Bastidores do mundo dos negócios

Enquanto Lula rechaça privatizações, governadores buscam investidores nos EUA para leilões


Representantes dos Estados participaram da semana do Brasil em Nova York

Por Aline Bronzati e Altamiro Silva Junior
Governo de São Paulo pretende conceder a Sabesp. FOTO Isadora de Leão Moreira/GOVERNO SP Foto: IsadoradeLeaoMoreira / undefined

Luiz Inácio Lula da Silva já disse várias vezes que não quer privatizar nada. Ao contrário, tem até planos estatizantes. Mas, apesar dos ruídos gerados pelas falas do presidente da República, cujo alvo mais recente foi a Eletrobras, os governadores de Estados importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, mantêm os seus planos de vender estatais gigantes e foram atrás do investidor internacional nos últimos dias durante a semana do Brasil em Nova York. Calendário tradicional nas relações com os Estados Unidos, a edição de 2023 foi marcada por inúmeras reuniões com figurões da política, cujos frutos podem, de quebra, gerar negócios para os bancos de investimento no Brasil.

Governos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Paraná e outros marcaram presença em inúmeros encontros organizados por banqueiros, como Itaú BBA, BTG Pactual, Citi, Bank of America e Goldman Sachs, e também seminários com foco no Brasil em busca de recursos para setores como o de gás, energia elétrica, lítio, saneamento e transição energética.

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Como pano de fundo, tiveram de lidar, porém, com o que traz grande preocupação - e questionamentos - por parte dos investidores: a insegurança jurídica no País. O temor foi reforçado às vésperas da semana do Brasil em Nova York após ação da gestão Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras. Antes, o governo já havia sido derrotado na tentativa de alterar o marco regulatório do setor de saneamento.

Para o diretor de renda variável do Citi para a América Latina, Marcelo Millen, a postura do governo em casos como o envolvendo a Eletrobras “traz muito mais barulho do que a CPI da invasão do Congresso”.

Ele alertou que outros processos de privatização em curso, cuja agenda agora é predominantemente estadual, podem estar em xeque. “Se acontecer isso [reverter a privatização da Eletrobras], vai machucar muito. Copel, por exemplo”, sugeriu. “Copel, Sabesp, Cemig”, reforçou o diretor de banco de investimentos do Citi no Brasil, Eduardo Miras.

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a movimentação do governo Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras não causa surpresa, já que o PT sempre deixou claro não ser a favor de privatizações. Disse, porém, que sua postura em nada altera ou atrapalha a agenda mineira de venda de ativos. “Nossa agenda de privatizações vai continuar.

Precisamos de acionistas com fôlego para aporte de capital nos setores de saneamento e energia”, afirmou Zema. Segundo ele, o objetivo é privatizar a Codemig, de desenvolvimento econômico, a Copasa, de saneamento, e a Cemig, de energia. Zema não deu um prazo para o encaminhamento das vendas de ativos.

O primeiro deles é a Codemig, afirmou ele, que fez ainda uma apresentação na Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos EUA, para uma campanha de atração de investimentos para a exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha. Também estão em processos de venda empresas como a Copel, a estatal de energia elétrica do Paraná, a Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo, fora ainda negócios em outros estados, como Mato Grosso e Goiás.

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Estados têm oportunidades bilionárias

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, trouxe uma carteira estadual de R$ 180 bilhões em concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPPs) para atrair investidores internacionais em Nova York. Ao longo dos últimos dias, ele se reuniu com pesos pesados do universo financeiro como BlackRock, a maior gestora do mundo, o fundo soberano de Cingapura (GIC), Bank of America, Goldman Sachs, Macquaire, com sede na Austrália, e o americano GQG.

Além da Sabesp, o grande destaque, o portfólio do governo de São Paulo inclui ativos nas áreas de educação, desenvolvimento urbano, loterias, transporte, infraestrutura e recursos hídricos. “Não podemos dar passos para trás, temos que andar para a frente no sentido de buscar o recurso privado. Há um capital vigoroso no mundo e que pode ser usado em São Paulo para gerar muito mais empregos e oportunidades”, afirmou Freitas.

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De acordo com um banqueiro brasileiro, que pediu para falar na condição de anonimato, há interesse do investidor estrangeiro nos ativos estaduais ainda que as falas de Lula atrapalhem. “Todos os governadores estão em Nova York querendo contar a sua história. São estados relevantes e ativos relevantes”, disse ao Broadcast.

A Copel é a que está mais avançada e já contratou até os bancos que vão fazer a bilionária oferta de ações, que promete ser a maior do ano na B3. A operação terá como líder o BTG Pactual e ainda a participação de Bradesco BBI, Itaú BBA e UBS-BB. Na prática, para os assessores financeiros, o volume de negócios envolvendo ativos dos Estados não representa a mesma proporção em ganhos do que um negócio feito para uma empresa privada.

