Bastidores do mundo dos negócios

Enel Brasil pode buscar parcerias para avançar em renováveis


Empresa pretende construir novas usinas eólicas e solares mesmo com preços de energia mais baixos e projeções de excedente de oferta

Por Luciana Collet
Atualização:
Nicola Cotugno: demanda por energia continuará a crescer Foto: Enel

Com uma capacidade instalada da ordem de 5 mil gigawatts(GW) de energia renovável no Pais, a Enel espera seguir construindo novas usinas eólicas e solares, a despeito do cenário de preços de energia mais baixos e de projeções de potencial sobreoferta futura no País, e da decisão do grupo, que lançou um plano estratégico global de venda de ativos.

Ao Broadcast Energia, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, minimizou as preocupações com a influência das chuvas nos preços da energia de longo prazo ou com a possibilidade de um excesso de produção elétrica nos próximos anos, e indicou que o plano da companhia é seguir crescendo em ritmo similar ao dos últimos anos, perto de 1 GW anual. Ele sinalizou, porém, a possibilidade de adotar parcerias para os novos investimentos.

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“O mercado se contamina rapidamente de elementos que são específicos de um momento, por isso tanto pânico no momento da falta de hidroeletricidade - em que o mundo pensou que, sem construir correndo usinas térmicas, o País colapsava. Como agora, com mais água, em que se fala de parar de construir projetos. São manifestações de um mercado um pouco hiper-reativo”, avaliou.

Investimentos são de longo prazo

Para ele, os preços baixos têm efeito temporário, e quem constrói uma nova usina olha para um prazo de 20 a 25 anos. “Ainda que seja algo importante [a queda de preços], devemos lembrar que foi no ano de 2020/2021 que estávamos em crise hídrica, dois anos atrás. Acho que precisa equilíbrio, perseguir uma agenda de projetos consistente, como temos entregado 1.000 MW no ano que faltava energia, seguimos entregando.”

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Embora neste momento o mercado livre não esteja muito animador para novos contratos devido aos preços, em algum momento o equilíbrio voltará, na opinião do executivo. “O fato de atuar como um horizonte de quatro anos ou mais na venda nos dá a possibilidade de ter espaço para parar ou acelerar as vendas, chegando a preço mais homogêneo nos anos, por isso não estamos expostos a ter que vender agora. Esperamos. Temos tempo para poder recuperar”, afirmou

Demanda deve seguir crescendo, mas em ritmo menor

Na visão de Cotugno, o País vai seguir crescendo e, consequentemente a demanda elétrica também avançará, ainda que possivelmente em ritmo menos acelerado. “Porquanto não cresce a 5%-6%, crescerá 2%-3%, ainda é muita energia que precisa”.

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Além disso, ele considera que nos próximos anos haverá o fechamento de diversas usinas térmicas de baixa eficiência e prevê que nem todos os projetos outorgados efetivamente entrarão em operação. “Não acho que haverá uma sobrecapacidade que possa preocupar. Acho que nem todas as empresas, num cenário de custo do dinheiro alto, vão conseguir entregar os projetos anunciados. Por isso, fico com uma visão de que País precisa de projetos novos”, disse.

Empresa vai analisar ofertas por ativos de geração

Questionado sobre a possibilidade de vender ativos de geração, o presidente da Enel Brasil admitiu que a companhia vai analisar ”oportunidades que se apresentem”, mas salientou que não há comando dado pela sede, na Itália, para isso, como no caso da distribuidora Enel Ceará, para a qual foi anunciada a intenção de desinvestimento.

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Ele lembrou, porém, que em novembro passado, quando a administração global anunciou seu plano estratégico, incluindo a venda de diversos ativos ao redor do mundo, abordou a possibilidade de parcerias para investimentos. Na ocasião, em apresentação a investidores da Enel Americas, a empresa sinalizou a intenção de acrescentar 3,5 GW de capacidade na região (incluindo Brasil, Colômbia, Peru, entre outros) até 2025, num investimento estimado em US$1,7 bilhão. Mais da metade dessa capacidade viria em parcerias, especialmente no Brasil.

“Ativamente estamos sempre recebendo [propostas], olhando, avaliando e escutando, mas não temos nenhuma declaração de princípios, como o Ceará. Em renováveis estamos fazendo PPA para comprar energia de projeto, estamos construindo projetos, podemos explorar vender um projeto ou fazer parceria, temos um grande portfólio em pipeline”, acrescentou.

