Bastidores do mundo dos negócios

Discussão entre Banco do Brasil e BB Seguridade deve poupar corretora


Holding de seguros tem exclusividade na venda de produtos na rede da instituição financeira

Por Matheus Piovesana
Acordo de exclusividade do Banco do Brasil com a BB Seguradora vai até 2033 Foto: Epitácio Pessoa/Estadão - 11/01/2022

Ainda em estágio informal, a discussão entre o Banco do Brasil e a BB Seguridade sobre a exclusividade da holding na venda de seguros dentro do banco deve poupar a rentável BB Corretora, que é o canal pelo qual essa venda acontece. O entendimento nos bastidores é que uma eventual exigência de pagamentos maiores por parte do BB simplesmente transferiria dinheiro de um bolso para o outro, dado que através da holding de seguros, o banco é dono de quase 70% da empresa.

A BB Corretora é o canal pelo qual as cinco empresas da BB Seguridade exercem a exclusividade na venda de seguros dentro do BB. Um acordo firmado em 2013, com validade de 20 anos, garante à Corretora a exclusividade na exploração do balcão do banco. Em paralelo, outro contrato estabelece o ressarcimento da Corretora ao BB pelo uso da estrutura e dos funcionários do banco. No segundo trimestre, a Corretora teve lucro líquido de R$ 794,5 milhões, um crescimento de 12,4% em um ano.

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O mercado considera que essas condições poderiam ser “apertadas” pelo BB na renovação, e mesmo que ainda haja quase uma década de vigência do contrato, essa percepção tem pressionado as ações da BB Seguridade na B3. Nos bastidores, porém, a visão é que o banco deve buscar sim uma remuneração maior, mas não através da corretora e sim das relações entre a BB Seguridade e os sócios que ela possui em cada negócio.

Composição

Formada pelo banco em 2012, a BB Seguridade reúne a corretora, a seguradora Brasilseg, a empresa de previdência Brasilprev, a Brasilcap, de capitalização, e a Brasildental, de planos odontológicos. Em quatro delas há sócios: a Mapfre, na Brasilseg; a Principal, na Brasilprev; a Icatu e a Aliança da Bahia, na Brasilcap; e a Odontoprev, na Brasildental. De modo geral, a BB Seguros tem a maior parte do capital das empresas e a maioria das ações preferenciais, que têm direitos econômicos maiores, mas tem menos da metade das ordinárias, que dão direito a voto.

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Nos bastidores, as discussões são divididas em duas partes. Primeiro, um debate sobre a relação entre o banco e a BB Corretora. Depois disso, e a partir dos resultados desse debate, uma revisão das sociedades que o BB detém com empresas estrangeiras de forma indireta, através da BB Seguridade.

O fator renovação tem sido adiantado por analistas por duas questões técnicas. A primeira é que para estabelecer o valor que consideram justo para as ações da BB Seguridade, eles precisam levar em consideração a duração do contrato com o BB, que responde pela esmagadora maioria das receitas do grupo. Segundo, porque este fator serve para arbitrar os valores da empresa e da Caixa Seguridade, que tem estrutura praticamente idêntica à da empresa do BB, mas mais tempo de contrato com a Caixa, até 2050.

Mais para frente

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No caso da BB Seguridade, a discussão formal sobre a renovação sequer começou. Executivos afirmam, reservadamente, que o assunto tende a ganhar tração a partir de 2028, cinco anos antes do fim do contrato atual. Aí sim as sociedades atuais podem vir a ser rediscutidas, com cada um dos sócios.

A não renovação não é uma alternativa, justamente porque o BB é o controlador da BB Seguridade. Na teleconferência do Banco do Brasil, nesta quinta-feira, 8, o banco excluiu essa hipótese, o que levou as ações da BB Seguridade a dispararem na B3. Na conferência da holding, na última segunda, o discurso foi similar, passando inclusive por uma ideia de fortalecimento das relações. Todos os membros da diretoria da BB Seguridade são funcionários de carreira do BB.

Procurada, a BB Seguridade não respondeu até o fechamento desta nota.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/08/2024, às 16h59.

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Acordo de exclusividade do Banco do Brasil com a BB Seguradora vai até 2033 Foto: Epitácio Pessoa/Estadão - 11/01/2022

Ainda em estágio informal, a discussão entre o Banco do Brasil e a BB Seguridade sobre a exclusividade da holding na venda de seguros dentro do banco deve poupar a rentável BB Corretora, que é o canal pelo qual essa venda acontece. O entendimento nos bastidores é que uma eventual exigência de pagamentos maiores por parte do BB simplesmente transferiria dinheiro de um bolso para o outro, dado que através da holding de seguros, o banco é dono de quase 70% da empresa.

