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Bastidores do mundo dos negócios

Investimentos em data centers devem chegar a quase US$ 2 bilhões até 2026


Levantamento sobre projetos no Brasil é da consultoria JLL

Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Obras do data center Mega Lobster, da Tecto, em Fortaleza, no Ceará
Obras do data center Mega Lobster, da Tecto, em Fortaleza, no Ceará Foto: Divulgação/Tecto

Os investimentos na construção de data centers no Brasil devem movimentar em torno de US$ 400 milhões em 2025 e US$ 1,5 bilhão em 2026, de acordo com levantamento da consultoria JLL. Com isso, o parque instalado caminha para crescer 40% nos próximos dois anos, atingindo um total de 638 megawatts.

A demanda cada vez maior por processamento de dados e a falta de infraestrutura no País são as principais razões para empresas locais e multinacionais - como Odata, Ascenty, Scala, Tecto, Equinix, entre outras - investirem na construção de empreendimentos e na busca por novas localidades.

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“O que justifica esses investimentos é a digitalização da economia”, resume o Gerente de Negócios Imobiliários, Logística e Data Center da JLL, Bruno Porto. “São muitas as aplicações que pedem processamento dos dados. E o data center é o local para isso”, diz.

IA impulsiona demanda

A digitalização da economia passa por serviços que se popularizaram, como streaming de vídeo e armazenamento de arquivos na nuvem, e vai até aplicações complexas de conexão entre máquinas na indústria e no agronegócio. Mais recentemente, a demanda teve um salto com a disseminação das aplicações de inteligência artificial generativa - aquela que é capaz de aprender, isto é, criar novos conteúdos, como texto, imagens, áudio, vídeos e aplicações.

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“Ao lançar esses serviços, as empresas precisam ter capacidade de processamento já instalada, porque a base de usuários cresce rapidamente, já que digitalização está bastante capilarizada pela economia”, acrescenta Porto.

Os novos projetos de data centers ficam perto dos principais centros empresariais e de consumidores do País, principalmente em bairros com acesso fácil a fontes de energia e água - essenciais para operação e resfriamento dos equipamentos -, bem como internet rápida.

Grandes centros

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Segundo dados da consultoria, os empreendimentos vão para a região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza - esta última é o principal ponto de conexão brasileiro com cabos submarinos de fibra ótica que cruzam os oceanos.

A gigante Equinix, maior empresa de data centers do mundo, tem um plano em andamento de US$ 260 milhões para esse tipo de infraestrutura em Barueri e Santana do Parnaíba (SP), enquanto a Scala anunciou recentemente R$ 3 bilhões (US$ 491 milhões) para construção de um novo parque em Eldorado do Sul (RS).

Também é possível notar que as empresas locais têm aumentado a sua participação nos investimentos totais do setor, que, até então, eram predominantemente feitos por empresas multinacionais e fundos estrangeiros. Exemplo disso é a Tecto, que conta com recursos aportados por fundos sob gestão do BTG Pactual.

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Plano de US$ 1 bilhão

A Tecto já tem cinco data centers em operação, sendo um no Rio de Janeiro, três em Fortaleza (sendo um em construção) e dois na Colômbia. Ao todo são mais de 80 clientes, entre eles os gigantes tecnológicos. No fim de 2024, a empresa anunciou plano de US$ 1 bilhão.

“Nós temos ambições ainda maiores nesse mercado. Se tudo conspirar e for para o lado certo, teremos oportunidade de aumentar esse investimento”, conta o presidente da Tecto, Pedro Henrique Fragoso. “Pretendemos expandir esse parque para várias cidades no Brasil, a começar pelo Estado de São Paulo.”

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Fragoso concorda que o País tem carência de infraestrutura em relação ao tamanho da demanda. “Na medida em que existe uma penetração maior da digitalização, cresce a demanda por data centers”, ressalta. Mas isso não garante que o mercado vai avançar sem riscos.

País pode ter concorrentes

O maior risco para o Brasil seria perder os investimentos para outros países em que as condições de mercado são mais competitivas. O presidente da Tecto cita a necessidade de reduzir a burocracia na liberação de licenças para novos projetos, bem como revisar as tarifas de importação de equipamentos que são feitos apenas no exterior.