No entanto, os bancos de investimento têm interesse em estar presentes na intermediação porque as ofertas bilionárias servem de catapulta aos rankings do setor e de vitrine para outras oportunidades. Por isso, a montagem dos sindicatos dos bancos participantes em cada operação é bastante disputada, conta um banqueiro.

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Lula diz ser contra vender estatais

Enquanto nos Estados abundam projetos de privatização ou concessão, Lula não quer vender ativos. Já tirou os Correios e a EBC (Empresa Nacional de Comunicação) do plano nacional de desestatização. Durante viagem à China, disse para a imprensa chinesa que em seu governo nada será privatizado e, no Brasil, não tem poupado críticas à Eletrobras, empresa que se tornou privada no governo de Jair Bolsonaro.

Estatais cancelaram planos de se desfazer de ativos e há sinalização de que a petroleira, ao invés de vender sua fatia na petroquímica Braskem, teria interesse em comprar até o controle da empresa, que foi alvo de uma proposta do fundo americano Apollo e da companhia petroleira de Abu Dhabi, Adnoc. “A agenda hoje de vendas de estatais está toda nos Estados, que é onde os bancos estão olhando”, comenta um banqueiro da Faria Lima.

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A Petrobras também desistiu de vender a participação de 44% que detém no projeto offshore de gás no mar na Colômbia em sociedade com a Ecopetrol, com fatia de 55,56%. A ideia, agora, é acelerar o início dos trabalhos em três poços no segundo trimestre do próximo ano, sendo que o início da produção de gás é estimado para 2026.

Governo de São Paulo pretende conceder a Sabesp. FOTO Isadora de Leão Moreira/GOVERNO SP Foto: IsadoradeLeaoMoreira / undefined

Luiz Inácio Lula da Silva já disse várias vezes que não quer privatizar nada. Ao contrário, tem até planos estatizantes. Mas, apesar dos ruídos gerados pelas falas do presidente da República, cujo alvo mais recente foi a Eletrobras, os governadores de Estados importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, mantêm os seus planos de vender estatais gigantes e foram atrás do investidor internacional nos últimos dias durante a semana do Brasil em Nova York. Calendário tradicional nas relações com os Estados Unidos, a edição de 2023 foi marcada por inúmeras reuniões com figurões da política, cujos frutos podem, de quebra, gerar negócios para os bancos de investimento no Brasil.

Governos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Paraná e outros marcaram presença em inúmeros encontros organizados por banqueiros, como Itaú BBA, BTG Pactual, Citi, Bank of America e Goldman Sachs, e também seminários com foco no Brasil em busca de recursos para setores como o de gás, energia elétrica, lítio, saneamento e transição energética.

Como pano de fundo, tiveram de lidar, porém, com o que traz grande preocupação - e questionamentos - por parte dos investidores: a insegurança jurídica no País. O temor foi reforçado às vésperas da semana do Brasil em Nova York após ação da gestão Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras. Antes, o governo já havia sido derrotado na tentativa de alterar o marco regulatório do setor de saneamento.

Para o diretor de renda variável do Citi para a América Latina, Marcelo Millen, a postura do governo em casos como o envolvendo a Eletrobras “traz muito mais barulho do que a CPI da invasão do Congresso”.

Ele alertou que outros processos de privatização em curso, cuja agenda agora é predominantemente estadual, podem estar em xeque. “Se acontecer isso [reverter a privatização da Eletrobras], vai machucar muito. Copel, por exemplo”, sugeriu. “Copel, Sabesp, Cemig”, reforçou o diretor de banco de investimentos do Citi no Brasil, Eduardo Miras.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a movimentação do governo Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras não causa surpresa, já que o PT sempre deixou claro não ser a favor de privatizações. Disse, porém, que sua postura em nada altera ou atrapalha a agenda mineira de venda de ativos. “Nossa agenda de privatizações vai continuar.

Precisamos de acionistas com fôlego para aporte de capital nos setores de saneamento e energia”, afirmou Zema. Segundo ele, o objetivo é privatizar a Codemig, de desenvolvimento econômico, a Copasa, de saneamento, e a Cemig, de energia. Zema não deu um prazo para o encaminhamento das vendas de ativos.

O primeiro deles é a Codemig, afirmou ele, que fez ainda uma apresentação na Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos EUA, para uma campanha de atração de investimentos para a exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha. Também estão em processos de venda empresas como a Copel, a estatal de energia elétrica do Paraná, a Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo, fora ainda negócios em outros estados, como Mato Grosso e Goiás.

