A indústria de calçados gerou 391 empregos em setembro deste ano, contra 4 mil vagas no mesmo mês do ano passado. De janeiro a setembro, o setor registrou saldo negativo de 333 postos de trabalho. Com exceção de 2020, durante a pandemia, a atividade passa pelo pior período em termos de criação de vagas de trabalho desde os anos 2000, quanto teve início a série histórica de dados, segundo a Abicalçados (associação do setor).
De acordo com a Abicalçados, o setor emprega atualmente 296 mil pessoas, 6,4% a menos do que há um ano, mesmo com o aumento do consumo aparente de caçados. De janeiro a setembro, a produção nacional ficou em 618,5 milhões de pares, um recuo de 1,6% em relação ao mesmo período de 2022. O consumo aparente, no entanto, subiu 1,9% na mesma comparação, para 550,9 milhões de pares.
Para a Abicalçados, culpa a queda na produção e a piora no emprego são especialmente à concorrência de plataformas internacionais de comércio eletrônico, que gozam de isenção de Imposto de Importação em encomendas de até US$ 50,00.
Associação diz que empresas sofrem com concorrência estrangeira
“Os dados apontam que, apesar do crescimento do consumo, a indústria nacional vem perdendo tração. Estamos perdendo mercado para produtos que estão entrando no Brasil sem qualquer tipo de tributação”, diz o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira. “É uma concorrência desleal, pois pagamos impostos em cascata.”
A associação diz ainda que a faixa de isenção a importados coloca em risco mais de 30 mil postos de trabalho na indústria. A indústria quer o fim da isenção, instituída oficialmente pela Portaria nº 612/2023 do Ministério da Fazenda e com validade desde 1º de agosto.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 07/11/23, às 16h18
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.