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Outro ponto de atenção é o projeto de regulamentação da inteligência artificial, em tramitação no Congresso e que definirá parâmetros de desenvolvimento e aplicações da tecnologia. “Nossa concorrência é com data centers do mundo todo. O Brasil precisa definir como vai se posicionar nesse tabuleiro global. É preciso ter harmonia da regulação com o mercado e a tecnologia”, defende o presidente da Tecto.

Por enquanto, o Brasil é um destino bastante atrativo para o setor, uma vez que dispõe de uma matriz energética de energia limpa e a um custo competitivo - algo fundamental, já que os data centers são grandes consumidores de eletricidade.

Pegada de carbono

O mercado de data centers esta concentrado nos Estados Unidos e na Europa, mas ambas as regiões têm enfrentado dificuldades com o fornecimento de energia e água devido aos custos altos e ao peso das emissões de carbono por lá, já que as matrizes empregam mais energia fóssil.

“Acreditamos que, se as empresas transferissem seus data centers para o Brasil, elas teriam uma vantagem competitiva em termos de pegada de carbono”, observam os analistas Maria Paula Cantusio, Aline de Souza Cardoso e Andre Sampaio, em um amplo relatório do Santander sobre o tema, que aponta o Brasil como a bola da vez para o setor. “Além disso, acreditamos que a falta de disponibilidade de água em locais onde alguns data centers estão estabelecidos, lá fora, representa outra oportunidade para o Brasil”, complementam.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/01/2025, às 13:55.

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Obras do data center Mega Lobster, da Tecto, em Fortaleza, no Ceará Foto: Divulgação/Tecto

Os investimentos na construção de data centers no Brasil devem movimentar em torno de US$ 400 milhões em 2025 e US$ 1,5 bilhão em 2026, de acordo com levantamento da consultoria JLL. Com isso, o parque instalado caminha para crescer 40% nos próximos dois anos, atingindo um total de 638 megawatts.

A demanda cada vez maior por processamento de dados e a falta de infraestrutura no País são as principais razões para empresas locais e multinacionais - como Odata, Ascenty, Scala, Tecto, Equinix, entre outras - investirem na construção de empreendimentos e na busca por novas localidades.

“O que justifica esses investimentos é a digitalização da economia”, resume o Gerente de Negócios Imobiliários, Logística e Data Center da JLL, Bruno Porto. “São muitas as aplicações que pedem processamento dos dados. E o data center é o local para isso”, diz.

IA impulsiona demanda

A digitalização da economia passa por serviços que se popularizaram, como streaming de vídeo e armazenamento de arquivos na nuvem, e vai até aplicações complexas de conexão entre máquinas na indústria e no agronegócio. Mais recentemente, a demanda teve um salto com a disseminação das aplicações de inteligência artificial generativa - aquela que é capaz de aprender, isto é, criar novos conteúdos, como texto, imagens, áudio, vídeos e aplicações.

“Ao lançar esses serviços, as empresas precisam ter capacidade de processamento já instalada, porque a base de usuários cresce rapidamente, já que digitalização está bastante capilarizada pela economia”, acrescenta Porto.

Os novos projetos de data centers ficam perto dos principais centros empresariais e de consumidores do País, principalmente em bairros com acesso fácil a fontes de energia e água - essenciais para operação e resfriamento dos equipamentos -, bem como internet rápida.

Grandes centros

Segundo dados da consultoria, os empreendimentos vão para a região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza - esta última é o principal ponto de conexão brasileiro com cabos submarinos de fibra ótica que cruzam os oceanos.

A gigante Equinix, maior empresa de data centers do mundo, tem um plano em andamento de US$ 260 milhões para esse tipo de infraestrutura em Barueri e Santana do Parnaíba (SP), enquanto a Scala anunciou recentemente R$ 3 bilhões (US$ 491 milhões) para construção de um novo parque em Eldorado do Sul (RS).

Também é possível notar que as empresas locais têm aumentado a sua participação nos investimentos totais do setor, que, até então, eram predominantemente feitos por empresas multinacionais e fundos estrangeiros. Exemplo disso é a Tecto, que conta com recursos aportados por fundos sob gestão do BTG Pactual.

