O fundo de pensão canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) espera concluir mais duas aquisições no segmento de infraestrutura este ano no Brasil, que se somarão aos R$ 4 bilhões em transações já concluídas nos primeiros três meses do ano. O “cheque” do CDPQ parte normalmente de US$ 300 milhões, o equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão.
O diretor-gerente no CDPQ no Brasil e vice-presidente de infraestrutura do fundo para América Latina, Eduardo Farhat, disse em conversa com a Coluna que a expectativa do fundo é ampliar a exposição no Brasil relativamente a outras regiões. Atualmente, o CDPQ tem investido no Brasil R$ 25 bilhões. O presidente mundial do CDPQ, Charles Emond, em visita ao Brasil no final do ano passado, previu alocar no País de R$ 14 bilhões a R$ 18 bilhões até 2027. “Os investimentos anunciados pelo CEO são grandes e representam uma expansão somente em capital de mais de 50% em tempo relativamente curto”, acrescentou.
Uma das grandes apostas da CDPQ é a Verene Energia, empresa de transmissão de energia, que fechou em março a aquisição de 100% da Integração Transmissora de Energia (Intesa). De acordo com Farhat a estratégia é dar musculatura à companhia por meio de aquisições e colocá-la entre as dez maiores do segmento entre três e cinco anos. Hoje a Verene está entre as 20 maiores. “Estamos no caminho de fazer a Verene crescer para ter um bom tamanho para entrar em ativos que não estão prontos, como em leilões de transmissão”, disse.
Transporte de gás já foi alvo de aquisição
A outra aquisição encerrada este ano foi de um restante de 15% na Transportadora Associada de Gás (TAG), com o que passou a deter 50% do negócio em parceria com o Grupo Engie. A transação foi anunciada no fim do ano passado e envolveu mais de R$ 3 bilhões.
Farhat não revelou quais empresas ou setores específicos estão no foco do fundo neste momento, mas indicou que existem alguns em que o CDPQ gostaria de marcar presença, como saneamento. Globalmente, o fundo não tem nenhum investimento nesse setor. No Brasil, a porta de entrada não seria, entretanto, a companhia de saneamento do Estado de São Paulo, Sabesp, em processo de privatização. O motivo é o fato de ser listada em Bolsa.
“Embora seja uma empresa excelente, o fundo não gosta de volatilidade na carteira, temos cada vez mais um perfil de ‘co-controle’ ou de controle”, afirmou. Para ele, dada essa estratégia de estar no comando do negócio, é possível que seja necessário aguardar uma consolidação do setor ou o surgimento de uma oportunidade correta para o fundo.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 04/04/24, às 15h22
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