Bastidores do mundo dos negócios

Estrangeiro quer investir no Brasil, mas não vê urgência, diz Santander


Investidor de fora ainda não deslocou mais recursos para o País em função das incertezas com as eleições e, agora, com o novo governo

Por Cynthia Decloedt e Altamiro Silva Junior
Depreciação do real tornou os preços das ações mais atraentes aos olhos do estrangeiro Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Uma espécie de inércia impulsionou os ativos brasileiros nos últimos meses, à medida que as incertezas externas se aprofundavam e a depreciação do real tornou os preços das ações e dos negócios relativamente mais atraentes aos olhos do estrangeiro, segundo o responsável pelo banco de investimento do Santander, Gustavo Miranda.

O Ibovespa atingiu o piso em julho, quando caiu abaixo de 96 mil pontos. De lá para cá, as bolsas norte-americanas e o mercado de renda fixa externos seguiram com perdas na casa de dois dígitos, mas o Brasil começou a ganhar espaço. O investidor estrangeiro, no entanto, ainda não deslocou mais recursos para o País em decorrência das incertezas geradas pelas eleições e, agora, dos caminhos a serem tomados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

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‘Ganhar o jogo parado’

”Podemos ganhar o jogo das alocações em países emergentes mesmo ficando parados”, diz Miranda. Tem havido uma visão mais positiva do Brasil lá fora, sobretudo quando se compara o País a outros emergentes. No entanto, há “pequenos incêndios em cada canto do mundo” e ninguém quer tomar atitudes concretas de aumentar exposição a ativos brasileiros.

Segundo Miranda, a bolsa está barata - tecnicamente, com múltiplos cerca de dois desvios-padrões abaixo da média histórica. Além disso, ao redor de 60% do índice Ibovespa é composto por empresas tradicionais em setores como energia, financeiro e commodities. “São ativos que geram caixa, ainda muito descontados e mensurados em uma moeda bem defendida por conta da taxa Selic a 13,75%”.

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Investidor de país desenvolvido tem caixa, mas está cauteloso

Na outra ponta, os níveis de caixa dos investidores dos países desenvolvidos estão em nível historicamente alto, o que mostra a cautela para investir. Por isso, passada a eleição, a possibilidade é que as próximas temporadas de captações em bolsa tragam estrangeiros para as ofertas dessas empresas.

Mas isso não elimina a cautela desses investidores, que esperam os primeiros sinais da nova administração em relação à economia e irão preferir ofertas de grandes empresas e, no caso das ofertas iniciais (IPO, na sigla em inglês), aquelas por volta de R$ 2 bilhões. “São as líquidas que terão mais chances de emplacar”, afirma o responsável pelo banco de investimento do Santander.

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A expectativa geral é de que o ritmo de ofertas caminhe conforme a sinalização de queda da Selic tenha efeito, o que tende a influenciar o fluxo dos investidores para a bolsa. Mesmo assim, não se deve esperar nada semelhante ao que foram os anos de 2019 e 2020. “O juro real aqui está em 5,5% e mesmo caindo para 4% as oportunidades em renda fixa continuarão existindo”, diz.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 14/11/2022, às 09h47

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Depreciação do real tornou os preços das ações mais atraentes aos olhos do estrangeiro Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

Uma espécie de inércia impulsionou os ativos brasileiros nos últimos meses, à medida que as incertezas externas se aprofundavam e a depreciação do real tornou os preços das ações e dos negócios relativamente mais atraentes aos olhos do estrangeiro, segundo o responsável pelo banco de investimento do Santander, Gustavo Miranda.

O Ibovespa atingiu o piso em julho, quando caiu abaixo de 96 mil pontos. De lá para cá, as bolsas norte-americanas e o mercado de renda fixa externos seguiram com perdas na casa de dois dígitos, mas o Brasil começou a ganhar espaço. O investidor estrangeiro, no entanto, ainda não deslocou mais recursos para o País em decorrência das incertezas geradas pelas eleições e, agora, dos caminhos a serem tomados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

‘Ganhar o jogo parado’

”Podemos ganhar o jogo das alocações em países emergentes mesmo ficando parados”, diz Miranda. Tem havido uma visão mais positiva do Brasil lá fora, sobretudo quando se compara o País a outros emergentes. No entanto, há “pequenos incêndios em cada canto do mundo” e ninguém quer tomar atitudes concretas de aumentar exposição a ativos brasileiros.

Segundo Miranda, a bolsa está barata - tecnicamente, com múltiplos cerca de dois desvios-padrões abaixo da média histórica. Além disso, ao redor de 60% do índice Ibovespa é composto por empresas tradicionais em setores como energia, financeiro e commodities. “São ativos que geram caixa, ainda muito descontados e mensurados em uma moeda bem defendida por conta da taxa Selic a 13,75%”.

Investidor de país desenvolvido tem caixa, mas está cauteloso

Na outra ponta, os níveis de caixa dos investidores dos países desenvolvidos estão em nível historicamente alto, o que mostra a cautela para investir. Por isso, passada a eleição, a possibilidade é que as próximas temporadas de captações em bolsa tragam estrangeiros para as ofertas dessas empresas.

Mas isso não elimina a cautela desses investidores, que esperam os primeiros sinais da nova administração em relação à economia e irão preferir ofertas de grandes empresas e, no caso das ofertas iniciais (IPO, na sigla em inglês), aquelas por volta de R$ 2 bilhões. “São as líquidas que terão mais chances de emplacar”, afirma o responsável pelo banco de investimento do Santander.

