Bastidores do mundo dos negócios

Mubadala vira controladora da Zamp e aquisição da Starbucks fica mais perto


Holding negocia assumir as operações da rede de cafeterias no Brasil

Por Altamiro Silva Junior
Loja da Starbucks na Avenida Paulista, em São Paulo: SouthRock, dona da marca no Brasil, entrou em recuperação judicial no final de 2023 Foto: Fabio Salles

Em menos de três meses, a Zamp, a holding que controla o Burger King no Brasil, passou por uma verdadeira transformação societária, saiu do Novo Mercado da B3 e agora está prestes a fazer sua primeira aquisição, a das operações da Starbucks no Brasil.

O fundo soberano árabe Mubadala, que em outubro do ano passado tinha 21% do capital da Zamp por meio da MC Brazil, nesta quarta-feira, 21, anunciou que chegou a quase 60%, assumindo o controle da empresa e prometendo “atuação ativa” em assembleias. O aumento da fatia se deu por compras de ações no mercado e também com derivativos e recibos de ações listadas nos Estados Unidos (ADR, na sigla em inglês). Em novembro, já havia elevado a fatia dos 21% para 30%, depois para 36% em dezembro, e agora, 58,2%.

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No final de 2023, a Mubadala propôs retirar a Zamp do Novo Mercado da B3, o espaço com nível de governança mais elevado da Bolsa brasileira, justamente com a estratégia em mente de fazer aquisições. Em uma carta aos acionistas, o fundo soberano explica que a permanência da empresa neste segmento limitava movimentos como aquisições. Em assembleia no dia 3 de janeiro, a saída foi aprovada pelos acionistas.

Fitpart zerou sua participação na holding

Ao mesmo tempo, a Fitpart, “family office” dos ex-sócios do banco Garantia, que tinha 15% do capital da rede de comida rápida, zerou essa participação, conforme anunciou na noite de terça-feira, 20. A operação movimentou quase R$ 180 milhões, considerando o fechamento de ontem. Em setembro passado, a Fitpart já havia feito uma redução de participação na Zamp. Além do Burger King, o grupo é dono da marca Popeyes no Brasil.

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Desde dezembro, segundo uma fonte, a Zamp negocia com a matriz da Starbucks nos Estados Unidos, em Seatle, a compra das operações brasileiras da rede de cafeterias. A gestora SouthRock, dona da marca de cafeterias no Brasil desde 2018, entrou em recuperação judicial no final de 2023, com dívidas de R$ 1,8 bilhão.

No plano apresentando no dia 9 na Justiça de São Paulo, a Starbucks é citada como tendo 135 lojas atualmente no Brasil, menos do que os 190 pontos de atendimento que possuía em janeiro de 2023. Em um ano, além da redução de lojas, houve reestruturação de 20% da equipe administrativa ligada à marca, de acordo com o documento.

A Zamp informou hoje, 21, que “iniciou tratativas com a Starbucks Corporation envolvendo o direito de explorar a marca e desenvolver as operações da Starbucks no Brasil”. A Fitpart não comentou a decisão de zerar sua participação.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/02/24, às 17h18

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Loja da Starbucks na Avenida Paulista, em São Paulo: SouthRock, dona da marca no Brasil, entrou em recuperação judicial no final de 2023 Foto: Fabio Salles

Em menos de três meses, a Zamp, a holding que controla o Burger King no Brasil, passou por uma verdadeira transformação societária, saiu do Novo Mercado da B3 e agora está prestes a fazer sua primeira aquisição, a das operações da Starbucks no Brasil.

O fundo soberano árabe Mubadala, que em outubro do ano passado tinha 21% do capital da Zamp por meio da MC Brazil, nesta quarta-feira, 21, anunciou que chegou a quase 60%, assumindo o controle da empresa e prometendo “atuação ativa” em assembleias. O aumento da fatia se deu por compras de ações no mercado e também com derivativos e recibos de ações listadas nos Estados Unidos (ADR, na sigla em inglês). Em novembro, já havia elevado a fatia dos 21% para 30%, depois para 36% em dezembro, e agora, 58,2%.

No final de 2023, a Mubadala propôs retirar a Zamp do Novo Mercado da B3, o espaço com nível de governança mais elevado da Bolsa brasileira, justamente com a estratégia em mente de fazer aquisições. Em uma carta aos acionistas, o fundo soberano explica que a permanência da empresa neste segmento limitava movimentos como aquisições. Em assembleia no dia 3 de janeiro, a saída foi aprovada pelos acionistas.

