Bastidores do mundo dos negócios

Greentech brasileira usará Davos para iniciar plano de expansão global


Eco Panplas desenvolveu processo de reciclagem de embalagens de lubrificantes

Por Gabriel Baldocchi
Startup passou seis anos desenvolvendo tecnologia que a levou à patente da reciclagem seca Foto: Divulgação/Eco Panplas

A startup brasileira Eco Panplas dará início nos próximos dias ao plano para levar seu negócio verde a novos países. A empresa atua na chamada economia circular e foi reconhecida globalmente por desenvolver uma patente para reciclar embalagens de óleos lubrificantes sem o uso de água, o que reduz drasticamente o impacto do processo. O negócio apura receitas com as vendas do plástico recuperado e ainda consegue revender o óleo residual retirado das embalagens que recupera.

O palco para o avanço na internacionalização será o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O evento começa na segunda-feira, 15. A greentech brasileira foi uma das 12 escolhidas no mundo pelo próprio fórum para apresentar sua tecnologia. A exposição traz implicações práticas. No encontro, a expectativa é fechar o apoio de gigantes mundiais de setores como óleo e gás, petroquímica e plásticos, para investimentos que ajudem na internacionalização, diz Felipe Cardoso, sócio fundador da companhia.

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Segundo o executivo, desde que a startup foi selecionada pela organização do fórum, os contatos com potenciais investidores recebidos pela área de M&A (fusões e aquisições) dispararam e deram início a negociações que devem ser seladas na Suíça.

Empresa busca investidor estratégico

A empresa já vinha sendo assediada por investidores, mas esperava encontrar um nome que pudesse trazer mais que recursos. “Precisamos de um investidor estratégico que possa ajudar a captar os suprimentos”, afirma Cardoso. A referência são as empresas de óleo e gás, que podem contribuir para aprimorar o processo de coleta de resíduos ao longo da cadeia.

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Fundada por Cardoso, com passagem por multinacionais, e executivos com experiência no setor de reciclagem, a startup passou seis anos desenvolvendo e validando a tecnologia que a levou à patente da reciclagem seca, única no mundo. O processo evita a contaminação de 1 milhão de litros de água para cada litro de óleo recuperado. Em escala, são 17 bilhões de litros de água para cada 500 toneladas de plástico, o que representaria evitar emissões de 800 toneladas de CO2.

Hoje, o processo produtivo da reciclagem é feito em uma planta em Hortolândia, no interior de São Paulo. A expansão no Brasil já está no forno, a partir de conversas avançadas com investidores locais. O plano é escalar a produção para seis novas unidades, com capacidade para reciclar 30 mil toneladas de plástico por ano. O investimento para a construção das novas unidades é de R$ 60 milhões. Quando estiverem prontas, devem elevar o faturamento para pouco mais de R$ 200 milhões. Hoje, as receitas ainda estão abaixo de R$ 10 milhões.

Negócio tem grande espaço para crescer

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Além do aspecto sustentável e a ressonância que tem com o objetivo de grandes companhias de neutralizar a cadeia, há um grande potencial de negócio. Hoje, o percentual de reciclagem nas embalagens de óleo lubrificantes representa cerca de 9% do total vendido. O Brasil, com uma frota de 115 milhões de veículos, é um dos maiores mercados do mundo. A greentech acredita que é possível chegar a pelo menos 40% de reciclagem do total gerado.

“É uma questão que tem valor econômico-financeiro para grandes empresas, que precisam olhar para essas questões”, afirma Cardoso. Os encontros no fórum incluem nomes como Chevron e Total Energies. A empresa não abre com quais companhias está negociando, mas diz que o investimento deve se dar pelo braço de aportes em startups dessas gigantes, o chamado Corporate Venture Capital (CVC).

