Bastidores do mundo dos negócios

Maquininhas retomam crédito e revivem aposta de crescimento via produtos bancários


Aposta em financiamentos enfrentaram problemas no passado

Por Matheus Piovesana
Maquininhas tradicionais e independentes tem caminhos diferentes na competição. Foto: Gabriela Biló/ESTADÃO Foto: Gabriela Biló/Gabriela Biló/ESTADÃO

Depois de três anos de pé no freio, as empresas de maquininhas que não pertencem a grandes bancos voltam a conceder crédito através de linhas que vão além do tradicional desconto de recebíveis. A melhora na inadimplência e em sistemas que permitem ao mercado “ver” a atividade dos comerciantes estimulou Stone, PagBank (ex-PagSeguro) e Mercado Pago a acelerar, após um ciclo de três anos que também foi de alterações nos produtos de cada uma.

Para as duas companhias de capital aberto, a retomada do crédito é um fator de peso: boa parte de sua avaliação de mercado depende da expansão na oferta de produtos e serviços bancários. Analistas consideram que essa frente será o diferencial em um mercado de cartões que tem crescido menos, e em que a captura de transações se transformou em commodity.

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Há três anos, a aposta era que a diferenciação entre as chamadas maquininhas independentes e as tradicionais, como Rede e Cielo, viria da oferta de produtos bancários, como o crédito sem garantia. Essa aposta era alavancada pelo balcão criado pelo Banco Central para permitir que o mercado inteiro “visse” um recebível de cartão.

Esperava-se que o sistema alavancasse o crédito fumaça, lastreado na perspectiva de fluxo futuro de recebíveis dos comerciantes. No entanto, o balcão apresentou problemas ao entrar no ar, em junho de 2021, o que levou essa aposta abaixo.

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Gradualmente, as falhas foram sanadas e a vitrine ficou mais nítida. “Boa parte dos colaterais das empresas são através do registro, que aparentemente está funcionando”, diz Kaio Prato, analista do UBS BB. “Isso claramente está dando suporte a esse crescimento do crédito.”

Mais afetada pelos problemas, a Stone é vista como uma das maiores beneficiárias da retomada. Até 2027, a companhia quer atingir um lucro de mais de R$ 4,3 bilhões por ano, e aposta na concessão de crédito para tal. O foco, como nas concorrentes, é nas pequenas e médias empresas, vistas como menos atendidas pelos bancos.

“As áreas de serviços bancários e crédito têm arestas que precisam ser aparadas, mas estão melhorando. E a Stone precisa buscar a próxima avenida de crescimento”, disse em maio o BTG Pactual.

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Melhora de modelos

Os problemas do balcão de recebíveis não vieram sozinhos: 2021 marcou o começo da piora nas condições de crédito do País, com a alta dos juros e da inflação. Os fatores combinados fizeram com que as companhias levassem seus produtos de crédito ao divã. Houve ajustes nos modelos de risco e nas estruturas de garantia.

“Nossos modelos de crédito hoje utilizam 2.000 variáveis em média e o sistema usa inteligência artificial desde o início. Mas para os usuários que têm Open Finance, conseguimos contar com mais 500 variáveis”, diz Pablo Zbinden, diretor de Crédito do Mercado Pago no Brasil. A fintech também voltou a acelerar no crédito para pessoas físicas.

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No PagBank, a carteira de pessoas físicas sustentou o crédito nos últimos dois anos, através do crédito consignado e de cartões com limites garantidos por depósitos. A retomada do crescimento no capital de giro para empresas acontecerá a partir deste trimestre.

“Vamos começar a originar gradualmente, por tudo o que fizemos de investimento na plataforma, em aperfeiçoar a nossa análise, a nossa modelagem e os nossos processos de cobrança”, afirmou no final de maio o CEO da empresa, Alexandre Magnani.

Nas duas empresas, um segmento alavanca o outro. Zbinden, do Mercado Pago, afirma que mais de 90% dos clientes PJ têm uma conta da fintech como pessoa física. E o crédito concedido a seus negócios ajuda a aumentar as vendas no Mercado Livre, que sobem em média quatro vezes em até três meses.

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A Stone reestruturou o produto de crédito, pedindo mais garantias, e a área responsável. Trouxe para liderá-la Gregor Ilg, ex-Santander, e retomou as concessões de forma mais representativa na virada do ano. “Embora estejamos sendo conservadores, o desempenho da carteira está positivo”, disse em teleconferência a diretora de Estratégia e Marketing, Lia Matos.

