Bastidores do mundo dos negócios

Moove, da Cosan, quer mostrar estratégia global antes de IPO lá fora em 2025


Oferta de ações foi suspensa em outubro e intenção é retomar no segundo semestre

Por Cynthia Decloedt e Altamiro Silva Junior

O braço de lubrificantes do Grupo Cosan, a Moove, deve deixar para o segundo semestre do ano que vem a retomada de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no exterior, suspensa em outubro deste ano. A estratégia é deixar mais claro aos investidores o potencial de crescimento da companhia, com foco na internacionalização. A empresa chegou a levar a oferta de IPO na Bolsa de Nova York (Nyse), com intenção de movimentar US$ 400 milhões a partir da operação. A oferta foi abortada em meio a propostas de valor para a ação que ficaram abaixo do pretendido pelo grupo.

Fábrica de lubrificantes da Moove na Ilha do Governador, no Rio Foto: Moove, divulgação

“A empresa não estava no momento certo. A ideia é mostrar que a empresa continua crescendo e em uma janela no segundo semestre de 2025, próxima a outubro, retomar a oferta”, disse uma fonte com conhecimento do assunto. Para esse interlocutor, a companhia tem uma trajetória para ser global e, embora tenha ultrapassado um volume de receitas em dólar suficiente para atrair investidores estrangeiros, o ganho operacional (Ebitda) de suas atividades no Brasil ainda superam os obtidos com as no exterior. “Ainda não cruzou a linha para atrair o investidor global”, acrescentou a fonte. O grupo Cosan quer atrair investidores de longo prazo.

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A Moove está presente nas Américas e Europa. Em 2022, foi às compras para ampliar mercado nos Estados Unidos. Levou a PetroChoice, maior distribuidora e produtora de lubrificantes do mercado norte-americano, por cerca de US$ 480 milhões. O processo de internacionalização começou em 2017. Localmente, a aquisição mais recente foi a do Grupo Pax, aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro de 2024.

Outros ativos

Esse não é o único movimento que o Grupo Cosan realiza para monetizar ativos que têm em sua carteira para desalavancar o grupo. Há desinvestimentos previstos na Raízen, o braço de energia renovável, a partir de uma estratégia de dar luz a ativos individuais não essenciais da companhia que estão subavaliados e ofuscados pela queda da bolsa. O foco da Raízen é se voltar aos segmentos core (principais) da empresa, como mobilidade, açúcar e etanol. Na sexta-feira (20), a Raízen informou a conclusão da venda de 31 projetos de usinas de energia solar.

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A Cosan também está atrás de um investidor parceiro para a Compass, que está focada no setor de gás. Mas qualquer negócio, para o qual também há interessados, só será feito a preço justo. A Cosan tem perto de 90% da Compass, mas quer manter o controle, conforme disse ao Broadcast em outubro o presidente do Conselho de Administração, Rubens Ometto.

Os movimentos estratégicos na Raízen e nas demais controladas da Cosan visam corrigir desvios passados e melhorar a estrutura de capital do grupo. No terceiro trimestre de 2024, a dívida líquida (corporativo) da Cosan subiu para R$ 21,709 bilhões aumento de 184% na base anual. A dívida bruta (ex-IFRS 16) somou R$ 24,156 bilhões no período, queda de 7,4%.

A alavancagem da companhia foi de 2,9 vezes, 1,2 ponto porcentual acima da do terceiro trimestre de 2023. Conforme informou a Cosan na ocasião, o indicador foi reflexo do “maior consumo de caixa na Raízen, devido à sazonalidade típica de início de safra, e na Compass, pelo pagamento de dividendos e aquisição da Compagas”. Procuradas, a Cosan e as demais companhias do grupo não comentaram.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 20/12/2024, às 14:37.

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O braço de lubrificantes do Grupo Cosan, a Moove, deve deixar para o segundo semestre do ano que vem a retomada de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no exterior, suspensa em outubro deste ano. A estratégia é deixar mais claro aos investidores o potencial de crescimento da companhia, com foco na internacionalização. A empresa chegou a levar a oferta de IPO na Bolsa de Nova York (Nyse), com intenção de movimentar US$ 400 milhões a partir da operação. A oferta foi abortada em meio a propostas de valor para a ação que ficaram abaixo do pretendido pelo grupo.

Fábrica de lubrificantes da Moove na Ilha do Governador, no Rio Foto: Moove, divulgação

“A empresa não estava no momento certo. A ideia é mostrar que a empresa continua crescendo e em uma janela no segundo semestre de 2025, próxima a outubro, retomar a oferta”, disse uma fonte com conhecimento do assunto. Para esse interlocutor, a companhia tem uma trajetória para ser global e, embora tenha ultrapassado um volume de receitas em dólar suficiente para atrair investidores estrangeiros, o ganho operacional (Ebitda) de suas atividades no Brasil ainda superam os obtidos com as no exterior. “Ainda não cruzou a linha para atrair o investidor global”, acrescentou a fonte. O grupo Cosan quer atrair investidores de longo prazo.

