O empresário Nelson Tanure é, de fato, o novo acionista que vem montando posição na Oi, confirmaram fontes que tiveram contato direto com ele sobre o tema.
O objetivo do investimento é atingir uma participação acionária relevante na companhia, apontar membros para o conselho de administração e negociar com credores o plano de recuperação judicial, complementaram as fontes.
Trata-se de uma jogada arriscada, uma vez que a tele tem assembleia de credores marcada para 5 de março, em primeira convocação, e 12, em segunda. A estratégia pode envolver derrubar essa assembleia e buscar uma nova data mais espaçada.
Papéis da tele caíram 19% após notícia
Os papéis da tele caíram 19% nesta segunda-feira, 26, depois que o Broadcast publicou a notícia sobre a ofensiva do empresário.
Ao assumir o controle da Oi, outro foco de Tanure é se engajar na negociação da empresa com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Tribunal de Contas da União (TCU), explicaram as fontes.
Desde o ano passado, Oi e Anatel pararam a arbitragem e foram até a câmara de soluções consensuais do TCU para tentar um acordo. A tele pede uma compensação bilionária por carregar a concessão deficitária de telefonia fixa. Na mesa, também discutem o valor justo para a Oi migrar do regime de concessão para o de autorização.
Prazo para acordo no TCU é 23 de março
O prazo final para um acordo no TCU é 23 de março. O prazo original acabou dia 23 de fevereiro e foi prorrogado por mais 30 dias, sem possibilidade de nova extensão.
Para que Tanure assuma o controle da Oi, ele precisa antes contar com anuência da Anatel. Isso porque ele também é o controlador de outra empresa de telecomunicações, a Ligga (antiga Copel Telecom).
A aposta de Tanure é arriscada por estar atrelada a elementos que não dependem só dele. Mas também tem perspectiva de um retorno altíssimo, disseram as fontes. Há tempos, a Oi tem como desafio chegar a um bom termo com credores, TCU e Anatel. Quem resolver isso certamente vai destravar um grande valor para a companhia.
Na semana passada, a Trustee DTVM confirmou que atingiu participação acionária relevante de 5,14% na Oi, o equivalente a 33,1 milhões de ações ordinárias. Com isso, tornou-se a maior acionista da tele, cujo capital é pulverizado. A Trustee está a serviço de Tanure, segundo fonte, e já aportou mais de R$ 40 milhões na compra de ações.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 26/02/24, às 16h00
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.