A melhora da conjuntura econômica no Brasil e a queda dos juros ajudaram a destravar o interesse de investidores por propriedades comerciais do ano passado para cá. Pesquisa realizada pela Cushman & Wakefield contabilizou 37 operações de compra e venda de imóveis comerciais de alto padrão no segundo trimestre, movimentando R$ 5,9 bilhões. O número de negócios e os valores foram bem maiores do que no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 31 transações, por R$ 2,6 bilhões. “Isso indica que há uma movimentação considerável de capital e interesse dos investidores em adquirir e negociar propriedades comerciais no Brasil”, apontou a equipe da consultoria, em relatório.
A comercialização de imóveis foi puxada pelo setor de varejo - que abrange shopping centers e grandes lojas de rua. Ao todo, foram 11 transações, no total de R$ 2,7 bilhões, ou 46% do total. O setor se destacou pela venda de participação dos shoppings Grand Plaza, Cidade São Paulo, Tietê Plaza, Metropolitano, Barra e Cerrado pela Syn para o fundo XP Malls, por R$ 2,1 bilhões. Na visão da consultoria, a perspectiva é positiva para o setor de shoppings, com ocupação alta, fluxo constante de visitantes e adaptapções às novas demandas do mercado.
Outro setor bastante aquecido foi o de galpões logísticos, com 18 transações, no valor de R$ 2,3 bilhões. O destaque foi a venda de dois galpões da Log Commercial Properties em Salvador (BA) e Betim (MG) por R$ 500 milhões ao fundo imobiliário BTG Pactual LOGCP. A Cushman & Wakefield apontou no relatório que o setor tem sido impulsionado pelo comércio eletrônico e operadoras de logística, com demanda crescente por imóveis para armazenagem e distribuição de mercadorias.
Já o mercado de prédios corporativos teve oito operações, movimentando um total de R$ 915 milhões. Os principais negócios foram as aquisição de participações nos edificícios Cidade Jardim e Faria Lima 4440 - dois classe A da capital paulista - por cerca de R$ 480 milhões. A consultoria acredita que haverá um aumento na busca por novas áreas de locação nos prédios de escritórios à medida em que mais empresas retornarem aos espaços físicos.
O levantamento mostrou ainda que a taxa de retorno potencial para os investidores cresceu. O cap rate médio foi de 8,9% no segundo trimestre de 2024 contra 7,4% no mesmo período de 2023. O cap rate é calculado pela divisão do faturamento anual com aluguéis do imóvel sobre o seu valor de aquisição. Ou seja, se está subindo indica que um retorno potencialmente maior para investidores - justamente um dos fatores que tem ajudado a destravar as negociações dos ativos.
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Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 22/07/2024 às 16h05
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