Bastidores do mundo dos negócios

Demanda por bonds do Brasil supera US$ 16 bi e mais US$ 3 bi estão na fila


Juntas, Minerva, JBS e Braskem captaram US$ 4,25 bilhões neste mês

Por Cynthia Decloedt
A JBS teve a maior demanda por seus títulos, de US$ 8 bilhões. O frigorífico brasileiro captou US$ 2,5 bilhões, US$ 1 bilhão a mais do que pretendia Foto: David Zalubowski / AP

Três empresas brasileiras atraíram mais de US$ 16 bilhões em ordens para suas ofertas de títulos de dívida (bonds) feitos no exterior na semana passada. Juntas, captaram US$ 4,25 bilhões. As transações ocorreram nos primeiros dias de setembro, mês que é o segundo mais concorrido por emissores globais que desejam se financiar no mercado de dívida norte-americano. A expectativa é de novas ofertas que irão somar mais US$ 3 bilhões até o fim deste mês.

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No entanto, é um desdobramento ainda incerto. A volatilidade nas taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), causada pelos indicadores da maior economia do mundo, pode transformar em mera “fresta” a janela de captações neste mês. A perspectiva de divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano nesta quarta-feira, por exemplo, já represa alguns anúncios nesta semana. Por outro lado, como há consenso de manutenção da taxa de juros americana em setembro e o mercado está dividido quanto a uma nova elevação até o fim do ano, as empresas correm para emplacar as ofertas neste mês.

“O mercado está lá”, diz o responsável pela área de mercado de capitais de dívida Internacional do Bradesco BBI, Gilberto Nakayasu. Prova disso é que na quarta-feira da semana passada, empresas norte-americanas com grau de investimento, que normalmente abrem a temporada de setembro, emitiram um recorde de US$ 36 bilhões em bonds, o maior volume dos últimos três anos para esse grupo em um único dia. Para Giba, como é conhecido, isso indica que a demanda existe e que havendo um ambiente saudável outros grupos de empresas virão na sequência, incluindo dos emergentes.

Taxas de juros dos EUA influenciam operações

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Ele acrescenta que existe uma inquietude com a resposta das taxas de juros nos Estados Unidos aos indicadores. As taxas são parte da equação do preço (custo) das ofertas, composta ainda por um prêmio. “Se a taxa do T-bond, de 10 anos, ficar mais próxima de 4%, o mercado deve ter mais otimismo”, afirma. Nakayasu observa que setembro tende a ser o mês mais movimentado e que o ano de 2023 ficará bem mais próximo à media de captações anuais do Brasil dos últimos seis anos (2016-2022), de US$ 24 bilhões. Ele calcula que, neste ano, as empresas brasileiras poderão levantar US$ 20 bilhões no mercado de bonds.

O ano de 2022 foi contaminado pela expectativa das eleições brasileiras e por dúvidas maiores sobre a direção dos juros norte-americanos, resultando em um volume atípico de pouco mais de US$ 5 bilhões em captações. De janeiro até agora, as empresas brasileiras já levantaram perto de US$ 13 bilhões lá fora com emissão de bonds.

As três empresas que largaram na frente em setembro foram Minerva, JBS e Braskem, levantando US$ 900 milhões, US$ 2,5 bilhões e US$ 850 milhões, respectivamente. A JBS teve a maior demanda, que chegou a US$ 8 bilhões, favorecendo uma captação superior ao US$ 1,5 bilhão pretendido pela companhia. A JBS emitiu bonds com vencimento de 10 anos e de 30 anos, a única empresa brasileira a captar ao prazo de 30 anos nos últimos dois anos. A Minerva encontrou demanda de US$ 1,8 bilhão para seus papéis de prazo de 10 anos e a Braskem de US$ 2,75 bilhões.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 12/09/23, às 17h12.

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A JBS teve a maior demanda por seus títulos, de US$ 8 bilhões. O frigorífico brasileiro captou US$ 2,5 bilhões, US$ 1 bilhão a mais do que pretendia Foto: David Zalubowski / AP

Três empresas brasileiras atraíram mais de US$ 16 bilhões em ordens para suas ofertas de títulos de dívida (bonds) feitos no exterior na semana passada. Juntas, captaram US$ 4,25 bilhões. As transações ocorreram nos primeiros dias de setembro, mês que é o segundo mais concorrido por emissores globais que desejam se financiar no mercado de dívida norte-americano. A expectativa é de novas ofertas que irão somar mais US$ 3 bilhões até o fim deste mês.

