Bastidores do mundo dos negócios

Indústria não está preocupada com governo, diz Josué Gomes


Segundo o presidente da Fiesp, Haddad fez uma apresentação lúcida, de compromisso com a reforma tributária, em encontro na entidade

Por Irany Tereza
O ministro da Fazenda Fernando Haddad e Josué Gomes da Silva, em reunião na Fiesp Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

A mesa principal da reunião de segunda-feira (30) na Fiesp denunciava o esforço da mais importante federação empresarial brasileira em passar uma imagem de pacificação. Ao centro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fez aos presentes uma defesa enfática da reforma tributária. À sua esquerda, Josué Gomes, da Coteminas, presidente da entidade; à direita, Gabriel Galípolo, o “número dois” do Ministério e, ao lado dele, Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, que liderou a recente tentativa de deposição de seu sucessor.

A mensagem era clara: a crise na Fiesp, que reproduziu internamente a polarização da campanha presidencial de 2022, da qual Lula saiu vencedor, está superada. Mas está mesmo? “Sobre Fiesp não tenho feito qualquer comentário. É um assunto interno da Casa”, esquivou-se Josué Gomes, ao ser indagado pela Coluna se haverá alguma mudança na condução da instituição que representa 131 sindicatos industriais. Skaf, que já havia fugido de declarações públicas na segunda-feira, também não concordou em falar sobre o assunto.

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“Fala de Haddad foi bem recebida pela Casa”

Em uma breve conversa por telefone, questionado se a fala do ministro Haddad teria sido suficiente para acalmar os ânimos do empresariado, Gomes foi direto: “A indústria não estava necessariamente preocupada para ser acalmada”, disse, de maneira firme e tranquila. “Haddad fez uma apresentação lúcida, de compromisso com a reforma tributária, e a fala foi muito bem recebida pela Casa.”

Adotando o mesmo roteiro de discrição, o ministro da Fazenda preferiu não comentar a crise, ao deixar o encontro. Cercado por jornalistas, Haddad desviou do assunto. “Não sei de detalhes do problema interno que a Fiesp viveu.” A palavra crise não foi citada em nenhum discurso. Gomes fez questão de agradecer a presença de Skaf durante a apresentação. E Skaf não fez nenhuma declaração.

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Durante crise na Fiesp, sindicatos ameaçaram fundar nova entidade

E assim fecha-se o cerco a uma das piores crises vividas pela Fiesp, que se arrastou desde meados do ano passado e culminou com a fatídica assembleia do último dia 16 em que um grupo de filiados votou pela destituição de Gomes. Decisão anulada devido a todas as irregularidades da assembleia, mas que escancarou divergências e disputas acaloradas.

No auge da crise, sindicatos patronais de peso chegaram a ameaçar deixar a Fiesp e fundar uma nova entidade, como apurou a Coluna. “Foi mais no calor da batalha” disse uma fonte ligada à federação. “Vira e mexe essas coisas são ventiladas, mas a situação já está controlada, tudo isso foi superado”, afirmou o empresário, que preferiu não ter seu nome citado.

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A disputa na Fiesp tem vários pesos e várias medidas. A instituição reúne desde sindicatos portentosos até entidades com representatividade quase inexpressiva na indústria. Mas segue a política do “voto unitário”, no qual cada representante de instituição filiada vota exatamente com o mesmo peso. Na semana passada, Gomes e Skaf emitiram nota conjunta anunciado o armistício. “Cabe a nós dar o exemplo de superação de divergências”, dizia o texto.

Entidade tem sido palco de campanhas políticas

Há quem preveja novas batalhas pelo caminho. Mais do que uma associação de empresários pela defesa da indústria, a Fiesp tem sido palco de campanhas políticas. Durante 17 anos na presidência da entidade, Paulo Skaf candidatou-se por três vezes ao governo de São Paulo. Sob sua gestão, a Fiesp foi ativa no processo de impeachment de Dilma Rousseff, concluído em agosto de 2016. Filiado ao Republicanos, fez campanha aberta para Jair Bolsonaro, candidato à reeleição no ano passado, mas acabou preterido pela coligação na vaga de candidato ao Senado, ocupada e vencida pelo astronauta Marcos Pontes, ex-ministro de Bolsonaro.

