Bastidores do mundo dos negócios

Exp World, imobiliária com sede no metaverso, reformula time para crescer no Brasil


Por Circe Bonatelli
Claudio Hermolin, que vai comandar a Exp World  no Brasil  Foto: Wilton Junior / Estadão

A imobiliária Exp World Holdings acaba de contratar o executivo Cláudio Hermolin para comandar as operações da multinacional no Brasil e buscar crescer em um mercado altamente competitivo. Hermolin é um nome tarimbado no setor. Esteve por quatro anos à frente de uma das maiores imobiliárias nacionais, a Brasil Brokers, na época da reestruturação dos negócios e da transformação digital da empresa. Também já foi diretor de Even e PDG, além de integrar quadros de associações como Ademi, Sinduscon e Secovi.

Toda essa experiência vai ser usada para dar tração à Exp, que desembarcou no Brasil no começo de 2021, mas ainda não decolou. Nesse período, a empresa foi comandada por Ernani Assis, outro executivo experiente no ramo, com passagens por Prudential Real Estate, Century 21, Remax e Zap Imóveis. Sob sua batuta, a Exp chegou a 200 corretores parceiros e um total de 1 mil imóveis cadastrados na base - números muito pequenos perto das operações do grupo em outros países e do potencial do mercado brasileiro.

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A Exp tem ganhado visibilidade mundo afora porque seus escritórios estão no metaverso. Ou seja: ela não utiliza endereço físico. As reuniões de funcionários, cursos, treinamentos e eventos acontecem em um escritório digital e online, onde cada pessoa interage por meio de um avatar. A entrevista ao Broadcast, inclusive, foi concedida no metaverso (o vídeo com essa experiência está disponível na Broadcast TV).

Segundo a empresa, o formato 100% digital é justamente o seu grande trunfo para crescer. Como não depende de um escritório físico, pode ganhar escala rapidamente, atraindo corretores e imóveis de quaisquer localizações. "Se olhar o crescimento histórico da Exp em outros países, vai ver que é um avanço de mais de dois dígitos por ano em termos de número de corretores e de transações de imóveis", ressaltou Hermolin. "Como não temos necessidade física, nossa capacidade de crescimento é infinita".

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Empresa tem 80 mil corretores em 21 países

A Exp chegou a 80 mil corretores no fim do primeiro trimestre, crescimento de 55% em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas de imóveis movimentaram US$ 41,4 bilhões, alta de 9%. A receita foi de US$ 4,2 bilhões, com lucro de US$ 81 milhões.

Fundada em 2009, a empresa opera em 21 países, como Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Chile, África do Sul, Índia, Hong Kong e países da Europa. Aqui no Brasil, atua em 10 Estados. A capilaridade global permite que um corretor possa vender um apartamento na Flórida para seu cliente brasileiro ou uma casa no litoral baiano para interessados europeus.

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Outra aposta é o pagamento de comissão mais polpuda aos corretores. A taxa de corretagem fica em torno de 5% a 6% do valor do imóvel, como em qualquer outra transação. Na Exp, o corretor recebe de 70% a 90% desse valor contra cerca de 50% nas empresas convencionais, destacou Hermolin. A imobiliária aceita ficar com uma fatia menor da venda porque tem custos fixos reduzidos.

Também há a possibilidade de pagamento na forma de ações da empresa. Com isso, o corretor se torna um verdadeiro sócio da plataforma. Em troca de clientes, imóveis, treinamento e conectividade, a Exp cobra uma mensalidade de R$ 250 dos corretores. "Nosso foco é atrair o corretor que pensa diferente. Valorizamos o profissional que busca autonomia, liberdade e que seja empreendedor. Na Exp, é como se tivesse a própria imobiliária", afirmou o executivo.

Ações da companhia estão sob pressão na Nasdaq

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Mas destacar-se no mercado de compra e venda de imóveis não é simples, pois o setor é enorme e extremamente pulverizado no País. Existem grandes empresas com atuações em várias cidades, como a Lopes, até sites de classificados que oferecem serviços de corretagem, fiança, financiamento e seguros, casos da OLX (que comprou o Zap) e os unicórnios QuintoAndar e Loft, por exemplo. Sem contar as inúmeras imobiliárias de bairros.

