Bastidores do mundo dos negócios

Déficit comercial no setor têxtil cresceu 17% em 2022


Segundo Abit, saldo negativo foi de U$ 4,79 bi; números não incluem importação por pessoas físicas em sites de comércio entre fronteiras

Por Talita Nascimento
Em 2022, exportações do segmento cresceram 7,53% e somaram US$ 1,14 bilhão Foto: Cia Cataguases

As exportações da indústria têxtil e de confecção do País cresceram 7,53% em 2022, na comparação com 2021, passando de US$ 1,06 bilhão para US$ 1,14 bilhão. As importações, por sua vez, aumentaram 15,07%, saindo de US$ 5,16 bilhões para US$ 5,94 bilhões. Com esse resultado, o déficit da balança comercial do segmento fechou o ano em US$ 4,79 bilhões, número 17,03% maior do que em 2021, quando havia alcançado US$ 4,09 bilhões. As informações foram compiladas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e se baseiam em dados oficiais do Ministério da Fazenda.

Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, ressaltou que esses números não levam em conta a importação de peças por pessoas físicas em sites de comércio entre fronteiras, como é o caso da plataforma Shein, citada de maneira recorrente em relatórios de bancos como ameaça concorrencial para o mercado têxtil nacional.

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Compras que não aparecem nas estatísticas

Segundo Pimentel, essas compras não aparecem na balança comercial, pois não têm o mesmo tratamento estatístico. “São pequenas encomendas que vêm pelos correios e, por isso, não aparecem nessa estatística, o que aumenta a pressão sobre o varejo brasileiro”, disse. O desempenho mais fraco do varejo brasileiro é citado pelo dirigente como um dos fatores que desestimulam os produtores têxteis nacionais.

”No ano passado, a estimativa é que eles (a Shein) tenham faturado R$ 8 bilhões no País, o que a grosso modo, pode representar 200 milhões de peças. O grande problema é que esses produtos não estão pagando os impostos devidos ao serem internalizados no País, o que traz uma concorrência desleal para o varejo e o produtor brasileiro”, afirmou Pimentel.

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Ele confirmou que há informações de que a Shein busca iniciar produção em território nacional, o que, em sua visão, tem aspectos positivos. No entanto, ele se manteve firme na posição de que esse movimento não resolveria, por si só, questões que classifica como “concorrência desleal”.

“É bom, mas é óbvio que, vendo o tamanho que eles têm, a produção brasileira não vai ser suficiente para essas 200 milhões de peças. É positivo, traz nova possibilidade, mas vai ser muito mais positivo se eles pagarem os impostos devidos na importação”, disse. Ele informou ainda que a Abit estará junto de representantes do varejo em Brasília nesta semana para tratar do assunto.

Procurada, a Shein não respondeu às tentativas de contato da reportagem para tratar do tema.

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Só a China exportou US$ 3,57 bi em têxteis ao Brasil

A China foi o país de origem de 58,4% das importações brasileiras em 2022, com um valor de US$ 3,57 bilhões - o número é 28,11% superior ao do ano precedente. O segundo colocado foi a Índia, com US$ 317,54 milhões. Seguem-se na relação dos 10 maiores fornecedores estrangeiros: Paraguai, Estados Unidos, Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Turquia, Israel e Argentina.

Quanto às exportações, a Argentina foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2022, com US$ 281,20 milhões. Na relação dos 10 principais compradores estão o Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Uruguai, Peru, México, Chile, China e Equador.

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“Tivemos aumento de custos e um varejo que não foi tão bem e tivemos aumento nas importações. Nas exportações tivemos melhora e estamos trabalhando para seguir evoluindo. O ano, obviamente, não foi o mais maravilhoso, até porque no final de 2022 as nossas vendas para a Argentina caíram 30% por conta dos problemas todos do país, que é o nosso principal mercado”, afirmou Pimentel.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 27/02/2023, às 15h35

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Em 2022, exportações do segmento cresceram 7,53% e somaram US$ 1,14 bilhão Foto: Cia Cataguases

As exportações da indústria têxtil e de confecção do País cresceram 7,53% em 2022, na comparação com 2021, passando de US$ 1,06 bilhão para US$ 1,14 bilhão. As importações, por sua vez, aumentaram 15,07%, saindo de US$ 5,16 bilhões para US$ 5,94 bilhões. Com esse resultado, o déficit da balança comercial do segmento fechou o ano em US$ 4,79 bilhões, número 17,03% maior do que em 2021, quando havia alcançado US$ 4,09 bilhões. As informações foram compiladas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e se baseiam em dados oficiais do Ministério da Fazenda.

Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, ressaltou que esses números não levam em conta a importação de peças por pessoas físicas em sites de comércio entre fronteiras, como é o caso da plataforma Shein, citada de maneira recorrente em relatórios de bancos como ameaça concorrencial para o mercado têxtil nacional.

Compras que não aparecem nas estatísticas

Segundo Pimentel, essas compras não aparecem na balança comercial, pois não têm o mesmo tratamento estatístico. “São pequenas encomendas que vêm pelos correios e, por isso, não aparecem nessa estatística, o que aumenta a pressão sobre o varejo brasileiro”, disse. O desempenho mais fraco do varejo brasileiro é citado pelo dirigente como um dos fatores que desestimulam os produtores têxteis nacionais.

