Bastidores do mundo dos negócios

Fintechs atacam custo de captação para navegar na alta dos juros


Por Matheus Piovesana e Altamiro Silva Junior
Nubank revelou ter alcançado a marca de 5 milhões de investidores.  REUTERS/Brendan McDermid Foto: Estadão

Em um momento de encarecimento do dinheiro no Brasil e no mundo, fintechs brasileiras têm buscado alternativas para reduzir custos de captação. Recentemente, o Nubank anunciou uma mudança na remuneração dos depósitos dos clientes, enquanto o PicPay recebeu uma licença bancária, e a Creditas comprou a que estava sob o guarda-chuva do Andbank. Ao buscar reduzir os custos de captação, essas instituições tentam ganhar competitividade ante os grandes bancos, e podem encurtar o caminho para o lucro.

O ambiente no mercado financeiro piorou ainda mais nos últimos dias, em meio à nova surpresa com a inflação dos Estados Unidos, a mais alta em 41 anos. Bancos de Wall Street, como o Citi, chegaram a prever alta de 1 ponto porcentual nos juros americanos no fim deste mês, no que seria o aperto mais rápido desde o começo dos anos 90. Esse ambiente está obrigando as fintechs a se mexerem.

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No Brasil, grande parte delas atua como instituições de pagamento (IPs), que têm menores exigências de capital, mas não podem utilizar recursos depositados pelos clientes diretamente para conceder crédito, ao contrário dos bancos. É aí que entra a emissão dos RDBs, espécie de CDB das IPs, e os custos a eles associados.

O custo de captação é considerado uma das vantagens competitivas dos grandes bancos, que podem utilizar depósitos de poupança e de conta corrente para fazer empréstimos. A tradicional conta corrente, por exemplo, não paga rendimento ao cliente.

Nubank alterou regras

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O Nubank, que emite RDBs, mudou a regra do rendimento dos recursos aplicados na conta, e na prática, clientes que movimentarem o dinheiro nos 30 primeiros dias após o depósito não serão remunerados. A mudança começa a ser implementada no dia 25, de forma gradual, e valerá para novos depósitos. A fintech afirma que a alteração busca maior eficiência.

No primeiro trimestre deste ano, o Nubank tinha US$ 12,6 bilhões em depósitos, e as despesas para remunerá-los chegaram a US$ 273 milhões. A estimativa do mercado é de que a nova regra de remuneração vai gerar frutos a partir do ano que vem, com uma economia anual de até US$ 400 milhões.

Outros concorrentes estão tomando o caminho da regulação. O PicPay, por exemplo, recebeu uma instituição financeira: passou a controlar o então Banco Original do Agronegócio (que não se trata do Banco Original, e sim de outra instituição), que mudou de nome para PicPay Bank, e já era parte da J&F.

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Informações de mercado dão conta de que a plataforma teria hoje cerca de R$ 7 bilhões em depósitos. Com mais de 60 milhões de clientes, o PicPay recorre a bancos parceiros, via marketplace financeiro, para ofertar várias linhas de crédito. Mas também oferece, via carteira digital, produtos como parcelamento de Pix.

Em nota, o PicPay afirma que com a licença bancária, terá maior autonomia e segurança para financiar seus ativos, e que a reestruturação não muda o modelo de acordos com instituições financeiras.

A Creditas, por sua vez, foi ao mercado e comprou a licença bancária do Andbank. O banco nascido em Andorra decidiu abrir mão da autorização quando soube que a fintech estava em busca de uma para baratear sua estrutura de financiamento.

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Esta nota foi publicada no Broadcast  no dia 20/07/22, às 13h30

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

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Nubank revelou ter alcançado a marca de 5 milhões de investidores.  REUTERS/Brendan McDermid Foto: Estadão

Em um momento de encarecimento do dinheiro no Brasil e no mundo, fintechs brasileiras têm buscado alternativas para reduzir custos de captação. Recentemente, o Nubank anunciou uma mudança na remuneração dos depósitos dos clientes, enquanto o PicPay recebeu uma licença bancária, e a Creditas comprou a que estava sob o guarda-chuva do Andbank. Ao buscar reduzir os custos de captação, essas instituições tentam ganhar competitividade ante os grandes bancos, e podem encurtar o caminho para o lucro.

O ambiente no mercado financeiro piorou ainda mais nos últimos dias, em meio à nova surpresa com a inflação dos Estados Unidos, a mais alta em 41 anos. Bancos de Wall Street, como o Citi, chegaram a prever alta de 1 ponto porcentual nos juros americanos no fim deste mês, no que seria o aperto mais rápido desde o começo dos anos 90. Esse ambiente está obrigando as fintechs a se mexerem.

No Brasil, grande parte delas atua como instituições de pagamento (IPs), que têm menores exigências de capital, mas não podem utilizar recursos depositados pelos clientes diretamente para conceder crédito, ao contrário dos bancos. É aí que entra a emissão dos RDBs, espécie de CDB das IPs, e os custos a eles associados.

O custo de captação é considerado uma das vantagens competitivas dos grandes bancos, que podem utilizar depósitos de poupança e de conta corrente para fazer empréstimos. A tradicional conta corrente, por exemplo, não paga rendimento ao cliente.

Nubank alterou regras

O Nubank, que emite RDBs, mudou a regra do rendimento dos recursos aplicados na conta, e na prática, clientes que movimentarem o dinheiro nos 30 primeiros dias após o depósito não serão remunerados. A mudança começa a ser implementada no dia 25, de forma gradual, e valerá para novos depósitos. A fintech afirma que a alteração busca maior eficiência.