"O Brasil tem proporções continentais e tem espaço para mais de um modelo de trabalho", disse o novo comandante da operação local. "E a Exp é esse terceiro modelo. Embora QuintoAndar e Loft tenham ferramentas que agilizem as vendas, elas ainda são empresas com espaços físicos. O nosso modelo é 100% na nuvem e mais focado em corretores que tenham interesse em seguir suas jornadas sozinhos", acrescentou.

Lá fora, a Exp tem passado por um rígido escrutínio de investidores. Suas ações na Nasdaq caíram 60% em um ano (para US$ 15, o que lhe confere um valor de mercado de US$ 2,2 bilhões). A empresa foi atingida por uma tempestade devido à crise econômica nos Estados Unidos e ao aumento da desconfiança sobre empresas tech. Entretanto, outras imobiliárias listadas nas Nasdaq também apanharam. As ações da Zillow Group baixaram 81% no mesmo período, enquanto os papéis da Compass e da Realogy recuaram 64% e 40%, respectivamente.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 13/06/22, às 10h55

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Claudio Hermolin, que vai comandar a Exp World  no Brasil  Foto: Wilton Junior / Estadão

A imobiliária Exp World Holdings acaba de contratar o executivo Cláudio Hermolin para comandar as operações da multinacional no Brasil e buscar crescer em um mercado altamente competitivo. Hermolin é um nome tarimbado no setor. Esteve por quatro anos à frente de uma das maiores imobiliárias nacionais, a Brasil Brokers, na época da reestruturação dos negócios e da transformação digital da empresa. Também já foi diretor de Even e PDG, além de integrar quadros de associações como Ademi, Sinduscon e Secovi.

Toda essa experiência vai ser usada para dar tração à Exp, que desembarcou no Brasil no começo de 2021, mas ainda não decolou. Nesse período, a empresa foi comandada por Ernani Assis, outro executivo experiente no ramo, com passagens por Prudential Real Estate, Century 21, Remax e Zap Imóveis. Sob sua batuta, a Exp chegou a 200 corretores parceiros e um total de 1 mil imóveis cadastrados na base - números muito pequenos perto das operações do grupo em outros países e do potencial do mercado brasileiro.

A Exp tem ganhado visibilidade mundo afora porque seus escritórios estão no metaverso. Ou seja: ela não utiliza endereço físico. As reuniões de funcionários, cursos, treinamentos e eventos acontecem em um escritório digital e online, onde cada pessoa interage por meio de um avatar. A entrevista ao Broadcast, inclusive, foi concedida no metaverso (o vídeo com essa experiência está disponível na Broadcast TV).

Segundo a empresa, o formato 100% digital é justamente o seu grande trunfo para crescer. Como não depende de um escritório físico, pode ganhar escala rapidamente, atraindo corretores e imóveis de quaisquer localizações. "Se olhar o crescimento histórico da Exp em outros países, vai ver que é um avanço de mais de dois dígitos por ano em termos de número de corretores e de transações de imóveis", ressaltou Hermolin. "Como não temos necessidade física, nossa capacidade de crescimento é infinita".

Empresa tem 80 mil corretores em 21 países

A Exp chegou a 80 mil corretores no fim do primeiro trimestre, crescimento de 55% em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas de imóveis movimentaram US$ 41,4 bilhões, alta de 9%. A receita foi de US$ 4,2 bilhões, com lucro de US$ 81 milhões.

Fundada em 2009, a empresa opera em 21 países, como Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Chile, África do Sul, Índia, Hong Kong e países da Europa. Aqui no Brasil, atua em 10 Estados. A capilaridade global permite que um corretor possa vender um apartamento na Flórida para seu cliente brasileiro ou uma casa no litoral baiano para interessados europeus.

Outra aposta é o pagamento de comissão mais polpuda aos corretores. A taxa de corretagem fica em torno de 5% a 6% do valor do imóvel, como em qualquer outra transação. Na Exp, o corretor recebe de 70% a 90% desse valor contra cerca de 50% nas empresas convencionais, destacou Hermolin. A imobiliária aceita ficar com uma fatia menor da venda porque tem custos fixos reduzidos.

