Bastidores do mundo dos negócios

Edital para fundo de minerais críticos deve sair dentro de um mês, diz diretor do BNDES


O banco tem expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com a iniciativa

Por Amanda Pupo
Gordon: o plano é agregar valor à cadeia, o que deve ser impulsionado com outras ações de política industrial Foto: Pedro Kirilos/Estadão - 16/02/2023

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve lançar dentro de um mês o edital para dar o pontapé na estruturação de um fundo de investimentos em minerais críticos. A instituição financeira tem cerca de R$ 8 bilhões reservados para aplicar em participações de empresas, e escolheu operacionalizar esses investimentos por meio de fundos, operados por gestores privados, para estimular setores estratégicos. A estreia será no segmento de minerais críticos, que é considerado pelo governo como essencial para alavancar a indústria brasileira na transição energética.

“Qual o problema do Brasil? Temos alguns minerais, mas não se sabe a qualidade deles. Precisa furar, saber a qualidade. Não temos esse diagnóstico no Brasil. O foco será buscar esse diagnóstico”, disse ao Broadcast o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco estatal, José Luis Gordon.

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Pelo perfil inovador para o qual o fundo deve estar voltado, a expectativa é de que a maioria das empresas apoiadas seja de startups. O banco já divulgou recentemente que tem expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com o fundo, com um aporte de até R$ 250 milhões do BNDES, e divulgação dos pedidos de financiamento em outubro.

Prioridade é para itens voltados à transição energética

A prioridade será dos minerais voltados à transição energética e descarbonização, entre eles cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco.

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Gordon afirma que o fundo é apenas um primeiro passo na agenda de desenvolvimento de minerais críticos. O Brasil, segundo ele, não tem a intenção de apenas exportar estes produtos para refino fora do País. O plano, disse o diretor do banco, é agregar valor na cadeia, o que deve ser impulsionado com outras linhas de ação da política industrial do governo. É o caso, por exemplo, do programa para a eletrificação da frota de ônibus. No limite, o País poderia se tornar atrativo o suficiente para instalação de uma fábrica de células de baterias elétricas.

“Se tenho minerais críticos, demanda grande de ônibus elétricos, tenho ‘funding’ e Fundo Clima para comprar esses ônibus diferenciados, eu começo a criar cenário aqui para talvez desenvolver célula principal de bateria no Brasil, o que hoje é feito na China e na Coreia”, afirmou Gordon.

“É fundamental porque toda uma parte da transição energética depende de minerais críticos. Não à toa Estados Unidos diz que está interessado em discutir minerais críticos aqui no Brasil. E o Brasil tem grande potencial de ser ‘hub’, mas não pode ser só para o cara pegar o mineral aqui e levar para outro lugar. A ideia é começar primeiro com esse diagnóstico, e depois ir agregando na cadeia”, disse. De acordo com Gordon, o edital que será lançado deve abrir a seleção do operador privado que irá gerir o fundo.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 16h06

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Gordon: o plano é agregar valor à cadeia, o que deve ser impulsionado com outras ações de política industrial Foto: Pedro Kirilos/Estadão - 16/02/2023

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve lançar dentro de um mês o edital para dar o pontapé na estruturação de um fundo de investimentos em minerais críticos. A instituição financeira tem cerca de R$ 8 bilhões reservados para aplicar em participações de empresas, e escolheu operacionalizar esses investimentos por meio de fundos, operados por gestores privados, para estimular setores estratégicos. A estreia será no segmento de minerais críticos, que é considerado pelo governo como essencial para alavancar a indústria brasileira na transição energética.

“Qual o problema do Brasil? Temos alguns minerais, mas não se sabe a qualidade deles. Precisa furar, saber a qualidade. Não temos esse diagnóstico no Brasil. O foco será buscar esse diagnóstico”, disse ao Broadcast o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco estatal, José Luis Gordon.