No primeiro trimestre deste ano, o Nubank tinha US$ 12,6 bilhões em depósitos, e as despesas para remunerá-los chegaram a US$ 273 milhões. A estimativa do mercado é de que a nova regra de remuneração vai gerar frutos a partir do ano que vem, com uma economia anual de até US$ 400 milhões.

Outros concorrentes estão tomando o caminho da regulação. O PicPay, por exemplo, recebeu uma instituição financeira: passou a controlar o então Banco Original do Agronegócio (que não se trata do Banco Original, e sim de outra instituição), que mudou de nome para PicPay Bank, e já era parte da J&F.

Informações de mercado dão conta de que a plataforma teria hoje cerca de R$ 7 bilhões em depósitos. Com mais de 60 milhões de clientes, o PicPay recorre a bancos parceiros, via marketplace financeiro, para ofertar várias linhas de crédito. Mas também oferece, via carteira digital, produtos como parcelamento de Pix.

Em nota, o PicPay afirma que com a licença bancária, terá maior autonomia e segurança para financiar seus ativos, e que a reestruturação não muda o modelo de acordos com instituições financeiras.

A Creditas, por sua vez, foi ao mercado e comprou a licença bancária do Andbank. O banco nascido em Andorra decidiu abrir mão da autorização quando soube que a fintech estava em busca de uma para baratear sua estrutura de financiamento.

 

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O ambiente no mercado financeiro piorou ainda mais nos últimos dias, em meio à nova surpresa com a inflação dos Estados Unidos, a mais alta em 41 anos. Bancos de Wall Street, como o Citi, chegaram a prever alta de 1 ponto porcentual nos juros americanos no fim deste mês, no que seria o aperto mais rápido desde o começo dos anos 90. Esse ambiente está obrigando as fintechs a se mexerem.

No Brasil, grande parte delas atua como instituições de pagamento (IPs), que têm menores exigências de capital, mas não podem utilizar recursos depositados pelos clientes diretamente para conceder crédito, ao contrário dos bancos. É aí que entra a emissão dos RDBs, espécie de CDB das IPs, e os custos a eles associados.

O custo de captação é considerado uma das vantagens competitivas dos grandes bancos, que podem utilizar depósitos de poupança e de conta corrente para fazer empréstimos. A tradicional conta corrente, por exemplo, não paga rendimento ao cliente.

Nubank alterou regras

O Nubank, que emite RDBs, mudou a regra do rendimento dos recursos aplicados na conta, e na prática, clientes que movimentarem o dinheiro nos 30 primeiros dias após o depósito não serão remunerados. A mudança começa a ser implementada no dia 25, de forma gradual, e valerá para novos depósitos. A fintech afirma que a alteração busca maior eficiência.

No primeiro trimestre deste ano, o Nubank tinha US$ 12,6 bilhões em depósitos, e as despesas para remunerá-los chegaram a US$ 273 milhões. A estimativa do mercado é de que a nova regra de remuneração vai gerar frutos a partir do ano que vem, com uma economia anual de até US$ 400 milhões.

Outros concorrentes estão tomando o caminho da regulação. O PicPay, por exemplo, recebeu uma instituição financeira: passou a controlar o então Banco Original do Agronegócio (que não se trata do Banco Original, e sim de outra instituição), que mudou de nome para PicPay Bank, e já era parte da J&F.

Informações de mercado dão conta de que a plataforma teria hoje cerca de R$ 7 bilhões em depósitos. Com mais de 60 milhões de clientes, o PicPay recorre a bancos parceiros, via marketplace financeiro, para ofertar várias linhas de crédito. Mas também oferece, via carteira digital, produtos como parcelamento de Pix.

Em nota, o PicPay afirma que com a licença bancária, terá maior autonomia e segurança para financiar seus ativos, e que a reestruturação não muda o modelo de acordos com instituições financeiras.

A Creditas, por sua vez, foi ao mercado e comprou a licença bancária do Andbank. O banco nascido em Andorra decidiu abrir mão da autorização quando soube que a fintech estava em busca de uma para baratear sua estrutura de financiamento.

 

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O ambiente no mercado financeiro piorou ainda mais nos últimos dias, em meio à nova surpresa com a inflação dos Estados Unidos, a mais alta em 41 anos. Bancos de Wall Street, como o Citi, chegaram a prever alta de 1 ponto porcentual nos juros americanos no fim deste mês, no que seria o aperto mais rápido desde o começo dos anos 90. Esse ambiente está obrigando as fintechs a se mexerem.

No Brasil, grande parte delas atua como instituições de pagamento (IPs), que têm menores exigências de capital, mas não podem utilizar recursos depositados pelos clientes diretamente para conceder crédito, ao contrário dos bancos. É aí que entra a emissão dos RDBs, espécie de CDB das IPs, e os custos a eles associados.

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No primeiro trimestre deste ano, o Nubank tinha US$ 12,6 bilhões em depósitos, e as despesas para remunerá-los chegaram a US$ 273 milhões. A estimativa do mercado é de que a nova regra de remuneração vai gerar frutos a partir do ano que vem, com uma economia anual de até US$ 400 milhões.

Outros concorrentes estão tomando o caminho da regulação. O PicPay, por exemplo, recebeu uma instituição financeira: passou a controlar o então Banco Original do Agronegócio (que não se trata do Banco Original, e sim de outra instituição), que mudou de nome para PicPay Bank, e já era parte da J&F.

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Em nota, o PicPay afirma que com a licença bancária, terá maior autonomia e segurança para financiar seus ativos, e que a reestruturação não muda o modelo de acordos com instituições financeiras.

A Creditas, por sua vez, foi ao mercado e comprou a licença bancária do Andbank. O banco nascido em Andorra decidiu abrir mão da autorização quando soube que a fintech estava em busca de uma para baratear sua estrutura de financiamento.

 

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