Redução dos riscos

Antes da retomada, as empresas tiveram de reduzir os riscos das carteiras remanescentes. No Mercado Pago, a inadimplência acima de 90 dias caiu de 28,2% para 17,9% entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, dado que inclui as carteiras de pessoas físicas e de Argentina e México. No PagBank, recuou de 17,9% para 4,5% no mesmo período.

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Na Stone, os atrasos estavam em 1,5%, o que se explica pela menor maturidade da carteira. A empresa tem dito que a inadimplência deve aumentar à medida que a idade dos empréstimos se estende, mas que preventivamente, tem feito provisões equivalentes a 20% de todo o saldo.

O Banco Central só obriga bancos e empresas que concedem crédito a provisionar quando o atraso acontece. “As empresas limparam os balanços daquela oferta do passado, que não deu certo. A Stone é um claro exemplo disso”, afirma Prato, do UBS BB. Antes de paralisar o crédito, em meados de 2021, a Stone chegou a uma carteira de R$ 2 bilhões, quatro vezes maior que a atual, e que passou a gerir até o vencimento.

Maquininhas tradicionais e independentes tem caminhos diferentes na competição. Foto: Gabriela Biló/ESTADÃO Foto: Gabriela Biló/Gabriela Biló/ESTADÃO

Depois de três anos de pé no freio, as empresas de maquininhas que não pertencem a grandes bancos voltam a conceder crédito através de linhas que vão além do tradicional desconto de recebíveis. A melhora na inadimplência e em sistemas que permitem ao mercado “ver” a atividade dos comerciantes estimulou Stone, PagBank (ex-PagSeguro) e Mercado Pago a acelerar, após um ciclo de três anos que também foi de alterações nos produtos de cada uma.

Para as duas companhias de capital aberto, a retomada do crédito é um fator de peso: boa parte de sua avaliação de mercado depende da expansão na oferta de produtos e serviços bancários. Analistas consideram que essa frente será o diferencial em um mercado de cartões que tem crescido menos, e em que a captura de transações se transformou em commodity.

Há três anos, a aposta era que a diferenciação entre as chamadas maquininhas independentes e as tradicionais, como Rede e Cielo, viria da oferta de produtos bancários, como o crédito sem garantia. Essa aposta era alavancada pelo balcão criado pelo Banco Central para permitir que o mercado inteiro “visse” um recebível de cartão.

Esperava-se que o sistema alavancasse o crédito fumaça, lastreado na perspectiva de fluxo futuro de recebíveis dos comerciantes. No entanto, o balcão apresentou problemas ao entrar no ar, em junho de 2021, o que levou essa aposta abaixo.

Gradualmente, as falhas foram sanadas e a vitrine ficou mais nítida. “Boa parte dos colaterais das empresas são através do registro, que aparentemente está funcionando”, diz Kaio Prato, analista do UBS BB. “Isso claramente está dando suporte a esse crescimento do crédito.”

Mais afetada pelos problemas, a Stone é vista como uma das maiores beneficiárias da retomada. Até 2027, a companhia quer atingir um lucro de mais de R$ 4,3 bilhões por ano, e aposta na concessão de crédito para tal. O foco, como nas concorrentes, é nas pequenas e médias empresas, vistas como menos atendidas pelos bancos.

“As áreas de serviços bancários e crédito têm arestas que precisam ser aparadas, mas estão melhorando. E a Stone precisa buscar a próxima avenida de crescimento”, disse em maio o BTG Pactual.

Melhora de modelos

Os problemas do balcão de recebíveis não vieram sozinhos: 2021 marcou o começo da piora nas condições de crédito do País, com a alta dos juros e da inflação. Os fatores combinados fizeram com que as companhias levassem seus produtos de crédito ao divã. Houve ajustes nos modelos de risco e nas estruturas de garantia.

“Nossos modelos de crédito hoje utilizam 2.000 variáveis em média e o sistema usa inteligência artificial desde o início. Mas para os usuários que têm Open Finance, conseguimos contar com mais 500 variáveis”, diz Pablo Zbinden, diretor de Crédito do Mercado Pago no Brasil. A fintech também voltou a acelerar no crédito para pessoas físicas.