No entanto, é um desdobramento ainda incerto. A volatilidade nas taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), causada pelos indicadores da maior economia do mundo, pode transformar em mera “fresta” a janela de captações neste mês. A perspectiva de divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano nesta quarta-feira, por exemplo, já represa alguns anúncios nesta semana. Por outro lado, como há consenso de manutenção da taxa de juros americana em setembro e o mercado está dividido quanto a uma nova elevação até o fim do ano, as empresas correm para emplacar as ofertas neste mês.

“O mercado está lá”, diz o responsável pela área de mercado de capitais de dívida Internacional do Bradesco BBI, Gilberto Nakayasu. Prova disso é que na quarta-feira da semana passada, empresas norte-americanas com grau de investimento, que normalmente abrem a temporada de setembro, emitiram um recorde de US$ 36 bilhões em bonds, o maior volume dos últimos três anos para esse grupo em um único dia. Para Giba, como é conhecido, isso indica que a demanda existe e que havendo um ambiente saudável outros grupos de empresas virão na sequência, incluindo dos emergentes.

Taxas de juros dos EUA influenciam operações

Ele acrescenta que existe uma inquietude com a resposta das taxas de juros nos Estados Unidos aos indicadores. As taxas são parte da equação do preço (custo) das ofertas, composta ainda por um prêmio. “Se a taxa do T-bond, de 10 anos, ficar mais próxima de 4%, o mercado deve ter mais otimismo”, afirma. Nakayasu observa que setembro tende a ser o mês mais movimentado e que o ano de 2023 ficará bem mais próximo à media de captações anuais do Brasil dos últimos seis anos (2016-2022), de US$ 24 bilhões. Ele calcula que, neste ano, as empresas brasileiras poderão levantar US$ 20 bilhões no mercado de bonds.

O ano de 2022 foi contaminado pela expectativa das eleições brasileiras e por dúvidas maiores sobre a direção dos juros norte-americanos, resultando em um volume atípico de pouco mais de US$ 5 bilhões em captações. De janeiro até agora, as empresas brasileiras já levantaram perto de US$ 13 bilhões lá fora com emissão de bonds.

As três empresas que largaram na frente em setembro foram Minerva, JBS e Braskem, levantando US$ 900 milhões, US$ 2,5 bilhões e US$ 850 milhões, respectivamente. A JBS teve a maior demanda, que chegou a US$ 8 bilhões, favorecendo uma captação superior ao US$ 1,5 bilhão pretendido pela companhia. A JBS emitiu bonds com vencimento de 10 anos e de 30 anos, a única empresa brasileira a captar ao prazo de 30 anos nos últimos dois anos. A Minerva encontrou demanda de US$ 1,8 bilhão para seus papéis de prazo de 10 anos e a Braskem de US$ 2,75 bilhões.

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Três empresas brasileiras atraíram mais de US$ 16 bilhões em ordens para suas ofertas de títulos de dívida (bonds) feitos no exterior na semana passada. Juntas, captaram US$ 4,25 bilhões. As transações ocorreram nos primeiros dias de setembro, mês que é o segundo mais concorrido por emissores globais que desejam se financiar no mercado de dívida norte-americano. A expectativa é de novas ofertas que irão somar mais US$ 3 bilhões até o fim deste mês.

No entanto, é um desdobramento ainda incerto. A volatilidade nas taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), causada pelos indicadores da maior economia do mundo, pode transformar em mera “fresta” a janela de captações neste mês. A perspectiva de divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano nesta quarta-feira, por exemplo, já represa alguns anúncios nesta semana. Por outro lado, como há consenso de manutenção da taxa de juros americana em setembro e o mercado está dividido quanto a uma nova elevação até o fim do ano, as empresas correm para emplacar as ofertas neste mês.

“O mercado está lá”, diz o responsável pela área de mercado de capitais de dívida Internacional do Bradesco BBI, Gilberto Nakayasu. Prova disso é que na quarta-feira da semana passada, empresas norte-americanas com grau de investimento, que normalmente abrem a temporada de setembro, emitiram um recorde de US$ 36 bilhões em bonds, o maior volume dos últimos três anos para esse grupo em um único dia. Para Giba, como é conhecido, isso indica que a demanda existe e que havendo um ambiente saudável outros grupos de empresas virão na sequência, incluindo dos emergentes.