Enel deve anunciar investimento em mobilidade elétrica

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Sem dar detalhes, Nicola Cotugno sinalizou que a Enel Brasil deve anunciar em breve um investimento na frente de mobilidade elétrica pública. “Em poucas semanas, ou um par de meses, vamos anunciar algo... Não é correto adiantar elementos, mas será algo significativo, será importante para Brasil, para os cidadãos”, disse.

Segundo ele, o projeto é resultado de um trabalho de quase dois anos, envolvendo articulação com setor público e parceiros. “O trabalho feito abre o caminho para outros projetos, que vão avançar com outra velocidade”, avaliou.

A companhia tem apostado na mobilidade pública para acelerar a eletrificação das cidades, dentro da agenda da descarbonização. Conforme o executivo, a mobilidade elétrica particular também tem avançado, e em ritmo mais acelerado que o previsto pela empresa. “Ano passado tínhamos objetivo de montar infraestrutura de recarga X e entregamos 4 vezes mais, o crescimento está muito rápido, os pedidos são superiores ao que a gente podia imaginar, mas a mobilidade pública vai mobilizar muito mais atenção”, afirmou.

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Este texto foi publicado no Broadcast Energia no dia 10/02/2023, às 18h33

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Nicola Cotugno: demanda por energia continuará a crescer Foto: Enel

Com uma capacidade instalada da ordem de 5 mil gigawatts(GW) de energia renovável no Pais, a Enel espera seguir construindo novas usinas eólicas e solares, a despeito do cenário de preços de energia mais baixos e de projeções de potencial sobreoferta futura no País, e da decisão do grupo, que lançou um plano estratégico global de venda de ativos.

Ao Broadcast Energia, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, minimizou as preocupações com a influência das chuvas nos preços da energia de longo prazo ou com a possibilidade de um excesso de produção elétrica nos próximos anos, e indicou que o plano da companhia é seguir crescendo em ritmo similar ao dos últimos anos, perto de 1 GW anual. Ele sinalizou, porém, a possibilidade de adotar parcerias para os novos investimentos.

“O mercado se contamina rapidamente de elementos que são específicos de um momento, por isso tanto pânico no momento da falta de hidroeletricidade - em que o mundo pensou que, sem construir correndo usinas térmicas, o País colapsava. Como agora, com mais água, em que se fala de parar de construir projetos. São manifestações de um mercado um pouco hiper-reativo”, avaliou.

Investimentos são de longo prazo

Para ele, os preços baixos têm efeito temporário, e quem constrói uma nova usina olha para um prazo de 20 a 25 anos. “Ainda que seja algo importante [a queda de preços], devemos lembrar que foi no ano de 2020/2021 que estávamos em crise hídrica, dois anos atrás. Acho que precisa equilíbrio, perseguir uma agenda de projetos consistente, como temos entregado 1.000 MW no ano que faltava energia, seguimos entregando.”

Embora neste momento o mercado livre não esteja muito animador para novos contratos devido aos preços, em algum momento o equilíbrio voltará, na opinião do executivo. “O fato de atuar como um horizonte de quatro anos ou mais na venda nos dá a possibilidade de ter espaço para parar ou acelerar as vendas, chegando a preço mais homogêneo nos anos, por isso não estamos expostos a ter que vender agora. Esperamos. Temos tempo para poder recuperar”, afirmou

Demanda deve seguir crescendo, mas em ritmo menor

Na visão de Cotugno, o País vai seguir crescendo e, consequentemente a demanda elétrica também avançará, ainda que possivelmente em ritmo menos acelerado. “Porquanto não cresce a 5%-6%, crescerá 2%-3%, ainda é muita energia que precisa”.

Além disso, ele considera que nos próximos anos haverá o fechamento de diversas usinas térmicas de baixa eficiência e prevê que nem todos os projetos outorgados efetivamente entrarão em operação. “Não acho que haverá uma sobrecapacidade que possa preocupar. Acho que nem todas as empresas, num cenário de custo do dinheiro alto, vão conseguir entregar os projetos anunciados. Por isso, fico com uma visão de que País precisa de projetos novos”, disse.

Empresa vai analisar ofertas por ativos de geração

Questionado sobre a possibilidade de vender ativos de geração, o presidente da Enel Brasil admitiu que a companhia vai analisar ”oportunidades que se apresentem”, mas salientou que não há comando dado pela sede, na Itália, para isso, como no caso da distribuidora Enel Ceará, para a qual foi anunciada a intenção de desinvestimento.