Pelo perfil inovador para o qual o fundo deve estar voltado, a expectativa é de que a maioria das empresas apoiadas seja de startups. O banco já divulgou recentemente que tem expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com o fundo, com um aporte de até R$ 250 milhões do BNDES, e divulgação dos pedidos de financiamento em outubro.

Prioridade é para itens voltados à transição energética

A prioridade será dos minerais voltados à transição energética e descarbonização, entre eles cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco.

Gordon afirma que o fundo é apenas um primeiro passo na agenda de desenvolvimento de minerais críticos. O Brasil, segundo ele, não tem a intenção de apenas exportar estes produtos para refino fora do País. O plano, disse o diretor do banco, é agregar valor na cadeia, o que deve ser impulsionado com outras linhas de ação da política industrial do governo. É o caso, por exemplo, do programa para a eletrificação da frota de ônibus. No limite, o País poderia se tornar atrativo o suficiente para instalação de uma fábrica de células de baterias elétricas.

“Se tenho minerais críticos, demanda grande de ônibus elétricos, tenho ‘funding’ e Fundo Clima para comprar esses ônibus diferenciados, eu começo a criar cenário aqui para talvez desenvolver célula principal de bateria no Brasil, o que hoje é feito na China e na Coreia”, afirmou Gordon.

“É fundamental porque toda uma parte da transição energética depende de minerais críticos. Não à toa Estados Unidos diz que está interessado em discutir minerais críticos aqui no Brasil. E o Brasil tem grande potencial de ser ‘hub’, mas não pode ser só para o cara pegar o mineral aqui e levar para outro lugar. A ideia é começar primeiro com esse diagnóstico, e depois ir agregando na cadeia”, disse. De acordo com Gordon, o edital que será lançado deve abrir a seleção do operador privado que irá gerir o fundo.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 16h06

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“Qual o problema do Brasil? Temos alguns minerais, mas não se sabe a qualidade deles. Precisa furar, saber a qualidade. Não temos esse diagnóstico no Brasil. O foco será buscar esse diagnóstico”, disse ao Broadcast o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco estatal, José Luis Gordon.

Pelo perfil inovador para o qual o fundo deve estar voltado, a expectativa é de que a maioria das empresas apoiadas seja de startups. O banco já divulgou recentemente que tem expectativa de mobilizar até R$ 1 bilhão com o fundo, com um aporte de até R$ 250 milhões do BNDES, e divulgação dos pedidos de financiamento em outubro.

Prioridade é para itens voltados à transição energética

A prioridade será dos minerais voltados à transição energética e descarbonização, entre eles cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco.

Gordon afirma que o fundo é apenas um primeiro passo na agenda de desenvolvimento de minerais críticos. O Brasil, segundo ele, não tem a intenção de apenas exportar estes produtos para refino fora do País. O plano, disse o diretor do banco, é agregar valor na cadeia, o que deve ser impulsionado com outras linhas de ação da política industrial do governo. É o caso, por exemplo, do programa para a eletrificação da frota de ônibus. No limite, o País poderia se tornar atrativo o suficiente para instalação de uma fábrica de células de baterias elétricas.

“Se tenho minerais críticos, demanda grande de ônibus elétricos, tenho ‘funding’ e Fundo Clima para comprar esses ônibus diferenciados, eu começo a criar cenário aqui para talvez desenvolver célula principal de bateria no Brasil, o que hoje é feito na China e na Coreia”, afirmou Gordon.

“É fundamental porque toda uma parte da transição energética depende de minerais críticos. Não à toa Estados Unidos diz que está interessado em discutir minerais críticos aqui no Brasil. E o Brasil tem grande potencial de ser ‘hub’, mas não pode ser só para o cara pegar o mineral aqui e levar para outro lugar. A ideia é começar primeiro com esse diagnóstico, e depois ir agregando na cadeia”, disse. De acordo com Gordon, o edital que será lançado deve abrir a seleção do operador privado que irá gerir o fundo.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/05/24, às 16h06

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