Bastidores do mundo dos negócios

‘Fundos abutres’ se mexem para ficar com dívidas em dólar da Americanas


Papéis são negociados com desconto que chega a superar 80% do valor de face

Por Talita Nascimento e Altamiro Silva Junior
Fundos abutres fazem propostas por títulos de dívida da varejista no exterior; já houve negócios Foto: Taba Benedicto/ Estadão Conteúdo

Fundos especializados em comprar dívidas que viraram calotes já se movimentam para adquirir títulos em dólar da Americanas. Conhecidos como ‘distressed funds’ - e popularmente como ‘fundos abutres’ -, eles já começaram a ir às compras e fazer propostas para os detentores dos títulos de dívida (bonds) da varejista no exterior. Alguns negócios já aconteceram, enquanto outro grupo está mais resistente a vender seus papéis com desconto muito alto, que chega a superar 80% do valor de face.

Esses gestores pagam um valor menor pela dívida pelo risco de não recebê-la em sua totalidade ou de o processo ser muito lento. Assim, no futuro, conseguem um ganho sobre o que pagaram. Para fazer sentido, é preciso conseguir uma boa quantia das dívidas e, com isso, ganhar peso na negociação. É isso que esses gestores buscam no momento. Quem vende prefere receber um porcentual pequeno do que investiu a perder tudo.

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Brasileiros são maiores credores

Credores de dívidas em dólar da Americanas têm cerca de R$ 5 bilhões dos valores devidos pela companhia, fatia menor que bancos nacionais, com R$ 16 bilhões. O grupo resistente a vender títulos para os ‘abutres’ está se articulando para buscar aliados entre os investidores que detêm títulos de dívida da companhia em reais (debêntures) para ganhar força. Os debenturistas têm R$ 6 bilhões e já organizaram comitês para representá-los nas negociações, como nomes como a gestora SPX e a XP entre os representantes.

No exterior, um grupo de credores contratou o escritório Akin Gump Strauss Hauer & Feld para aconselhamento sobre as negociações. Outro grupo, com cerca de US$ 330 milhões em bonds, conforme noticiou a Coluna, contratou a Moelis & Co e o escritório brasileiro Padis Mattar Advogados para as conversas.

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Valor de bonds da varejista despencou no mercado secundário

No mercado secundário, os bonds da Americanas são negociados na casa dos US$ 0,17, mas já chegaram a níveis ainda mais baixos, na casa dos US$ 0,10 após o grupo de varejo pedir recuperação judicial e as negociações com os bancos credores empacarem. A empresa fez duas emissões externas ao fim de 2020, de US$ 500 milhões cada, ambas com forte demanda. Os papéis foram emitidos pelas subsidiárias em Luxemburgo, B2W Digital e JSM Global.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 24/02/2023, às 15h35

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Fundos abutres fazem propostas por títulos de dívida da varejista no exterior; já houve negócios Foto: Taba Benedicto/ Estadão Conteúdo

Fundos especializados em comprar dívidas que viraram calotes já se movimentam para adquirir títulos em dólar da Americanas. Conhecidos como ‘distressed funds’ - e popularmente como ‘fundos abutres’ -, eles já começaram a ir às compras e fazer propostas para os detentores dos títulos de dívida (bonds) da varejista no exterior. Alguns negócios já aconteceram, enquanto outro grupo está mais resistente a vender seus papéis com desconto muito alto, que chega a superar 80% do valor de face.

Esses gestores pagam um valor menor pela dívida pelo risco de não recebê-la em sua totalidade ou de o processo ser muito lento. Assim, no futuro, conseguem um ganho sobre o que pagaram. Para fazer sentido, é preciso conseguir uma boa quantia das dívidas e, com isso, ganhar peso na negociação. É isso que esses gestores buscam no momento. Quem vende prefere receber um porcentual pequeno do que investiu a perder tudo.

Brasileiros são maiores credores

Credores de dívidas em dólar da Americanas têm cerca de R$ 5 bilhões dos valores devidos pela companhia, fatia menor que bancos nacionais, com R$ 16 bilhões. O grupo resistente a vender títulos para os ‘abutres’ está se articulando para buscar aliados entre os investidores que detêm títulos de dívida da companhia em reais (debêntures) para ganhar força. Os debenturistas têm R$ 6 bilhões e já organizaram comitês para representá-los nas negociações, como nomes como a gestora SPX e a XP entre os representantes.