Plano de US$ 1 bilhão

A Tecto já tem cinco data centers em operação, sendo um no Rio de Janeiro, três em Fortaleza (sendo um em construção) e dois na Colômbia. Ao todo são mais de 80 clientes, entre eles os gigantes tecnológicos. No fim de 2024, a empresa anunciou plano de US$ 1 bilhão.

“Nós temos ambições ainda maiores nesse mercado. Se tudo conspirar e for para o lado certo, teremos oportunidade de aumentar esse investimento”, conta o presidente da Tecto, Pedro Henrique Fragoso. “Pretendemos expandir esse parque para várias cidades no Brasil, a começar pelo Estado de São Paulo.”

Fragoso concorda que o País tem carência de infraestrutura em relação ao tamanho da demanda. “Na medida em que existe uma penetração maior da digitalização, cresce a demanda por data centers”, ressalta. Mas isso não garante que o mercado vai avançar sem riscos.

País pode ter concorrentes

O maior risco para o Brasil seria perder os investimentos para outros países em que as condições de mercado são mais competitivas. O presidente da Tecto cita a necessidade de reduzir a burocracia na liberação de licenças para novos projetos, bem como revisar as tarifas de importação de equipamentos que são feitos apenas no exterior.

Outro ponto de atenção é o projeto de regulamentação da inteligência artificial, em tramitação no Congresso e que definirá parâmetros de desenvolvimento e aplicações da tecnologia. “Nossa concorrência é com data centers do mundo todo. O Brasil precisa definir como vai se posicionar nesse tabuleiro global. É preciso ter harmonia da regulação com o mercado e a tecnologia”, defende o presidente da Tecto.

Por enquanto, o Brasil é um destino bastante atrativo para o setor, uma vez que dispõe de uma matriz energética de energia limpa e a um custo competitivo - algo fundamental, já que os data centers são grandes consumidores de eletricidade.

Pegada de carbono

O mercado de data centers esta concentrado nos Estados Unidos e na Europa, mas ambas as regiões têm enfrentado dificuldades com o fornecimento de energia e água devido aos custos altos e ao peso das emissões de carbono por lá, já que as matrizes empregam mais energia fóssil.

“Acreditamos que, se as empresas transferissem seus data centers para o Brasil, elas teriam uma vantagem competitiva em termos de pegada de carbono”, observam os analistas Maria Paula Cantusio, Aline de Souza Cardoso e Andre Sampaio, em um amplo relatório do Santander sobre o tema, que aponta o Brasil como a bola da vez para o setor. “Além disso, acreditamos que a falta de disponibilidade de água em locais onde alguns data centers estão estabelecidos, lá fora, representa outra oportunidade para o Brasil”, complementam.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/01/2025, às 13:55.

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Obras do data center Mega Lobster, da Tecto, em Fortaleza, no Ceará Foto: Divulgação/Tecto

Os investimentos na construção de data centers no Brasil devem movimentar em torno de US$ 400 milhões em 2025 e US$ 1,5 bilhão em 2026, de acordo com levantamento da consultoria JLL. Com isso, o parque instalado caminha para crescer 40% nos próximos dois anos, atingindo um total de 638 megawatts.

A demanda cada vez maior por processamento de dados e a falta de infraestrutura no País são as principais razões para empresas locais e multinacionais - como Odata, Ascenty, Scala, Tecto, Equinix, entre outras - investirem na construção de empreendimentos e na busca por novas localidades.

“O que justifica esses investimentos é a digitalização da economia”, resume o Gerente de Negócios Imobiliários, Logística e Data Center da JLL, Bruno Porto. “São muitas as aplicações que pedem processamento dos dados. E o data center é o local para isso”, diz.

IA impulsiona demanda

A digitalização da economia passa por serviços que se popularizaram, como streaming de vídeo e armazenamento de arquivos na nuvem, e vai até aplicações complexas de conexão entre máquinas na indústria e no agronegócio. Mais recentemente, a demanda teve um salto com a disseminação das aplicações de inteligência artificial generativa - aquela que é capaz de aprender, isto é, criar novos conteúdos, como texto, imagens, áudio, vídeos e aplicações.