Fitpart zerou sua participação na holding

Ao mesmo tempo, a Fitpart, “family office” dos ex-sócios do banco Garantia, que tinha 15% do capital da rede de comida rápida, zerou essa participação, conforme anunciou na noite de terça-feira, 20. A operação movimentou quase R$ 180 milhões, considerando o fechamento de ontem. Em setembro passado, a Fitpart já havia feito uma redução de participação na Zamp. Além do Burger King, o grupo é dono da marca Popeyes no Brasil.

Desde dezembro, segundo uma fonte, a Zamp negocia com a matriz da Starbucks nos Estados Unidos, em Seatle, a compra das operações brasileiras da rede de cafeterias. A gestora SouthRock, dona da marca de cafeterias no Brasil desde 2018, entrou em recuperação judicial no final de 2023, com dívidas de R$ 1,8 bilhão.

No plano apresentando no dia 9 na Justiça de São Paulo, a Starbucks é citada como tendo 135 lojas atualmente no Brasil, menos do que os 190 pontos de atendimento que possuía em janeiro de 2023. Em um ano, além da redução de lojas, houve reestruturação de 20% da equipe administrativa ligada à marca, de acordo com o documento.

A Zamp informou hoje, 21, que “iniciou tratativas com a Starbucks Corporation envolvendo o direito de explorar a marca e desenvolver as operações da Starbucks no Brasil”. A Fitpart não comentou a decisão de zerar sua participação.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/02/24, às 17h18

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Loja da Starbucks na Avenida Paulista, em São Paulo: SouthRock, dona da marca no Brasil, entrou em recuperação judicial no final de 2023 Foto: Fabio Salles

Em menos de três meses, a Zamp, a holding que controla o Burger King no Brasil, passou por uma verdadeira transformação societária, saiu do Novo Mercado da B3 e agora está prestes a fazer sua primeira aquisição, a das operações da Starbucks no Brasil.

O fundo soberano árabe Mubadala, que em outubro do ano passado tinha 21% do capital da Zamp por meio da MC Brazil, nesta quarta-feira, 21, anunciou que chegou a quase 60%, assumindo o controle da empresa e prometendo “atuação ativa” em assembleias. O aumento da fatia se deu por compras de ações no mercado e também com derivativos e recibos de ações listadas nos Estados Unidos (ADR, na sigla em inglês). Em novembro, já havia elevado a fatia dos 21% para 30%, depois para 36% em dezembro, e agora, 58,2%.

No final de 2023, a Mubadala propôs retirar a Zamp do Novo Mercado da B3, o espaço com nível de governança mais elevado da Bolsa brasileira, justamente com a estratégia em mente de fazer aquisições. Em uma carta aos acionistas, o fundo soberano explica que a permanência da empresa neste segmento limitava movimentos como aquisições. Em assembleia no dia 3 de janeiro, a saída foi aprovada pelos acionistas.

Fitpart zerou sua participação na holding

Ao mesmo tempo, a Fitpart, “family office” dos ex-sócios do banco Garantia, que tinha 15% do capital da rede de comida rápida, zerou essa participação, conforme anunciou na noite de terça-feira, 20. A operação movimentou quase R$ 180 milhões, considerando o fechamento de ontem. Em setembro passado, a Fitpart já havia feito uma redução de participação na Zamp. Além do Burger King, o grupo é dono da marca Popeyes no Brasil.

Desde dezembro, segundo uma fonte, a Zamp negocia com a matriz da Starbucks nos Estados Unidos, em Seatle, a compra das operações brasileiras da rede de cafeterias. A gestora SouthRock, dona da marca de cafeterias no Brasil desde 2018, entrou em recuperação judicial no final de 2023, com dívidas de R$ 1,8 bilhão.

No plano apresentando no dia 9 na Justiça de São Paulo, a Starbucks é citada como tendo 135 lojas atualmente no Brasil, menos do que os 190 pontos de atendimento que possuía em janeiro de 2023. Em um ano, além da redução de lojas, houve reestruturação de 20% da equipe administrativa ligada à marca, de acordo com o documento.

A Zamp informou hoje, 21, que “iniciou tratativas com a Starbucks Corporation envolvendo o direito de explorar a marca e desenvolver as operações da Starbucks no Brasil”. A Fitpart não comentou a decisão de zerar sua participação.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 21/02/24, às 17h18

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