No exterior, um grupo de credores contratou o escritório Akin Gump Strauss Hauer & Feld para aconselhamento sobre as negociações. Outro grupo, com cerca de US$ 330 milhões em bonds, conforme noticiou a Coluna, contratou a Moelis & Co e o escritório brasileiro Padis Mattar Advogados para as conversas.

Valor de bonds da varejista despencou no mercado secundário

No mercado secundário, os bonds da Americanas são negociados na casa dos US$ 0,17, mas já chegaram a níveis ainda mais baixos, na casa dos US$ 0,10 após o grupo de varejo pedir recuperação judicial e as negociações com os bancos credores empacarem. A empresa fez duas emissões externas ao fim de 2020, de US$ 500 milhões cada, ambas com forte demanda. Os papéis foram emitidos pelas subsidiárias em Luxemburgo, B2W Digital e JSM Global.

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Fundos abutres fazem propostas por títulos de dívida da varejista no exterior; já houve negócios Foto: Taba Benedicto/ Estadão Conteúdo

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Esses gestores pagam um valor menor pela dívida pelo risco de não recebê-la em sua totalidade ou de o processo ser muito lento. Assim, no futuro, conseguem um ganho sobre o que pagaram. Para fazer sentido, é preciso conseguir uma boa quantia das dívidas e, com isso, ganhar peso na negociação. É isso que esses gestores buscam no momento. Quem vende prefere receber um porcentual pequeno do que investiu a perder tudo.

Brasileiros são maiores credores

Credores de dívidas em dólar da Americanas têm cerca de R$ 5 bilhões dos valores devidos pela companhia, fatia menor que bancos nacionais, com R$ 16 bilhões. O grupo resistente a vender títulos para os ‘abutres’ está se articulando para buscar aliados entre os investidores que detêm títulos de dívida da companhia em reais (debêntures) para ganhar força. Os debenturistas têm R$ 6 bilhões e já organizaram comitês para representá-los nas negociações, como nomes como a gestora SPX e a XP entre os representantes.

No exterior, um grupo de credores contratou o escritório Akin Gump Strauss Hauer & Feld para aconselhamento sobre as negociações. Outro grupo, com cerca de US$ 330 milhões em bonds, conforme noticiou a Coluna, contratou a Moelis & Co e o escritório brasileiro Padis Mattar Advogados para as conversas.

Valor de bonds da varejista despencou no mercado secundário

No mercado secundário, os bonds da Americanas são negociados na casa dos US$ 0,17, mas já chegaram a níveis ainda mais baixos, na casa dos US$ 0,10 após o grupo de varejo pedir recuperação judicial e as negociações com os bancos credores empacarem. A empresa fez duas emissões externas ao fim de 2020, de US$ 500 milhões cada, ambas com forte demanda. Os papéis foram emitidos pelas subsidiárias em Luxemburgo, B2W Digital e JSM Global.

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Brasileiros são maiores credores

Credores de dívidas em dólar da Americanas têm cerca de R$ 5 bilhões dos valores devidos pela companhia, fatia menor que bancos nacionais, com R$ 16 bilhões. O grupo resistente a vender títulos para os ‘abutres’ está se articulando para buscar aliados entre os investidores que detêm títulos de dívida da companhia em reais (debêntures) para ganhar força. Os debenturistas têm R$ 6 bilhões e já organizaram comitês para representá-los nas negociações, como nomes como a gestora SPX e a XP entre os representantes.

No exterior, um grupo de credores contratou o escritório Akin Gump Strauss Hauer & Feld para aconselhamento sobre as negociações. Outro grupo, com cerca de US$ 330 milhões em bonds, conforme noticiou a Coluna, contratou a Moelis & Co e o escritório brasileiro Padis Mattar Advogados para as conversas.

Valor de bonds da varejista despencou no mercado secundário

No mercado secundário, os bonds da Americanas são negociados na casa dos US$ 0,17, mas já chegaram a níveis ainda mais baixos, na casa dos US$ 0,10 após o grupo de varejo pedir recuperação judicial e as negociações com os bancos credores empacarem. A empresa fez duas emissões externas ao fim de 2020, de US$ 500 milhões cada, ambas com forte demanda. Os papéis foram emitidos pelas subsidiárias em Luxemburgo, B2W Digital e JSM Global.

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