Bastidores do mundo dos negócios

Juro alto e guerra devem jogar retomada de IPOs para abril de 2024


Aberturas de capital vão demorar um pouco mais do que se previa

Por Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Matheus Piovesana
Se projeções se confirmarem, vão ser quase três anos sem aberturas de capital na B3 Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

A retomada das aberturas de capital no Brasil pode demorar ainda um pouco mais. A expectativa nos bancos de investimento era de que o ano de 2024 iria começar com algumas empresas grandes estreando na B3. Esse cenário tem mudado e alguns bancos, entre os quais estrangeiros, veem mais chance de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) somente no segundo trimestre, provavelmente em abril, o que ampliaria para quase três anos o vácuo de novas ofertas no mercado local.

A elevação dos juros longos americanos, que esta semana bateram na marca psicológica dos 5%, é um dos principais fatores que contribuem para o clima de cautela na Faria Lima. Taxas maiores lá atraem o investidor para o mercado americano, para ativos mais seguros e de menor risco do que ações.

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Outro fator que deixa o cenário mais incerto é a guerra entre Israel e o Hamas. Os desdobramentos são ainda desconhecidos, com potencial de afetar a atividade econômica mundial. São preocupações que fazem economistas rever projeções para o ciclo de corte de juro no Brasil e colocam em dúvida a queda da Selic para abaixo de 10%.

Taxas de juros aqui e nos EUA, e risco geopolítico nublam ambiente

“Estávamos bem otimistas para uma janela de IPO no início de janeiro e não vemos mais essa janela”, disse um banqueiro à frente de uma instituição estrangeira, citando os juros americanos e o ambiente geopolítico.

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O presidente do banco de investimento do ABC Brasil, Cesar Mindof, acrescenta que hoje não há visão clara de que as IPOs voltarão no primeiro trimestre. “Não temos visto fluxo relevante de recursos de investidores locais ou estrangeiros para a Bolsa, por conta do cenário de juro”, diz. Em sua opinião, será preciso olhar muito de perto o juro lá fora e aqui para ter segurança de quando o mercado de oferta de ações vai ser retomado.

Mindof nota que não basta o Ibovespa alcançar os 140 mil pontos para provocar tração e interesse por novas ofertas, se esse movimento não for sustentado por uma valorização ampla do mercado e não somente por aquelas ações que têm maior peso na Bolsa. A fila de empresas que aguardam por essa oportunidade é grande, acrescenta.

“O fato de termos quase dois anos sem ofertas novas no mercado criou um estoque de empresas que aguardam a reabertura desse mercado”, afirma Mindof.

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O ambiente atual complicou ofertas de ações de empresas já listadas (follow-on), que estão mais difíceis de serem emplacadas. O diretor de um banco conta que participou de uma oferta recente e foi difícil fechar. Dependendo do preço que a empresa queira pela venda das ações, não há espaço neste momento para uma oferta, disse este executivo.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 20/10/23, às 17h23.

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Se projeções se confirmarem, vão ser quase três anos sem aberturas de capital na B3 Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

A retomada das aberturas de capital no Brasil pode demorar ainda um pouco mais. A expectativa nos bancos de investimento era de que o ano de 2024 iria começar com algumas empresas grandes estreando na B3. Esse cenário tem mudado e alguns bancos, entre os quais estrangeiros, veem mais chance de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) somente no segundo trimestre, provavelmente em abril, o que ampliaria para quase três anos o vácuo de novas ofertas no mercado local.

A elevação dos juros longos americanos, que esta semana bateram na marca psicológica dos 5%, é um dos principais fatores que contribuem para o clima de cautela na Faria Lima. Taxas maiores lá atraem o investidor para o mercado americano, para ativos mais seguros e de menor risco do que ações.

Outro fator que deixa o cenário mais incerto é a guerra entre Israel e o Hamas. Os desdobramentos são ainda desconhecidos, com potencial de afetar a atividade econômica mundial. São preocupações que fazem economistas rever projeções para o ciclo de corte de juro no Brasil e colocam em dúvida a queda da Selic para abaixo de 10%.