Estados têm oportunidades bilionárias

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, trouxe uma carteira estadual de R$ 180 bilhões em concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPPs) para atrair investidores internacionais em Nova York. Ao longo dos últimos dias, ele se reuniu com pesos pesados do universo financeiro como BlackRock, a maior gestora do mundo, o fundo soberano de Cingapura (GIC), Bank of America, Goldman Sachs, Macquaire, com sede na Austrália, e o americano GQG.

Além da Sabesp, o grande destaque, o portfólio do governo de São Paulo inclui ativos nas áreas de educação, desenvolvimento urbano, loterias, transporte, infraestrutura e recursos hídricos. “Não podemos dar passos para trás, temos que andar para a frente no sentido de buscar o recurso privado. Há um capital vigoroso no mundo e que pode ser usado em São Paulo para gerar muito mais empregos e oportunidades”, afirmou Freitas.

De acordo com um banqueiro brasileiro, que pediu para falar na condição de anonimato, há interesse do investidor estrangeiro nos ativos estaduais ainda que as falas de Lula atrapalhem. “Todos os governadores estão em Nova York querendo contar a sua história. São estados relevantes e ativos relevantes”, disse ao Broadcast.

A Copel é a que está mais avançada e já contratou até os bancos que vão fazer a bilionária oferta de ações, que promete ser a maior do ano na B3. A operação terá como líder o BTG Pactual e ainda a participação de Bradesco BBI, Itaú BBA e UBS-BB. Na prática, para os assessores financeiros, o volume de negócios envolvendo ativos dos Estados não representa a mesma proporção em ganhos do que um negócio feito para uma empresa privada.

No entanto, os bancos de investimento têm interesse em estar presentes na intermediação porque as ofertas bilionárias servem de catapulta aos rankings do setor e de vitrine para outras oportunidades. Por isso, a montagem dos sindicatos dos bancos participantes em cada operação é bastante disputada, conta um banqueiro.

Lula diz ser contra vender estatais

Enquanto nos Estados abundam projetos de privatização ou concessão, Lula não quer vender ativos. Já tirou os Correios e a EBC (Empresa Nacional de Comunicação) do plano nacional de desestatização. Durante viagem à China, disse para a imprensa chinesa que em seu governo nada será privatizado e, no Brasil, não tem poupado críticas à Eletrobras, empresa que se tornou privada no governo de Jair Bolsonaro.

Estatais cancelaram planos de se desfazer de ativos e há sinalização de que a petroleira, ao invés de vender sua fatia na petroquímica Braskem, teria interesse em comprar até o controle da empresa, que foi alvo de uma proposta do fundo americano Apollo e da companhia petroleira de Abu Dhabi, Adnoc. “A agenda hoje de vendas de estatais está toda nos Estados, que é onde os bancos estão olhando”, comenta um banqueiro da Faria Lima.

A Petrobras também desistiu de vender a participação de 44% que detém no projeto offshore de gás no mar na Colômbia em sociedade com a Ecopetrol, com fatia de 55,56%. A ideia, agora, é acelerar o início dos trabalhos em três poços no segundo trimestre do próximo ano, sendo que o início da produção de gás é estimado para 2026.

Governo de São Paulo pretende conceder a Sabesp. FOTO Isadora de Leão Moreira/GOVERNO SP Foto: IsadoradeLeaoMoreira / undefined

Luiz Inácio Lula da Silva já disse várias vezes que não quer privatizar nada. Ao contrário, tem até planos estatizantes. Mas, apesar dos ruídos gerados pelas falas do presidente da República, cujo alvo mais recente foi a Eletrobras, os governadores de Estados importantes, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, mantêm os seus planos de vender estatais gigantes e foram atrás do investidor internacional nos últimos dias durante a semana do Brasil em Nova York. Calendário tradicional nas relações com os Estados Unidos, a edição de 2023 foi marcada por inúmeras reuniões com figurões da política, cujos frutos podem, de quebra, gerar negócios para os bancos de investimento no Brasil.

Governos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Paraná e outros marcaram presença em inúmeros encontros organizados por banqueiros, como Itaú BBA, BTG Pactual, Citi, Bank of America e Goldman Sachs, e também seminários com foco no Brasil em busca de recursos para setores como o de gás, energia elétrica, lítio, saneamento e transição energética.

Como pano de fundo, tiveram de lidar, porém, com o que traz grande preocupação - e questionamentos - por parte dos investidores: a insegurança jurídica no País. O temor foi reforçado às vésperas da semana do Brasil em Nova York após ação da gestão Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras. Antes, o governo já havia sido derrotado na tentativa de alterar o marco regulatório do setor de saneamento.

