Bastidores do mundo dos negócios

Inflação, política e juro são maior risco para negócios, dizem empresários


Esses são os três fatores que mais podem comprometer o ambiente de negócios em 2023, mostra pesquisa da Deloitte

Por Altamiro Silva Junior
Governo pressiona o Banco Central para cortar os juros; taxas altas preocupam empresários Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Inflação alta, com chance de ficar novamente acima de 5% este a ano, taxa de juros tendendo a permanecer em dois dígitos e chance de novas turbulências políticas em Brasília. Esses são os três fatores que tiram o sono dos empresários e mais podem comprometer o ambiente de negócios em 2023, mostra uma pesquisa da Deloitte que ouviu 501 empresas, que tiveram receitas combinadas de R$ 2,1 trilhões no ano passado.

No topo da lista das cinco maiores preocupações do setor empresarial e executivos do comando das companhias para 2023 está a inflação alta, para 75% das empresas ouvidas na pesquisa. Em segundo lugar, segundo 72% dos entrevistados, está o temor de crise política ou institucional, nos moldes da gerada pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, que paralisou negócios e projetos de investimento.

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Expectativa é que taxa de juros fique elevada por mais tempo

Além da inflação e da política, diretores, presidentes e donos de empresas mostraram preocupação com a Selic, a taxa básica de juros acima de 10%. Se ao fim de 2022 a expectativa era de que os juros fossem começar a cair este ano, agora já se fala em taxas elevadas por mais tempo, enquanto o Planalto pressiona o Banco Central para cortar os juros. Com 62% das respostas, o juro em dois dígitos ficou em terceiro lugar na lista e gera outro temor, que é a piora do endividamento das famílias. Os empresários citam ainda a questão fiscal, que para 64% deles pode levar ao aumento da dívida do governo.

Metade dos ouvidos na pesquisa temem ainda que o cenário mais difícil com a inflação, política e juros possa levar a alta volatilidade para o dólar, o que afeta custos de importação e preço de alguns insumos.

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Um quarto dos entrevistados ainda não recuperou margens de lucro

Passada a pandemia, grande parte das empresas conseguiu recuperar o volume de vendas de antes das infecções com o vírus da covid, mas nem todas as frentes dos negócios estão melhores agora do que em 2019. Dos entrevistados, 25% ainda não viram recuperação de suas margens de lucro.

Se estão receosos com a inflação e os juros altos, os empresários estão mais otimistas com o crescimento das vendas. Sete em cada 10 empresas esperam aumento das vendas acima de 5% em 2023, isso em um ano em que a expansão da economia deve perder fôlego. Já 21% das companhias acreditam que esse crescimento poderá ser acima de 20%.

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Para 20%, reforma tributária pode ser negativa

Sobre a reforma tributária, principal bandeira do governo, a simplificação do modelo de impostos é bem-vista, mas os empresários temem que as medidas levem a criação de novos tributos ou alertam para o risco de bitributação. Para 20% deles, o impacto da aprovação da reforma poderá ser negativo para o seu negócio, aponta a pesquisa da Deloitte.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 29/03/2023, às 11h45

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Governo pressiona o Banco Central para cortar os juros; taxas altas preocupam empresários Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Inflação alta, com chance de ficar novamente acima de 5% este a ano, taxa de juros tendendo a permanecer em dois dígitos e chance de novas turbulências políticas em Brasília. Esses são os três fatores que tiram o sono dos empresários e mais podem comprometer o ambiente de negócios em 2023, mostra uma pesquisa da Deloitte que ouviu 501 empresas, que tiveram receitas combinadas de R$ 2,1 trilhões no ano passado.

No topo da lista das cinco maiores preocupações do setor empresarial e executivos do comando das companhias para 2023 está a inflação alta, para 75% das empresas ouvidas na pesquisa. Em segundo lugar, segundo 72% dos entrevistados, está o temor de crise política ou institucional, nos moldes da gerada pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, que paralisou negócios e projetos de investimento.