A BB Corretora é o canal pelo qual as cinco empresas da BB Seguridade exercem a exclusividade na venda de seguros dentro do BB. Um acordo firmado em 2013, com validade de 20 anos, garante à Corretora a exclusividade na exploração do balcão do banco. Em paralelo, outro contrato estabelece o ressarcimento da Corretora ao BB pelo uso da estrutura e dos funcionários do banco. No segundo trimestre, a Corretora teve lucro líquido de R$ 794,5 milhões, um crescimento de 12,4% em um ano.

O mercado considera que essas condições poderiam ser “apertadas” pelo BB na renovação, e mesmo que ainda haja quase uma década de vigência do contrato, essa percepção tem pressionado as ações da BB Seguridade na B3. Nos bastidores, porém, a visão é que o banco deve buscar sim uma remuneração maior, mas não através da corretora e sim das relações entre a BB Seguridade e os sócios que ela possui em cada negócio.

Composição

Formada pelo banco em 2012, a BB Seguridade reúne a corretora, a seguradora Brasilseg, a empresa de previdência Brasilprev, a Brasilcap, de capitalização, e a Brasildental, de planos odontológicos. Em quatro delas há sócios: a Mapfre, na Brasilseg; a Principal, na Brasilprev; a Icatu e a Aliança da Bahia, na Brasilcap; e a Odontoprev, na Brasildental. De modo geral, a BB Seguros tem a maior parte do capital das empresas e a maioria das ações preferenciais, que têm direitos econômicos maiores, mas tem menos da metade das ordinárias, que dão direito a voto.

Nos bastidores, as discussões são divididas em duas partes. Primeiro, um debate sobre a relação entre o banco e a BB Corretora. Depois disso, e a partir dos resultados desse debate, uma revisão das sociedades que o BB detém com empresas estrangeiras de forma indireta, através da BB Seguridade.

O fator renovação tem sido adiantado por analistas por duas questões técnicas. A primeira é que para estabelecer o valor que consideram justo para as ações da BB Seguridade, eles precisam levar em consideração a duração do contrato com o BB, que responde pela esmagadora maioria das receitas do grupo. Segundo, porque este fator serve para arbitrar os valores da empresa e da Caixa Seguridade, que tem estrutura praticamente idêntica à da empresa do BB, mas mais tempo de contrato com a Caixa, até 2050.

Mais para frente

No caso da BB Seguridade, a discussão formal sobre a renovação sequer começou. Executivos afirmam, reservadamente, que o assunto tende a ganhar tração a partir de 2028, cinco anos antes do fim do contrato atual. Aí sim as sociedades atuais podem vir a ser rediscutidas, com cada um dos sócios.

A não renovação não é uma alternativa, justamente porque o BB é o controlador da BB Seguridade. Na teleconferência do Banco do Brasil, nesta quinta-feira, 8, o banco excluiu essa hipótese, o que levou as ações da BB Seguridade a dispararem na B3. Na conferência da holding, na última segunda, o discurso foi similar, passando inclusive por uma ideia de fortalecimento das relações. Todos os membros da diretoria da BB Seguridade são funcionários de carreira do BB.

Procurada, a BB Seguridade não respondeu até o fechamento desta nota.

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A BB Corretora é o canal pelo qual as cinco empresas da BB Seguridade exercem a exclusividade na venda de seguros dentro do BB. Um acordo firmado em 2013, com validade de 20 anos, garante à Corretora a exclusividade na exploração do balcão do banco. Em paralelo, outro contrato estabelece o ressarcimento da Corretora ao BB pelo uso da estrutura e dos funcionários do banco. No segundo trimestre, a Corretora teve lucro líquido de R$ 794,5 milhões, um crescimento de 12,4% em um ano.

O mercado considera que essas condições poderiam ser “apertadas” pelo BB na renovação, e mesmo que ainda haja quase uma década de vigência do contrato, essa percepção tem pressionado as ações da BB Seguridade na B3. Nos bastidores, porém, a visão é que o banco deve buscar sim uma remuneração maior, mas não através da corretora e sim das relações entre a BB Seguridade e os sócios que ela possui em cada negócio.

Composição

Formada pelo banco em 2012, a BB Seguridade reúne a corretora, a seguradora Brasilseg, a empresa de previdência Brasilprev, a Brasilcap, de capitalização, e a Brasildental, de planos odontológicos. Em quatro delas há sócios: a Mapfre, na Brasilseg; a Principal, na Brasilprev; a Icatu e a Aliança da Bahia, na Brasilcap; e a Odontoprev, na Brasildental. De modo geral, a BB Seguros tem a maior parte do capital das empresas e a maioria das ações preferenciais, que têm direitos econômicos maiores, mas tem menos da metade das ordinárias, que dão direito a voto.

