratégia”, disse Alves.

Pertencente à holding Votorantim S.A, a CBA possui R$ 2,84 bilhões em valor de mercado atualmente. O número é 65,9% menor em relação ao terceiro trimestre de 2021, período em que a produtora de alumínio foi listada na Bolsa brasileira. No acumulado de 2023, as ações da empresa registram queda de 55,8%.

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Para Alves, a possibilidade de uma retomada da demanda de alumínio no segundo semestre do ano não está descartada, mas o executivo prefere manter uma postura de cautela em meio ao momento atual. “Temos visto muitos leilões de transmissão no Brasil e poderemos ter mais no futuro. São projetos que consomem muito alumínio. Há essa possibilidade [de melhoria no mercado] e é algo interessante para monitorarmos, mas quando olhamos para a CBA, temos uma cautela natural com os ciclos da commodity. Por termos experimentado muitas vezes momentos como o de agora, tomamos ações para passar [por essa fase atual] com segurança”, afirmou Alves.

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