A expectativa geral é de que o ritmo de ofertas caminhe conforme a sinalização de queda da Selic tenha efeito, o que tende a influenciar o fluxo dos investidores para a bolsa. Mesmo assim, não se deve esperar nada semelhante ao que foram os anos de 2019 e 2020. “O juro real aqui está em 5,5% e mesmo caindo para 4% as oportunidades em renda fixa continuarão existindo”, diz.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 14/11/2022, às 09h47

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Uma espécie de inércia impulsionou os ativos brasileiros nos últimos meses, à medida que as incertezas externas se aprofundavam e a depreciação do real tornou os preços das ações e dos negócios relativamente mais atraentes aos olhos do estrangeiro, segundo o responsável pelo banco de investimento do Santander, Gustavo Miranda.

O Ibovespa atingiu o piso em julho, quando caiu abaixo de 96 mil pontos. De lá para cá, as bolsas norte-americanas e o mercado de renda fixa externos seguiram com perdas na casa de dois dígitos, mas o Brasil começou a ganhar espaço. O investidor estrangeiro, no entanto, ainda não deslocou mais recursos para o País em decorrência das incertezas geradas pelas eleições e, agora, dos caminhos a serem tomados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

‘Ganhar o jogo parado’

”Podemos ganhar o jogo das alocações em países emergentes mesmo ficando parados”, diz Miranda. Tem havido uma visão mais positiva do Brasil lá fora, sobretudo quando se compara o País a outros emergentes. No entanto, há “pequenos incêndios em cada canto do mundo” e ninguém quer tomar atitudes concretas de aumentar exposição a ativos brasileiros.

Segundo Miranda, a bolsa está barata - tecnicamente, com múltiplos cerca de dois desvios-padrões abaixo da média histórica. Além disso, ao redor de 60% do índice Ibovespa é composto por empresas tradicionais em setores como energia, financeiro e commodities. “São ativos que geram caixa, ainda muito descontados e mensurados em uma moeda bem defendida por conta da taxa Selic a 13,75%”.

Investidor de país desenvolvido tem caixa, mas está cauteloso

Na outra ponta, os níveis de caixa dos investidores dos países desenvolvidos estão em nível historicamente alto, o que mostra a cautela para investir. Por isso, passada a eleição, a possibilidade é que as próximas temporadas de captações em bolsa tragam estrangeiros para as ofertas dessas empresas.

Mas isso não elimina a cautela desses investidores, que esperam os primeiros sinais da nova administração em relação à economia e irão preferir ofertas de grandes empresas e, no caso das ofertas iniciais (IPO, na sigla em inglês), aquelas por volta de R$ 2 bilhões. “São as líquidas que terão mais chances de emplacar”, afirma o responsável pelo banco de investimento do Santander.

A expectativa geral é de que o ritmo de ofertas caminhe conforme a sinalização de queda da Selic tenha efeito, o que tende a influenciar o fluxo dos investidores para a bolsa. Mesmo assim, não se deve esperar nada semelhante ao que foram os anos de 2019 e 2020. “O juro real aqui está em 5,5% e mesmo caindo para 4% as oportunidades em renda fixa continuarão existindo”, diz.

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O Ibovespa atingiu o piso em julho, quando caiu abaixo de 96 mil pontos. De lá para cá, as bolsas norte-americanas e o mercado de renda fixa externos seguiram com perdas na casa de dois dígitos, mas o Brasil começou a ganhar espaço. O investidor estrangeiro, no entanto, ainda não deslocou mais recursos para o País em decorrência das incertezas geradas pelas eleições e, agora, dos caminhos a serem tomados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

‘Ganhar o jogo parado’

”Podemos ganhar o jogo das alocações em países emergentes mesmo ficando parados”, diz Miranda. Tem havido uma visão mais positiva do Brasil lá fora, sobretudo quando se compara o País a outros emergentes. No entanto, há “pequenos incêndios em cada canto do mundo” e ninguém quer tomar atitudes concretas de aumentar exposição a ativos brasileiros.

Segundo Miranda, a bolsa está barata - tecnicamente, com múltiplos cerca de dois desvios-padrões abaixo da média histórica. Além disso, ao redor de 60% do índice Ibovespa é composto por empresas tradicionais em setores como energia, financeiro e commodities. “São ativos que geram caixa, ainda muito descontados e mensurados em uma moeda bem defendida por conta da taxa Selic a 13,75%”.

Investidor de país desenvolvido tem caixa, mas está cauteloso

Na outra ponta, os níveis de caixa dos investidores dos países desenvolvidos estão em nível historicamente alto, o que mostra a cautela para investir. Por isso, passada a eleição, a possibilidade é que as próximas temporadas de captações em bolsa tragam estrangeiros para as ofertas dessas empresas.

Mas isso não elimina a cautela desses investidores, que esperam os primeiros sinais da nova administração em relação à economia e irão preferir ofertas de grandes empresas e, no caso das ofertas iniciais (IPO, na sigla em inglês), aquelas por volta de R$ 2 bilhões. “São as líquidas que terão mais chances de emplacar”, afirma o responsável pelo banco de investimento do Santander.

A expectativa geral é de que o ritmo de ofertas caminhe conforme a sinalização de queda da Selic tenha efeito, o que tende a influenciar o fluxo dos investidores para a bolsa. Mesmo assim, não se deve esperar nada semelhante ao que foram os anos de 2019 e 2020. “O juro real aqui está em 5,5% e mesmo caindo para 4% as oportunidades em renda fixa continuarão existindo”, diz.

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