A Moove, empresa do grupo Cosan que opera com fabricação e venda de lubrificantes, e nesta quarta-feira, 10, entrou com pedido confidencial de abertura de capital (IPO, em inglês) nos Estados Unidos, pode abrir a porta para mais empresas brasileiras que queiram estrear na Bolsa. Há três anos sem IPO no Brasil, banqueiros de investimento avaliam que antes da reabertura no mercado local, o fim do jejum deve ser iniciado no exterior.
A Moove tem planos de fazer uma oferta em Nova York ainda este ano, dependendo das condições do mercado. O principal ponto de atenção é sobre o ritmo de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). A Moove já fez reuniões informais com investidores, em locais como Boston. O objetivo foi testar o interesse pela empresa, o chamado “testing the Waters”, no jargão do mercado. Os bancos contratados para tocar a operação são Bank of America, Citi e JPMorgan.
Além da Moove, há outras empresas com intenção de fazer uma oferta lá fora. Um advogado conta que está trabalhando na parte jurídica de duas operações para serem lançadas em 2025. Entre os nomes citados, estão a Wellhub, novo nome da Gympass, a Potássio do Brasil e a Vale Base Metals, unidade de metais básicos da Vale.
Última oferta foi do Nubank
O último IPO do Brasil em Nova York foi do Nubank, em dezembro de 2021. Nesta quarta-feira, aliás, a ação do banco digital bateu novo recorde de alta, com a fintech chegando a valer US$ 63 bilhões. Se já era maior em valor de mercado que o Itaú, esse valor agora superou a gigante mundial de pagamentos PayPal (US$ 61,6 bilhões), considerada a fintech mais valiosa do mundo.
“Investidores internacionais estão buscando ativos que tenham ligação com a economia real. Ou seja, que gerem caixa e tenham crescimento”, disse o diretor de um banco estrangeiro. É importante também que existam empresas comparáveis no mercado americano e que os negócios das brasileiras não sejam só no Brasil.
A Moove tem operações importantes fora do Brasil, em outros mercados da América Latina, como Bolívia e Uruguai, Estados Unidos e Europa, com fábrica na Inglaterra. A Cosan tem 70% da empresa e o restante pertence ao fundo CVC, que em abril fez seu esperado IPO em Amsterdam.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 10/07/24, às 18h59.
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