No PagBank, a carteira de pessoas físicas sustentou o crédito nos últimos dois anos, através do crédito consignado e de cartões com limites garantidos por depósitos. A retomada do crescimento no capital de giro para empresas acontecerá a partir deste trimestre.

“Vamos começar a originar gradualmente, por tudo o que fizemos de investimento na plataforma, em aperfeiçoar a nossa análise, a nossa modelagem e os nossos processos de cobrança”, afirmou no final de maio o CEO da empresa, Alexandre Magnani.

Nas duas empresas, um segmento alavanca o outro. Zbinden, do Mercado Pago, afirma que mais de 90% dos clientes PJ têm uma conta da fintech como pessoa física. E o crédito concedido a seus negócios ajuda a aumentar as vendas no Mercado Livre, que sobem em média quatro vezes em até três meses.

A Stone reestruturou o produto de crédito, pedindo mais garantias, e a área responsável. Trouxe para liderá-la Gregor Ilg, ex-Santander, e retomou as concessões de forma mais representativa na virada do ano. “Embora estejamos sendo conservadores, o desempenho da carteira está positivo”, disse em teleconferência a diretora de Estratégia e Marketing, Lia Matos.

Redução dos riscos

Antes da retomada, as empresas tiveram de reduzir os riscos das carteiras remanescentes. No Mercado Pago, a inadimplência acima de 90 dias caiu de 28,2% para 17,9% entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, dado que inclui as carteiras de pessoas físicas e de Argentina e México. No PagBank, recuou de 17,9% para 4,5% no mesmo período.

Na Stone, os atrasos estavam em 1,5%, o que se explica pela menor maturidade da carteira. A empresa tem dito que a inadimplência deve aumentar à medida que a idade dos empréstimos se estende, mas que preventivamente, tem feito provisões equivalentes a 20% de todo o saldo.

O Banco Central só obriga bancos e empresas que concedem crédito a provisionar quando o atraso acontece. “As empresas limparam os balanços daquela oferta do passado, que não deu certo. A Stone é um claro exemplo disso”, afirma Prato, do UBS BB. Antes de paralisar o crédito, em meados de 2021, a Stone chegou a uma carteira de R$ 2 bilhões, quatro vezes maior que a atual, e que passou a gerir até o vencimento.

Maquininhas tradicionais e independentes tem caminhos diferentes na competição. Foto: Gabriela Biló/ESTADÃO Foto: Gabriela Biló/Gabriela Biló/ESTADÃO

Depois de três anos de pé no freio, as empresas de maquininhas que não pertencem a grandes bancos voltam a conceder crédito através de linhas que vão além do tradicional desconto de recebíveis. A melhora na inadimplência e em sistemas que permitem ao mercado “ver” a atividade dos comerciantes estimulou Stone, PagBank (ex-PagSeguro) e Mercado Pago a acelerar, após um ciclo de três anos que também foi de alterações nos produtos de cada uma.

Para as duas companhias de capital aberto, a retomada do crédito é um fator de peso: boa parte de sua avaliação de mercado depende da expansão na oferta de produtos e serviços bancários. Analistas consideram que essa frente será o diferencial em um mercado de cartões que tem crescido menos, e em que a captura de transações se transformou em commodity.

Há três anos, a aposta era que a diferenciação entre as chamadas maquininhas independentes e as tradicionais, como Rede e Cielo, viria da oferta de produtos bancários, como o crédito sem garantia. Essa aposta era alavancada pelo balcão criado pelo Banco Central para permitir que o mercado inteiro “visse” um recebível de cartão.

Esperava-se que o sistema alavancasse o crédito fumaça, lastreado na perspectiva de fluxo futuro de recebíveis dos comerciantes. No entanto, o balcão apresentou problemas ao entrar no ar, em junho de 2021, o que levou essa aposta abaixo.

Gradualmente, as falhas foram sanadas e a vitrine ficou mais nítida. “Boa parte dos colaterais das empresas são através do registro, que aparentemente está funcionando”, diz Kaio Prato, analista do UBS BB. “Isso claramente está dando suporte a esse crescimento do crédito.”

Mais afetada pelos problemas, a Stone é vista como uma das maiores beneficiárias da retomada. Até 2027, a companhia quer atingir um lucro de mais de R$ 4,3 bilhões por ano, e aposta na concessão de crédito para tal. O foco, como nas concorrentes, é nas pequenas e médias empresas, vistas como menos atendidas pelos bancos.