“Ao lançar esses serviços, as empresas precisam ter capacidade de processamento já instalada, porque a base de usuários cresce rapidamente, já que digitalização está bastante capilarizada pela economia”, acrescenta Porto.

Os novos projetos de data centers ficam perto dos principais centros empresariais e de consumidores do País, principalmente em bairros com acesso fácil a fontes de energia e água - essenciais para operação e resfriamento dos equipamentos -, bem como internet rápida.

Grandes centros

Segundo dados da consultoria, os empreendimentos vão para a região metropolitana de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza - esta última é o principal ponto de conexão brasileiro com cabos submarinos de fibra ótica que cruzam os oceanos.

A gigante Equinix, maior empresa de data centers do mundo, tem um plano em andamento de US$ 260 milhões para esse tipo de infraestrutura em Barueri e Santana do Parnaíba (SP), enquanto a Scala anunciou recentemente R$ 3 bilhões (US$ 491 milhões) para construção de um novo parque em Eldorado do Sul (RS).

Também é possível notar que as empresas locais têm aumentado a sua participação nos investimentos totais do setor, que, até então, eram predominantemente feitos por empresas multinacionais e fundos estrangeiros. Exemplo disso é a Tecto, que conta com recursos aportados por fundos sob gestão do BTG Pactual.

Plano de US$ 1 bilhão

A Tecto já tem cinco data centers em operação, sendo um no Rio de Janeiro, três em Fortaleza (sendo um em construção) e dois na Colômbia. Ao todo são mais de 80 clientes, entre eles os gigantes tecnológicos. No fim de 2024, a empresa anunciou plano de US$ 1 bilhão.

“Nós temos ambições ainda maiores nesse mercado. Se tudo conspirar e for para o lado certo, teremos oportunidade de aumentar esse investimento”, conta o presidente da Tecto, Pedro Henrique Fragoso. “Pretendemos expandir esse parque para várias cidades no Brasil, a começar pelo Estado de São Paulo.”

Fragoso concorda que o País tem carência de infraestrutura em relação ao tamanho da demanda. “Na medida em que existe uma penetração maior da digitalização, cresce a demanda por data centers”, ressalta. Mas isso não garante que o mercado vai avançar sem riscos.

País pode ter concorrentes

O maior risco para o Brasil seria perder os investimentos para outros países em que as condições de mercado são mais competitivas. O presidente da Tecto cita a necessidade de reduzir a burocracia na liberação de licenças para novos projetos, bem como revisar as tarifas de importação de equipamentos que são feitos apenas no exterior.

Outro ponto de atenção é o projeto de regulamentação da inteligência artificial, em tramitação no Congresso e que definirá parâmetros de desenvolvimento e aplicações da tecnologia. “Nossa concorrência é com data centers do mundo todo. O Brasil precisa definir como vai se posicionar nesse tabuleiro global. É preciso ter harmonia da regulação com o mercado e a tecnologia”, defende o presidente da Tecto.

Por enquanto, o Brasil é um destino bastante atrativo para o setor, uma vez que dispõe de uma matriz energética de energia limpa e a um custo competitivo - algo fundamental, já que os data centers são grandes consumidores de eletricidade.

Pegada de carbono

O mercado de data centers esta concentrado nos Estados Unidos e na Europa, mas ambas as regiões têm enfrentado dificuldades com o fornecimento de energia e água devido aos custos altos e ao peso das emissões de carbono por lá, já que as matrizes empregam mais energia fóssil.

“Acreditamos que, se as empresas transferissem seus data centers para o Brasil, elas teriam uma vantagem competitiva em termos de pegada de carbono”, observam os analistas Maria Paula Cantusio, Aline de Souza Cardoso e Andre Sampaio, em um amplo relatório do Santander sobre o tema, que aponta o Brasil como a bola da vez para o setor. “Além disso, acreditamos que a falta de disponibilidade de água em locais onde alguns data centers estão estabelecidos, lá fora, representa outra oportunidade para o Brasil”, complementam.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 06/01/2025, às 13:55.

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