Para o diretor de renda variável do Citi para a América Latina, Marcelo Millen, a postura do governo em casos como o envolvendo a Eletrobras “traz muito mais barulho do que a CPI da invasão do Congresso”.

Ele alertou que outros processos de privatização em curso, cuja agenda agora é predominantemente estadual, podem estar em xeque. “Se acontecer isso [reverter a privatização da Eletrobras], vai machucar muito. Copel, por exemplo”, sugeriu. “Copel, Sabesp, Cemig”, reforçou o diretor de banco de investimentos do Citi no Brasil, Eduardo Miras.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a movimentação do governo Lula para reaver direitos políticos na Eletrobras não causa surpresa, já que o PT sempre deixou claro não ser a favor de privatizações. Disse, porém, que sua postura em nada altera ou atrapalha a agenda mineira de venda de ativos. “Nossa agenda de privatizações vai continuar.

Precisamos de acionistas com fôlego para aporte de capital nos setores de saneamento e energia”, afirmou Zema. Segundo ele, o objetivo é privatizar a Codemig, de desenvolvimento econômico, a Copasa, de saneamento, e a Cemig, de energia. Zema não deu um prazo para o encaminhamento das vendas de ativos.

O primeiro deles é a Codemig, afirmou ele, que fez ainda uma apresentação na Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos EUA, para uma campanha de atração de investimentos para a exploração do lítio no Vale do Jequitinhonha. Também estão em processos de venda empresas como a Copel, a estatal de energia elétrica do Paraná, a Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo, fora ainda negócios em outros estados, como Mato Grosso e Goiás.

Estados têm oportunidades bilionárias

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, trouxe uma carteira estadual de R$ 180 bilhões em concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPPs) para atrair investidores internacionais em Nova York. Ao longo dos últimos dias, ele se reuniu com pesos pesados do universo financeiro como BlackRock, a maior gestora do mundo, o fundo soberano de Cingapura (GIC), Bank of America, Goldman Sachs, Macquaire, com sede na Austrália, e o americano GQG.

Além da Sabesp, o grande destaque, o portfólio do governo de São Paulo inclui ativos nas áreas de educação, desenvolvimento urbano, loterias, transporte, infraestrutura e recursos hídricos. “Não podemos dar passos para trás, temos que andar para a frente no sentido de buscar o recurso privado. Há um capital vigoroso no mundo e que pode ser usado em São Paulo para gerar muito mais empregos e oportunidades”, afirmou Freitas.

De acordo com um banqueiro brasileiro, que pediu para falar na condição de anonimato, há interesse do investidor estrangeiro nos ativos estaduais ainda que as falas de Lula atrapalhem. “Todos os governadores estão em Nova York querendo contar a sua história. São estados relevantes e ativos relevantes”, disse ao Broadcast.

A Copel é a que está mais avançada e já contratou até os bancos que vão fazer a bilionária oferta de ações, que promete ser a maior do ano na B3. A operação terá como líder o BTG Pactual e ainda a participação de Bradesco BBI, Itaú BBA e UBS-BB. Na prática, para os assessores financeiros, o volume de negócios envolvendo ativos dos Estados não representa a mesma proporção em ganhos do que um negócio feito para uma empresa privada.

No entanto, os bancos de investimento têm interesse em estar presentes na intermediação porque as ofertas bilionárias servem de catapulta aos rankings do setor e de vitrine para outras oportunidades. Por isso, a montagem dos sindicatos dos bancos participantes em cada operação é bastante disputada, conta um banqueiro.

Lula diz ser contra vender estatais

Enquanto nos Estados abundam projetos de privatização ou concessão, Lula não quer vender ativos. Já tirou os Correios e a EBC (Empresa Nacional de Comunicação) do plano nacional de desestatização. Durante viagem à China, disse para a imprensa chinesa que em seu governo nada será privatizado e, no Brasil, não tem poupado críticas à Eletrobras, empresa que se tornou privada no governo de Jair Bolsonaro.

Estatais cancelaram planos de se desfazer de ativos e há sinalização de que a petroleira, ao invés de vender sua fatia na petroquímica Braskem, teria interesse em comprar até o controle da empresa, que foi alvo de uma proposta do fundo americano Apollo e da companhia petroleira de Abu Dhabi, Adnoc. “A agenda hoje de vendas de estatais está toda nos Estados, que é onde os bancos estão olhando”, comenta um banqueiro da Faria Lima.

A Petrobras também desistiu de vender a participação de 44% que detém no projeto offshore de gás no mar na Colômbia em sociedade com a Ecopetrol, com fatia de 55,56%. A ideia, agora, é acelerar o início dos trabalhos em três poços no segundo trimestre do próximo ano, sendo que o início da produção de gás é estimado para 2026.

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