Taxas de juros aqui e nos EUA, e risco geopolítico nublam ambiente

“Estávamos bem otimistas para uma janela de IPO no início de janeiro e não vemos mais essa janela”, disse um banqueiro à frente de uma instituição estrangeira, citando os juros americanos e o ambiente geopolítico.

O presidente do banco de investimento do ABC Brasil, Cesar Mindof, acrescenta que hoje não há visão clara de que as IPOs voltarão no primeiro trimestre. “Não temos visto fluxo relevante de recursos de investidores locais ou estrangeiros para a Bolsa, por conta do cenário de juro”, diz. Em sua opinião, será preciso olhar muito de perto o juro lá fora e aqui para ter segurança de quando o mercado de oferta de ações vai ser retomado.

Mindof nota que não basta o Ibovespa alcançar os 140 mil pontos para provocar tração e interesse por novas ofertas, se esse movimento não for sustentado por uma valorização ampla do mercado e não somente por aquelas ações que têm maior peso na Bolsa. A fila de empresas que aguardam por essa oportunidade é grande, acrescenta.

“O fato de termos quase dois anos sem ofertas novas no mercado criou um estoque de empresas que aguardam a reabertura desse mercado”, afirma Mindof.

O ambiente atual complicou ofertas de ações de empresas já listadas (follow-on), que estão mais difíceis de serem emplacadas. O diretor de um banco conta que participou de uma oferta recente e foi difícil fechar. Dependendo do preço que a empresa queira pela venda das ações, não há espaço neste momento para uma oferta, disse este executivo.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 20/10/23, às 17h23.

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A retomada das aberturas de capital no Brasil pode demorar ainda um pouco mais. A expectativa nos bancos de investimento era de que o ano de 2024 iria começar com algumas empresas grandes estreando na B3. Esse cenário tem mudado e alguns bancos, entre os quais estrangeiros, veem mais chance de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) somente no segundo trimestre, provavelmente em abril, o que ampliaria para quase três anos o vácuo de novas ofertas no mercado local.

A elevação dos juros longos americanos, que esta semana bateram na marca psicológica dos 5%, é um dos principais fatores que contribuem para o clima de cautela na Faria Lima. Taxas maiores lá atraem o investidor para o mercado americano, para ativos mais seguros e de menor risco do que ações.

Outro fator que deixa o cenário mais incerto é a guerra entre Israel e o Hamas. Os desdobramentos são ainda desconhecidos, com potencial de afetar a atividade econômica mundial. São preocupações que fazem economistas rever projeções para o ciclo de corte de juro no Brasil e colocam em dúvida a queda da Selic para abaixo de 10%.

Taxas de juros aqui e nos EUA, e risco geopolítico nublam ambiente

“Estávamos bem otimistas para uma janela de IPO no início de janeiro e não vemos mais essa janela”, disse um banqueiro à frente de uma instituição estrangeira, citando os juros americanos e o ambiente geopolítico.

O presidente do banco de investimento do ABC Brasil, Cesar Mindof, acrescenta que hoje não há visão clara de que as IPOs voltarão no primeiro trimestre. “Não temos visto fluxo relevante de recursos de investidores locais ou estrangeiros para a Bolsa, por conta do cenário de juro”, diz. Em sua opinião, será preciso olhar muito de perto o juro lá fora e aqui para ter segurança de quando o mercado de oferta de ações vai ser retomado.

Mindof nota que não basta o Ibovespa alcançar os 140 mil pontos para provocar tração e interesse por novas ofertas, se esse movimento não for sustentado por uma valorização ampla do mercado e não somente por aquelas ações que têm maior peso na Bolsa. A fila de empresas que aguardam por essa oportunidade é grande, acrescenta.

“O fato de termos quase dois anos sem ofertas novas no mercado criou um estoque de empresas que aguardam a reabertura desse mercado”, afirma Mindof.

O ambiente atual complicou ofertas de ações de empresas já listadas (follow-on), que estão mais difíceis de serem emplacadas. O diretor de um banco conta que participou de uma oferta recente e foi difícil fechar. Dependendo do preço que a empresa queira pela venda das ações, não há espaço neste momento para uma oferta, disse este executivo.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 20/10/23, às 17h23.

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