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Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula em dois mandatos, recusou recentemente o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em dezembro, quando recebeu o convite formal, estava em plena crise na Fiesp. Sua assinatura no manifesto em defesa do Estado Democrático, em julho do ano passado, foi mal-recebida por parte dos integrantes da Fiesp, sobretudo a ala mais ligada a Skaf e a guerra interna estava declarada.

Ainda é cedo para dizer se o acordo entre os dois empresários selou de fato a paz na Fiesp. Mas caso algumas propostas do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados como parte da reforma tributária, se materializem, é previsível que os ânimos na Fiesp se acomodem.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 31/01/2023, às 15h54

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O ministro da Fazenda Fernando Haddad e Josué Gomes da Silva, em reunião na Fiesp Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

A mesa principal da reunião de segunda-feira (30) na Fiesp denunciava o esforço da mais importante federação empresarial brasileira em passar uma imagem de pacificação. Ao centro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fez aos presentes uma defesa enfática da reforma tributária. À sua esquerda, Josué Gomes, da Coteminas, presidente da entidade; à direita, Gabriel Galípolo, o “número dois” do Ministério e, ao lado dele, Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, que liderou a recente tentativa de deposição de seu sucessor.

A mensagem era clara: a crise na Fiesp, que reproduziu internamente a polarização da campanha presidencial de 2022, da qual Lula saiu vencedor, está superada. Mas está mesmo? “Sobre Fiesp não tenho feito qualquer comentário. É um assunto interno da Casa”, esquivou-se Josué Gomes, ao ser indagado pela Coluna se haverá alguma mudança na condução da instituição que representa 131 sindicatos industriais. Skaf, que já havia fugido de declarações públicas na segunda-feira, também não concordou em falar sobre o assunto.

“Fala de Haddad foi bem recebida pela Casa”

Em uma breve conversa por telefone, questionado se a fala do ministro Haddad teria sido suficiente para acalmar os ânimos do empresariado, Gomes foi direto: “A indústria não estava necessariamente preocupada para ser acalmada”, disse, de maneira firme e tranquila. “Haddad fez uma apresentação lúcida, de compromisso com a reforma tributária, e a fala foi muito bem recebida pela Casa.”

Adotando o mesmo roteiro de discrição, o ministro da Fazenda preferiu não comentar a crise, ao deixar o encontro. Cercado por jornalistas, Haddad desviou do assunto. “Não sei de detalhes do problema interno que a Fiesp viveu.” A palavra crise não foi citada em nenhum discurso. Gomes fez questão de agradecer a presença de Skaf durante a apresentação. E Skaf não fez nenhuma declaração.

Durante crise na Fiesp, sindicatos ameaçaram fundar nova entidade

E assim fecha-se o cerco a uma das piores crises vividas pela Fiesp, que se arrastou desde meados do ano passado e culminou com a fatídica assembleia do último dia 16 em que um grupo de filiados votou pela destituição de Gomes. Decisão anulada devido a todas as irregularidades da assembleia, mas que escancarou divergências e disputas acaloradas.

No auge da crise, sindicatos patronais de peso chegaram a ameaçar deixar a Fiesp e fundar uma nova entidade, como apurou a Coluna. “Foi mais no calor da batalha” disse uma fonte ligada à federação. “Vira e mexe essas coisas são ventiladas, mas a situação já está controlada, tudo isso foi superado”, afirmou o empresário, que preferiu não ter seu nome citado.

A disputa na Fiesp tem vários pesos e várias medidas. A instituição reúne desde sindicatos portentosos até entidades com representatividade quase inexpressiva na indústria. Mas segue a política do “voto unitário”, no qual cada representante de instituição filiada vota exatamente com o mesmo peso. Na semana passada, Gomes e Skaf emitiram nota conjunta anunciado o armistício. “Cabe a nós dar o exemplo de superação de divergências”, dizia o texto.

Entidade tem sido palco de campanhas políticas

Há quem preveja novas batalhas pelo caminho. Mais do que uma associação de empresários pela defesa da indústria, a Fiesp tem sido palco de campanhas políticas. Durante 17 anos na presidência da entidade, Paulo Skaf candidatou-se por três vezes ao governo de São Paulo. Sob sua gestão, a Fiesp foi ativa no processo de impeachment de Dilma Rousseff, concluído em agosto de 2016. Filiado ao Republicanos, fez campanha aberta para Jair Bolsonaro, candidato à reeleição no ano passado, mas acabou preterido pela coligação na vaga de candidato ao Senado, ocupada e vencida pelo astronauta Marcos Pontes, ex-ministro de Bolsonaro.

Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula em dois mandatos, recusou recentemente o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em dezembro, quando recebeu o convite formal, estava em plena crise na Fiesp. Sua assinatura no manifesto em defesa do Estado Democrático, em julho do ano passado, foi mal-recebida por parte dos integrantes da Fiesp, sobretudo a ala mais ligada a Skaf e a guerra interna estava declarada.

Ainda é cedo para dizer se o acordo entre os dois empresários selou de fato a paz na Fiesp. Mas caso algumas propostas do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados como parte da reforma tributária, se materializem, é previsível que os ânimos na Fiesp se acomodem.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 31/01/2023, às 15h54

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A mesa principal da reunião de segunda-feira (30) na Fiesp denunciava o esforço da mais importante federação empresarial brasileira em passar uma imagem de pacificação. Ao centro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fez aos presentes uma defesa enfática da reforma tributária. À sua esquerda, Josué Gomes, da Coteminas, presidente da entidade; à direita, Gabriel Galípolo, o “número dois” do Ministério e, ao lado dele, Paulo Skaf, ex-presidente da Fiesp, que liderou a recente tentativa de deposição de seu sucessor.

A mensagem era clara: a crise na Fiesp, que reproduziu internamente a polarização da campanha presidencial de 2022, da qual Lula saiu vencedor, está superada. Mas está mesmo? “Sobre Fiesp não tenho feito qualquer comentário. É um assunto interno da Casa”, esquivou-se Josué Gomes, ao ser indagado pela Coluna se haverá alguma mudança na condução da instituição que representa 131 sindicatos industriais. Skaf, que já havia fugido de declarações públicas na segunda-feira, também não concordou em falar sobre o assunto.

“Fala de Haddad foi bem recebida pela Casa”

Em uma breve conversa por telefone, questionado se a fala do ministro Haddad teria sido suficiente para acalmar os ânimos do empresariado, Gomes foi direto: “A indústria não estava necessariamente preocupada para ser acalmada”, disse, de maneira firme e tranquila. “Haddad fez uma apresentação lúcida, de compromisso com a reforma tributária, e a fala foi muito bem recebida pela Casa.”

Adotando o mesmo roteiro de discrição, o ministro da Fazenda preferiu não comentar a crise, ao deixar o encontro. Cercado por jornalistas, Haddad desviou do assunto. “Não sei de detalhes do problema interno que a Fiesp viveu.” A palavra crise não foi citada em nenhum discurso. Gomes fez questão de agradecer a presença de Skaf durante a apresentação. E Skaf não fez nenhuma declaração.

Durante crise na Fiesp, sindicatos ameaçaram fundar nova entidade

E assim fecha-se o cerco a uma das piores crises vividas pela Fiesp, que se arrastou desde meados do ano passado e culminou com a fatídica assembleia do último dia 16 em que um grupo de filiados votou pela destituição de Gomes. Decisão anulada devido a todas as irregularidades da assembleia, mas que escancarou divergências e disputas acaloradas.

No auge da crise, sindicatos patronais de peso chegaram a ameaçar deixar a Fiesp e fundar uma nova entidade, como apurou a Coluna. “Foi mais no calor da batalha” disse uma fonte ligada à federação. “Vira e mexe essas coisas são ventiladas, mas a situação já está controlada, tudo isso foi superado”, afirmou o empresário, que preferiu não ter seu nome citado.

A disputa na Fiesp tem vários pesos e várias medidas. A instituição reúne desde sindicatos portentosos até entidades com representatividade quase inexpressiva na indústria. Mas segue a política do “voto unitário”, no qual cada representante de instituição filiada vota exatamente com o mesmo peso. Na semana passada, Gomes e Skaf emitiram nota conjunta anunciado o armistício. “Cabe a nós dar o exemplo de superação de divergências”, dizia o texto.

Entidade tem sido palco de campanhas políticas

Há quem preveja novas batalhas pelo caminho. Mais do que uma associação de empresários pela defesa da indústria, a Fiesp tem sido palco de campanhas políticas. Durante 17 anos na presidência da entidade, Paulo Skaf candidatou-se por três vezes ao governo de São Paulo. Sob sua gestão, a Fiesp foi ativa no processo de impeachment de Dilma Rousseff, concluído em agosto de 2016. Filiado ao Republicanos, fez campanha aberta para Jair Bolsonaro, candidato à reeleição no ano passado, mas acabou preterido pela coligação na vaga de candidato ao Senado, ocupada e vencida pelo astronauta Marcos Pontes, ex-ministro de Bolsonaro.

Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula em dois mandatos, recusou recentemente o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em dezembro, quando recebeu o convite formal, estava em plena crise na Fiesp. Sua assinatura no manifesto em defesa do Estado Democrático, em julho do ano passado, foi mal-recebida por parte dos integrantes da Fiesp, sobretudo a ala mais ligada a Skaf e a guerra interna estava declarada.

Ainda é cedo para dizer se o acordo entre os dois empresários selou de fato a paz na Fiesp. Mas caso algumas propostas do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados como parte da reforma tributária, se materializem, é previsível que os ânimos na Fiesp se acomodem.

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A mensagem era clara: a crise na Fiesp, que reproduziu internamente a polarização da campanha presidencial de 2022, da qual Lula saiu vencedor, está superada. Mas está mesmo? “Sobre Fiesp não tenho feito qualquer comentário. É um assunto interno da Casa”, esquivou-se Josué Gomes, ao ser indagado pela Coluna se haverá alguma mudança na condução da instituição que representa 131 sindicatos industriais. Skaf, que já havia fugido de declarações públicas na segunda-feira, também não concordou em falar sobre o assunto.

“Fala de Haddad foi bem recebida pela Casa”

Em uma breve conversa por telefone, questionado se a fala do ministro Haddad teria sido suficiente para acalmar os ânimos do empresariado, Gomes foi direto: “A indústria não estava necessariamente preocupada para ser acalmada”, disse, de maneira firme e tranquila. “Haddad fez uma apresentação lúcida, de compromisso com a reforma tributária, e a fala foi muito bem recebida pela Casa.”

Adotando o mesmo roteiro de discrição, o ministro da Fazenda preferiu não comentar a crise, ao deixar o encontro. Cercado por jornalistas, Haddad desviou do assunto. “Não sei de detalhes do problema interno que a Fiesp viveu.” A palavra crise não foi citada em nenhum discurso. Gomes fez questão de agradecer a presença de Skaf durante a apresentação. E Skaf não fez nenhuma declaração.

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E assim fecha-se o cerco a uma das piores crises vividas pela Fiesp, que se arrastou desde meados do ano passado e culminou com a fatídica assembleia do último dia 16 em que um grupo de filiados votou pela destituição de Gomes. Decisão anulada devido a todas as irregularidades da assembleia, mas que escancarou divergências e disputas acaloradas.

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A disputa na Fiesp tem vários pesos e várias medidas. A instituição reúne desde sindicatos portentosos até entidades com representatividade quase inexpressiva na indústria. Mas segue a política do “voto unitário”, no qual cada representante de instituição filiada vota exatamente com o mesmo peso. Na semana passada, Gomes e Skaf emitiram nota conjunta anunciado o armistício. “Cabe a nós dar o exemplo de superação de divergências”, dizia o texto.

Entidade tem sido palco de campanhas políticas

Há quem preveja novas batalhas pelo caminho. Mais do que uma associação de empresários pela defesa da indústria, a Fiesp tem sido palco de campanhas políticas. Durante 17 anos na presidência da entidade, Paulo Skaf candidatou-se por três vezes ao governo de São Paulo. Sob sua gestão, a Fiesp foi ativa no processo de impeachment de Dilma Rousseff, concluído em agosto de 2016. Filiado ao Republicanos, fez campanha aberta para Jair Bolsonaro, candidato à reeleição no ano passado, mas acabou preterido pela coligação na vaga de candidato ao Senado, ocupada e vencida pelo astronauta Marcos Pontes, ex-ministro de Bolsonaro.

Josué Gomes, filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula em dois mandatos, recusou recentemente o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em dezembro, quando recebeu o convite formal, estava em plena crise na Fiesp. Sua assinatura no manifesto em defesa do Estado Democrático, em julho do ano passado, foi mal-recebida por parte dos integrantes da Fiesp, sobretudo a ala mais ligada a Skaf e a guerra interna estava declarada.

Ainda é cedo para dizer se o acordo entre os dois empresários selou de fato a paz na Fiesp. Mas caso algumas propostas do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados como parte da reforma tributária, se materializem, é previsível que os ânimos na Fiesp se acomodem.

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