Embora o ambiente de juros altos e incertezas sobre os rumos da economia brasileira tenha colocado muitos projetos imobiliários em compasso de espera, a Porte Engenharia e Urbanismo decidiu abrir os estandes do seu novo megaempreendimento. Sim, novo: a incorporadora é a mesma que no ano passado entregou a obra do prédio mais alto da cidade de São Paulo, o chamado Edifício Platina, com 172 metros de altura, no Tatuapé, zona leste.
O próximo negócio da fila é chamado de Urman, um complexo de três torres que reúne residencial, lajes corporativas, hotel, centro de convenções, cinema, teatro, minishopping e centro médico, localizado quase na esquina da Radial Leste com a Avenida Salim Farah Maluf. O lançamento é o sexto de uma série de projetos que a Porte batizou de Eixo Platina. A incorporadora vem desenvolvendo empreendimentos em um trecho da zona leste que pega os bairros dos Tatuapé, Belém, Vila Carrão, Vila Formosa, Água Rasa e Mooca. A tese de investimento é: oferecer opções imobiliárias capazes de fixar a população da zona leste ali mesmo, sem a necessidade de ir para bairros mais centrais em busca de moradia, trabalho, saúde ou lazer, afirma o diretor comercial, Igor Melro, em entrevista à Coluna. Daí a decisão de trabalhar com empreendimentos do tipo multiúso.
Primeiros contratos com operadoras já foram fechados
Segundo Melro, já foram fechados os primeiros contratos com as operadoras dos equipamentos. O cinema (o primeiro de alto padrão, ou VIP, da zona leste) será tocado pela Cinépolis. Por sua vez, o centro de convenções (8 mil m²) e o teatro (de 1,5 mil lugares, mesma capacidade do Theatro Municipal) ficou com a Opus Entretenimento, que também administra os teatros Bradesco e Frei Caneca, além da casa de espetáculos Vibra. O hotel terá a bandeira Tru by Hilton, marca para um público mais jovem e com valor mais acessível de diárias.
Já o minishopping será alugado gradualmente. Ele será composto por lojas de fachada, dois andares de lojas, serviços e restaurantes, com 15 mil m² de área bruta locável (ABL). A incorporadora também está em fase de negociação com redes de saúde para administração do centro médico de 12 mil m² que terá hospital e clínicas.
Obras vão levar cinco anos para ficar prontas
Apesar do ambiente macroeconômico turbulento, a Porte decidiu seguir com o lançamento confiante na rentabilidade no longo prazo. As obras vão levar cinco anos para ficar prontas, o que dá o tempo necessário para evoluir na comercialização de tantos metros quadrados.
A estratégia é atrair sócios para aqueles espaços que ficarão no portfólio do grupo a fim de gerar aluguéis, como é o caso do centro de convenções, cinema, minishopping, teatro e hospital. A outra parte será vendida diretamente, com a estimativa de se levantar R$ 1 bilhão. Desse total R$ 550 milhões são das lajes corporativas, R$ 330 milhões com os residenciais e R$ 141 milhões com o hotel.
O complexo terá apartamentos de 28 m² a 147m² com plantas modulares - isto é, o comprador pode comprar de um a quatro módulos, formando unidades de diferentes tamanhos. No caso das lajes corporativas, a ABL totaliza 27,5 mil m², o equivalente a um prédio de tamanho médio, visando suprir a carência de imóveis de qualidade para abrigar empresas na região.
Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 21/03/2023, às 15h48
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