A internacionalização mira os grandes mercados mundiais, como Estados Unidos e China, além de vizinhos mais próximos da América Latina, como Colômbia, Argentina e até o México. A greentech também trabalha para expandir a tecnologia de reciclagem seca para novos segmentos, como embalagens de óleo de cozinha.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/01/24, às 14h00

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Startup passou seis anos desenvolvendo tecnologia que a levou à patente da reciclagem seca Foto: Divulgação/Eco Panplas

A startup brasileira Eco Panplas dará início nos próximos dias ao plano para levar seu negócio verde a novos países. A empresa atua na chamada economia circular e foi reconhecida globalmente por desenvolver uma patente para reciclar embalagens de óleos lubrificantes sem o uso de água, o que reduz drasticamente o impacto do processo. O negócio apura receitas com as vendas do plástico recuperado e ainda consegue revender o óleo residual retirado das embalagens que recupera.

O palco para o avanço na internacionalização será o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O evento começa na segunda-feira, 15. A greentech brasileira foi uma das 12 escolhidas no mundo pelo próprio fórum para apresentar sua tecnologia. A exposição traz implicações práticas. No encontro, a expectativa é fechar o apoio de gigantes mundiais de setores como óleo e gás, petroquímica e plásticos, para investimentos que ajudem na internacionalização, diz Felipe Cardoso, sócio fundador da companhia.

Segundo o executivo, desde que a startup foi selecionada pela organização do fórum, os contatos com potenciais investidores recebidos pela área de M&A (fusões e aquisições) dispararam e deram início a negociações que devem ser seladas na Suíça.

Empresa busca investidor estratégico

A empresa já vinha sendo assediada por investidores, mas esperava encontrar um nome que pudesse trazer mais que recursos. “Precisamos de um investidor estratégico que possa ajudar a captar os suprimentos”, afirma Cardoso. A referência são as empresas de óleo e gás, que podem contribuir para aprimorar o processo de coleta de resíduos ao longo da cadeia.

Fundada por Cardoso, com passagem por multinacionais, e executivos com experiência no setor de reciclagem, a startup passou seis anos desenvolvendo e validando a tecnologia que a levou à patente da reciclagem seca, única no mundo. O processo evita a contaminação de 1 milhão de litros de água para cada litro de óleo recuperado. Em escala, são 17 bilhões de litros de água para cada 500 toneladas de plástico, o que representaria evitar emissões de 800 toneladas de CO2.

Hoje, o processo produtivo da reciclagem é feito em uma planta em Hortolândia, no interior de São Paulo. A expansão no Brasil já está no forno, a partir de conversas avançadas com investidores locais. O plano é escalar a produção para seis novas unidades, com capacidade para reciclar 30 mil toneladas de plástico por ano. O investimento para a construção das novas unidades é de R$ 60 milhões. Quando estiverem prontas, devem elevar o faturamento para pouco mais de R$ 200 milhões. Hoje, as receitas ainda estão abaixo de R$ 10 milhões.

Negócio tem grande espaço para crescer

Além do aspecto sustentável e a ressonância que tem com o objetivo de grandes companhias de neutralizar a cadeia, há um grande potencial de negócio. Hoje, o percentual de reciclagem nas embalagens de óleo lubrificantes representa cerca de 9% do total vendido. O Brasil, com uma frota de 115 milhões de veículos, é um dos maiores mercados do mundo. A greentech acredita que é possível chegar a pelo menos 40% de reciclagem do total gerado.

“É uma questão que tem valor econômico-financeiro para grandes empresas, que precisam olhar para essas questões”, afirma Cardoso. Os encontros no fórum incluem nomes como Chevron e Total Energies. A empresa não abre com quais companhias está negociando, mas diz que o investimento deve se dar pelo braço de aportes em startups dessas gigantes, o chamado Corporate Venture Capital (CVC).