Nos bastidores, as discussões são divididas em duas partes. Primeiro, um debate sobre a relação entre o banco e a BB Corretora. Depois disso, e a partir dos resultados desse debate, uma revisão das sociedades que o BB detém com empresas estrangeiras de forma indireta, através da BB Seguridade.

O fator renovação tem sido adiantado por analistas por duas questões técnicas. A primeira é que para estabelecer o valor que consideram justo para as ações da BB Seguridade, eles precisam levar em consideração a duração do contrato com o BB, que responde pela esmagadora maioria das receitas do grupo. Segundo, porque este fator serve para arbitrar os valores da empresa e da Caixa Seguridade, que tem estrutura praticamente idêntica à da empresa do BB, mas mais tempo de contrato com a Caixa, até 2050.

Mais para frente

No caso da BB Seguridade, a discussão formal sobre a renovação sequer começou. Executivos afirmam, reservadamente, que o assunto tende a ganhar tração a partir de 2028, cinco anos antes do fim do contrato atual. Aí sim as sociedades atuais podem vir a ser rediscutidas, com cada um dos sócios.

A não renovação não é uma alternativa, justamente porque o BB é o controlador da BB Seguridade. Na teleconferência do Banco do Brasil, nesta quinta-feira, 8, o banco excluiu essa hipótese, o que levou as ações da BB Seguridade a dispararem na B3. Na conferência da holding, na última segunda, o discurso foi similar, passando inclusive por uma ideia de fortalecimento das relações. Todos os membros da diretoria da BB Seguridade são funcionários de carreira do BB.

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A BB Corretora é o canal pelo qual as cinco empresas da BB Seguridade exercem a exclusividade na venda de seguros dentro do BB. Um acordo firmado em 2013, com validade de 20 anos, garante à Corretora a exclusividade na exploração do balcão do banco. Em paralelo, outro contrato estabelece o ressarcimento da Corretora ao BB pelo uso da estrutura e dos funcionários do banco. No segundo trimestre, a Corretora teve lucro líquido de R$ 794,5 milhões, um crescimento de 12,4% em um ano.

O mercado considera que essas condições poderiam ser “apertadas” pelo BB na renovação, e mesmo que ainda haja quase uma década de vigência do contrato, essa percepção tem pressionado as ações da BB Seguridade na B3. Nos bastidores, porém, a visão é que o banco deve buscar sim uma remuneração maior, mas não através da corretora e sim das relações entre a BB Seguridade e os sócios que ela possui em cada negócio.

Composição

Formada pelo banco em 2012, a BB Seguridade reúne a corretora, a seguradora Brasilseg, a empresa de previdência Brasilprev, a Brasilcap, de capitalização, e a Brasildental, de planos odontológicos. Em quatro delas há sócios: a Mapfre, na Brasilseg; a Principal, na Brasilprev; a Icatu e a Aliança da Bahia, na Brasilcap; e a Odontoprev, na Brasildental. De modo geral, a BB Seguros tem a maior parte do capital das empresas e a maioria das ações preferenciais, que têm direitos econômicos maiores, mas tem menos da metade das ordinárias, que dão direito a voto.

Nos bastidores, as discussões são divididas em duas partes. Primeiro, um debate sobre a relação entre o banco e a BB Corretora. Depois disso, e a partir dos resultados desse debate, uma revisão das sociedades que o BB detém com empresas estrangeiras de forma indireta, através da BB Seguridade.

O fator renovação tem sido adiantado por analistas por duas questões técnicas. A primeira é que para estabelecer o valor que consideram justo para as ações da BB Seguridade, eles precisam levar em consideração a duração do contrato com o BB, que responde pela esmagadora maioria das receitas do grupo. Segundo, porque este fator serve para arbitrar os valores da empresa e da Caixa Seguridade, que tem estrutura praticamente idêntica à da empresa do BB, mas mais tempo de contrato com a Caixa, até 2050.

Mais para frente

No caso da BB Seguridade, a discussão formal sobre a renovação sequer começou. Executivos afirmam, reservadamente, que o assunto tende a ganhar tração a partir de 2028, cinco anos antes do fim do contrato atual. Aí sim as sociedades atuais podem vir a ser rediscutidas, com cada um dos sócios.

A não renovação não é uma alternativa, justamente porque o BB é o controlador da BB Seguridade. Na teleconferência do Banco do Brasil, nesta quinta-feira, 8, o banco excluiu essa hipótese, o que levou as ações da BB Seguridade a dispararem na B3. Na conferência da holding, na última segunda, o discurso foi similar, passando inclusive por uma ideia de fortalecimento das relações. Todos os membros da diretoria da BB Seguridade são funcionários de carreira do BB.

Procurada, a BB Seguridade não respondeu até o fechamento desta nota.

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