Ele lembrou, porém, que em novembro passado, quando a administração global anunciou seu plano estratégico, incluindo a venda de diversos ativos ao redor do mundo, abordou a possibilidade de parcerias para investimentos. Na ocasião, em apresentação a investidores da Enel Americas, a empresa sinalizou a intenção de acrescentar 3,5 GW de capacidade na região (incluindo Brasil, Colômbia, Peru, entre outros) até 2025, num investimento estimado em US$1,7 bilhão. Mais da metade dessa capacidade viria em parcerias, especialmente no Brasil.

“Ativamente estamos sempre recebendo [propostas], olhando, avaliando e escutando, mas não temos nenhuma declaração de princípios, como o Ceará. Em renováveis estamos fazendo PPA para comprar energia de projeto, estamos construindo projetos, podemos explorar vender um projeto ou fazer parceria, temos um grande portfólio em pipeline”, acrescentou.

Enel deve anunciar investimento em mobilidade elétrica

Sem dar detalhes, Nicola Cotugno sinalizou que a Enel Brasil deve anunciar em breve um investimento na frente de mobilidade elétrica pública. “Em poucas semanas, ou um par de meses, vamos anunciar algo... Não é correto adiantar elementos, mas será algo significativo, será importante para Brasil, para os cidadãos”, disse.

Segundo ele, o projeto é resultado de um trabalho de quase dois anos, envolvendo articulação com setor público e parceiros. “O trabalho feito abre o caminho para outros projetos, que vão avançar com outra velocidade”, avaliou.

A companhia tem apostado na mobilidade pública para acelerar a eletrificação das cidades, dentro da agenda da descarbonização. Conforme o executivo, a mobilidade elétrica particular também tem avançado, e em ritmo mais acelerado que o previsto pela empresa. “Ano passado tínhamos objetivo de montar infraestrutura de recarga X e entregamos 4 vezes mais, o crescimento está muito rápido, os pedidos são superiores ao que a gente podia imaginar, mas a mobilidade pública vai mobilizar muito mais atenção”, afirmou.

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Ao Broadcast Energia, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, minimizou as preocupações com a influência das chuvas nos preços da energia de longo prazo ou com a possibilidade de um excesso de produção elétrica nos próximos anos, e indicou que o plano da companhia é seguir crescendo em ritmo similar ao dos últimos anos, perto de 1 GW anual. Ele sinalizou, porém, a possibilidade de adotar parcerias para os novos investimentos.

“O mercado se contamina rapidamente de elementos que são específicos de um momento, por isso tanto pânico no momento da falta de hidroeletricidade - em que o mundo pensou que, sem construir correndo usinas térmicas, o País colapsava. Como agora, com mais água, em que se fala de parar de construir projetos. São manifestações de um mercado um pouco hiper-reativo”, avaliou.

Investimentos são de longo prazo

Para ele, os preços baixos têm efeito temporário, e quem constrói uma nova usina olha para um prazo de 20 a 25 anos. “Ainda que seja algo importante [a queda de preços], devemos lembrar que foi no ano de 2020/2021 que estávamos em crise hídrica, dois anos atrás. Acho que precisa equilíbrio, perseguir uma agenda de projetos consistente, como temos entregado 1.000 MW no ano que faltava energia, seguimos entregando.”

Embora neste momento o mercado livre não esteja muito animador para novos contratos devido aos preços, em algum momento o equilíbrio voltará, na opinião do executivo. “O fato de atuar como um horizonte de quatro anos ou mais na venda nos dá a possibilidade de ter espaço para parar ou acelerar as vendas, chegando a preço mais homogêneo nos anos, por isso não estamos expostos a ter que vender agora. Esperamos. Temos tempo para poder recuperar”, afirmou

Demanda deve seguir crescendo, mas em ritmo menor

Na visão de Cotugno, o País vai seguir crescendo e, consequentemente a demanda elétrica também avançará, ainda que possivelmente em ritmo menos acelerado. “Porquanto não cresce a 5%-6%, crescerá 2%-3%, ainda é muita energia que precisa”.

Além disso, ele considera que nos próximos anos haverá o fechamento de diversas usinas térmicas de baixa eficiência e prevê que nem todos os projetos outorgados efetivamente entrarão em operação. “Não acho que haverá uma sobrecapacidade que possa preocupar. Acho que nem todas as empresas, num cenário de custo do dinheiro alto, vão conseguir entregar os projetos anunciados. Por isso, fico com uma visão de que País precisa de projetos novos”, disse.