Também há a possibilidade de pagamento na forma de ações da empresa. Com isso, o corretor se torna um verdadeiro sócio da plataforma. Em troca de clientes, imóveis, treinamento e conectividade, a Exp cobra uma mensalidade de R$ 250 dos corretores. "Nosso foco é atrair o corretor que pensa diferente. Valorizamos o profissional que busca autonomia, liberdade e que seja empreendedor. Na Exp, é como se tivesse a própria imobiliária", afirmou o executivo.

Ações da companhia estão sob pressão na Nasdaq

Mas destacar-se no mercado de compra e venda de imóveis não é simples, pois o setor é enorme e extremamente pulverizado no País. Existem grandes empresas com atuações em várias cidades, como a Lopes, até sites de classificados que oferecem serviços de corretagem, fiança, financiamento e seguros, casos da OLX (que comprou o Zap) e os unicórnios QuintoAndar e Loft, por exemplo. Sem contar as inúmeras imobiliárias de bairros.

"O Brasil tem proporções continentais e tem espaço para mais de um modelo de trabalho", disse o novo comandante da operação local. "E a Exp é esse terceiro modelo. Embora QuintoAndar e Loft tenham ferramentas que agilizem as vendas, elas ainda são empresas com espaços físicos. O nosso modelo é 100% na nuvem e mais focado em corretores que tenham interesse em seguir suas jornadas sozinhos", acrescentou.

Lá fora, a Exp tem passado por um rígido escrutínio de investidores. Suas ações na Nasdaq caíram 60% em um ano (para US$ 15, o que lhe confere um valor de mercado de US$ 2,2 bilhões). A empresa foi atingida por uma tempestade devido à crise econômica nos Estados Unidos e ao aumento da desconfiança sobre empresas tech. Entretanto, outras imobiliárias listadas nas Nasdaq também apanharam. As ações da Zillow Group baixaram 81% no mesmo período, enquanto os papéis da Compass e da Realogy recuaram 64% e 40%, respectivamente.

 

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Claudio Hermolin, que vai comandar a Exp World  no Brasil  Foto: Wilton Junior / Estadão

A imobiliária Exp World Holdings acaba de contratar o executivo Cláudio Hermolin para comandar as operações da multinacional no Brasil e buscar crescer em um mercado altamente competitivo. Hermolin é um nome tarimbado no setor. Esteve por quatro anos à frente de uma das maiores imobiliárias nacionais, a Brasil Brokers, na época da reestruturação dos negócios e da transformação digital da empresa. Também já foi diretor de Even e PDG, além de integrar quadros de associações como Ademi, Sinduscon e Secovi.

Toda essa experiência vai ser usada para dar tração à Exp, que desembarcou no Brasil no começo de 2021, mas ainda não decolou. Nesse período, a empresa foi comandada por Ernani Assis, outro executivo experiente no ramo, com passagens por Prudential Real Estate, Century 21, Remax e Zap Imóveis. Sob sua batuta, a Exp chegou a 200 corretores parceiros e um total de 1 mil imóveis cadastrados na base - números muito pequenos perto das operações do grupo em outros países e do potencial do mercado brasileiro.

A Exp tem ganhado visibilidade mundo afora porque seus escritórios estão no metaverso. Ou seja: ela não utiliza endereço físico. As reuniões de funcionários, cursos, treinamentos e eventos acontecem em um escritório digital e online, onde cada pessoa interage por meio de um avatar. A entrevista ao Broadcast, inclusive, foi concedida no metaverso (o vídeo com essa experiência está disponível na Broadcast TV).

Segundo a empresa, o formato 100% digital é justamente o seu grande trunfo para crescer. Como não depende de um escritório físico, pode ganhar escala rapidamente, atraindo corretores e imóveis de quaisquer localizações. "Se olhar o crescimento histórico da Exp em outros países, vai ver que é um avanço de mais de dois dígitos por ano em termos de número de corretores e de transações de imóveis", ressaltou Hermolin. "Como não temos necessidade física, nossa capacidade de crescimento é infinita".

