Os três principais executivos do Softbank para a América Latina, Maurcelo Claure, que criou o primeiro fundo do investidor japonês na região, e os gestores Paulo Passoni e Shu Nyatta, iriam ser sócios na Bicycle Capital, focado no investimento em empresas em estágio mais avançado de crescimento. Os planos incluíam levantar US$ 500 milhões, incluindo com recursos do Mubadala. Com as recentes mudanças, porém, Claure pode ter que tocar a empreitada sozinho.
No começo do mês, Passoni deixou o projeto, por discordâncias com Claure sobre o modelo de sociedade no novo fundo. Claure era quem colocaria mais capital na empreitada. O rumor agora é que Shu Nyatta, o fundador oficial da Bicycle em 2022, também deixou o projeto do novo fundo.
Os três executivos estavam esperando acabar o período de não competição com o Softbank - o chamado “garden leave” - para começar a Bicycle. Claure deixou o Softbank em janeiro do ano passado e poucos meses depois, em abril, Passoni e Nyatta também deixaram o fundo japonês.
Passoni fez uma contagem regressiva sobre o fim de seu “Garden leave” no LinkedIn e quando terminou, no final de abril, e todo mundo esperava que ele fosse anunciar seu próximo projeto, o executivo disse que tinha mudado de planos.
“Decidi buscar um novo caminho, em uma das decisões mais difíceis da minha careira.” Para interlocutores, esta foi a mensagem de que estava deixando o projeto com Claure. Ele, que tem 45 anos, prometeu continuar no mundo dos investimentos ao menos até 75 anos. Procurados, os gestores e a Claure Capital não responderam as mensagens até o fechamento dessa nota.
Executivo é novo chefe da chinesa Shein para o Brasil
Claure é também o nome por trás da vinda da varejista chinesa Shein para o Brasil. Ele investiu US$ 100 milhões na empreitada e passou a ser o presidente da operação na América Latina. A ofensiva da chinesa gerou uma reação das concorrentes para o governo taxar as compras de produtos do país asiático.
No final de abril, Claure se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e prometeu criar 100 mil empregos no Brasil nos próximos três anos, em um investimento de US$ 750 milhões para nacionalizar parte da produção.
No começo de 2022, o gestor criou a Claure Group, uma empresa de investimento internacional focada em setores como esportes, criptomoedas e telecomunicações. Procurados, os gestores e a Claure Capital não responderam as mensagens até o fechamento dessa nota.