A Moove está presente nas Américas e Europa. Em 2022, foi às compras para ampliar mercado nos Estados Unidos. Levou a PetroChoice, maior distribuidora e produtora de lubrificantes do mercado norte-americano, por cerca de US$ 480 milhões. O processo de internacionalização começou em 2017. Localmente, a aquisição mais recente foi a do Grupo Pax, aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro de 2024.

Outros ativos

Esse não é o único movimento que o Grupo Cosan realiza para monetizar ativos que têm em sua carteira para desalavancar o grupo. Há desinvestimentos previstos na Raízen, o braço de energia renovável, a partir de uma estratégia de dar luz a ativos individuais não essenciais da companhia que estão subavaliados e ofuscados pela queda da bolsa. O foco da Raízen é se voltar aos segmentos core (principais) da empresa, como mobilidade, açúcar e etanol. Na sexta-feira (20), a Raízen informou a conclusão da venda de 31 projetos de usinas de energia solar.

A Cosan também está atrás de um investidor parceiro para a Compass, que está focada no setor de gás. Mas qualquer negócio, para o qual também há interessados, só será feito a preço justo. A Cosan tem perto de 90% da Compass, mas quer manter o controle, conforme disse ao Broadcast em outubro o presidente do Conselho de Administração, Rubens Ometto.

Os movimentos estratégicos na Raízen e nas demais controladas da Cosan visam corrigir desvios passados e melhorar a estrutura de capital do grupo. No terceiro trimestre de 2024, a dívida líquida (corporativo) da Cosan subiu para R$ 21,709 bilhões aumento de 184% na base anual. A dívida bruta (ex-IFRS 16) somou R$ 24,156 bilhões no período, queda de 7,4%.

A alavancagem da companhia foi de 2,9 vezes, 1,2 ponto porcentual acima da do terceiro trimestre de 2023. Conforme informou a Cosan na ocasião, o indicador foi reflexo do “maior consumo de caixa na Raízen, devido à sazonalidade típica de início de safra, e na Compass, pelo pagamento de dividendos e aquisição da Compagas”. Procuradas, a Cosan e as demais companhias do grupo não comentaram.

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Fábrica de lubrificantes da Moove na Ilha do Governador, no Rio Foto: Moove, divulgação

“A empresa não estava no momento certo. A ideia é mostrar que a empresa continua crescendo e em uma janela no segundo semestre de 2025, próxima a outubro, retomar a oferta”, disse uma fonte com conhecimento do assunto. Para esse interlocutor, a companhia tem uma trajetória para ser global e, embora tenha ultrapassado um volume de receitas em dólar suficiente para atrair investidores estrangeiros, o ganho operacional (Ebitda) de suas atividades no Brasil ainda superam os obtidos com as no exterior. “Ainda não cruzou a linha para atrair o investidor global”, acrescentou a fonte. O grupo Cosan quer atrair investidores de longo prazo.

A Moove está presente nas Américas e Europa. Em 2022, foi às compras para ampliar mercado nos Estados Unidos. Levou a PetroChoice, maior distribuidora e produtora de lubrificantes do mercado norte-americano, por cerca de US$ 480 milhões. O processo de internacionalização começou em 2017. Localmente, a aquisição mais recente foi a do Grupo Pax, aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em outubro de 2024.

Outros ativos

Esse não é o único movimento que o Grupo Cosan realiza para monetizar ativos que têm em sua carteira para desalavancar o grupo. Há desinvestimentos previstos na Raízen, o braço de energia renovável, a partir de uma estratégia de dar luz a ativos individuais não essenciais da companhia que estão subavaliados e ofuscados pela queda da bolsa. O foco da Raízen é se voltar aos segmentos core (principais) da empresa, como mobilidade, açúcar e etanol. Na sexta-feira (20), a Raízen informou a conclusão da venda de 31 projetos de usinas de energia solar.

A Cosan também está atrás de um investidor parceiro para a Compass, que está focada no setor de gás. Mas qualquer negócio, para o qual também há interessados, só será feito a preço justo. A Cosan tem perto de 90% da Compass, mas quer manter o controle, conforme disse ao Broadcast em outubro o presidente do Conselho de Administração, Rubens Ometto.

Os movimentos estratégicos na Raízen e nas demais controladas da Cosan visam corrigir desvios passados e melhorar a estrutura de capital do grupo. No terceiro trimestre de 2024, a dívida líquida (corporativo) da Cosan subiu para R$ 21,709 bilhões aumento de 184% na base anual. A dívida bruta (ex-IFRS 16) somou R$ 24,156 bilhões no período, queda de 7,4%.

A alavancagem da companhia foi de 2,9 vezes, 1,2 ponto porcentual acima da do terceiro trimestre de 2023. Conforme informou a Cosan na ocasião, o indicador foi reflexo do “maior consumo de caixa na Raízen, devido à sazonalidade típica de início de safra, e na Compass, pelo pagamento de dividendos e aquisição da Compagas”. Procuradas, a Cosan e as demais companhias do grupo não comentaram.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 20/12/2024, às 14:37.

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