”No ano passado, a estimativa é que eles (a Shein) tenham faturado R$ 8 bilhões no País, o que a grosso modo, pode representar 200 milhões de peças. O grande problema é que esses produtos não estão pagando os impostos devidos ao serem internalizados no País, o que traz uma concorrência desleal para o varejo e o produtor brasileiro”, afirmou Pimentel.

Ele confirmou que há informações de que a Shein busca iniciar produção em território nacional, o que, em sua visão, tem aspectos positivos. No entanto, ele se manteve firme na posição de que esse movimento não resolveria, por si só, questões que classifica como “concorrência desleal”.

“É bom, mas é óbvio que, vendo o tamanho que eles têm, a produção brasileira não vai ser suficiente para essas 200 milhões de peças. É positivo, traz nova possibilidade, mas vai ser muito mais positivo se eles pagarem os impostos devidos na importação”, disse. Ele informou ainda que a Abit estará junto de representantes do varejo em Brasília nesta semana para tratar do assunto.

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Só a China exportou US$ 3,57 bi em têxteis ao Brasil

A China foi o país de origem de 58,4% das importações brasileiras em 2022, com um valor de US$ 3,57 bilhões - o número é 28,11% superior ao do ano precedente. O segundo colocado foi a Índia, com US$ 317,54 milhões. Seguem-se na relação dos 10 maiores fornecedores estrangeiros: Paraguai, Estados Unidos, Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Turquia, Israel e Argentina.

Quanto às exportações, a Argentina foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2022, com US$ 281,20 milhões. Na relação dos 10 principais compradores estão o Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Uruguai, Peru, México, Chile, China e Equador.

“Tivemos aumento de custos e um varejo que não foi tão bem e tivemos aumento nas importações. Nas exportações tivemos melhora e estamos trabalhando para seguir evoluindo. O ano, obviamente, não foi o mais maravilhoso, até porque no final de 2022 as nossas vendas para a Argentina caíram 30% por conta dos problemas todos do país, que é o nosso principal mercado”, afirmou Pimentel.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 27/02/2023, às 15h35

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Em 2022, exportações do segmento cresceram 7,53% e somaram US$ 1,14 bilhão Foto: Cia Cataguases

As exportações da indústria têxtil e de confecção do País cresceram 7,53% em 2022, na comparação com 2021, passando de US$ 1,06 bilhão para US$ 1,14 bilhão. As importações, por sua vez, aumentaram 15,07%, saindo de US$ 5,16 bilhões para US$ 5,94 bilhões. Com esse resultado, o déficit da balança comercial do segmento fechou o ano em US$ 4,79 bilhões, número 17,03% maior do que em 2021, quando havia alcançado US$ 4,09 bilhões. As informações foram compiladas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e se baseiam em dados oficiais do Ministério da Fazenda.

Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit, ressaltou que esses números não levam em conta a importação de peças por pessoas físicas em sites de comércio entre fronteiras, como é o caso da plataforma Shein, citada de maneira recorrente em relatórios de bancos como ameaça concorrencial para o mercado têxtil nacional.

Compras que não aparecem nas estatísticas

Segundo Pimentel, essas compras não aparecem na balança comercial, pois não têm o mesmo tratamento estatístico. “São pequenas encomendas que vêm pelos correios e, por isso, não aparecem nessa estatística, o que aumenta a pressão sobre o varejo brasileiro”, disse. O desempenho mais fraco do varejo brasileiro é citado pelo dirigente como um dos fatores que desestimulam os produtores têxteis nacionais.

”No ano passado, a estimativa é que eles (a Shein) tenham faturado R$ 8 bilhões no País, o que a grosso modo, pode representar 200 milhões de peças. O grande problema é que esses produtos não estão pagando os impostos devidos ao serem internalizados no País, o que traz uma concorrência desleal para o varejo e o produtor brasileiro”, afirmou Pimentel.

Ele confirmou que há informações de que a Shein busca iniciar produção em território nacional, o que, em sua visão, tem aspectos positivos. No entanto, ele se manteve firme na posição de que esse movimento não resolveria, por si só, questões que classifica como “concorrência desleal”.

“É bom, mas é óbvio que, vendo o tamanho que eles têm, a produção brasileira não vai ser suficiente para essas 200 milhões de peças. É positivo, traz nova possibilidade, mas vai ser muito mais positivo se eles pagarem os impostos devidos na importação”, disse. Ele informou ainda que a Abit estará junto de representantes do varejo em Brasília nesta semana para tratar do assunto.

Procurada, a Shein não respondeu às tentativas de contato da reportagem para tratar do tema.

Só a China exportou US$ 3,57 bi em têxteis ao Brasil

A China foi o país de origem de 58,4% das importações brasileiras em 2022, com um valor de US$ 3,57 bilhões - o número é 28,11% superior ao do ano precedente. O segundo colocado foi a Índia, com US$ 317,54 milhões. Seguem-se na relação dos 10 maiores fornecedores estrangeiros: Paraguai, Estados Unidos, Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Turquia, Israel e Argentina.

Quanto às exportações, a Argentina foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2022, com US$ 281,20 milhões. Na relação dos 10 principais compradores estão o Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Uruguai, Peru, México, Chile, China e Equador.

“Tivemos aumento de custos e um varejo que não foi tão bem e tivemos aumento nas importações. Nas exportações tivemos melhora e estamos trabalhando para seguir evoluindo. O ano, obviamente, não foi o mais maravilhoso, até porque no final de 2022 as nossas vendas para a Argentina caíram 30% por conta dos problemas todos do país, que é o nosso principal mercado”, afirmou Pimentel.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 27/02/2023, às 15h35

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