Expectativa é que taxa de juros fique elevada por mais tempo

Além da inflação e da política, diretores, presidentes e donos de empresas mostraram preocupação com a Selic, a taxa básica de juros acima de 10%. Se ao fim de 2022 a expectativa era de que os juros fossem começar a cair este ano, agora já se fala em taxas elevadas por mais tempo, enquanto o Planalto pressiona o Banco Central para cortar os juros. Com 62% das respostas, o juro em dois dígitos ficou em terceiro lugar na lista e gera outro temor, que é a piora do endividamento das famílias. Os empresários citam ainda a questão fiscal, que para 64% deles pode levar ao aumento da dívida do governo.

Metade dos ouvidos na pesquisa temem ainda que o cenário mais difícil com a inflação, política e juros possa levar a alta volatilidade para o dólar, o que afeta custos de importação e preço de alguns insumos.

Um quarto dos entrevistados ainda não recuperou margens de lucro

Passada a pandemia, grande parte das empresas conseguiu recuperar o volume de vendas de antes das infecções com o vírus da covid, mas nem todas as frentes dos negócios estão melhores agora do que em 2019. Dos entrevistados, 25% ainda não viram recuperação de suas margens de lucro.

Se estão receosos com a inflação e os juros altos, os empresários estão mais otimistas com o crescimento das vendas. Sete em cada 10 empresas esperam aumento das vendas acima de 5% em 2023, isso em um ano em que a expansão da economia deve perder fôlego. Já 21% das companhias acreditam que esse crescimento poderá ser acima de 20%.

Para 20%, reforma tributária pode ser negativa

Sobre a reforma tributária, principal bandeira do governo, a simplificação do modelo de impostos é bem-vista, mas os empresários temem que as medidas levem a criação de novos tributos ou alertam para o risco de bitributação. Para 20% deles, o impacto da aprovação da reforma poderá ser negativo para o seu negócio, aponta a pesquisa da Deloitte.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 29/03/2023, às 11h45

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No topo da lista das cinco maiores preocupações do setor empresarial e executivos do comando das companhias para 2023 está a inflação alta, para 75% das empresas ouvidas na pesquisa. Em segundo lugar, segundo 72% dos entrevistados, está o temor de crise política ou institucional, nos moldes da gerada pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, que paralisou negócios e projetos de investimento.

Expectativa é que taxa de juros fique elevada por mais tempo

Além da inflação e da política, diretores, presidentes e donos de empresas mostraram preocupação com a Selic, a taxa básica de juros acima de 10%. Se ao fim de 2022 a expectativa era de que os juros fossem começar a cair este ano, agora já se fala em taxas elevadas por mais tempo, enquanto o Planalto pressiona o Banco Central para cortar os juros. Com 62% das respostas, o juro em dois dígitos ficou em terceiro lugar na lista e gera outro temor, que é a piora do endividamento das famílias. Os empresários citam ainda a questão fiscal, que para 64% deles pode levar ao aumento da dívida do governo.

Metade dos ouvidos na pesquisa temem ainda que o cenário mais difícil com a inflação, política e juros possa levar a alta volatilidade para o dólar, o que afeta custos de importação e preço de alguns insumos.

Um quarto dos entrevistados ainda não recuperou margens de lucro

Passada a pandemia, grande parte das empresas conseguiu recuperar o volume de vendas de antes das infecções com o vírus da covid, mas nem todas as frentes dos negócios estão melhores agora do que em 2019. Dos entrevistados, 25% ainda não viram recuperação de suas margens de lucro.

Se estão receosos com a inflação e os juros altos, os empresários estão mais otimistas com o crescimento das vendas. Sete em cada 10 empresas esperam aumento das vendas acima de 5% em 2023, isso em um ano em que a expansão da economia deve perder fôlego. Já 21% das companhias acreditam que esse crescimento poderá ser acima de 20%.

Para 20%, reforma tributária pode ser negativa

Sobre a reforma tributária, principal bandeira do governo, a simplificação do modelo de impostos é bem-vista, mas os empresários temem que as medidas levem a criação de novos tributos ou alertam para o risco de bitributação. Para 20% deles, o impacto da aprovação da reforma poderá ser negativo para o seu negócio, aponta a pesquisa da Deloitte.

Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 29/03/2023, às 11h45

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