Empresa vai analisar ofertas por ativos de geração

Questionado sobre a possibilidade de vender ativos de geração, o presidente da Enel Brasil admitiu que a companhia vai analisar ”oportunidades que se apresentem”, mas salientou que não há comando dado pela sede, na Itália, para isso, como no caso da distribuidora Enel Ceará, para a qual foi anunciada a intenção de desinvestimento.

Ele lembrou, porém, que em novembro passado, quando a administração global anunciou seu plano estratégico, incluindo a venda de diversos ativos ao redor do mundo, abordou a possibilidade de parcerias para investimentos. Na ocasião, em apresentação a investidores da Enel Americas, a empresa sinalizou a intenção de acrescentar 3,5 GW de capacidade na região (incluindo Brasil, Colômbia, Peru, entre outros) até 2025, num investimento estimado em US$1,7 bilhão. Mais da metade dessa capacidade viria em parcerias, especialmente no Brasil.

“Ativamente estamos sempre recebendo [propostas], olhando, avaliando e escutando, mas não temos nenhuma declaração de princípios, como o Ceará. Em renováveis estamos fazendo PPA para comprar energia de projeto, estamos construindo projetos, podemos explorar vender um projeto ou fazer parceria, temos um grande portfólio em pipeline”, acrescentou.

Enel deve anunciar investimento em mobilidade elétrica

Sem dar detalhes, Nicola Cotugno sinalizou que a Enel Brasil deve anunciar em breve um investimento na frente de mobilidade elétrica pública. “Em poucas semanas, ou um par de meses, vamos anunciar algo... Não é correto adiantar elementos, mas será algo significativo, será importante para Brasil, para os cidadãos”, disse.

Segundo ele, o projeto é resultado de um trabalho de quase dois anos, envolvendo articulação com setor público e parceiros. “O trabalho feito abre o caminho para outros projetos, que vão avançar com outra velocidade”, avaliou.

A companhia tem apostado na mobilidade pública para acelerar a eletrificação das cidades, dentro da agenda da descarbonização. Conforme o executivo, a mobilidade elétrica particular também tem avançado, e em ritmo mais acelerado que o previsto pela empresa. “Ano passado tínhamos objetivo de montar infraestrutura de recarga X e entregamos 4 vezes mais, o crescimento está muito rápido, os pedidos são superiores ao que a gente podia imaginar, mas a mobilidade pública vai mobilizar muito mais atenção”, afirmou.

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Nicola Cotugno: demanda por energia continuará a crescer Foto: Enel

Com uma capacidade instalada da ordem de 5 mil gigawatts(GW) de energia renovável no Pais, a Enel espera seguir construindo novas usinas eólicas e solares, a despeito do cenário de preços de energia mais baixos e de projeções de potencial sobreoferta futura no País, e da decisão do grupo, que lançou um plano estratégico global de venda de ativos.

Ao Broadcast Energia, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, minimizou as preocupações com a influência das chuvas nos preços da energia de longo prazo ou com a possibilidade de um excesso de produção elétrica nos próximos anos, e indicou que o plano da companhia é seguir crescendo em ritmo similar ao dos últimos anos, perto de 1 GW anual. Ele sinalizou, porém, a possibilidade de adotar parcerias para os novos investimentos.

“O mercado se contamina rapidamente de elementos que são específicos de um momento, por isso tanto pânico no momento da falta de hidroeletricidade - em que o mundo pensou que, sem construir correndo usinas térmicas, o País colapsava. Como agora, com mais água, em que se fala de parar de construir projetos. São manifestações de um mercado um pouco hiper-reativo”, avaliou.

Investimentos são de longo prazo

Para ele, os preços baixos têm efeito temporário, e quem constrói uma nova usina olha para um prazo de 20 a 25 anos. “Ainda que seja algo importante [a queda de preços], devemos lembrar que foi no ano de 2020/2021 que estávamos em crise hídrica, dois anos atrás. Acho que precisa equilíbrio, perseguir uma agenda de projetos consistente, como temos entregado 1.000 MW no ano que faltava energia, seguimos entregando.”

Embora neste momento o mercado livre não esteja muito animador para novos contratos devido aos preços, em algum momento o equilíbrio voltará, na opinião do executivo. “O fato de atuar como um horizonte de quatro anos ou mais na venda nos dá a possibilidade de ter espaço para parar ou acelerar as vendas, chegando a preço mais homogêneo nos anos, por isso não estamos expostos a ter que vender agora. Esperamos. Temos tempo para poder recuperar”, afirmou

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Além disso, ele considera que nos próximos anos haverá o fechamento de diversas usinas térmicas de baixa eficiência e prevê que nem todos os projetos outorgados efetivamente entrarão em operação. “Não acho que haverá uma sobrecapacidade que possa preocupar. Acho que nem todas as empresas, num cenário de custo do dinheiro alto, vão conseguir entregar os projetos anunciados. Por isso, fico com uma visão de que País precisa de projetos novos”, disse.