Empresa tem 80 mil corretores em 21 países

A Exp chegou a 80 mil corretores no fim do primeiro trimestre, crescimento de 55% em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas de imóveis movimentaram US$ 41,4 bilhões, alta de 9%. A receita foi de US$ 4,2 bilhões, com lucro de US$ 81 milhões.

Fundada em 2009, a empresa opera em 21 países, como Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Chile, África do Sul, Índia, Hong Kong e países da Europa. Aqui no Brasil, atua em 10 Estados. A capilaridade global permite que um corretor possa vender um apartamento na Flórida para seu cliente brasileiro ou uma casa no litoral baiano para interessados europeus.

Outra aposta é o pagamento de comissão mais polpuda aos corretores. A taxa de corretagem fica em torno de 5% a 6% do valor do imóvel, como em qualquer outra transação. Na Exp, o corretor recebe de 70% a 90% desse valor contra cerca de 50% nas empresas convencionais, destacou Hermolin. A imobiliária aceita ficar com uma fatia menor da venda porque tem custos fixos reduzidos.

Também há a possibilidade de pagamento na forma de ações da empresa. Com isso, o corretor se torna um verdadeiro sócio da plataforma. Em troca de clientes, imóveis, treinamento e conectividade, a Exp cobra uma mensalidade de R$ 250 dos corretores. "Nosso foco é atrair o corretor que pensa diferente. Valorizamos o profissional que busca autonomia, liberdade e que seja empreendedor. Na Exp, é como se tivesse a própria imobiliária", afirmou o executivo.

Ações da companhia estão sob pressão na Nasdaq

Mas destacar-se no mercado de compra e venda de imóveis não é simples, pois o setor é enorme e extremamente pulverizado no País. Existem grandes empresas com atuações em várias cidades, como a Lopes, até sites de classificados que oferecem serviços de corretagem, fiança, financiamento e seguros, casos da OLX (que comprou o Zap) e os unicórnios QuintoAndar e Loft, por exemplo. Sem contar as inúmeras imobiliárias de bairros.

"O Brasil tem proporções continentais e tem espaço para mais de um modelo de trabalho", disse o novo comandante da operação local. "E a Exp é esse terceiro modelo. Embora QuintoAndar e Loft tenham ferramentas que agilizem as vendas, elas ainda são empresas com espaços físicos. O nosso modelo é 100% na nuvem e mais focado em corretores que tenham interesse em seguir suas jornadas sozinhos", acrescentou.

Lá fora, a Exp tem passado por um rígido escrutínio de investidores. Suas ações na Nasdaq caíram 60% em um ano (para US$ 15, o que lhe confere um valor de mercado de US$ 2,2 bilhões). A empresa foi atingida por uma tempestade devido à crise econômica nos Estados Unidos e ao aumento da desconfiança sobre empresas tech. Entretanto, outras imobiliárias listadas nas Nasdaq também apanharam. As ações da Zillow Group baixaram 81% no mesmo período, enquanto os papéis da Compass e da Realogy recuaram 64% e 40%, respectivamente.

 

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A imobiliária Exp World Holdings acaba de contratar o executivo Cláudio Hermolin para comandar as operações da multinacional no Brasil e buscar crescer em um mercado altamente competitivo. Hermolin é um nome tarimbado no setor. Esteve por quatro anos à frente de uma das maiores imobiliárias nacionais, a Brasil Brokers, na época da reestruturação dos negócios e da transformação digital da empresa. Também já foi diretor de Even e PDG, além de integrar quadros de associações como Ademi, Sinduscon e Secovi.

Toda essa experiência vai ser usada para dar tração à Exp, que desembarcou no Brasil no começo de 2021, mas ainda não decolou. Nesse período, a empresa foi comandada por Ernani Assis, outro executivo experiente no ramo, com passagens por Prudential Real Estate, Century 21, Remax e Zap Imóveis. Sob sua batuta, a Exp chegou a 200 corretores parceiros e um total de 1 mil imóveis cadastrados na base - números muito pequenos perto das operações do grupo em outros países e do potencial do mercado brasileiro.

