O ganho de produtividade trazido pela inteligência artificial nas empresas começa a ser medido em números. A diferença do crescimento de receita entre as empresas que mais adotam a versão generativa (que cria soluções sozinha) e suas concorrentes, por exemplo, deve aumentar em 2,4 vezes até 2026, segundo levantamento feito pela Accenture, baseado em pesquisas com mais de 5 mil executivos da alta direção das companhias.
A projeção foi feita com base em impactos anteriores percebidos pelos próprios executivos. O porcentual de mudanças nas empresas, causados pela IA generativa, foi de 183% nos últimos quatro anos, sendo 33% somente em 2023. Ao perceberem a tendência, 83% das organizações aceleraram as ações de transformação e 88% dos diretores preveem um índice de mudança ainda mais alto em 2024.
Apesar dos ganhos, só 9% das companhias construíram uma estratégia para ter a capacidade de reinvenção contínua. Os executivos que se voltaram à reinvenção das operações como estratégia central, chamados de "reinventores", têm usado a disrupção para superar concorrentes menos preparados.
Companhias com mais de US$ 50 bi em receita lideram
Segundo a Accenture, companhias com receita superior a US$ 50 bilhões lideram essa corrida, por ter um número de maior de “reinventores”. Além disso, a IA generativa foi considerada um catalisador de reinvenção crucial, com a grande maioria dos líderes (81%) apontando-a como uma alavanca chave nessa estratégia e 76% vendo-a como mais uma oportunidade do que uma ameaça.
Um grupo pequeno de líderes que não são considerados “reinventores” está planejando aplicar a IA generativa duas vezes mais do que o primeiro grupo. Este grupo emergente caminha para alcançar ou superar a taxa de crescimento de receita dos “reinventores” nos próximos cinco anos.
Com relação ao Brasil, 85% das empresas entrevistadas planejam aumentar os investimentos em IA generativa em 2024, principalmente em áreas de atendimento ao cliente (55%), finanças (45%) e marketing (41%). Embora quase todas (99%) acreditem que a IA generativa vai transformar corporações e indústrias, apenas 24% delas realizaram investimentos significativos até o momento.
Uma das principais preocupações para este ano, apontada por 65% dos líderes brasileiros, é a adaptação aos avanços em tecnologia e inovações, como IA e automação. Em seguida, aparecem mudanças climáticas (53%), adaptação às mudanças nos valores e no comportamento de compra dos consumidores (49%), e a escassez de talentos ou habilidades (40%).
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 13/06/24, às 11h21
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