Empresa vai analisar ofertas por ativos de geração

Questionado sobre a possibilidade de vender ativos de geração, o presidente da Enel Brasil admitiu que a companhia vai analisar ”oportunidades que se apresentem”, mas salientou que não há comando dado pela sede, na Itália, para isso, como no caso da distribuidora Enel Ceará, para a qual foi anunciada a intenção de desinvestimento.

Ele lembrou, porém, que em novembro passado, quando a administração global anunciou seu plano estratégico, incluindo a venda de diversos ativos ao redor do mundo, abordou a possibilidade de parcerias para investimentos. Na ocasião, em apresentação a investidores da Enel Americas, a empresa sinalizou a intenção de acrescentar 3,5 GW de capacidade na região (incluindo Brasil, Colômbia, Peru, entre outros) até 2025, num investimento estimado em US$1,7 bilhão. Mais da metade dessa capacidade viria em parcerias, especialmente no Brasil.

“Ativamente estamos sempre recebendo [propostas], olhando, avaliando e escutando, mas não temos nenhuma declaração de princípios, como o Ceará. Em renováveis estamos fazendo PPA para comprar energia de projeto, estamos construindo projetos, podemos explorar vender um projeto ou fazer parceria, temos um grande portfólio em pipeline”, acrescentou.

Enel deve anunciar investimento em mobilidade elétrica

Sem dar detalhes, Nicola Cotugno sinalizou que a Enel Brasil deve anunciar em breve um investimento na frente de mobilidade elétrica pública. “Em poucas semanas, ou um par de meses, vamos anunciar algo... Não é correto adiantar elementos, mas será algo significativo, será importante para Brasil, para os cidadãos”, disse.

Segundo ele, o projeto é resultado de um trabalho de quase dois anos, envolvendo articulação com setor público e parceiros. “O trabalho feito abre o caminho para outros projetos, que vão avançar com outra velocidade”, avaliou.

A companhia tem apostado na mobilidade pública para acelerar a eletrificação das cidades, dentro da agenda da descarbonização. Conforme o executivo, a mobilidade elétrica particular também tem avançado, e em ritmo mais acelerado que o previsto pela empresa. “Ano passado tínhamos objetivo de montar infraestrutura de recarga X e entregamos 4 vezes mais, o crescimento está muito rápido, os pedidos são superiores ao que a gente podia imaginar, mas a mobilidade pública vai mobilizar muito mais atenção”, afirmou.

Este texto foi publicado no Broadcast Energia no dia 10/02/2023, às 18h33

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Nicola Cotugno: demanda por energia continuará a crescer Foto: Enel

Com uma capacidade instalada da ordem de 5 mil gigawatts(GW) de energia renovável no Pais, a Enel espera seguir construindo novas usinas eólicas e solares, a despeito do cenário de preços de energia mais baixos e de projeções de potencial sobreoferta futura no País, e da decisão do grupo, que lançou um plano estratégico global de venda de ativos.

Ao Broadcast Energia, o principal executivo da empresa no Brasil, Nicola Cotugno, minimizou as preocupações com a influência das chuvas nos preços da energia de longo prazo ou com a possibilidade de um excesso de produção elétrica nos próximos anos, e indicou que o plano da companhia é seguir crescendo em ritmo similar ao dos últimos anos, perto de 1 GW anual. Ele sinalizou, porém, a possibilidade de adotar parcerias para os novos investimentos.

“O mercado se contamina rapidamente de elementos que são específicos de um momento, por isso tanto pânico no momento da falta de hidroeletricidade - em que o mundo pensou que, sem construir correndo usinas térmicas, o País colapsava. Como agora, com mais água, em que se fala de parar de construir projetos. São manifestações de um mercado um pouco hiper-reativo”, avaliou.

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A companhia tem apostado na mobilidade pública para acelerar a eletrificação das cidades, dentro da agenda da descarbonização. Conforme o executivo, a mobilidade elétrica particular também tem avançado, e em ritmo mais acelerado que o previsto pela empresa. “Ano passado tínhamos objetivo de montar infraestrutura de recarga X e entregamos 4 vezes mais, o crescimento está muito rápido, os pedidos são superiores ao que a gente podia imaginar, mas a mobilidade pública vai mobilizar muito mais atenção”, afirmou.

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