A internacionalização mira os grandes mercados mundiais, como Estados Unidos e China, além de vizinhos mais próximos da América Latina, como Colômbia, Argentina e até o México. A greentech também trabalha para expandir a tecnologia de reciclagem seca para novos segmentos, como embalagens de óleo de cozinha.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/01/24, às 14h00

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A startup brasileira Eco Panplas dará início nos próximos dias ao plano para levar seu negócio verde a novos países. A empresa atua na chamada economia circular e foi reconhecida globalmente por desenvolver uma patente para reciclar embalagens de óleos lubrificantes sem o uso de água, o que reduz drasticamente o impacto do processo. O negócio apura receitas com as vendas do plástico recuperado e ainda consegue revender o óleo residual retirado das embalagens que recupera.

O palco para o avanço na internacionalização será o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O evento começa na segunda-feira, 15. A greentech brasileira foi uma das 12 escolhidas no mundo pelo próprio fórum para apresentar sua tecnologia. A exposição traz implicações práticas. No encontro, a expectativa é fechar o apoio de gigantes mundiais de setores como óleo e gás, petroquímica e plásticos, para investimentos que ajudem na internacionalização, diz Felipe Cardoso, sócio fundador da companhia.

Segundo o executivo, desde que a startup foi selecionada pela organização do fórum, os contatos com potenciais investidores recebidos pela área de M&A (fusões e aquisições) dispararam e deram início a negociações que devem ser seladas na Suíça.

Empresa busca investidor estratégico

A empresa já vinha sendo assediada por investidores, mas esperava encontrar um nome que pudesse trazer mais que recursos. “Precisamos de um investidor estratégico que possa ajudar a captar os suprimentos”, afirma Cardoso. A referência são as empresas de óleo e gás, que podem contribuir para aprimorar o processo de coleta de resíduos ao longo da cadeia.

Fundada por Cardoso, com passagem por multinacionais, e executivos com experiência no setor de reciclagem, a startup passou seis anos desenvolvendo e validando a tecnologia que a levou à patente da reciclagem seca, única no mundo. O processo evita a contaminação de 1 milhão de litros de água para cada litro de óleo recuperado. Em escala, são 17 bilhões de litros de água para cada 500 toneladas de plástico, o que representaria evitar emissões de 800 toneladas de CO2.

Hoje, o processo produtivo da reciclagem é feito em uma planta em Hortolândia, no interior de São Paulo. A expansão no Brasil já está no forno, a partir de conversas avançadas com investidores locais. O plano é escalar a produção para seis novas unidades, com capacidade para reciclar 30 mil toneladas de plástico por ano. O investimento para a construção das novas unidades é de R$ 60 milhões. Quando estiverem prontas, devem elevar o faturamento para pouco mais de R$ 200 milhões. Hoje, as receitas ainda estão abaixo de R$ 10 milhões.

Negócio tem grande espaço para crescer

Além do aspecto sustentável e a ressonância que tem com o objetivo de grandes companhias de neutralizar a cadeia, há um grande potencial de negócio. Hoje, o percentual de reciclagem nas embalagens de óleo lubrificantes representa cerca de 9% do total vendido. O Brasil, com uma frota de 115 milhões de veículos, é um dos maiores mercados do mundo. A greentech acredita que é possível chegar a pelo menos 40% de reciclagem do total gerado.

“É uma questão que tem valor econômico-financeiro para grandes empresas, que precisam olhar para essas questões”, afirma Cardoso. Os encontros no fórum incluem nomes como Chevron e Total Energies. A empresa não abre com quais companhias está negociando, mas diz que o investimento deve se dar pelo braço de aportes em startups dessas gigantes, o chamado Corporate Venture Capital (CVC).

A internacionalização mira os grandes mercados mundiais, como Estados Unidos e China, além de vizinhos mais próximos da América Latina, como Colômbia, Argentina e até o México. A greentech também trabalha para expandir a tecnologia de reciclagem seca para novos segmentos, como embalagens de óleo de cozinha.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 12/01/24, às 14h00

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