“As áreas de serviços bancários e crédito têm arestas que precisam ser aparadas, mas estão melhorando. E a Stone precisa buscar a próxima avenida de crescimento”, disse em maio o BTG Pactual.

Melhora de modelos

Os problemas do balcão de recebíveis não vieram sozinhos: 2021 marcou o começo da piora nas condições de crédito do País, com a alta dos juros e da inflação. Os fatores combinados fizeram com que as companhias levassem seus produtos de crédito ao divã. Houve ajustes nos modelos de risco e nas estruturas de garantia.

“Nossos modelos de crédito hoje utilizam 2.000 variáveis em média e o sistema usa inteligência artificial desde o início. Mas para os usuários que têm Open Finance, conseguimos contar com mais 500 variáveis”, diz Pablo Zbinden, diretor de Crédito do Mercado Pago no Brasil. A fintech também voltou a acelerar no crédito para pessoas físicas.

No PagBank, a carteira de pessoas físicas sustentou o crédito nos últimos dois anos, através do crédito consignado e de cartões com limites garantidos por depósitos. A retomada do crescimento no capital de giro para empresas acontecerá a partir deste trimestre.

“Vamos começar a originar gradualmente, por tudo o que fizemos de investimento na plataforma, em aperfeiçoar a nossa análise, a nossa modelagem e os nossos processos de cobrança”, afirmou no final de maio o CEO da empresa, Alexandre Magnani.

Nas duas empresas, um segmento alavanca o outro. Zbinden, do Mercado Pago, afirma que mais de 90% dos clientes PJ têm uma conta da fintech como pessoa física. E o crédito concedido a seus negócios ajuda a aumentar as vendas no Mercado Livre, que sobem em média quatro vezes em até três meses.

A Stone reestruturou o produto de crédito, pedindo mais garantias, e a área responsável. Trouxe para liderá-la Gregor Ilg, ex-Santander, e retomou as concessões de forma mais representativa na virada do ano. “Embora estejamos sendo conservadores, o desempenho da carteira está positivo”, disse em teleconferência a diretora de Estratégia e Marketing, Lia Matos.

Redução dos riscos

Antes da retomada, as empresas tiveram de reduzir os riscos das carteiras remanescentes. No Mercado Pago, a inadimplência acima de 90 dias caiu de 28,2% para 17,9% entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, dado que inclui as carteiras de pessoas físicas e de Argentina e México. No PagBank, recuou de 17,9% para 4,5% no mesmo período.

Na Stone, os atrasos estavam em 1,5%, o que se explica pela menor maturidade da carteira. A empresa tem dito que a inadimplência deve aumentar à medida que a idade dos empréstimos se estende, mas que preventivamente, tem feito provisões equivalentes a 20% de todo o saldo.

O Banco Central só obriga bancos e empresas que concedem crédito a provisionar quando o atraso acontece. “As empresas limparam os balanços daquela oferta do passado, que não deu certo. A Stone é um claro exemplo disso”, afirma Prato, do UBS BB. Antes de paralisar o crédito, em meados de 2021, a Stone chegou a uma carteira de R$ 2 bilhões, quatro vezes maior que a atual, e que passou a gerir até o vencimento.

Maquininhas tradicionais e independentes tem caminhos diferentes na competição. Foto: Gabriela Biló/ESTADÃO Foto: Gabriela Biló/Gabriela Biló/ESTADÃO

Depois de três anos de pé no freio, as empresas de maquininhas que não pertencem a grandes bancos voltam a conceder crédito através de linhas que vão além do tradicional desconto de recebíveis. A melhora na inadimplência e em sistemas que permitem ao mercado “ver” a atividade dos comerciantes estimulou Stone, PagBank (ex-PagSeguro) e Mercado Pago a acelerar, após um ciclo de três anos que também foi de alterações nos produtos de cada uma.

Para as duas companhias de capital aberto, a retomada do crédito é um fator de peso: boa parte de sua avaliação de mercado depende da expansão na oferta de produtos e serviços bancários. Analistas consideram que essa frente será o diferencial em um mercado de cartões que tem crescido menos, e em que a captura de transações se transformou em commodity.