Taxas de juros dos EUA influenciam operações

Ele acrescenta que existe uma inquietude com a resposta das taxas de juros nos Estados Unidos aos indicadores. As taxas são parte da equação do preço (custo) das ofertas, composta ainda por um prêmio. “Se a taxa do T-bond, de 10 anos, ficar mais próxima de 4%, o mercado deve ter mais otimismo”, afirma. Nakayasu observa que setembro tende a ser o mês mais movimentado e que o ano de 2023 ficará bem mais próximo à media de captações anuais do Brasil dos últimos seis anos (2016-2022), de US$ 24 bilhões. Ele calcula que, neste ano, as empresas brasileiras poderão levantar US$ 20 bilhões no mercado de bonds.

O ano de 2022 foi contaminado pela expectativa das eleições brasileiras e por dúvidas maiores sobre a direção dos juros norte-americanos, resultando em um volume atípico de pouco mais de US$ 5 bilhões em captações. De janeiro até agora, as empresas brasileiras já levantaram perto de US$ 13 bilhões lá fora com emissão de bonds.

As três empresas que largaram na frente em setembro foram Minerva, JBS e Braskem, levantando US$ 900 milhões, US$ 2,5 bilhões e US$ 850 milhões, respectivamente. A JBS teve a maior demanda, que chegou a US$ 8 bilhões, favorecendo uma captação superior ao US$ 1,5 bilhão pretendido pela companhia. A JBS emitiu bonds com vencimento de 10 anos e de 30 anos, a única empresa brasileira a captar ao prazo de 30 anos nos últimos dois anos. A Minerva encontrou demanda de US$ 1,8 bilhão para seus papéis de prazo de 10 anos e a Braskem de US$ 2,75 bilhões.

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Três empresas brasileiras atraíram mais de US$ 16 bilhões em ordens para suas ofertas de títulos de dívida (bonds) feitos no exterior na semana passada. Juntas, captaram US$ 4,25 bilhões. As transações ocorreram nos primeiros dias de setembro, mês que é o segundo mais concorrido por emissores globais que desejam se financiar no mercado de dívida norte-americano. A expectativa é de novas ofertas que irão somar mais US$ 3 bilhões até o fim deste mês.

No entanto, é um desdobramento ainda incerto. A volatilidade nas taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), causada pelos indicadores da maior economia do mundo, pode transformar em mera “fresta” a janela de captações neste mês. A perspectiva de divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano nesta quarta-feira, por exemplo, já represa alguns anúncios nesta semana. Por outro lado, como há consenso de manutenção da taxa de juros americana em setembro e o mercado está dividido quanto a uma nova elevação até o fim do ano, as empresas correm para emplacar as ofertas neste mês.

“O mercado está lá”, diz o responsável pela área de mercado de capitais de dívida Internacional do Bradesco BBI, Gilberto Nakayasu. Prova disso é que na quarta-feira da semana passada, empresas norte-americanas com grau de investimento, que normalmente abrem a temporada de setembro, emitiram um recorde de US$ 36 bilhões em bonds, o maior volume dos últimos três anos para esse grupo em um único dia. Para Giba, como é conhecido, isso indica que a demanda existe e que havendo um ambiente saudável outros grupos de empresas virão na sequência, incluindo dos emergentes.

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Ele acrescenta que existe uma inquietude com a resposta das taxas de juros nos Estados Unidos aos indicadores. As taxas são parte da equação do preço (custo) das ofertas, composta ainda por um prêmio. “Se a taxa do T-bond, de 10 anos, ficar mais próxima de 4%, o mercado deve ter mais otimismo”, afirma. Nakayasu observa que setembro tende a ser o mês mais movimentado e que o ano de 2023 ficará bem mais próximo à media de captações anuais do Brasil dos últimos seis anos (2016-2022), de US$ 24 bilhões. Ele calcula que, neste ano, as empresas brasileiras poderão levantar US$ 20 bilhões no mercado de bonds.

O ano de 2022 foi contaminado pela expectativa das eleições brasileiras e por dúvidas maiores sobre a direção dos juros norte-americanos, resultando em um volume atípico de pouco mais de US$ 5 bilhões em captações. De janeiro até agora, as empresas brasileiras já levantaram perto de US$ 13 bilhões lá fora com emissão de bonds.

As três empresas que largaram na frente em setembro foram Minerva, JBS e Braskem, levantando US$ 900 milhões, US$ 2,5 bilhões e US$ 850 milhões, respectivamente. A JBS teve a maior demanda, que chegou a US$ 8 bilhões, favorecendo uma captação superior ao US$ 1,5 bilhão pretendido pela companhia. A JBS emitiu bonds com vencimento de 10 anos e de 30 anos, a única empresa brasileira a captar ao prazo de 30 anos nos últimos dois anos. A Minerva encontrou demanda de US$ 1,8 bilhão para seus papéis de prazo de 10 anos e a Braskem de US$ 2,75 bilhões.

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