A Exp tem ganhado visibilidade mundo afora porque seus escritórios estão no metaverso. Ou seja: ela não utiliza endereço físico. As reuniões de funcionários, cursos, treinamentos e eventos acontecem em um escritório digital e online, onde cada pessoa interage por meio de um avatar. A entrevista ao Broadcast, inclusive, foi concedida no metaverso (o vídeo com essa experiência está disponível na Broadcast TV).

Segundo a empresa, o formato 100% digital é justamente o seu grande trunfo para crescer. Como não depende de um escritório físico, pode ganhar escala rapidamente, atraindo corretores e imóveis de quaisquer localizações. "Se olhar o crescimento histórico da Exp em outros países, vai ver que é um avanço de mais de dois dígitos por ano em termos de número de corretores e de transações de imóveis", ressaltou Hermolin. "Como não temos necessidade física, nossa capacidade de crescimento é infinita".

Empresa tem 80 mil corretores em 21 países

A Exp chegou a 80 mil corretores no fim do primeiro trimestre, crescimento de 55% em comparação com o mesmo período do ano passado. As vendas de imóveis movimentaram US$ 41,4 bilhões, alta de 9%. A receita foi de US$ 4,2 bilhões, com lucro de US$ 81 milhões.

Fundada em 2009, a empresa opera em 21 países, como Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia, Chile, África do Sul, Índia, Hong Kong e países da Europa. Aqui no Brasil, atua em 10 Estados. A capilaridade global permite que um corretor possa vender um apartamento na Flórida para seu cliente brasileiro ou uma casa no litoral baiano para interessados europeus.

Outra aposta é o pagamento de comissão mais polpuda aos corretores. A taxa de corretagem fica em torno de 5% a 6% do valor do imóvel, como em qualquer outra transação. Na Exp, o corretor recebe de 70% a 90% desse valor contra cerca de 50% nas empresas convencionais, destacou Hermolin. A imobiliária aceita ficar com uma fatia menor da venda porque tem custos fixos reduzidos.

Também há a possibilidade de pagamento na forma de ações da empresa. Com isso, o corretor se torna um verdadeiro sócio da plataforma. Em troca de clientes, imóveis, treinamento e conectividade, a Exp cobra uma mensalidade de R$ 250 dos corretores. "Nosso foco é atrair o corretor que pensa diferente. Valorizamos o profissional que busca autonomia, liberdade e que seja empreendedor. Na Exp, é como se tivesse a própria imobiliária", afirmou o executivo.

Ações da companhia estão sob pressão na Nasdaq

Mas destacar-se no mercado de compra e venda de imóveis não é simples, pois o setor é enorme e extremamente pulverizado no País. Existem grandes empresas com atuações em várias cidades, como a Lopes, até sites de classificados que oferecem serviços de corretagem, fiança, financiamento e seguros, casos da OLX (que comprou o Zap) e os unicórnios QuintoAndar e Loft, por exemplo. Sem contar as inúmeras imobiliárias de bairros.

"O Brasil tem proporções continentais e tem espaço para mais de um modelo de trabalho", disse o novo comandante da operação local. "E a Exp é esse terceiro modelo. Embora QuintoAndar e Loft tenham ferramentas que agilizem as vendas, elas ainda são empresas com espaços físicos. O nosso modelo é 100% na nuvem e mais focado em corretores que tenham interesse em seguir suas jornadas sozinhos", acrescentou.

Lá fora, a Exp tem passado por um rígido escrutínio de investidores. Suas ações na Nasdaq caíram 60% em um ano (para US$ 15, o que lhe confere um valor de mercado de US$ 2,2 bilhões). A empresa foi atingida por uma tempestade devido à crise econômica nos Estados Unidos e ao aumento da desconfiança sobre empresas tech. Entretanto, outras imobiliárias listadas nas Nasdaq também apanharam. As ações da Zillow Group baixaram 81% no mesmo período, enquanto os papéis da Compass e da Realogy recuaram 64% e 40%, respectivamente.

 

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