Há três anos, a aposta era que a diferenciação entre as chamadas maquininhas independentes e as tradicionais, como Rede e Cielo, viria da oferta de produtos bancários, como o crédito sem garantia. Essa aposta era alavancada pelo balcão criado pelo Banco Central para permitir que o mercado inteiro “visse” um recebível de cartão.

Esperava-se que o sistema alavancasse o crédito fumaça, lastreado na perspectiva de fluxo futuro de recebíveis dos comerciantes. No entanto, o balcão apresentou problemas ao entrar no ar, em junho de 2021, o que levou essa aposta abaixo.

Gradualmente, as falhas foram sanadas e a vitrine ficou mais nítida. “Boa parte dos colaterais das empresas são através do registro, que aparentemente está funcionando”, diz Kaio Prato, analista do UBS BB. “Isso claramente está dando suporte a esse crescimento do crédito.”

Mais afetada pelos problemas, a Stone é vista como uma das maiores beneficiárias da retomada. Até 2027, a companhia quer atingir um lucro de mais de R$ 4,3 bilhões por ano, e aposta na concessão de crédito para tal. O foco, como nas concorrentes, é nas pequenas e médias empresas, vistas como menos atendidas pelos bancos.

“As áreas de serviços bancários e crédito têm arestas que precisam ser aparadas, mas estão melhorando. E a Stone precisa buscar a próxima avenida de crescimento”, disse em maio o BTG Pactual.

Melhora de modelos

Os problemas do balcão de recebíveis não vieram sozinhos: 2021 marcou o começo da piora nas condições de crédito do País, com a alta dos juros e da inflação. Os fatores combinados fizeram com que as companhias levassem seus produtos de crédito ao divã. Houve ajustes nos modelos de risco e nas estruturas de garantia.

“Nossos modelos de crédito hoje utilizam 2.000 variáveis em média e o sistema usa inteligência artificial desde o início. Mas para os usuários que têm Open Finance, conseguimos contar com mais 500 variáveis”, diz Pablo Zbinden, diretor de Crédito do Mercado Pago no Brasil. A fintech também voltou a acelerar no crédito para pessoas físicas.

No PagBank, a carteira de pessoas físicas sustentou o crédito nos últimos dois anos, através do crédito consignado e de cartões com limites garantidos por depósitos. A retomada do crescimento no capital de giro para empresas acontecerá a partir deste trimestre.

“Vamos começar a originar gradualmente, por tudo o que fizemos de investimento na plataforma, em aperfeiçoar a nossa análise, a nossa modelagem e os nossos processos de cobrança”, afirmou no final de maio o CEO da empresa, Alexandre Magnani.

Nas duas empresas, um segmento alavanca o outro. Zbinden, do Mercado Pago, afirma que mais de 90% dos clientes PJ têm uma conta da fintech como pessoa física. E o crédito concedido a seus negócios ajuda a aumentar as vendas no Mercado Livre, que sobem em média quatro vezes em até três meses.

A Stone reestruturou o produto de crédito, pedindo mais garantias, e a área responsável. Trouxe para liderá-la Gregor Ilg, ex-Santander, e retomou as concessões de forma mais representativa na virada do ano. “Embora estejamos sendo conservadores, o desempenho da carteira está positivo”, disse em teleconferência a diretora de Estratégia e Marketing, Lia Matos.

Redução dos riscos

Antes da retomada, as empresas tiveram de reduzir os riscos das carteiras remanescentes. No Mercado Pago, a inadimplência acima de 90 dias caiu de 28,2% para 17,9% entre março de 2023 e o mesmo mês deste ano, dado que inclui as carteiras de pessoas físicas e de Argentina e México. No PagBank, recuou de 17,9% para 4,5% no mesmo período.

Na Stone, os atrasos estavam em 1,5%, o que se explica pela menor maturidade da carteira. A empresa tem dito que a inadimplência deve aumentar à medida que a idade dos empréstimos se estende, mas que preventivamente, tem feito provisões equivalentes a 20% de todo o saldo.

O Banco Central só obriga bancos e empresas que concedem crédito a provisionar quando o atraso acontece. “As empresas limparam os balanços daquela oferta do passado, que não deu certo. A Stone é um claro exemplo disso”, afirma Prato, do UBS BB. Antes de paralisar o crédito, em meados de 2021, a Stone chegou a uma carteira de R$ 2 bilhões, quatro vezes maior que a atual, e que passou a gerir até o vencimento.

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